
Nesta noite, vamos juntos considerar o capítulo 5, de Mateus, na seção que começa no versículo 21. Esta seção muito importante, muito mal compreendida, muitas vezes deturpada e mal interpretada da Escritura, será nossa ocupação por muitas semanas por vir. Porque, do versículo 21 ao versículo 48, temos declarações críticas do nosso Senhor ao interpretar a lei do Antigo Testamento. E há seis temas específicos com os quais ele lida na seção.
E nesta vamos simplesmente apresentar o conceito que nosso Senhor tem em mente nesta passagem, e nas semanas seguintes discutir em detalhes estas seções específicas. E nesta noite simplesmente vamos intitulá-lo: "A atitude por trás do ato.” Nós não vamos chegar ao assunto do assassinato, que é o primeiro tema. Vamos apenas discutir o impulso geral, a atitude por trás do ato.
Agora, a maioria das pessoas avalia sua vida e a vida de outras pessoas pela aparência externa. O texto de 1Samuel 16:7 diz: "O homem olha para a aparência exterior.” Jesus disse, em João 7:24: “Não julgueis segundo a aparência, e sim pela reta justiça.” Em 2Coríntios 10, o apóstolo Paulo disse: “Vocês olham para as coisas segundo a aparência externa? Não ousamos classificar-nos ou comparar-nos com alguns que louvam a si mesmos.”
Há pessoas que se medem com base em sua aparência externa. Há pessoas que estão satisfeitas com a forma como se comportam externamente. Há pessoas que avaliam os outros com base no que veem, visivelmente, em termos de comportamento religioso.
Agora, isso é bastante típico do homem caído. Ele está basicamente satisfeito com o externo. Uma senhora recentemente me disse em uma conversa: “Sou muito religiosa. Eu faço muitas coisas pela minha religião. Sou muito ativa. Eu sou uma boa pessoa que faz boas obras para as pessoas, especialmente pessoas de outros países.” E ela passou a tentar me convencer de que Deus estava satisfeito com o que ela estava fazendo. Mas, 1Samuel 16:7 diz: "O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração.”
Deus não está tão preocupado com o exterior quanto está com o interior. E o exterior só é validado na medida do que está no interior. E isso é, francamente, a base do texto que está diante de nós. Em Mateus 5:21-48, quando nosso Senhor dá padrões para viver em seu reino, quando ele redefine e enfatiza novamente o padrão divino dado na lei de Deus, o que ele quer dizer aqui é que o interior é infinitamente mais revelador, infinitamente mais importante do que o exterior. O que você é no interior é com que Deus está preocupado.
Jesus enfatizou aqui no sermão da montanha, e francamente durante todo o seu ministério, que cerimônias externas, ritos religiosos externos, que certas obras não são toda a questão, que Deus está preocupado com o coração. E esse é precisamente a ênfase do versículo 20. Deem uma olhada.
“Pois eu vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.” Agora, os escribas e os fariseus tinham uma justiça que era externa. E Jesus está dizendo que você deve ter uma que exceda a isso, que é a interna. Deus está preocupado com o que você realmente é - não com o que você parece ser. O interno é que é infinitamente mais importante do que o externo. Isso é essencialmente o que o versículo 20 significa.
A justiça dos escribas e dos fariseus era um legalismo externo, cerimonial, ritualístico e hipócrita. E a justiça que Deus exige é algo interno. E, a propósito, essa sempre foi uma preocupação de Deus. Não é nada novo. Jesus não está articulando algo nunca antes conhecido. Em 1Reis 8:39, as Escrituras diziam: “ouve tu nos céus, lugar da tua habitação, perdoa, age e dá a cada um segundo todos os seus caminhos," - ouça isto - "já que lhe conheces o coração, porque tu, só tu, és conhecedor do coração de todos os filhos dos homens." E assim, Deus é levado nesse versículo a responder aos homens não com base em ações externas, mas na base do coração, que somente Deus conhece.
Em 1Crônicas 28:9 - também no Antigo Testamento - a Escritura diz: “Tu, meu filho Salomão, conhece o Deus de teu pai e serve-o de coração íntegro e alma voluntária; porque o Senhor esquadrinha todos os corações e penetra todos os desígnios do pensamento.” A mesma ênfase. Deus não está tão preocupado com o exterior quanto com o interior.
Em 2Crônicas 16:9: “Porque, quanto ao Senhor, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é totalmente dele.” No Salmo 7:9: “Cesse a malícia dos ímpios, mas estabelece tu o justo; pois sondas a mente e o coração, ó justo Deus.” Provérbios 16:2: “Todos os caminhos do homem são puros aos seus olhos, mas o Senhor pesa o espírito.” Um homem pode justificar seus caminhos, mas Deus pesará seu espírito.
Em Jeremias 17:10, Deus diz: “Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isto para dar a cada um segundo o seu proceder, segundo o fruto das suas ações.” E Apocalipse 2:23, o último livro da Bíblia, reitera o mesmo princípio. “Eu sou aquele” - diz Cristo - “eu sou aquele que sonda mentes e corações, e vos darei a cada um segundo as vossas obras.”
Agora, o padrão que Deus estabeleceu - e pessoal, isso é realmente crítico - o padrão que Deus estabeleceu para avaliar homens e mulheres é o padrão do coração. A mensagem é clara. Deus está preocupado com o comportamento externo? Sim! Com certeza que sim! Mas isso só é justificado na medida em que é a consequência da justiça interna, pois Deus avalia o coração.
Agora, esta poderosa seção, nos versículos 21 a 48, nos chamará para examinar nosso coração repetidamente. Nosso Senhor está descrevendo os cidadãos do seu reino aqui. Primeiro, ele dá uma descrição da natureza essencial de um cidadão do reino. Ele fez isso nos primeiros 12 versículos, do capítulo 5. Ele descreveu o caráter de um verdadeiro crente, de um verdadeiro filho de Deus, de um verdadeiro cidadão do reino. De volta ao versículo 3. Eles são pobres em espírito. Eles lamentam o pecado. Eles são mansos. Eles têm fome e sede de justiça. Eles são misericordiosos. Eles são puros de coração. Eles são pacificadores. Eles serão perseguidos. Eles serão insultados. Mas eles também se regozijarão.
E ele nos deu uma descrição clara do caráter de um cidadão do reino. Vimos as tremendas verdades nessas bem-aventuranças. Ele nos deu um padrão de excelência que a religião externa dos escribas e fariseus não podia nem sequer chegar perto. Os escribas e fariseus não eram pobres de espírito. Eles não choravam. Eles não eram mansos. Eles não tinham fome e sede de justiça. Eles não eram misericordiosos. Eles não eram puros de coração. Eles não eram pacificadores. Todas essas são atitudes internas. Todos esses são elementos do caráter, e os deles eram puramente externos. Eles não tinham nenhuma das qualidades reais de um cidadão do reino. E assim o Senhor deu os padrões, características internas, para delinear aqueles que eram verdadeiramente seus filhos.
Então, nos versículos 13 a 16, ele continuou mostrando como as pessoas com esse tipo de caráter funcionam no mundo. E ele apontou duas coisas. Eles se tornam sal, no versículo 13, e eles se tornam luz, no versículo 14. As pessoas que vivem desse jeito salgam a terra, iluminam o mundo. Elas são a única esperança para a sociedade. Elas são a única esperança para a verdade alcançar o homem perdido. E assim ele disse que isto é o que Deus requer. É o caráter interno. E é assim que Deus usa pessoas com esse tipo de caráter.
Agora, neste momento, ele mostra como tais pessoas que vivem por tais princípios se relacionam com a lei do Antigo Testamento. Por quê? Porque isso é crítico para os judeus que o ouvem falar. Porque, até agora, o que ele disse é revolucionário para eles. Pois a deles é puramente uma religião externa, e ele estabeleceu axiomas que não são comuns à sua compreensão da religião. E então a pergunta deles neste momento é: “Bem, isso é bom, mas como isso se relaciona com o Antigo Testamento? Como isso se relaciona com Moisés? Como isso se relaciona com o que os rabinos ensinaram? Como isso se relaciona com o sistema de direito tradicional que atribuímos?”
Os judeus a quem Jesus estava pregando apoiavam-se tão totalmente nos ensinamentos relacionados à sua própria lei judaica que nosso Senhor não poderia contornar essa seção. Ele tem de mostrar como ela se relaciona com o sistema deles. E realmente o versículo 20 é a chave. Ele diz: “O padrão de Deus é maior que o de vocês. O que vocês agora conhecem como um padrão justo é inaceitável.”
Bem, eles vão dizer imediatamente: “Espere um minuto. Nós obedecemos à lei de Deus.” E, em essência, Jesus está dizendo: "Eu tenho de redefinir a lei de Deus para vocês, porque ela está perdida no meio de sua tradição.” De modo que, na verdade - e quero que você compreenda isso - o judaísmo da época estava longe da verdadeira lei do Antigo Testamento que Deus havia dado.
E assim Jesus está dizendo essencialmente, no versículo 17: “Eu não estou aqui para destruir a lei. Eu não estou aqui para destruir os profetas. De fato, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til passará desta lei. E não vou tolerar que ninguém deixe de lado um dos mandamentos de Deus, mas o que vocês têm não é o padrão de Deus. O que vocês têm não é a lei de Deus. E então eu vou redefini-la para vocês.”
E, francamente, isso é exatamente o que ele faz ao longo do restante do capítulo 5, capítulo 6 e capítulo 7. Todos esses três capítulos são a explicação de Jesus sobre o que ele disse nos versículos 17 a 20. Como todas essas novas informações, como essas bem-aventuranças se relacionam com o Antigo Testamento? Como elas se relacionam com o judaísmo existente naquela época? Como elas se relacionam com o que esses judeus conheciam como seu sistema de religião? Jesus disse: “Não é a lei de Deus que estou deixando de lado. Vocês perderam a lei de Deus no meio de sua tradição e estou prestes a colocar a lei de Deus de volta em seu lugar primordial.” E é precisamente isso que ele faz no capítulo 5, capítulo 6 e capítulo 7.
Agora vamos ver como ele segue sobre isso, no capítulo 5. Veja o versículo 21. E observe esta ocorrência comum. "Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e: Quem matar estará sujeito a julgamento. Eu, porém, vos digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento.” Pare bem aí. Jesus diz: “Vocês já ouviram isso, mas eu digo a vocês.”
Agora, veja o versículo 27. "Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela." Novamente ele diz: “Vocês já ouviram isso, mas eu digo a vocês.”
Veja o versículo 31. "Também foi dito: Aquele que repudiar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio. Eu, porém, vos digo: qualquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a tornar-se adúltera; e aquele que casar com a repudiada comete adultério." A mesma fórmula. "Vocês já ouviram isso, mas eu digo."
Versículo 33, novamente: “Também ouvistes que foi dito aos antigos: Não jurarás falso, mas cumprirás rigorosamente para com o Senhor os teus juramentos. Mas eu digo a vocês: não jurem por nada.” Versículo 38: “Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente. Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra.”
E finalmente, no versículo 43: “Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem.”
Agora ouça, seis ilustrações específicas. E quero que você observe o seguinte. Nós vamos tratar disso separadamente, e você vai achá-los absolutamente fascinantes à medida que entramos neles. Mas apenas para uma visão geral, deixe-me dizer-lhe isto. Esta série é tão crítica que exige uma visão cuidadosa, e vamos gastar nosso tempo diligentemente, cuidadosamente, examinando precisamente cada um desses princípios práticos, confrontantes e transformadores que nosso Senhor nos dá.
Eles são realmente importantes. Eles lidam com assassinato. Eles lidam com a luxúria. Eles lidam com o divórcio. Eles lidam com o que você diz. Eles lidam com falar a verdade. Eles lidam com retaliação. Eles lidam com amar seus inimigos. Eles são realmente práticos.
Mas você precisa saber disso para começar. Todos seguem um padrão similar. Jesus está dizendo: “Sua religião lhes ensina isso, mas eu digo a vocês.” E o que ele está fazendo é isso. Ele não está se comparando ao Antigo Testamento. Ele não está elevando o padrão acima da lei de Deus. Ele não está falando sobre o que Moisés disse. Ele não está falando sobre o que o Antigo Testamento disse. Ele não está falando sobre o que Deus disse. Ele está falando sobre o que seu sistema religioso lhes ensinou. E ele está dizendo: “O padrão de vocês é muito baixo. Vocês só se preocupam com assassinato. Deus olha para o coração e diz: Se houver ódio, é a mesma coisa. Vocês só se preocupam com adultério. Deus diz: Se há lascívia no coração, é a mesma coisa. Veja, o padrão de Deus é um padrão de atitude. Vocês estão lidando apenas com a ação.” Essa é a diferença.
Jesus disse: "Não somente quando diante dos olhos de Deus o homem comete um assassinato que é culpado, mas o homem que está com raiva é tão culpado e tão sujeito a ser julgado.” Jesus disse que, aos olhos de Deus, não é apenas o homem que comete o ato de adultério que é culpado, mas aquele que permite que o desejo imundo encontre raiz em seu coração. Jesus disse que, aos olhos de Deus, não é somente aquele que comete perjúrio, mas alguém cuja palavra não é sua garantia absoluta. Jesus disse que aos olhos de Deus não é apenas errado divorciar-se sem uma declaração de divórcio, mas é errado divorciar-se sem uma causa justa. Jesus disse que aos olhos de Deus não deve apenas haver justiça, mas deve haver misericórdia. Jesus disse que não devemos apenas amar nossos próximos, mas Deus diz que devemos amar nossos inimigos.
E o que ele está fazendo é listar a lei, tirando-a das cracas tradicionais da confusão rabínica, elevando-a para onde ela pertence, e dizendo: “Você não pode se dar bem com base nas coisas externas, porque não matou, porque não cometeu adultério, porque não se divorciou, porque não cometeu perjúrio, porque fez o que era justo ou porque amou o próximo. Isso não é suficiente. Esses são apenas os externos. Os internos são o que Deus está procurando.”
Agora, ao selecionar suas ilustrações, Jesus é muito cuidadoso. Primeiro, ele escolhe dois mandamentos de Moisés, do decálogo, os dez mandamentos. Não matarás. Não adulterarás. Então, ele escolhe dois outros mandamentos sociais bastante amplos, extraídos de outras partes dos escritos mosaicos. Os relacionamentos sociais
Ele começa com os bem firmes dez mandamentos. Ele amplia para as relações sociais e, finalmente, amplia para discutir o assunto do amor. É quase como se houvesse uma coisa ascendente aqui. Ele está dizendo que tudo começa na fundação da vida: assassinato e casamento, o organismo, o indivíduo, a instituição do casamento. Tudo começa aí. Não matarás. Não adulterarás. Um é o direito do indivíduo, e o outro é a definição básica do sistema social. Deus tem padrões bem aí. E eles não são apenas padrões de comportamento em termos do que você faz, mas do que você pensa.
E daquelas coisas muito básicas, ele se move para um conjunto mais amplo de relações sociais, e fala sobre coisas como verdade, justiça e honestidade. E, finalmente, para a atitude mais ampla possível, que é o amor. E então há um progresso triplo do menor para o maior. Ele começa com um indivíduo lidando com um indivíduo. E então em uma família, com o casamento. E então se expande para toda a categoria de verdade, amor, justiça e honestidade. E, finalmente, para a categoria do amor, que é tão amplo que alcança não só o seu próximo, mas o seu inimigo.
E ele diz que em toda a vida humana, desde o indivíduo em sua santidade, até a família, e as relações sociais, e mesmo o amplo mundo de nossos inimigos, devemos ser caracteristicamente justos por dentro. E o sistema religioso de vocês não tem essa definição. Portanto, a sua justiça para agradar a Deus “deve exceder a retidão dos escribas e fariseus.” A justiça deles é estritamente externa.
E assim o Senhor Jesus Cristo - não pense nisso por um minuto - não veio para anular a lei de Deus. Ele veio para desgrudar as cracas rabínicas da lei de Deus, para torná-la descoberta, e nua, e pura como era quando Deus a deu, e erguê-la de volta para onde ela pertence. Deus sempre se preocupou com as atitudes, sempre. Isso não é nada novo. Mas o povo de Israel baixou o padrão e depois se justificou pelo que não fez, enquanto seus corações estavam cheios de assassinato, cheios de lascívia, cheios de mentiras, cheios de ódio, cheios de raiva. E, no entanto, eles eram hipócritas, porque tinham baixado o padrão para acomodar suas habilidades. Jesus levantou-a de volta para onde ela pertencia.
E o que nosso Senhor está dizendo é isto. Os pensamentos são tão importantes quanto as ações. É por isso que nenhum homem pode ser justificado por conta própria. Você pode não fazer a ação, mas se você pensou naquilo, você está condenado. É o que ele está dizendo. Ele está literalmente devastando os fariseus. Ele está dizendo: “Eu não aceito seus externos. O coração de vocês está podre.”
E, em Mateus 23, mais tarde ele diz: “porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia!” E assim, um homem não deve ser julgado por seus atos tanto quanto por seus desejos; uma mulher não deve ser julgada por suas ações tanto quanto por suas atitudes. Isso é diferente dos padrões do mundo. Para os escribas e fariseus, você percebe que um homem ou uma mulher era justo se nunca fizessem a coisa proibida. Eles não se importavam com seus pensamentos. Eles não se importavam com as atitudes. Mas Jesus disse: "Um homem é justo se ele nunca deseja as coisas proibidas.”
O teólogo escocês Patrick Fairbairn diz, e vale a pena ler, ouça isto. “Na revelação da lei havia um substrato de graça reconhecido nas palavras que precederam os dez mandamentos e promessas de graça e bênção, também entremeadas com as severas proibições e injunções das quais elas consistem. E assim, inversamente, no sermão da montanha, enquanto dá à graça a prioridade e a proeminência, como nas bem-aventuranças, está longe de excluir a parte mais severa do caráter e governo de Deus. Tão logo, de fato, a graça se derramou em uma sucessão de bem-aventuranças, ao invés de aparecerem as severas exigências da justiça e da retidão.” Ouça.
Deus não está dizendo: “Você é um cristão. Você é livre. Faça o que quiser.” Deus está dizendo: “Você é filho do reino, então o padrão é aumentado para você, não abaixado.” Os padrões ainda estão lá. Deus não mudou. E Deus examina o coração para ver as atitudes.
Olhe comigo por um momento em 1Coríntios, capítulo 4, Primeira aos Coríntios 4. Eu só quero fazer alguns comentários. Versículo 3, uma passagem muito importante. Ouça o que diz: "Todavia, a mim,” diz Paulo. Ele está falando aqui sobre o seu ministério, sobre o fato de que Deus fez dele um servo e um mordomo, e ele sabe que os coríntios são críticos dele. E assim ele diz: "Todavia, a mim mui pouco se me dá de ser julgado por vós ou por tribunal;” – ou julgamento de homem – “nem eu tampouco julgo a mim mesmo." Agora pare por um minuto.
Paulo está dizendo: “Olha, não vou me permitir aceitar a avaliação humana. Eu não farei isso. Nem de vocês e nem de mim mesmo.” Eu posso me identificar com isso. Porque eu tendo a ser parcial em meu favor, certo? Bem como vocês também. Às vezes as pessoas vêm e dizem, você sabe, coisas tão elogiosas, coisas tão graciosas, palavras tão amáveis, e eu sou grato por elas. Mas, para mim, é uma coisa pequena como você me avalia.
“É uma coisa pequena se você me avalia negativamente, se você me avalia positivamente. Eu não sinto que seja necessário responder aos meus críticos, e eu certamente não quero acreditar naqueles que são gentis. É uma coisa de nada. Eu nem sequer me avalio. Por quê? Porque seja você crítico ou gentil, realmente não conhecemos os segredos do coração.”
Eu me conheço um pouco mais do que você, mas não conheço todo o quadro. Porque, mesmo quando me vejo me justificando, é só porque meu relatório está incompleto. E assim, no versículo 4, Paulo diz: “Eu não sei nada contra mim mesmo” - Quer dizer, eu dei uma checada e não consegui encontrar nada de errado – “mas não sou por isso justificado” - mesmo que não haja nada lá que eu possa ver que seja errado, isso não me justifica – “Aquele que me julga é o Senhor.”
Eu posso ver os externos. Você pode vê-los. E pode dizer: "Bom, do lado de fora tudo está bem, do lado de fora está maravilhoso, do lado de fora está tudo bem." Ou, o lado de fora pode até parecer ruim para você. Você pode dizer: “Rapaz, o fulano está fora da linha. Veja o que ele está fazendo do lado de fora. Rapaz, ele está fora da linha.”
Eu nunca vou me esquecer de uma vez, quando eu estava na faculdade, e eu estava em uma escola onde havia tantas regras que eles nem conseguiam lê-las em um ano inteiro. Havia tantas regras que você poderia quebrá-las e nem mesmo saber que elas existiam. Eles distribuíram livros sobre isso. E lembro-me de uma vez que um cara foi chamado para o tribunal superior dessa escola, e lhe disseram: “Você quebrou a regra fundamental. Vimos você saindo do campus com uma loira de vestido azul, sentada ao seu lado em seu carro. Aonde vocês iam?
Bem, nessa coisa em particular, você não poderia ir a lugar algum com uma garota. Você não podia deixar o campus em seu carro. Este foi um crime horrendo de primeira ordem. Ao que o jovem respondeu: "Aquilo era o meu saco azul da lavanderia, e pendurado nele estava uma toalha amarela.” Naquela época, os boatos se espalharam de que se tratava de um jovem dissoluto que foi visto num carro com uma loira em um vestido azul.
É uma coisa pequena, francamente, como você vê a imagem. É uma coisa pequena, seja crítica ou positiva. É uma coisa pequena se eu me justifico. É o Senhor que me julga. “Portanto” - o versículo 5 diz: “Portanto, nada julgueis antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual não somente trará à plena luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os” – eu substituirei uma palavra – “motivos dos corações.” Vê? Você pode parar aí mesmo. Esse é o ponto.
Quando Deus faz um julgamento justo, ele julga o motivo. Ele julga por dentro. Você pode ser alguém que passa pela vida e nunca bateu em ninguém. Você nunca matou ninguém, você nunca lutou com ninguém, mas, literalmente, você queima por dentro com raiva. Você pode ser alguém que nunca foi infiel em seu casamento, mas você cultiva os pensamentos de adultério repetidamente. Você pode ser alguém que nunca cometeu perjúrio em um tribunal, e ainda assim sua palavra não é realmente sua garantia. Você nem sempre segue adiante, e em seu coração você diz coisas que você nunca quis manter. Isso é o que Deus está olhando. Você pode tanto querer fazer algo e nunca fazê-lo em toda a sua vida. E Deus diz que é como se você o fizesse. E Deus julga o desejo maligno.
E assim, veja, Jesus está literalmente atingindo esses fariseus bem no meio da testa. O coração deles era imundo, enquanto seus atos eram religiosos. E Deus olha para o coração. Patrick Fairbairn novamente diz: “Os escribas e fariseus daquela época haviam invertido completamente a ordem das coisas. Sua carnalidade e farisaísmo levaram-nos a exaltar os preceitos que respeitavam as observâncias cerimoniais aos lugares mais altos e colocaram em segundo plano os deveres inculcados nos dez mandamentos.” Eles apenas lidavam com os externos. O estado do coração não era a preocupação deles, mas era a preocupação de Jesus.
Olhe para a nossa sociedade. As pessoas fazem isso o tempo todo. Puxa, fulano é uma pessoa tão boa. Nossa, fulano é tão caridoso. Nós ouvimos isso o tempo todo. Mas só Deus sabe o que está acontecendo lá dentro. Só Deus sabe quais motivos estão por trás do que fazemos.
Agora, a afirmação-chave, aqui, como vimos - vamos olhar para o texto novamente em Mateus 5. A afirmação-chave que vimos, e vamos ver até o final, é: “Ouvistes que foi dito aos antigos” - versículo 21. Agora há uma ligeira variação na forma, mas essa é basicamente como é em cada um dos seis incidentes. Em alguns deles é abreviada, mas essencialmente diz a mesma coisa.
Agora existem duas possibilidades com isso. Quero que perceba isso, tem um pequeno estudo bíblico aqui que lhe será útil. Poderia ser traduzido desta forma: "Ouvistes que foi dito aos antigos" ou "pelos antigos.” Poderia ser de qualquer maneira. Se fosse "aos,” provavelmente se referiria à Bíblia, à lei de Moisés, ao Antigo Testamento. "Você ouviu que isso foi dito aos antigos." Mas, "você ouviu que isso foi dito pelos antigos,” indica que não é a Bíblia falando ao povo, mas nalguma antiguidade, alguns povos antigos falando, "pelos antigos.”
Francamente, "pelos antigos" é a tradução apropriada. Eu acho que a versão Autorizada está certa em usar isso por várias razões. Não acho que devamos fazer disso a lei de Moisés. Jesus não está dizendo: “Vocês ouviram o que foi dito aos antigos por Moisés ou por Deus, mas estou dizendo isso,” ou ele estaria contradizendo a Deus. Ele estaria contradizendo Moisés. Ele estaria contradizendo o Antigo Testamento. Deixe de lado a lei. Deixe de lado os profetas. E isso seria ridículo porque, no versículo 17, ele disse que não faria isso. Portanto, não é a Moisés e à lei que Jesus está se referindo.
A propósito, se fosse Moisés, acho que ele teria dito: “Vocês ouviram o que Moisés ordenou,” ou “Vocês ouviram que está escrito,” porque foi o que ele disse, no capítulo 4, três vezes, quando se referiu ao Antigo Testamento. E, no capítulo 8, de Mateus, quando se refere ao Antigo Testamento, ele diz: “Moisés ordenou.” Assim, o seu modo de se referir ao Antigo Testamento, nos primeiros oito capítulos de Mateus, é: “Moisés disse” ou “Está escrito.” Esta declaração não é usada para se referir ao Antigo Testamento.
E, a propósito, os rabinos eram chamados de "pais da antiguidade" ou "homens de muito tempo atrás.” Esse era um termo comum para rabinos, e é a isso que nosso Senhor está se referindo. "Você já ouviu falar o que foi dito pelos rabinos antigos." Em outras palavras, essa é uma designação relacionada ao ensinamento oral deles que encobria a verdadeira lei de Deus, que acrescentava seus próprios pensamentos à revelação do Antigo Testamento. E assim, Jesus não está comparando o Novo Testamento com o Antigo Testamento, não está comparando sua Palavra com a Palavra de Deus, mas com a palavra dos rabis, e a interpretação tradicional deles que havia sido dada ao povo.
Deixe-me dar-lhe uma ilustração. Martyn Lloyd-Jones usa isso, e eu acho que é uma boa ilustração. A condição do judeu naquela época era fascinante. Ouça isto. É notavelmente semelhante às pessoas da Reforma. Deixe-me dizer-lhe por quê. Nos dias da Reforma, antes do tempo em que a Reforma realmente aconteceu, as Escrituras não eram traduzidas para a língua do povo, para o inglês, por exemplo.
Quando você ia à Igreja Católica, a missa católica - que até a Reforma havia realmente capturado todo o mundo religioso, o mundo religioso cristão - a coisa toda estava em que língua? No latim. No latim. Então você ia lá e se sentava. Não havia Bíblia para se ler nas mãos do povo. E o que era lido pelos padres era lido em latim. Ninguém entendia nada. Ninguém lia. E então o padre expunha esse texto em latim, e as pessoas simplesmente acreditavam em qualquer coisa que o padre dissesse porque não tinham base para avaliar. Eles não sabiam ler o latim. Eles não podiam interpretá-lo. Então eles aceitavam o que o padre dizia.
Assim, passaram-se séculos após séculos, e a Igreja Católica Romana desenvolveu o sistema que nunca foi realmente investigado pelo povo. Tudo porque eles não tinham a Bíblia em sua própria língua. E assim eles aceitaram as interpretações sacerdotais e a conformidade com o sistema de Roma.
O que a Reforma fez, mais do que qualquer outra coisa, foi dar a Bíblia ao povo. Colocou a Palavra de Deus nas mãos do povo. Quando começaram a ler as Escrituras, começaram a ver o falso sistema, o falso ensino, a deturpação do evangelho, que lhes havia sido dado durante séculos, séculos e séculos. E a verdade do evangelho quebrou a Idade das Trevas, e o cristianismo, como o conhecemos hoje, nasceu daí. E hoje nós temos a Bíblia. E podemos verificar qualquer sistema falso porque também podemos entendê-la.
Bem, é exatamente isso o que estava acontecendo nos dias do nosso Senhor. Ouça isto. Quando Israel foi para o cativeiro, na Babilônia, quando entraram no cativeiro da Babilônia, eles permaneceram lá por setenta anos. E durante esse tempo, os historiadores nos dizem que a maioria deles perdeu a língua hebraica. Eles pararam de falar hebraico. Eles pegaram uma língua conhecida como aramaico. E assim, quando eles voltaram do cativeiro, eles falavam em aramaico. No tempo de Jesus, eles falavam aramaico. Jesus ensinou, provavelmente, em aramaico.
E, claro, o Novo Testamento foi escrito em grego. Mas as pessoas, o povo judeu, falava aramaico. A maior parte deles não estava familiarizada com o hebraico, como a maioria dos judeus é hoje em dia. Então os rabinos chegavam. Os rabinos liam o hebraico, que o povo não entendia. Os rabinos o interpretavam. As pessoas não podiam discutir porque também não sabiam o que dizia. E assim, eles começam a construir um sistema inteiro baseado na ignorância do povo em relação ao texto hebraico.
E assim, quando o Senhor diz: “Vocês ouviram o que foi dito pelos antigos,” ele está dizendo: “A religião que vocês tem é a tradição oral dos rabinos, não a Palavra escrita de Deus,” você vê? Muito crítico. Os embelezamentos, tradições, interpretações, exclusões, adições e todo o lixo que foi adicionado, que se tornou a Mishná, a codificação da lei oral, o Talmude, e todas essas outras coisas, que jogaram a verdade de Deus na obscuridade.
Jesus diz: "Isso é o que vocês têm ouvido.” Assim como a Igreja Católica Romana obliterou a verdade, mantendo as pessoas ignorantes das Escrituras, as pessoas ignoravam as Escrituras no tempo dos rabinos. E como eles não podiam falar hebraico, eles não podiam verificar o que estavam recebendo.
E assim nosso Senhor vem e diz: "Estou aqui para livrar a lei de Deus das algemas da confusão rabínica.” E mais significativamente, ele ataca a ênfase deles na justiça das obras externas. E assim ele diz: “Vocês já ouviram o que foi dito pelos antigos,” e então ele diz, no versículo 22, “mas eu vos digo.” E, amado, aqui ele se coloca como a autoridade. Isso é tremendo. Ele diz: "Eu lhes digo qual é a lei de Deus.” Isso literalmente destruiu o povo. Eles não podiam lidar com isso. Eles ficaram chocados.
Eles disseram sobre ele: “Ele ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas,” Marcos 1:22. Em Mateus 7, ao concluir seu sermão, eles disseram: “Ele ensinava como tendo autoridade, e não como os escribas.” Duas vezes isso é dito. Eles não podiam acreditar que ele se levantaria e diria isso. Eles ficaram chocados por alguém se colocar igual à lei de Deus. Uau!
Veja, os judeus achavam que essa lei tradicional, que eles acreditavam ser a lei de Deus, era muito sagrada. Filo disse, por exemplo: "Somente os decretos de Moisés são eternos, imutáveis, inabaláveis.” Os rabinos diziam: "Aqueles que negam que a lei é do céu não têm parte no mundo por vir.” Então eles acreditavam que esta era a única lei, e que o destino eterno dependia desta lei. E aqui vem Jesus, e ele diz: “Eu digo isto,” e ele nunca citou um rabino, e ele nunca citou um grupo de rabinos, e ele nunca citou nada além de sua própria declaração de autoridade, e eles ficaram literalmente chocados.
Você conhece o primeiro ato de uma sinagoga? Se você fosse a uma sinagoga no tempo de Jesus para adorar no sábado, a primeira coisa que faria em um culto: entraria e se assentaria - homens de um lado, mulheres do outro - e um homem subia para a frente, e ele recolhia todos os rolos do Antigo Testamento, e andava por toda a sinagoga, ao redor da sinagoga em silêncio, de modo que a congregação reverenciasse a lei de Deus. E Jesus se levanta e diz: “Eu digo a vocês” - e eles ficaram arrasados.
Quem é você? Os profetas sempre diziam: “Assim diz o Senhor.” Os rabinos diziam: “Há um ensinamento que diz.” Mas Jesus disse: "Eu digo a vocês.” E William Barkley diz: “Claramente, uma das duas coisas deve ser verdade. Jesus é louco ou único. Ou ele é um megalomaníaco, ou então ele é o Filho de Deus. Nenhuma pessoa comum reivindicaria o que ele reivindicou.” Ele reivindica a autoridade de Deus. Devastador, e assim ele retira todo o lixo e eleva a lei de Deus de volta ao lugar a que pertence.
Agora, deixe-me encerrar esta introdução resumindo os principais princípios que ele está ensinando na passagem. Princípio um - e quero que você se lembre de que essas são as coisas que estão na mente de Jesus em toda esta seção. Número um, é o espírito da lei que é a prioridade, não a letra. É o espírito da lei que é a prioridade, não a letra. A lei, amado, não é mecânica. É isso o que Jesus está dizendo.
Ela não é simplesmente funcional. É com o interior que Deus está preocupado. Você pode ser todo branco por fora, e um túmulo miserável e vil por dentro. Não é a letra. A letra mata! É o Espírito que dá vida: Deus não está procurando por coisas externas. Ele está procurando por corações transformados. Os escribas e fariseus pensavam que, por não terem assassinado, estavam bem, mas odiavam. E porque eles não cometiam adultério, eles estavam bem, mas eles tinham maus pensamentos. E sua religião era legalista, falsa, hipocrisia do pior tipo que condena a alma. A conformidade com a lei de Deus é uma questão do coração, não simplesmente uma questão do exterior.
Nossa, que lição isso é para nós que também tendemos a nos justificar. Em Lucas 16:15, Jesus disse aos fariseus: “Vós sois os que vos justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece o vosso coração; pois aquilo que é elevado entre homens é abominação diante de Deus.” Homens e Deus julgam diferentemente sobre você.
Sabe, você pode vir para a Grace Church, fazer tudo certinho, desenvolver uma conversa, fazer as obras na energia da carne, e justificar-se aos seus próprios olhos, e aos olhos dos outros, e ser uma abominação para Deus, porque o seu coração está cheio de corrupção. É o que ele está dizendo. É o espírito da lei que é a prioridade, não a letra.
Segundo princípio, a lei não é apenas negativa, é também positiva. A lei de Deus não é apenas para nos impedir de fazer certas coisas, seu objetivo real é nos levar a atitudes corretas. É uma coisa positiva. Você não é justificado por não fazer certas coisas, mas você é justificado por pensar de certas maneiras, justiça positiva. Eles estavam preocupados com o que não faziam. Deus estava preocupado com o que eles faziam por dentro. Eles tinham fome de justiça? Eles tinham sede de justiça? Eles procuravam ser misericordiosos? Eles eram puros de coração? Eles choravam pelo pecado deles? Eles eram pobres em termos do espírito? Eles eram pacificadores? Era com isso que Deus estava preocupado. Esse é um caráter espiritual. Positivo, não apenas negativo.
Terceiro princípio, a lei não é um fim em si mesma. Entendeu? A lei não é um fim em si mesma. Possui um sentido. Qual é o objetivo da lei? Não é apenas um fim em si mesma. Ouça, os fariseus diziam: “O objetivo da lei é glorificar-me quando cumpro a lei.” Olhe para mim, veja como sou justo. Mas o fim da lei era glorificar a Deus. Não se pergunte: "Guardei todas as leis hoje?"
Pergunte a si mesmo: “Eu glorifiquei a Deus em meu espírito hoje? Eu glorifiquei a Deus em meus desejos hoje? Eu glorifiquei a Deus em meus desejos e vontades hoje? Eu estive livre de falsidade? Tive um coração puro que não pensava em mal, em ira, em ódio, em amargura, em lascívia ou em injustiça? Tudo para a glória de Deus?” O fim da lei não é justificar-me. Era assim que os fariseus a viam. Ela é para glorificar a Deus.
João Calvino, em suas Institutas, faz esta tremenda declaração. “Concordemos que, por meio da lei, a vida do homem é moldada não apenas para a honestidade externa, mas para a justiça interior e espiritual. Embora ninguém possa negar isso, muito poucos notam isso. Isso acontece porque eles não olham para o legislador, por cujo caráter a natureza da lei deve ser avaliada.”
Ouça. “Se algum rei por decreto proíbe o adultério, assassinato ou roubo, eu admito,” diz Calvino, “que um homem que não comete tais atos não será obrigado pela penalidade. Isso porque a jurisdição do legislador mortal se estende apenas à ordem política externa. Mas Deus, de cujo olho nada escapa, e que não se preocupa tanto com a aparência externa quanto com a pureza de coração, proíbe não apenas o adultério, o assassinato e o roubo, mas também lascívia, a raiva, o ódio, a cobiça e o engano. Pois desde que ele seja um legislador espiritual, ele não fala menos para a alma do que para o corpo.” Fechar aspas. O que Calvino quer dizer é que se você acha que as leis de Deus são apenas externas, então você não conhece o caráter de Deus.
Um quarto princípio, só Deus pode julgar os homens. Só Deus pode julgar os homens. Ouça. Ele sozinho vê os segredos do coração. Ele sabe. Ele sabe se você é realmente um cristão ou se está jogando um jogo. Ele sabe se você é realmente carnal ou espiritual como crente. Ele sabe. Ele sabe se é apenas uma questão de atos ou atitudes. Ele sabe se o coração combina com o exterior.
Só Deus conhece os segredos do coração. Nós lemos isso em 1Coríntios, capítulo 4. Em Hebreus 4:12: “A palavra de Deus é verdadeira e poderosa.” E diz que é “um discernente dos pensamentos e intenções do coração. E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas.”
Deus sabe tudo. Mas, puxa, o versículo seguinte diz: "Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas... Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna.” Não é ótimo? Deus conhece nosso coração. Ele sabe se o coração está podre, mas ele está de braços abertos como um simpático sumo sacerdote pronto para nos dar graça e misericórdia.
Só Deus pode julgar o coração. E me fala, não é verdade? Muitos homens e mulheres podem suportar o julgamento dos homens, mas cairão diante do discernimento de Deus. É melhor você examinar seu próprio coração.
Um princípio final, cada pessoa recebe a ordem de viver de acordo com os padrões divinos. É isso mesmo. Cada pessoa. Cada pessoa é ordenada a viver de acordo com os padrões divinos. “Pois eu vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.”
O capítulo 5 termina com isto: “Sede, pois, perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito.” Cada pessoa no mundo é obrigada a viver de acordo com esse padrão. Você diz: "Você deve estar brincando.” Não é brincadeira. Não é brincadeira. Você quer dizer que eu tenho de viver para esse padrão com um interior puro, bem como do lado de fora? Sim. Você diz: "Mas não consigo.” Você está certo. Você está absolutamente certo.
E é por isso que o apóstolo Paulo deu a solução em Romanos, capítulo 3. Romanos 3:10: "Não há nenhum justo" - o que diz o resto do versículo? "Nenhum sequer." Você diz: “John, Cristo estabeleceu um padrão que não posso alcançar.” E assim diz Paulo, no versículo 21: “Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus.” Como? “A justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos [e sobre todos] os que creem.”
Você entendeu? Você não pode ser tão justo. Mas ouça, Cristo é justo, e ele dá a sua justiça àqueles que creem. Isso não é ótimo? Deus define o padrão. Você não pode viver de acordo com ele. E Deus diz: “Meu filho não é apenas o legislador, mas é o Redentor que possibilita que você viva nesse nível.”
Amado, isso é uma coisa fantástica. O padrão é tão alto que não podemos obtê-lo. Cristo cumpriu o padrão e imputa-nos a sua justiça. Fora da lei, não podíamos manter a lei. Puxa, que coisa abençoada.
Você olha para o seu coração e diz que o lado de fora não é ruim. O interior está podre. E se Deus fizesse o que era certo, ele consumiria você em uma explosão de sua fúria. Mas porque ele é um Deus misericordioso e compassivo, ele faz de seu legislador não apenas um legislador, mas um Redentor. E Jesus guardou perfeitamente a lei, e ele imputa sua justiça a nós, de modo que, quando Deus olha para os crentes, ele vê a justiça de Jesus Cristo cobrindo essa pessoa. E eu estou diante de Deus tão justo quanto Cristo.
Mas, amado, você não pode nem mesmo ter esse dom da justiça a menos que você reconheça que o que você precisa é aquele dom de justiça. Enquanto você viver sua vida se justificando em seu comportamento externo, você nunca chegará ao desespero que alcança e aceita o dom da justiça.
O grande pregador de muitos anos atrás, Henry Ward Beecher, tinha um relógio numa igreja que não marcava o tempo direito. Sempre era muito rápido ou muito lento. E ele brincava com isso, mês após mês, tentando acertar, e tornou-se um tema padrão de conversação na igreja. E, finalmente, em desespero, ele colocou uma placa sobre o relógio, que dizia: "Não culpe as mãos, o problema é mais profundo.” É assim na vida, não é? Não culpe as mãos, o problema é mais profundo. E até você lidar com o problema mais profundo, isso não vai mudar as mãos. Oremos.
Pai, sabemos que somente a justiça de Jesus Cristo pode nos conceder o poder de cumprir a lei de Deus. Somente a justiça de Jesus Cristo pode nos conceder o que nunca poderíamos ganhar, o que nunca poderíamos merecer. O padrão é tão alto que torna o dom tão maravilhoso. Senhor Jesus, ajuda-nos a receber esse dom e então, Senhor, como cristãos, ajuda-nos a viver sem hipocrisia, sendo por dentro o que fingimos ser do lado de fora, e fazendo tudo para a tua glória. Em nome de Jesus, amém.
FIM

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