
Nesta manhã, como você sabe, retomamos o nosso estudo sobre o capítulo 13 de 1Coríntios, e quero encorajá-lo a abrir sua Bíblia e examiná-la. Primeira aos Coríntios, capítulo 13. Já falamos sobre isso. Se você não leu sobre esse tema, talvez gostasse de ler um pequeno livro chamado The Greatest of These Is Love [O maior desses é o amor], creio que é esse o título – de Henry Drummond, que trata do capítulo 13, ou você pode ler qualquer outro livro que fale sobre o assunto. É nossa intenção nesta manhã, no entanto, tratar desse assunto principalmente no âmbito do seu contexto, no livro de 1Coríntios, e essa tem sido nossa ênfase desde que começamos da última vez, e será enquanto continuamos a partir daqui.
Agora, estamos falando de amor, e o amor é um assunto importante para se falar. Quero rever brevemente algumas das coisas que dissemos para que você entenda o uso do termo "amor.” Infelizmente, temos uma palavra para "amor" em português, e ela significa tantas coisas. Você diz que ama seu carro, sua esposa, o seu cão, você ama seu vestido novo, mas você quer dizer coisas diferentes – pense sobre isso. Infelizmente, a língua portuguesa não nos ajuda, porque ela usa a mesma palavra. Mas, os gregos não tinham esse problema. Talvez você queira dizer coisas diferentes; alguns de vocês estão com olhares engraçados agora. Talvez você ame seu cão, seu vestido, seu carro, e seu marido do mesmo jeito, eu não sei.
A língua portuguesa tem uma única palavra, enquanto a língua grega tem múltiplas palavras, que eliminam qualquer confusão. Na verdade, as palavras no grego são traduzidas nas diferentes formas de "amor,” na língua portuguesa, no entanto, não há absolutamente nenhuma conexão com grego, de modo que as pessoas nem as relacionam. A razão pela qual relacionamos essas palavras é porque a palavra no português é a mesma. Mas os gregos falam, por exemplo, sobre o amor erótico, que é o amor que conhecemos como atração física entre um homem e uma mulher em nível sexual. E eles têm uma palavra para isso que não está relacionada com a palavra "amor.”
Há outra palavra grega relacionada ao afeto romântico ou à amizade, o tipo de afeição calorosa e autoidentificação que vem quando duas pessoas se tornam muito próximas, sem nenhuma conotação sexual. Essa é uma palavra totalmente diferente - não relacionada com a única palavra em português.
Mas a palavra que é usada aqui no grego, agape, é uma palavra que simplesmente significa "o ato supremo de abnegação.” É uma palavra para o ato máximo de sacrifício pelo bem de outra pessoa. Na verdade, você poderia traduzi-lo facilmente: "Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver um espírito de abnegação, não sou nada.” Essa seria a essência do significado da palavra "amor," tal como está no grego.
Eu penso que o espírito de seu significado é indicado pelo nosso Senhor Jesus quando Ele disse: “Ame seus inimigos.” Agora, o que Ele quis dizer com isso? Bem, Ele continuou dizendo o que quis dizer. “Faça bem àqueles perseguem você.” Essa é a essência do maior tipo de amor. É um ato de abnegação, servir a alguém que necessariamente não se preocupa com você. Amar seus inimigos não significa ter sentimentos eróticos por eles, não significa ser romântico com eles, não significa ter um relacionamento maravilhoso, caloroso e feliz com eles. É impossível. Significa praticar um ato de abnegação em favor deles e amar seus inimigos. Jesus disse: "Faça o bem para com aqueles que o perseguem.” Além disso, Ele disse: “para que você seja como Meu Pai que está no céu.”
Em outras palavras, ame seus inimigos como Deus amou os dele. E como Deus amou seus inimigos? Deus amou seus inimigos o suficiente para morrer em favor deles. Todos nós éramos inimigos. Leia Efésios 2. Todos nós éramos inimigos, todos estávamos alienados de Deus. E, portanto, o amor é um ato de abnegação para com aqueles que são seus inimigos, porque Deus estabeleceu o padrão para esse tipo de amor. Não é emoção, mas é abnegação.
Agora, esse é precisamente o tipo de coisa que Paulo está mostrando em 1Coríntios 13. Não importa como a pessoa é, não importa como ela se comporta, não importa como ela se relaciona com você, busque seu bem maior. Foi o que Deus fez. Assim como Deus envia sua chuva sobre o justo e o injusto, assim você deve derramar atos de abnegação sobre quem merece e quem não merece igualmente. Agora, lembre-se que isso não está relacionado à emoção, mas relacionado à vontade. Não é um ato da emoção, é um ato da vontade. Amar alguém é um ato de abnegação, não é um sentimento, mas é uma determinação que você coloca em sua mente, que isso é o certo, e é isso o que você fará.
Você diz: “Mas, John, como chegar ao ponto de ter esse tipo de vontade, onde você se dirige a alguém que mereça ou não, alguém com quem você se preocupe ou não, e pratique um ato de abnegação em seu favor? Como chegar a esse ponto?” Bem, por um lado, você não pode forçar ser assim. Você não pode se levantar pela manhã e dizer: "Bem, estive irritado por três dias e isso é tempo demais. Agora vou amar. Hoje amarei, eu amarei todo mundo,” e você vai e olha seu pequeno quadro que diz “O amor nunca falha,” e você lê alguns versículos da Bíblia, e daí você realmente ama. Não, você não consegue fazer isso. Não funciona dessa maneira.
Você diz: “Bem, de onde isso vem?” Nós já mencionamos isso na última vez, eu simplesmente vou lembrá-lo agora: É quando você anda no Espírito – E andar no Espírito significa que você tem sua vida transformada ao controle d'Ele, você confessa seu pecado, permite que o Espírito de Deus governe seus padrões de pensamento. Quando o Espírito de Deus controla você, Ele produz fruto, e o fruto do Espírito é amor, e o amor virá somente dessa maneira. Assim, a forma de você lidar com o amor não é com uma determinação farisaica de sua própria mente; a forma de lidar com ele é simplesmente render sua vida ao Espírito de Deus, “Espírito Santo, controla-me hoje, assuma minha vida, viva através de mim," e o fruto do amor será manifesto.
Precisamente nesse ponto entramos na imagem da igreja dos coríntios. A igreja de Corinto não estava caminhando no Espírito. A igreja de Corinto não estava rendida ao Espírito. A igreja de Corinto não estava sob o controle do Espírito Santo. Eles eram egoístas, enganadores, teimosos, egocêntricos, faziam de tudo o que podiam para promover seus próprios interesses. Todos se preocupavam com seu próprio bem, sem se importar com ninguém. Não importava o que o outro fazia, não importava se alguém precisava de algo – era cada um por si. Esse era o lema da igreja de Corinto. Assim, não havia nenhum amor. Eles não andavam no Espírito, o amor não era produzido, então tudo o que faziam manifestava este antagonismo, rebelião, discórdia, desunião e desarmonia.
Agora, é precisamente neste ponto que Paulo fala a eles no capítulo 13, e diz: "a única coisa que manterá sua assembleia unida é o amor. A única maneira de os dons espirituais operarem é o amor. A única forma de sair dessa inveja e ciúme, por um lado, do orgulho e ostentação, por outro, é o amor. O amor é a chave para a unidade que irá pintar o retrato de Cristo para que o mundo possa ver como Ele realmente é.”
Eu apenas quero lembrá-lo, considere a Grace Church, por exemplo. Se dependêssemos, para a nossa unidade e para um único testemunho visível ao mundo, se dependêssemos do fato de todos concordarmos em tudo, teríamos muitos problemas, não é mesmo? Porque não importa o que façamos, alguém não concordaria com isso. Isso é um fato. Agora, alguns de vocês podem dizer: "Bem eu não concordo com a maneira como você está fazendo isso em tal e tal ponto.” “Bem, não concordo com essa situação.” "Bem, não gosto de onde minha classe se reúne.” “Bem, eu não concordo com o que os anciãos decidiram sobre isso.” “Eu não concordo.” “Bem, eu gostaria que eles colocassem esse pilar lá e aquele suporte ali.” E “por que essas coisas não estão mais altas?” e “por que eles colocaram a árvore aqui?” Você sabe, sempre existe isso.
Quero dizer, há pessoas que discordam – Vou revelar o que recebo em meus e-mails. Há pessoas que não concordam comigo. Quero dizer que todos os domingos desço as escadas e quero sair correndo, porque alguém pode dizer algo que me derruba, você sabe que isso pode acontecer. Nós recebemos muitos desses - mas também recebemos bons e-mails, que nós mantemos. Todo mundo não concorda, percebe? Mas esse não é o ponto. Nunca conseguiremos que todos concordem em pequenas coisas. Mas você sabe o que queremos fazer? Queremos que todos amem a Bíblia de modo que, quer concordem ou não, acaba sendo irrelevante. O que eles têm em mente é garantir que sacrifiquem sua própria opinião por causa da unidade do todo. Entende? Portanto não é uma questão de concordar ou não.
Eu nem sempre concordo com os detalhes que acontecem na vida de todos, mas às vezes eu tenho de pegar uma carona e dizer: "Eu acho que o Senhor está conduzindo isso de certa maneira, e estou certo de querer por amor concordar com outra pessoa.” Esse é o espírito de unidade. Nunca será com base no acordo, mas o acordo pode ser anulado pelo amor, e essa é a questão aqui. Em Corinto, muitos choques estavam acontecendo. Não havia como fazer com que todos pensassem da mesma forma e que todos concordassem com o mesmo, para que cada detalhe minúsculo coubesse na mesma caixa. Isso simplesmente não funcionaria. A única maneira de você obter isso em uma igreja é ter um cara no púlpito que seja um ditador absoluto, e que expulse todos os que não concordam. E então você não tem uma igreja, você tem apenas um ditador absoluto e um monte de patos de borracha grasnando junto com ele. É isso mesmo. E essa não é a verdadeira unidade. A verdadeira unidade surgirá de todas essas pessoas, com todas as suas ideias e ideais variados, que estão amorosamente dispostos a sacrificar sua própria vontade pelo bem da unidade dos crentes.
Agora, os coríntios nem sequer sabiam o que isso significava, porque eles estavam tentando fazer tudo para si mesmos. Você pode imaginar como isso seria? Nunca nenhum acordo, todos buscando os dons de maior visibilidade, e todos tentando obter a glória, e todos tentando liderar o grupo, e todos tentando ser os grandes figurões espirituais, e isso é um caos. Só caos. Então Paulo para no meio de tudo isso e diz: "Agora, deixe-me falar sobre amor.” Ele diz: "Não importa o que você faz, não faz diferença quantos talentos você tem, é irrelevante quais sejam seus dons, não importa o quanto você pareça importante, sua popularidade é absolutamente sem importância. Não importa quanto poder você tem sobre outras pessoas. Se você não estiver motivado e guiado pela realidade da abnegação, do cuidado, do amor que serve, você é espiritualmente um zero, um zero. Nem mesmo o um, mas um zero. Você não importa. Você não traz nenhuma contribuição. Se o amor não for a principal contribuição de sua vida, você não contribui com nada.”
Agora, o que ele diz especificamente? Neste capítulo, ele diz quatro coisas sobre o amor. Ele diz que a proeminência do amor, as propriedades do amor, a permanência do amor e a preeminência do amor – devem ser lembradas. Essas quatro áreas, você precisa entender. O amor tem de ser proeminente. Você precisa entender suas propriedades. O amor é permanente e ele domina tudo. E o amor é preeminente, acima de tudo - você precisa entender isso. Então essa é a divisão do capítulo.
Agora, estamos olhando para o primeiro ponto, a proeminência do amor, nos três primeiros versículos. Deixe-me lê-los novamente: "Se" - substituindo por "embora" - “Se eu falar as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine. Se eu tiver o dom de profetizar e conhecer todos os mistérios e toda a ciência; se eu tiver tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei. E se eu distribuir todos os meus bens entre os pobres e se entregar o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará.” Agora, aí está. O amor é proeminente, sem ele é zero, zero e zero - apenas barulho.
Bom, da última vez observamos o versículo 1, e vimos o primeiro ponto que lhes dei no pequeno esboço que está no boletim: as línguas sem amor não são nada. As línguas sem amor não são nada. Nós vimos que não importa se você tem, na situação dos coríntios, o dom de línguas. Na verdade, não importa se você pode falar a língua dos anjos, lembra disso? Não importa, se não houver nenhum amor lá. A eloquência é algo que se deseja. Estar na frente e falar é uma grande coisa. E afirmar que você tem a voz de um anjo, que você fala a língua dos anjos, isso não importa. Se não há amor, é um ruído absoluto. É um ruído pagão. Agora, você sabe, a eloquência é algo que se deseja. E se nós apenas considerarmos a questão que ele está levantando aqui, e buscarmos seu real significado, o que Paulo está realmente dizendo é que o melhor discurso na terra ou melhor discurso no céu não importa, se não houver amor.
Você sabe, todo mundo quer ser eloquente, todos os que falam. Você sabe - e você ouve as pessoas dizerem: “Oh ele é tão eloquente, ele pode falar e influenciar.” Eles costumam dizer sobre Jonathan Edwards, que quando ele acabava de pregar, as pessoas estavam deitadas no chão, clamando a Deus por misericórdia. Rapaz. Pense em uma reação semelhante! Quando vamos ao seminário, eles tentam nos ensinar a falar com eloquência. Não funciona para todos. E eles se preocupam com a dicção e tudo. Sabe, lembro-me da primeira tarefa que tive, eu tinha de vender papel higiênico na aula. Você poderia escolher qualquer coisa, eu não sei por que isso foi atribuído a mim, mas, de qualquer forma, eu tive de vender isso na aula, e eles tinham permissão para gritar e gritar e lançar coisas, tentando fazer as pessoas a saírem de si mesmas. Alguns caras que vão ao seminário para se tornarem pregadores, eles não conseguem. Eles se colocam lá na frente, “Oh,” você sabe, eles não conseguem enfrentar isso, você sabe, e alguns de nós sobem na carteira e gritam para os colegas e lançam os rolos de papel e tudo o mais. E você sabe, “Vamos, você vai conseguir pregar.” Isso é o que eles querem que você faça, e querem que você seja – que tenha uma boa dicção, que você aprenda algumas coisinhas engraçadas para dizer e, você sabe, você fica como Demóstenes, com uma boca cheia de pedras, tentando falar e - essa eloquência é muito importante.
Mas mesmo que você pudesse falar a língua dos anjos, se não tiver amor, isso não importa. Ser capaz de falar, convencer as pessoas e capturar suas mentes, e capturar seus corações, e transformar suas vontades em certo comportamento, isso é um tremendo poder. Mas não importa. Ser capaz de tocar para um público como um mestre toca piano, começar a levá-las à inspiração, ou à calma, ou a um despertar, ou a um convencimento, à persuasão, ou para uma condenação, é uma arte que alguns homens dominam. Mas, se eles não tiverem amor, não importa. E no caso dos coríntios, eles transformaram o dom de línguas em um êxtase carnal, uma atividade totalmente pagã, e Paulo diz: “Não importa. Você desperdiçou tudo isso.”
Agora, isso leva o apóstolo até o segundo da lista, versículo 2: A profecia sem amor não é nada. “Embora” – ou “se” – “Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei.” A profecia sem amor não é nada. Você sabe, isso vai ainda além – vai além do dom de línguas, ser capaz de falar com eloquência, ser capaz de falar a voz dos anjos, ter o dom de profecia, que é o dom máximo. Se você ler no capítulo 14, encontrará que a profecia é aclamada como o maior dos dons. Por quê? Porque é a proclamação da verdade de Deus na língua do povo, e eles ouvem e compreendem.
E eu acredito que a profecia tem dois aspectos: o aspecto da revelação na Bíblia, quando o profeta falava a revelação de Deus, e a reiteração, quando ele falava novamente a revelação de Deus. Quero que saiba que eu falo para você a revelação de Deus, mas não é a primeira vez. Simplesmente releio como eu leio na Bíblia. E se você estudar, por exemplo, os sermões de Pedro, os sermões de Paulo, e o sermão de Estevão, você descobrirá que às vezes eles estavam falando uma nova verdade e às vezes eles estavam citando uma verdade antiga. Então você tem no elemento de profecia a revelação e a reiteração.
Mas mesmo que eu tenha a capacidade de falar a Palavra de Deus pela primeira vez, ou que eu tenha esse poder de proclamar a verdade antiga com a força e significado dinâmico e com dramaticidade, e não tiver amor, isso não é nada. A palavra "profecia" significa "falar diante de alguém," e ele está falando a respeito de pessoas com a proclamação pública, as pessoas que podem se destacar e pregar de forma eloquente e dramática a verdade de Deus. Imagine que dom é esse! O poder de declarar as coisas de Deus, o poder de interpretar a vida, o poder de trazer a Palavra dos céus para a terra, o poder de trazer a eternidade para o tempo – é um dom tremendo, o dom da proclamação. Mas sem amor, isso não importa, é zero.
Em Efésios 4.15, uma pequena frase que Paulo diz é algo que sempre ficou preso em minha mente. E é esta: “Mas falando a verdade" - como? - "em amor.” “Mas falando a verdade em amor.” Há o equilíbrio. Sempre percebi que há dois grandes inimigos de um pregador, dois grandes inimigos. O primeiro inimigo é um afastamento da verdade, e o segundo é uma indiferença para com as pessoas. Dois grandes inimigos: afastamento da verdade e indiferença para com as pessoas. Há muitas pessoas que estão fora de equilíbrio. Existem pregadores que têm um grande amor para com as pessoas, mas nunca lhes dão a verdade. Eles nunca se preparam diligentemente para lhes dar a verdade. Existem aqueles que pregam a verdade, mas cuidam menos das pessoas. E você luta para manter o equilíbrio.
Às vezes, em seu ministério, você começa a estudar e é hora de estudar para que possa dar-lhes a verdade, mas, de repente, você enfrenta o fato de que aqui está uma pessoa, em sua congregação, que tem uma necessidade, e assim você fica preso na ponderação, se para e faz uma ação de abnegação, ou se continua os estudos. Eu vou me concentrar na pregação ou nas pessoas? Isso não é fácil porque a pregação é um ato de amor para as com pessoas. Mas esse é o equilíbrio das prioridades com as quais você luta.
Temo, infelizmente, que há muitos pregadores que optam por ambos os extremos, que em nome do amor pelas pessoas suavizam tanto o que dizem que esse não é realmente o tipo de amor que as pessoas precisam, porque é amor sem qualquer verdade, e você sabe o que acontece? Esse tipo de amor não as protege do erro. Por outro, lado há pessoas que decidem optar pela verdade, e não amam as pessoas, e as pessoas logo ficam convencidas de que Deus provavelmente não as ama muito mais do que o pregador. E assim tem de haver um equilíbrio.
Há pregadores sem amor. Há pregadores que têm um objetivo, como Albert Barnes disse em seu antigo comentário: “Eles têm um objetivo, não de alimentar o rebanho, mas de tosquiá-lo.” Eles não amam as pessoas, estão lá pela fama, poder, prestígio ou ganho pessoal, dinheiro, ou para ser alguém, e estão preparados para o melhor lance. Isso é verdade – triste, mas verdadeiro. Deixe-me mostrar-lhe um. Números 24. Você pensou que eu ia ler um artigo, não é? Números 24. Há muitos desse tipo por aí, ainda. É incrível para mim, você sabe, é nítido para mim que a maioria dos cristãos não sabe quem é bom e quem não é. Realmente, eles não sabem. Basta pensar em quantas pessoas permanecem apoiadas no rádio e na televisão, e isso provará o que digo. As pessoas não sabem quem é bom e quem não é, de verdade, porque são imaturas de muitas maneiras.
Números 24.15, e o texto é sobre Balaão, o filho de Beor. Números 24.15-16: “Então Balaão proferiu a sua palavra e disse: ‘Palavra de Balaão, filho de Beor, palavra do homem de olhos abertos; palavra daquele que ouve os ditos de Deus e tem o conhecimento do Altíssimo; daquele que tem a visão do Todo-Poderoso e prostra-se, porém de olhos abertos.’” Bem, há uma descrição de Balaão. Isso significa que ele realmente conseguiu uma coisa boa. E ele diz no versículo 17 - aqui está a profecia: “Vê-lo-ei, eu o vejo, mas não agora.” Algo está vindo, mas ainda não. “Devo contemplá-Lo, mas não perto.” Vai demorar um pouco. “Uma estrela procederá de Jacó, de Israel subirá um cetro.” Quem é ele? Bem, sem dúvida o final dessa profecia é o Messias. O cetro está ligado a Gênesis 49.10, e é o Messias. Ouça, aqui está um homem que recebeu o maravilhoso e inigualável privilégio de prever o Messias. “Rapaz,” você diz, “fantástico.” Esse Balaão deve ter sido alguma coisa! Não, ele não era nada. Você diz: “Por quê”?
O versículo 1, do capítulo 25, diz na segunda linha que o povo começou a cometer prostituição com as filhas de Moabe. Agora, o profeta havia lhes falado sobre o Messias, e a próxima coisa que descobrimos é que o povo está cometendo prostituição com as filhas de Moabe. Você diz: "Bem, não podemos atribuir essa culpa com certeza a Balaão, pobre cara. É provável que simplesmente não o ouviram.” Não. Olhe para Números 31, e eu vou mostrar-lhe algo. Esse é o comentário sobre Balaão. Toda essa prostituição era uma má notícia. E o versículo 16, de Números 31: “Eis, que isso causou aos filhos de Israel" – essas mulheres, mulheres moabitas – “para cometer transgressão” – observe – “através do conselho” – de quem? – “de Balaão.” Agora, espere um minuto. Balaão, que conhecia a verdade e falou a verdade – o mesmo cara, mas ele não amava o povo. Os moabitas vieram e disseram: “Ei, Balaão, quanto você quer para corromper o povo de Israel?” E eles o compraram, e ele atraiu os filhos de Israel para cometer a prostituição com os Moabitas.
Veja o versículo 8, o fim do versículo (31): “e Balaão também filho de Beor, ele” – o quê? – “matou com uma espada.” Você quer saber algo? Ao longo da história, reconhecemos que a mula de Balaão foi mais aceitável no ministério do que o próprio Balaão. Está certo? Você sabe por quê? Porque ele era um profeta que falava a verdade, mas não amava o povo, certo? Veja, tem de haver isso. Tem de haver esse amor genuíno, essa preocupação genuína com as pessoas. O amor não estava lá, Balaão o prostituiu e o transformou em ódio; eles pecaram e isso lhe custou a vida.
Mateus 7.21 chamaria sua atenção para outro elemento da mesma ideia. Mateus 7.21 diz: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.” Então versículo 22. Mateus 7.22 diz: “Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres?” Ei, lembra de nós? E Ele irá dizer-lhes, no 23: “nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade.” Falsos profetas. Falar a verdade sem o amor não é nada; é falso; é vazio. Você sabe, você pode atrair isso para a sua área. Você pode não ter o dom da pregação, mas você tem a mesma responsabilidade. Você realmente ama as pessoas com quem fala sobre Cristo? Você realmente as ama? Você faz ações de abnegação para eles? Eu acredito que a menos que você faça, você realmente não conquistou o direito de falar a verdade.
Lembro-me, uma jovem veio até mim com lágrimas em seus olhos depois que eu falei certa vez, e ela disse: “Eu tenho uma classe de escola dominical aqui, no grupo de Atos," e ela disse: “Pensei que eu amasse essas garotas, mas,” ela disse: “Eu sei agora que eu não as amava porque nunca fiz nenhum sacrifício em favor delas.” Essa é a essência. Você ama as pessoas para quem prega? Você ama as pessoas a quem ensina? Você as ama o suficiente para fazer um sacrifício em favor delas de forma pessoal? Veja, o poder por trás da mensagem é o motivo, ou a mensagem está vazia, e o motivo é o amor de Deus derramado nos nossos corações. O poder da mensagem não é o vocabulário, não é a astúcia, não é a dicção; é o genuíno coração amoroso do homem que tem a mensagem, ou da mulher que tem a mensagem. Quanto você ama? Sem amor, a eloquência é como a comparação entre um órgão melodioso e uma sirene gritante. Não há música para uma sirene gritante, e essa é a eloquência sem amor. A língua sem amor é uma cobra, chacoalha o guizo, golpeia e intoxica com seu veneno. Somente o amor dá a sua gentileza e ternura.
Deixe-me mostrar-lhe um em Jeremias. Jeremias, capítulo 1. Que grande sujeito ele era! Que ministério difícil ele teve! Jeremias 1, versículo 5: "Antes de formá-lo no ventre materno, eu já o conhecia; e, antes de você nascer, eu o consagrei e constituí profeta às nações.” Quero dizer, ele nem teve escolha. Pessoas que confrontam a soberania de Deus devem estudar o assunto do chamado de Deus dos profetas. Todos foram chamados da mesma maneira, Isaías, Paulo, Pedro, todos os que proclamaram, até os discípulos. Jesus caminhou pela praia e disse-lhes o que fazer. E aqui foi o mesmo com ele. “E então disse” – versículo 6 – Então, lhe disse eu: ah! SENHOR Deus! “Eis que não sei falar, porque não passo de uma criança.” Eu tenho uma voz ruim, minha dicção é ruim e minha mente também não é muito afiada. Eu sou bastante infantil no meu entendimento. Mas o Senhor disse: “Não diga: ‘Não passo de uma criança.’ Porque a todos a quem eu o enviar, você irá; e tudo o que eu lhe ordenar, você falará.” Rapaz, isso parece tremendo. Gostaria que o Senhor tivesse dito isso para mim: "Nada de estudo, nada de preparação, apenas vá, abra sua boca, e eu vou colocar o que for necessário." Rapaz, isso seria super.
E então nessa época, Jeremias provavelmente se sentiu bem. Contudo, o versículo 8 diz: “Não tenha medo de ninguém.” Agora, isso iria me parar bem ali. "O que você quer dizer?” Bem, a coisa vai ficar feia quando você for falar, eles irão para cima de você e vão ficar muito chateados com você. “Não tenha medo de ninguém, porque eu estou com você para livrá-lo.” Bem, ele sabe que a sua vida inteira será de livramentos. “Depois, o SENHOR estendeu a mão e tocou na minha boca. E o SENHOR me disse: “Eis que ponho as minhas palavras na sua boca.” Que grande declaração! “Veja! Hoje eu o constituo sobre as nações e sobre os reinos, para arrancar e derrubar, para destruir e arruinar, e também para edificar e plantar.” Preste atenção, esse é provavelmente o maior versículo da Bíblia sobre o poder da pregação. Pregar é a capacidade de governar nações e reinos, para erradicar, puxar para baixo, destruir, derrubar, construir e plantar. A pregação é um tremendo poder.
E você terá isso, Jeremias. Versículo 16: “Pronunciarei as minhas sentenças contra os moradores dessas cidades, por causa de toda a maldade deles; pois me abandonaram, queimaram incenso a deuses estranhos e adoraram as obras das suas próprias mãos.” E então no versículo 17 diz: “Você, Jeremias, prepare-se e vá dizer-lhes tudo o que eu ordenar a você. Não se assuste por causa deles, para que eu não tenha de fazer com que você fique assustado na presença deles.” – novamente, Ele diz – “para que eu não tenha de fazer com que você fique assustado na presença deles.” Se você começa a duvidar e a ficar com medo, eu vou lhe fazer passar vergonha. “Eis que hoje ponho você por cidade fortificada, por coluna de ferro e por muralha de bronze.” Você vai ser algo; eles não vão poder assustá-lo. Agora, você pode simplesmente, sabe, colocar-se nessa situação, e dizer agora: “Rapaz, eu vou mostrar para eles e eu vou me impor, vou ser um pilar de ferro, você sabe, muito insensível, eu não me importo" - você sabe. Mas veja Jeremias. Aqui está ele, um pilar de ferro, uma parede de bronze, uma cidade fortificada.
E eu quero que você veja o espírito de Jeremias, capítulo 4, versículo 19. Bem, ele esteve no ministério por quatro capítulos, e ele está começando a ter alguma resposta. Você vai ter um pouco a ver com sua atitude aqui. Versículo 19: “Ah! Meu coração! Meu coração! Eu me contorço em dores. Oh! As paredes do meu coração! Meu coração se agita!” Eu não sou um cardiologista, então não vou tentar definir isso, mas algo não está certo. Seu coração estava batendo mais rápido do que poderia. “Não posso ficar calado, porque ouvi o som da trombeta e os gritos de guerra.” Ele está dizendo a essas pessoas: "vocês serão levados em cativeiro, serão destruídos, uma guerra está chegando, os babilônios estão chegando, e eu não aguento, isso faz meu coração acelerar, faz minha alma se afligir.” Sim, você percebe, ele ama seu povo. Ele se importava.
Olhe para o capítulo 8, versículo 18: “Ah! Se eu pudesse consolar-me na minha tristeza! O meu coração desfalece dentro de mim.” Ele sente que vai ter um ataque cardíaco. Isso é muita ansiedade. Ele está batendo muito forte. Ele diz: “Eis a voz do clamor da filha do meu povo.” Versículo 20: “Passou a colheita, acabou o verão.” E observe, ele não diz: "Você não está salvo." ele diz o quê? Por que ele diz "nós”? Porque ele faz uma identificação total com a dor de seu povo. Ele foi salvo, mas ele não pode se separar - isso é empatia. “Nós não estamos salvos. Tenho o coração partido por causa da ferida da filha do meu povo. Estou de luto; o espanto se apoderou de mim. Será que não há bálsamo em Gileade? Ou não há lá médico? Por que, então, não se realizou cura da filha do meu povo?” Bem, você vê, ele estava sofrendo.
Veja o capítulo 9, versículo 1: “Quem dera a minha cabeça se tornasse em águas, e os meus olhos, em fonte de lágrimas! Então choraria de dia e de noite os mortos da filha do meu povo.” Um homem com um coração partido, um homem com lágrimas, um homem que se importava, um homem que amava, e você pode seguir até o capítulo 23, e depois disso vai encontrar episódio após episódio das lágrimas de Jeremias. Ele é o profeta chorão.
O apóstolo Paulo não foi diferente. Em Atos 20.19, Paulo disse: “Eu tenho ministrado com lágrimas.” Em Romanos, ele chorou por Israel. Em 2Coríntios, ele chorou pelos cristãos carnais. Em Atos 20, chorou pela influência dos falsos mestres. Ele chorou pelo seu ministério porque ele se importava. Ele tinha esse equilíbrio, como Jeremias tinha esse equilíbrio, como Balaão não o tinha, o equilíbrio da verdade e do amor que têm de estar presentes. E exercer o dom da profecia fora do amor profundo por Deus, do amor profundo por Sua Palavra, do amor profundo por Seu povo, exercê-lo para sua própria glória, fama, sucesso, orgulho ou a indiferença é ser um zero aos olhos de Deus, não importa como você se pareça aos olhos do mundo.
Em terceiro lugar, as línguas sem amor não são nada; a profecia sem amor não é nada. Agora, de volta a 1Coríntios 13, o conhecimento sem amor não é nada. E isso é uma coisa cumulativa. Ele começou com um discurso que estava conectado com as línguas, então ele se aprofundou na profecia, e agora ele vai ainda mais longe e fala de todo o conhecimento. “Se eu entendo todos os mistérios e todo o conhecimento e não tenho amor não sou nada.“ O que significa entender todos os mistérios? O que é um mistério? Um mistério é – aliás, esse termo, vou parar por um momento para ajudá-lo. Esse termo é usado mais de 30 vezes nas Escrituras. Agora, escute, nunca é usado casualmente. É sempre usado tecnicamente. E seu uso tecnicamente é: Um mistério, basicamente, é uma verdade divina revelada no Novo Testamento. Revelada no Novo Testamento. Algo escondido no passado e agora revelado. E você pode passar pelo Novo Testamento e encontrar todos os mistérios. O mistério da piedade; Deus em carne; o mistério de Cristo em nós; o mistério dos judeus e dos gentios, um novo homem (Efésios 3); o mistério da iniquidade, que já opera.
Há muitas coisas que são chamadas de mistério. Isso não significa algo que agora está escondido; significa algo que estava escondido e agora foi revelado. E nós somos os que conhecemos os segredos sagrados de Deus. Eles são chamados, em Mateus 13.11, de "mistérios do reino de Deus que foram escondidos dos sábios e prudentes e revelados" – para quem? - "para criancinhas," para nós. E há muitos versículos que tratam disso. Mas um mistério é o segredo sagrado de Deus, e eles estão relacionados ao Seu plano redentor e Seu plano final para a história.
Deus tem certas verdades redentoras que Ele nos revelou. Agora, há outras que Ele não revelou. Mas vamos presumir que você conhecesse todos os segredos da mente de Deus, todos os mistérios, toda a verdade redentora, que você pudesse não apenas conhecer cada fato redentor, mas pudesse correlacionar perfeitamente toda a verdade redentora. Que você conhecesse todos os fatos sobre o propósito final de Deus para o tempo e a eternidade, e você pudesse correlacionar todos os fatos. Se você tivesse tudo isso e, além disso, se você tivesse todo o conhecimento - e a palavra gnose significa "todos os fatos que podem ser determinados por meio da investigação.” Você não apenas conheceria todos os detalhes secretos da redenção, e o plano de Deus para todos os tempos, mas você conheceria todos os fatos existentes no universo, quantos grãos de areia existem em Marte; cada fato, cada simples fato no universo, cada mistério na mente de Deus conectado com a redenção na história do domínio de Deus sobre o homem, se você soubesse cada uma dessas coisas, e não tivesse amor, você seria o quê? “Bem,” você diria, “devo ser nota dois ou três.” Não, você é um zero. Você não é nem mesmo um. Por quê? Porque o amor é importante.
Rapaz, isso assusta minha mente. Os superlativos aqui são fantásticos. E, claro, você não pode saber tudo isso, é por isso que ele usa ean com o subjuntivo, é hipotético. Mas mesmo que o fizesse, você seria um zero. E sempre fico admirado porque há pessoas que pensam que, porque sabem de tudo, não têm responsabilidade de amar ninguém. E há pessoas que têm toda a doutrina sistematizada, e toda a doutrina categorizada, e têm todas as respostas, e não amam ninguém. E você sabe o que eles são aos olhos de Deus? São o quê? Eles são zero. São grandes zeros. Isso não significa nada. O amor é superior à eminência intelectual. Tenho certeza de que estou feliz por isso. Você já ouviu falar de alguém, no entanto, que obteve um Ph.D. em amor? Nós chamamos as pessoas de "doutor" por sua eminência intelectual. Veja, nosso sistema de valores não é tudo o que deveria ser, não é? A visão espiritual, a visão das Escrituras, a realização intelectual, sem o amor, não passa de esnobismo espiritual, isso é tudo. É farisaísmo, e é condescendência. Veja, o conhecimento sem amor mata. É como a letra sem o espírito. O conhecimento sem amor é feio. O conhecimento com amor é lindo. O conhecimento sem amor é impotente. O conhecimento com amor é poderoso.
Em 1Coríntios 8.1, Paulo já insinuou isso quando disse aos Coríntios – ouçam: “O conhecimento constrói o orgulho.” Ele disse desta forma: "O conhecimento se ensoberbece, o amor edifica.” Conhecimento se ensoberbece, o amor edifica. Se você tem a escolha entre aprender a amar e aprender alguns fatos, aprenda a amar. A Bíblia enfatiza isso de novo, e de novo. Ah, é importante saber as coisas. Você não pode depreciar o conhecimento completamente. Deus não quer um monte de ignorantes amorosos. Eles se amarão em todos os tipos de erros – eles certamente vão. Eles vão gostar de amar tanto que não farão qualquer discriminação entre quem está certo e quem está errado, quem é salvo e quem não é, e eles estragarão tudo. Tem de haver conhecimento. É por isso que a Bíblia fala sobre amor com conhecimento.
Filipenses 1.9: “E por isso oro: que o vosso amor abunde mais e mais em conhecimento.” Você vê? Você não pode separar esses dois; você tem de mantê-los em equilíbrio perfeito. E acho que aqui, na Grace Church, temos de manter esse equilíbrio, porque seria fácil para nós pendermos para o lado do conhecimento, e ficarmos leves para o lado do amor. Se você tiver de escolher entre chegar a uma classe ou a um culto para aprender algo, e no seu caminho precisar ajudar alguém que acabou de ter um pneu furado, pare e conserte o pneu furado. O amor é melhor do que o conhecimento.
Em quarto lugar, ele diz não apenas línguas, profecias, mistérios e conhecimento, ligando tudo isso como uma coisa só, mas ele diz: “Embora eu tenha toda a fé para que eu possa remover montanhas e não tenha amor, não sou nada.” Agora, o conceito de fé pode levar muitas, muitas direções, e eu quero mostrar-lhe rapidamente o que ele está dizendo aqui. Ele está enfatizando o dom da fé, e o dom da fé não é a fé salvadora, é o tipo de fé expressa na oração que libera o poder de Deus. Está vendo? É isso. É Mateus 17.20. Não procure, vou ler o texto rapidamente aqui. Há alguns textos, mas Mateus 17.20 me vem à mente: “Jesus disse: ‘Por causa da pequenez da vossa fé. Pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível.” Certo? Jesus disse: “Você precisa ter a fé para crer em Deus em oração, e você pode mover montanhas.” Agora, muitas pessoas ficam confusas com esse versículo por que dizem: “Oh, nunca vi ninguém fazer isso.” Bem, esse não é o ponto.
Deus não quer que as pessoas saíam por aí simplesmente movendo montanhas; isso traria muitos problemas. Você não pode simplesmente fazer isso. Esse não é o ponto. Isso não é uma coisa literal. Você sabe, o outro em Mateus 21 diz: “Você poderia dizer a esta montanha” - o Monte das Oliveiras - “Seja removido para o mar.” Bem, Jesus não quer que alguém jogue os 1.200 m do Monte das Oliveiras no Mar Morto, pois isso estragaria a Segunda Vinda. Esse não é o ponto. O ponto é que existem algumas pessoas que têm o dom da fé, e o dom da fé é a capacidade de acreditar em Deus continuamente sem desistir quando o resto de nós já desistiu e disse: "Oh, Deus, você deve ter dormido no ponto nesse assunto. O que está acontecendo, Deus? Oh, estou começando a duvidar.” E a outra pessoa é uma rocha, e diz: “Deus ainda está no trono. Estou só esperando até que Deus libere Seu poder, e estou orando e pedindo que Ele faça isso.” Veja, é aquela pessoa que simplesmente segue como uma rocha em meio a toda provação, enquanto o resto de nós está desmoronando. Esse é o dom da fé. E essa pessoa está esperando, e espera com confiança até que o poder de Deus seja liberado, e começamos a ver por que Ele fez o que Ele fez. Esse é o tipo de pessoas que oram, oram e oram.
É uma espécie de confiança em Deus que nunca desiste. É uma confiança ininterrupta, que mantém um contato vital com Deus, que espera a liberação de Seu poder quando muitos de nós já desistimos bem antes. E esse é o tipo de fé que pode remover montanhas - não montanhas literais; ele está se referindo a isso em termos de analogia. Ele não quer que pessoas movam montanhas por aí, isso seria ridículo. Não realiza qualquer coisa. E se ler Zacarias 4, você vai encontrar uma declaração interessante ali. Vou citar Zacarias 4.7 para você. Mas ele diz: “Quem és tu, ó grande monte?” Em outras palavras, ele diz: “Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor "– no versículo 6 – “Quem és tu, ó grande montanha,” e ele não está falando sobre uma montanha real, ele está dizendo: “Rapaz, quando eu tenho o poder de Deus, o que a montanha pode resistir diante disso?” Então essa é a capacidade de acreditar em Deus para fazer coisas que a maioria das pessoas não aguentaria ver acontecer.
Então ele está dizendo: “Olhe, se você tivesse toda a fé, se você nunca duvidasse, se você simplesmente acreditasse em Deus – e nunca houvesse um tom de dúvida, nunca um tom de pergunta. Você é uma rocha e corre diretamente para os limites da fé, de modo que nada foi impossível para você, nada trouxe uma pergunta para sua mente, nada foi motivo de dúvida, você nunca se abalou, nunca vacilou em nada, nunca questionou a Deus, sem amor você seria” – o quê? – “nada.” Isso é incrível. Ele está derrubando as bases de sustentação de todos.
Então, o resumo de tudo é, não importa quais dons você tenha, não importa o quanto você seja eloquente, não importa o que você saiba, não importa em que você acredite, você poderia ser um célebre cristão, teólogo, missionário, pastor, professor, ou um autor erudito, e se você não tiver o ágape de Deus como a força motriz em sua vida, você não é nada. Isso é muito simples, a base. Verifique suas intenções.
Rapidamente, os dois últimos no versículo 3, e estes são simples. Vou apenas mencioná-los. A benevolência sem amor não é nada. E isso é o inverso, pessoal. O amor é abnegação, mas toda abnegação não é necessariamente amor. Você entendeu isso? Oh, há muitos mórmons que fazem sacrifícios. Há muitos budistas que queimam a si mesmos. Há muitas pessoas fazendo muitas coisas estranhas para uma religião em que acreditam, e não estão fazendo isso por amor, estão fazendo isso motivados pelo quê? Por medo e farisaísmo. Você pode fazê-lo por muitas razões. O amor é abnegação, mas Paulo inverte e diz: "A abnegação não é necessariamente amor.” Tenha certeza.
Por isso: “E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará.” Eu poderia dar todas as minhas posses para alimentar os pobres. E essa é uma coisa muito interessante. A palavra "alimentar," aqui, o verbo psōmizō tem uma forma nominal, psōmion, e significa "pedaço.” E a ideia, aqui, é um cara que está literalmente dando a fortuna, um pedaço por vez. Em outras palavras, o ato supremo de benevolência, ele não está apenas preenchendo um cheque para um Fundo, ele está saindo e dando cada pequeno pedaço. Mesmo que eu estivesse envolvido no verdadeiro ato de caridade e tivesse todos os dons, e desse pequenas porções a um grande número de pessoas, isso não importaria se eu não tivesse amor, se eu fizesse por obrigação, se eu fizesse isso movido pelo legalismo, se eu fizesse para apaziguar minha consciência, se eu fizesse isso para obter reconhecimento, como Ananias e Safira, se eu fizesse isso por causa da pressão dos colegas - isso não significaria nada.
Quando você vem à igreja e dá uma oferta, por que você dá? Você se sente obrigado a dar? Você sente que tem de dar para ganhar o favor de Deus? Você sente que quer sua consciência apaziguada pelo pecado que cometeu nesta semana, então você vai dar muito nesta semana para que Deus equilibre a balança? Você quer o reconhecimento das pessoas ao seu redor? Você diz às pessoas o que dá? Você sente a pressão dos colegas se não der, não poderá falar sobre isso na próxima vez que um grupo se juntar? Em qualquer um desses motivos, você é um zero.
Bem, isso me atinge tão forte quanto a você. Qual é o único motivo para dar? Amor. É por isso que vamos fazer isso secretamente, em particular. Não importa quão benevolente você seja se você não amar. O fariseu diz: “Oh, eu dou o dízimo, sabe, e eu Te agradeço porque não sou como esse publicano, eu dou o dízimo de tudo o que eu possuo," e assim por diante. E ele disse: “Você é um zero.” Jesus disse: "Esse é o homem que foi para casa justificado,” certo? Então, a benevolência sem amor não é nada.
Finalmente, o martírio sem amor não é nada. Você poderia até ser um mártir. O versículo 3 diz: “ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará.” Agora está aí – uma discussão interessante sobre o que significa dar o seu corpo para ser queimado. Alguns pensam que significa ser um escravo. Naqueles dias, quando você se tornava um escravo, eles marcavam você com um ferro quente que queimava sua carne. E alguns dizem que Paulo está dizendo aqui: “Mesmo que eu me torne um escravo, isso não importa.” Isso é possível. Mas de acordo com a natureza final da discussão de Paulo aqui, parece-me que em resumo ele disse: "Se eu desse a minha vida para ser queimada, não importaria.”
Agora, o argumento contra isso, algumas pessoas dizem, é: “Bem, não havia precedentes para isso, pois essa prática não acontecia naqueles dias.” Bem, isso é verdade. Não havia uma perseguição que levasse à fogueira na época de Paulo; isso aconteceu mais tarde, e cristãos foram queimados na fogueira. Mas há várias maneiras de olhar para a afirmação. Um, ele poderia estar se referindo ao que estava por vir - em virtude do discernimento do Espírito Santo - considerando tantos cristãos que estavam morrendo na fogueira pelas razões erradas. Sabe, uma das coisas interessantes sobre o início do martírio da igreja foi que muitos desses cristãos desenvolveram um complexo de mártir, e eles queriam morrer como mártires para se tornar famosos como outros cristãos que morreram dessa forma. Agora, talvez ele estivesse prevendo isso na mente pelo Espírito.
Há outra possibilidade, também. Houve alguns no passado que deram suas vidas para serem queimados: Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. Embora Deus os tenha livrado, eles estavam dispostos a morrer. Mas também, curiosamente, bem na cidade perto de Corinto, na cidade de Atenas, havia um túmulo chamado de túmulo do indiano. Certo indiano entrou naquele lugar, ateou fogo em si mesmo e queimou até morrer, depois de ter escrito seu epitáfio. Eles construíram um monumento ali que dizia: “Zarmanochegas, um indiano de Bargosa, de acordo com os costumes tradicionais dos indianos, tornou-se imortal e jaz aqui.” Assim, havia um cara que queimou seu corpo para ganhar alguma imortalidade religiosa. Então talvez Paulo tivesse isso em mente.
Seja como for. Se era o ato extremo de se tornar um escravo ou se era o ato extremo de queimar sua vida, morrer como mártir, sem amor, não importa. Você pode ser um mártir cristão no século 2, você pode ser um kamikaze, você pode ser um budista que se queima, você pode ser um missionário - o que eu disse? Você pode ser um missionário – lá vai minha eloquência. Você pode ser um missionário em um campo, sabe, comido pelos canibais; não importa, se o motivo não for o amor. E eu não acho cínico lembrar que muitos cristãos primitivos buscaram ser queimados para permanecer famosos como mártires e não acho cínico dizer que os atos que parecem sacrificados na superfície são os produtos do orgulho – Eu acho que é verdade. E parte disso é isto: idiomas, profecia, conhecimento, benevolência ou martírio não significam nada sem amor. E os coríntios; não importava o que fizessem. Não importava o que fizessem sem amor.
Não importa o que você faz. Não importa o que eu faça. Isso não é nada. Acrescenta-se a nada. De fato, interessante olhar para o versículo 1, que diz: A pessoa sem amor não produz nada de valor, apenas o barulho. O versículo 2 diz: A pessoa sem amor é ele mesmo sem valor. “Eu não sou nada.” Terceiro versículo: A pessoa sem amor não recebe nada de valor. “Não ganha nada.” Apenas um grande nada. A vida sem amor é igual a zero. E é por isso que – vimos brevemente na última vez, no capítulo 2, de Apocalipse, que diz assim: “Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança, e que não podes suportar homens maus, e que puseste à prova os que a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os achaste mentirosos; e tens perseverança, e suportaste provas por causa do meu nome, e não te deixaste esmorecer.” Rapaz, eles haviam trabalhado duro. Eles tinham a doutrina certa. “Mas eu tenho algo contra você porque você deixou" – O quê? – “seu primeiro amor.” E você sabe o que Ele fez? Ele removeu o candelabro e a igreja ficou morta e nunca mais esteve lá. A Grace Church pode estar na mesma situação se não tiver amor. E você também pode, como pessoa. Vamos orar.
Obrigado Pai, novamente, por Tua Palavra clara para nós, forte, direta e tão benéfica. Devemos saber disso, Senhor, para que possamos entrar na bênção final com o Senhor. Devemos seguir os princípios que Tu nos deste para conhecer a bênção que nos prometeste. Oramos para que possamos conhecer verdadeiramente o amor de Cristo derramado em nosso coração ao nos rendermos ao Espírito, e isso é produzido como um fruto. Para que possamos tocar a vida de outras pessoas, e tudo o que façamos possa ser feito para que nosso amor possa abundar cada vez mais no conhecimento para o Teu louvor, em nome de Cristo. Amém.

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