Novamente, nesta noite, temos o privilégio de olhar para o capítulo 5, de Mateus, em nosso estudo, e em nosso último estudo juntos começamos um exame dos versículos 27 a 30, e continuaremos nesta noite enquanto nos preparamos para a Ceia do Senhor, na conclusão da nossa comunhão.

Mateus 5:27-30. Deixe-me lê-los enquanto você acompanha. "Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela. Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não seja todo o teu corpo lançado no inferno. E, se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não vá todo o teu corpo para o inferno.”

Obviamente, nosso Senhor está falando aqui sobre pecado. E esse é realmente o tópico de sua mensagem, de 5:21-48. É uma mensagem sobre a definição divina do pecado. Em Números 32:23, diz: "e sabei que o vosso pecado vos há de achar." Algum tempo atrás, o New York Times publicou o seguinte artigo. “O ladrão tinha certeza de que a igreja era um esconderijo seguro. Tendo espiado lá dentro, viu uma corda que levava até o sótão. Subiu, subiu apenas para ouvir o sino da igreja tocando e anunciando seu paradeiro. Um homem da Cidade do México pegou uma bolsa de mulher e correu para uma porta para se esconder. Acabou sendo a porta da delegacia, onde ele foi interrogado e posteriormente identificado por sua vítima. Roubando uma loja de departamentos em Rochester, Nova York, um homem pegou um despertador e se dirigiu para a saída mais próxima. O relógio escondido debaixo de seu casaco soou antes que ele pudesse sair da loja, e trouxe os detetives correndo.

“Um canadense que teve o rádio roubado de seu automóvel anunciou no jornal local um rádio. A primeira pessoa a contatá-lo sobre o anúncio foi o ladrão. Um batedor de carteiras de Glasgow pegou uma prisão de 60 dias depois de tentar a sorte em um barco de excursão, que levava 20 policiais e suas esposas. A polícia em Palo Alto capturou um suspeito enquanto ele estava em um posto de correios, admirando seu cartaz de procurado.” "E sabei que o vosso pecado vos há de achar." O pecado devasta a vida.

Neste lugar particular, em Mateus 5, o pecado dos líderes judeus e o pecado do povo ouvindo a Cristo os acha. Jesus desmascara a hipocrisia deles. Eles são pegos. Eles são presos. Eles são desmascarados. Eles são revelados. Eles são mostrados para ser exatamente o que são, pessoas pecadoras. E precisamente o que nosso Senhor está fazendo nesta passagem é dar a eles uma imagem verdadeira de sua pecaminosidade. As coisas que eles tinham tão bem escondidas, ele revela. A justiça que eles sentiam era a deles. Ele a derruba e os deixa nus e pecaminosos. De fato, o que ele faz é revelar a verdade sobre o coração pecaminoso do homem, penetrando profundamente no verdadeiro problema.

Como vimos em nosso estudo sobre Mateus, os homens inevitável e invariavelmente tentam inventar religiões de realizações humanas. Os homens tentam inventar sistemas hipócritas baseados em seus próprios padrões. Eles tentam inventar sistemas que os justifiquem, e é precisamente isso que o judaísmo do tempo de Jesus fez. Eles haviam substituído a verdade da revelação de Deus por próprio sistema, e seu próprio sistema era um sistema de regras externas, um sistema de ritual externo, um sistema de comportamento sem nenhum pensamento pela atitude, motivo ou para o coração.

E porque eles guardavam certas regras externas, porque eles conseguiam cumprir certos rituais externos, eles se convenceram de que assim eles eram justos. Mas isso era inadequado, e é por isso que 5:20 é a chave: “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus.” A verdadeira justiça está além de qualquer coisa que você tenha agora.

E assim Jesus, nos versículos 21 a 48 do sermão da montanha, destrói o sistema de justiça própria destruindo sua suposta santidade, e revelando o fato de que em seus corações eles eram pecadores miseráveis, vis e maus, e o coração é a questão com Deus. Não importa o quão religioso eles pareçam do lado de fora, o fato é que eles eram pecaminosos por dentro. Ele apresenta um padrão que eles não podem manter, e assim os enfrenta com um problema de pecado para o qual eles não têm remédio.

Em 5:48, ele diz: “Sede portanto perfeitos, assim como vosso Pai que está no céu é perfeito.” Essa é a justiça que meu reino exige. E, obviamente, eles não poderiam mantê-la. Aí reside a frustração. Não há remédio para sua situação de pecado. E é claro que de lá eles são levados a uma justiça que não é deles, uma justiça de fato oferecida a eles em Jesus Cristo.

E então o que ele está realmente fazendo aqui, quando ele apresenta uma definição de pecado, é forçá-los a ver a necessidade de um Salvador, sabendo muito bem que ele se oferecerá como aquele Salvador. Eles devem reconhecer que em si mesmos não há recurso para resolver o problema do pecado. Eles estão desesperadamente precisando de alguém que possa, e Jesus é simplesmente esse alguém.

Agora, a chave para a maneira como ele lida com isso está na frase dupla que ele usa: “Ouvistes que foi dito - Eu, porém, vos digo.” E nisso ele está contrastando o sistema deles com a verdade. Ele está contrastando a definição deles de pecado com a definição de Deus de pecado. Ele está contrastando o padrão deles com o padrão divino. O sistema rabínico tradicional mencionava apenas as questões externas. Se você não matar e não cometer adultério, tudo bem.

Jesus disse: “Mas eu digo a vocês, se vocês estão com raiva, ou se você pensa nisso, você é tão culpado, porque Deus está interessado no interior.” E assim ele contrasta a si e a visão que Deus estabeleceu com o sistema que existia a mente deles.

Agora, você deve se lembrar que, na semana passada, tivemos uma mensagem muito importante, e fiquei emocionado com a resposta a ela. Mas nós lhes mostramos que sempre no Antigo Testamento - não apenas no Novo - Deus estava preocupado com um relacionamento de coração, que o assunto era sempre amar o Senhor,, seu Deus e o seu próximo como a si mesmo, que sempre houve o relacionamento, e que os dez mandamentos e a lei mosaica eram apenas meios para regular um relacionamento amoroso. Deus sempre se preocupou com o coração.

E esse é o caso neste sermão em particular, pois Jesus vai direto ao coração deles, e desarma a pecaminosidade má e vil que está por trás da fachada da atividade religiosa deles. O Salmo 119:96 diz: “mas o teu mandamento é ilimitado.” E o mandamento de Deus era muito mais ilimitado do que eles pensavam. Eles o restringiram apenas ao externo, e nosso Senhor o conduz para o interior.

Agora, deixe-me lembrá-lo disto. Jesus, em seu sermão, começou com uma mensagem sobre bem-aventurança: Bem-aventurado, bem-aventurado, bem-aventurado, bem-aventurado, dos versículos 3 a 12. Mas para alguém conhecer essa bem-aventurança - e, a propósito, esse é um bom formato para apresentar o evangelho. Você começa com a promessa da bem-aventurança. Mas para conhecer essa bem-aventurança, você deve conhecer a definição correta do pecado, porque o pecado está no caminho da bênção, e o pecado deve ser tratado e removido. E assim, da bem-aventurança à doutrina do pecado, bem, o Senhor faz uma transição. E como eu disse, no versículo 21, ele começa a falar sobre o pecado.

Agora deixe-me dizer em geral, antes de olharmos para a própria passagem, que aprendemos com isso que é essencial lidar com o pecado. Você não pode pregar a Cristo, você não pode apresentar o evangelho a menos que lide com o pecado, a menos que você dê uma definição de pecado, porque essa é a barreira. Essa é a questão. E se não entendermos corretamente o pecado - marque isto - não entenderemos mais nada do que Deus faça.

Por exemplo, vou dar-lhe três ilustrações disso. A menos que alguém entenda a verdade sobre o pecado, ele nunca poderá entender a verdade sobre a salvação. Você não pode entender o significado da salvação a menos que você entenda o significado do pecado. Você vê que os fariseus e os escribas - agora marque isto - tinham uma visão tão superficial do pecado que eles foram capazes de acomodá-lo com uma visão superficial da salvação. Eles viam o pecado como simplesmente uma questão do que fazemos, portanto a salvação era uma questão do que fazemos. Assim, em sua definição mínima de pecado, eles ficaram com um requisito mínimo para a salvação, então presumiram que eles mesmos poderiam realizá-la.

Agora, se tivessem visto o pecado como um problema profundo, do coração, eles saberiam que isso estava muito além da mudança deles. Eles não poderiam fazer isso se tivessem entendido isso. E assim é que quanto mais compreendemos a atrocidade do pecado, mais compreendemos o significado da salvação. Quanto mais profunda a doença, maior o remédio. Esse é o ponto. E enquanto as pessoas pensarem no pecado superficialmente, desde que pensem no pecado minimamente, contanto que façam do pecado algo leve, então a salvação será também uma coisa secundária.

Mas quando você entende como o nosso Senhor está dizendo que o pecado é algo hediondo, o pecado é algo profundo, o pecado é algo tão penetrante que chega até a urdidura e a trama do ser humano tão profundamente que é absolutamente imutável exceto pelo milagre de Deus, então entenderá que somente Deus pode trazer salvação. E é isso que o nosso Senhor quer que eles entendam.

Você nunca entenderá o significado da cruz. Você nunca entenderá por que Jesus teve de morrer. Você nunca entenderá por que, quando ele teve legiões de anjos que poderiam vir em seu auxílio, ele nunca as usou. Você nunca entenderá por que ele disse: “Eu devo cumprir toda a justiça.” Nunca entenderá o significado de sua morte até que entenda como o pecado é maligno e quão profundamente manchado é o coração de cada homem, que ele deve de ir a esse extremo para realizar a salvação.

Alguém escreveu: “Não havia outro bom o suficiente para pagar o preço do pecado, somente ele poderia abrir o portão do céu e nos deixar entrar.” O pecado é tão poderoso e tão profundo que somente Jesus Cristo pode mudá-lo, somente Jesus Cristo pode alterá-lo. Essa, de fato, é a mensagem de Romanos, do capítulo 3 ao capítulo 6.

Um segundo pensamento. A menos que você entenda a verdade sobre o pecado, nunca entenderá a abordagem correta da proclamação - não apenas a salvação, mas a proclamação. Agora, o que quero dizer com isso é o seguinte - e isso é uma grande preocupação para mim, e eu tenho pregado sobre isso de vez em quando. Mas se você não entende a profundidade do pecado, então você não sabe como proclamar o evangelho.

Agora, o que temos em nossa cultura cristã hoje é que temos apresentações muito superficiais do evangelho. É quase metodológico. É quase uma utopia. É quase como: você gostaria de ter um momento feliz? É muito superficial, em muitos casos - nem sempre, mas em muitos casos. Alguns chamam isso de "crença fácil.” Outros chamam isso de "graça barata.” Pessoas correndo por aí dizendo: “Venha a Jesus.” “Nasça de novo.” Apelos egocêntricos, apelos emocionais, todos os tipos de abordagens superficiais ao evangelismo.

E eu realmente sinto que por trás disso há uma falha em lidar com a realidade da odiosidade do pecado. Porque se conhecermos o poder do pecado, então sabemos que não basta dizer a alguém: “Bem, por que você simplesmente não aceita Jesus e ele tornará sua vida feliz?” Não é suficiente dizer a alguém: “Você não gostaria de ir para o céu? E você não gostaria de ser feliz e ter paz e alegria e tudo mais? Apenas assine na linha pontilhada e diga que você acredita em Jesus e faça uma pequena oração.” Veja, se realmente entendêssemos como o coração dos homens está profundamente manchado, se entendêssemos quão poderosa é a garra do pecado, tão poderoso que lança os homens em um inferno eterno, se entendêssemos isso, então nosso evangelismo seria mais dirigido ao caráter condenável do pecado, antes de tudo, antes de chegar ao ponto de convidá-los a tomar uma decisão. Eles precisam entender o problema.

E é por isso que biblicamente falando - e marque isto - biblicamente falando, o evangelismo sempre começa apresentando a lei antes da graça. Você deve pregar a lei. Você deve pregar o juízo. Você deve pregar a condenação. E assim Romanos começa desta forma: “Porque a ira de Deus é revelada do céu contra toda injustiça e iniquidade dos homens.” Paulo começa condenando. O capítulo 2 condena novamente. O capítulo 3 condena novamente, para que toda boca seja fechada. E então ele diz que a justiça de Cristo está disponível para você. E assim deve haver uma pregação do padrão divino. Deve haver pregação de uma lei santa. Deve haver pregação daquilo que Deus diz estar certo. E então pode haver a mensagem de como chegamos a conhecer a relação que torna isso possível.

E acredito que nosso evangelismo deve confrontar as pessoas com a santidade de Deus. Deve revelar suas demandas por uma justiça interna do coração. Acredito que nosso evangelismo deve se concentrar na incapacidade do homem de cumprir o padrão de Deus, e devemos tornar os homens desesperados, como Jesus queria fazer aos fariseus, escribas e a multidão, que estivessem com medo da sentença e julgamento, prontos para serem lançados no inferno, e clamassem por um Salvador para livrá-los de um problema profundo demais para eles lidarem.

Agora, essa foi a abordagem de Jesus. E como eu disse, ela foi basicamente desenvolvida para levar os homens ao desespero. Mais do que qualquer outra pessoa em toda a Bíblia, Jesus pregou o inferno. Ele pregou o inferno. As pessoas não gostam de falar sobre isso. Ele pregou que o pecado envia as pessoas para um inferno eterno, onde o verme nunca morre e o fogo não se apaga, onde há ranger de dentes, choro e pranto. Jesus pregou isso porque era onde tudo tinha de começar.

E assim, o evangelismo e a proclamação devem começar com a santidade de Deus contra a pecaminosidade do homem, e então as exigências desse Deus santo. E o homem, desesperado e indefeso, que não pode cumpri-las, é levado à inevitabilidade da punição, à realidade suprema do inferno. E a única saída é outra pessoa que venha e mude o seu coração vil. E nesse ponto, Jesus Cristo se move para oferecer a libertação que somente ele pode dar.

Martyn Lloyd-Jones, o grande pregador da Inglaterra, disse: “Você pode ter uma crença psicológica no Senhor Jesus Cristo, mas uma crença verdadeira vê nele aquele que nos livra da maldição da lei. O verdadeiro evangelismo começa assim e, obviamente, é primariamente um chamado ao arrependimento.”

O apóstolo Paulo disse que devemos chamar os homens ao arrependimento para com Deus e depois à fé em nosso Senhor Jesus Cristo. E o que Jesus está dizendo a essas pessoas é: vocês podem não ter matado ninguém, e vocês podem não ter cometido adultério, mas, se no coração, vocês ficaram com raiva, odiaram, cobiçaram, então vocês são tão vis quanto um assassino e um adúltero. E em desespero, eles são levados à necessidade de um Salvador externo que pode mudar seus corações malignos.

Os homens podem modificar seu comportamento - acredite, eles podem. A pressão dos pares, o orgulho, todas essas coisas, uma piedade superficial, o medo da rejeição, podem forçar as pessoas a se comportarem de uma determinada maneira. Mas só Deus pode mudar um coração.

Há um terceiro pensamento que eu tive sobre isso. A menos que entendamos a verdade sobre o pecado, nunca podemos realmente entender a salvação, nunca podemos realmente entender a proclamação, e nunca podemos realmente entender a santificação. A menos que entendamos o significado do pecado, não sabemos o que é ser santificado em Cristo, sabemos? Nós não entendemos a magnanimidade da mudança. Você não entende o que Deus tornou você em Cristo a menos que você saiba o que você era. Você não pode agradecer e louvar a ele pela glória da transformação, a menos que você saiba o que isso envolve.

E nós não apenas sofremos de evangelismo superficial e tal, mas nós sofremos de conceitos muito, muito superficiais de santidade e santificação. Geralmente é assim. Nós pensamos que somos santos por causa das coisas que fazemos ou não fazemos. Então não vamos a certos lugares, não dizemos certas coisas, não fazemos as coisas que o mundo faz. E nós pensamos que, porque não dizemos ou fazemos certas coisas, ou não vamos a certos lugares, que estamos bem. E realmente é o lado feio da justiça própria. Porque Deus está sempre preocupado não tanto com o que fazemos, com o que dizemos e para onde vamos, embora ele esteja preocupado com isso, mas ele está mais preocupado com o que está por trás disso, o que pensamos em nossa mente e coração.

Há os piedosos, os autossatisfeitos e os presunçosos que pensam que, porque não fazem certas coisas e fazem outras coisas, que estão justificados, e isso é porque eles nunca realmente examinam o mal de seus corações. E é isso que o Senhor Jesus está forçando os homens a fazer quando ele prega esse grande sermão.

A santidade para Deus - ouça - é sempre uma questão de coração. Provérbios 23:7: “Porque, como imagina em sua alma, assim ele é." É aí que a avaliação divina acontece. No evangelho de Mateus mais adiante, em 15:16, lemos isto: “Jesus, porém, disse: Também vós não entendeis ainda?” Vocês ainda não perceberam? Vocês não conhecem o padrão de Deus ainda? Vocês não sabem onde está o verdadeiro problema?

“Não compreendeis que tudo” - Mateus 15:17 - “o que entra pela boca desce para o ventre e, depois, é lançado em lugar escuso?” Em outras palavras, passa pelo processo de eliminação. Mas o que sai da boca vem do coração, e é isso que contamina o homem. Em outras palavras, não é o que você come que lhe contamina, é o que sai. “Porque do coração procedem os maus pensamentos, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.” De onde todos esses se originam? Do coração

Ouça, antes de você matar, você pensa nisso em seu coração; antes de cometer adultério, você pensa em seu coração; antes de fornicar, você pensa em seu coração; antes de roubar, você pensa em seu coração. É o coração que expele o lixo que contamina o homem, por quê? “O coração é enganoso acima de todas as coisas e desesperadamente mau; e quem pode saber disso?” - disse Jeremias.

E assim não é o externo, nosso Senhor está dizendo, é o coração. E ele desnuda o coração. Ele arranca a fachada dos super religiosos que se glorificam como se estivessem absolvidos, e mostra que a única coisa que preocupa é o coração.

Assim, tanto o Antigo Testamento como o Novo Testamento, como vimos na semana passada, pregam a mesma boa nova. O homem é pecador. Esse pecado está profundamente em seu coração, em sua natureza. O homem é impotente para mudar isso. Deus vem e oferece um relacionamento pelo qual ele e somente ele mudará o coração desse homem.

Isso estava claro lá em Ezequiel, não estava? Que Deus disse: “Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne.” Um novo coração é o que o homem precisa. É a isso que Jesus quer que os que ouvem se atentem. Eles pensavam que desde que limpassem o lado de fora do prato e do copo, que eles estavam bem. Jesus diz que você tem de limpar o interior. Essa é a questão

Vamos ver como ele chega a isso com a ilustração de adultério, no versículo 27. No seu esboço, você notará três pontos: A ação, o desejo e a libertação. É muito simples, muito claro.

Primeiro, a ação. "Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. A frase “aos antigos” não está em todos os manuscritos mais antigos. É certamente apropriado que esteja lá em certo sentido porque é usada em outros lugares nesta mesma seção, mas os melhores manuscritos a deixam de fora, então vamos omiti-la. "Ouvistes que foi dito: Não adulterarás.”

Agora, essa é a ação. A lei de Deus dizia: “Não adulterarás,” Êxodo 20:14. Em Deuteronômio, onde você tem “deutero” “nomos,” a segunda lei, isso se repete em 5:18: “Não adulterarás.” É muito claro. A Bíblia não deixa absolutamente nenhuma dúvida sobre esse pecado em particular. A ação é condenada. É uma ação maligna.

Em Jó 31:9, está escrito: “Se o meu coração se deixou seduzir por causa de mulher, se andei à espreita à porta do meu próximo, então, moa minha mulher para outro, e outros se encurvem sobre ela. Por isso, é um crime hediondo; sim, é uma iniquidade a ser punida pelos juízes. Pois seria isso um crime hediondo, delito à punição de juízes; pois seria fogo que consome até à destruição e desarraigaria toda a minha renda.”

É um crime hediondo cometer adultério. É uma manifestação vil, má e miserável de um coração vil. E a Bíblia é muito clara sobre isso em Levítico 18 e Levítico 20. A penalidade poderia ser a morte. Um crime muito grave que termina em morte para quem o cometeu. Assim, vemos o ato condenado por Deus.

Agora, observe que em nossa passagem, em Mateus, foram os líderes, a tradição rabínica que disseram: “Não cometerás adultério.” Eles estavam certos. Eles não estavam errados. De forma alguma queremos dizer isso. Estamos apenas dizendo que eles nunca foram longe o suficiente. Eles estavam certos. Aquilo era mau. Deus disse: "Não faça isso.” Era um crime grave e ainda é.

Agora, deixe-me falar por um momento sobre a palavra em si, a palavra "adultério.” É uma palavra muito simples. A raiz significa “relações sexuais ilegais com o cônjuge de outra pessoa.” Esse é basicamente o significado técnico, uma relação sexual e física com o cônjuge de outra pessoa.

Mas a maioria dos estudiosos da Bíblia não a vê apenas como um comando para não se envolver em atividade sexual com o cônjuge de outra pessoa, mas a vê em um sentido geral, porque a palavra também é usada de maneira geral em algumas outras fontes. Por exemplo, em alguns lugares, a palavra significa "seduzir ou violar uma mulher.” Isso é muito geral, uma mulher casada ou solteira. Outros lugares traduzem como "cometer prostituição.” De modo que, em geral, a palavra era usada para falar de qualquer tipo de relação ilícita, e qualquer coisa é ilícita fora do vínculo do casamento. E assim, primeiramente, refere-se a um relacionamento sexual que viola um casamento.

Mas acredito que ela pode - o espírito dela se estende mais para incluir qualquer tipo de comportamento sexual ilícito. E eu acho que a amplitude dela é indicada no que nosso Senhor diz, no versículo 28, onde ele diz que “qualquer um que olhe para qualquer mulher para cobiçá-la já cometeu adultério com ela em seu coração.” E a mulher de quem ele fala aqui não diz se é casada ou não. É tão amplo que qualquer um que deseje alguma mulher, cometeu adultério em seu coração. Então o Senhor está usando o termo da maneira mais ampla possível, qualquer pessoa e mulher.

Agora deixe-me dizer-lhe, pessoal, esse é um pecado que realmente agita a bandeira hoje. É como se tivéssemos dado as costas para ele. Alguém deveria ler Provérbios 5, 6 e 7 antes de se envolver nisso. Provérbios 5, 6 e 7 simplesmente fala tão claramente sobre a devastação causada pelo pecado do adultério sexual ou prostituição. É um pecado para os tolos.

Testemunhe Davi e os resultados. Testemunhe Siquém, que corrompeu Diná e mais tarde foi assassinado. Testemunhe Absalão, que contaminou outros nos pecados sexuais e acabou pendurado em uma árvore. É um pecado para os tolos. A Bíblia diz que você toma fogo no seu peito. “Impuros e adúlteros” - Hebreus 13:4 - “Deus os julgará.”

O Novo Testamento reitera com finalidade e firmeza essa proibição. O texto de 1Coríntios, capítulo 6, o condena. O segundo capítulo, de 2Pedro, o condena. Apocalipse, capítulo 2, o condena. O final do livro do Apocalipse diz que impuros e adúlteros nem entrarão no reino de Deus. É um crime sério, hediondo e vil.

E Jesus está se identificando com a visão deles sobre isso. Eles tinham uma visão muito séria. Em João, por exemplo, no oitavo capítulo, os líderes judeus tinham pegado uma mulher em flagrante adultério. E “Eles disseram a ele” - no versículo 4 – “Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério.” Eu não sei o que aconteceu com o homem. Isso vai lhe dar uma pequena indicação do duplo padrão deles. Mas eles arrastaram essa mulher do próprio ato do adultério. “E na lei nos mandou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas; tu, pois, que dizes?”

Rapaz, eles eram legalistas de linha dura, e eles tinham Moisés ao seu lado, eles achavam isso. Agora, eles tinham o direito de condenar. E Jesus teria de concordar com eles e dizer: "apedrejai-a,” se ele não tivesse o poder de perdoá-la. Mas quando Jesus olhou para ela e disse: "Vá, e não peques mais,” ele a lavou, e ela ficou tão branca como a neve. E na brancura e pureza de seu dom de salvação para aquela mulher, não havia pecado pelo qual ela deveria ser apedrejada.

Mas, fora isso, eles estavam certos. Moisés disse, Deuteronômio 22:22, se você pegá-los fazendo isso, apedreje-os. Eles estavam certos. Eles viam a ação do jeito que Deus a via. A lei de Deus era muito clara. E pessoal, estou lhes dizendo que isso não mudou. A imoralidade sexual hoje, e em qualquer época, é tão vil, tão hedionda, tão má quanto era então.

E eu não me importo se vocês estão noivos. Eu não me importo se vocês estão juntos. Eu não me importo se vocês acreditam que se amam. Eu não me importo para o que quer que seja, forma do vínculo do casamento monogâmico, um ato de relacionamento sexual é um crime hediondo. E precisamos dizer isso em nossos dias porque as pessoas não acreditam nisso.

Então essa é a ação. Mas Jesus não terminou com a ação, ele quer falar sobre o desejo, no versículo 28. Isto é o que ele diz: “Mas eu digo a vocês.” Em outras palavras, vocês foram tão longe quanto foram, mas nunca longe o suficiente. Vocês pararam no nível externo. “Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela."

Agora esse é um versículo fascinante, e há muita coisa que eu quero que você veja. O Senhor força os autodenominados justos ao fato de que eles não são santos. Os fariseus estão dizendo: “Nós não fazemos isso. Nós não cometemos esse pecado.” E Jesus os conduz diretamente aos seus corações, como se o Salmo 66:18 se tornasse uma realidade. O Salmo 66:18 diz: “Se eu no coração contemplara a vaidade, o Senhor não me teria ouvido.” Deus está sempre examinando o pecado do coração. É o interno que quebra o relacionamento. E é assim que Jesus diz: "Estou preocupado com o que está dentro.”

Vamos ver os termos. “Mas eu" - e é enfático. Egō está lá, o pronome está lá, porque ele está dizendo: “Eu sou a nova autoridade. Vocês tiveram sua autoridade na tradição rabínica.” Às vezes era verdade para Moisés, às vezes não era. Neste caso, era verdade para Moisés, mas mesmo assim ele está se referindo à tradição rabínica. "Vocês tiveram isso, mas eu sou uma nova autoridade." E, a propósito, ele disse isso de maneira tão autoritária que, quando ele terminou o sermão, eles ficaram chocados porque falava com muita autoridade.

Eu digo que, pas ho, qualquer um que olhar, particípio presente, “está no processo de continuar olhando.” Agora marque isto. É uma ação contínua, blepōn, um estado continuado. Vocês veem a ideia? Não é o olhar inadvertido e acidental. Não é disso que nosso Senhor está falando. É o olhar intencional, repetido e lascivo. Não é o olhar involuntário de todos. É proposital.

E a propósito, vou mostrar uma coisa interessante sobre esse versículo. Ouça o que ele diz. “Qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura.” Agora ouça isto. Ele não diz: "comete adultério.” Não. Ele não diz isso. Qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura comete adultério? Não, ele diz: “Qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela." Por quê? Porque é o coração vil e adúltero que resulta no olhar devasso, percebe isso? O pecado já aconteceu no coração. O adultério é concebido e, assim, o olhar é provocado.

É por isso que você pode descobrir que nesta vida alguém passa pelo seu olhar involuntário, e parece uma tentação de Satanás, ou talvez até mesmo tente atrair a atenção. E um olhar involuntário significa que você simplesmente resiste e se afasta. Mas quando você se apega, e cultiva, e persegue o desejo, é porque seu coração adúltero e luxurioso tem procurado um objeto, e você preenche a fantasia que já existe em seu coração.

Agora observe a palavra "intenção impura.” É muito útil ver o grego aqui. “Qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura.” E ele usa uma forma grega - para vocês, estudantes de grego, pros to, com o infinitivo - e a qualquer momento você vê que isso significa um propósito, “com o propósito de cobiçar.” Em outras palavras, não é um olhar involuntário. É um propósito. O coração está cheio de adultério, querendo encontrar um objeto ao qual anexar a fantasia.

É quando você está procurando a mulher para cobiçar, quando você vai ao filme porque você sabe que, quando chegar lá, verá o que deseja ver em seu coração, aquilo que satisfará sua lascívia. É quando você muda o canal da televisão para encontrar a coisa que favorece sua lascívia. É quando você procura o objeto. É o propósito.

Assim, poderia ser traduzido da seguinte forma: “Enfaticamente digo a vocês que quem continuar olhando uma mulher com o propósito de cobiçar, dá evidência de que já está cometendo adultério em seu coração.” O olhar continuado é a manifestação do coração vil.

Assim, o que Jesus está dizendo aqui é isto: que o coração é o problema. Você sabe que se ele tivesse apenas dito: “Quem quer que olhe para uma mulher para cobiçá-la está cometendo adultério,” alguém teria dito: “Bem, você sabe, eu estava apenas cuidando da minha vida, e ela veio, era muito atraente e, e assim, assim por diante, simplesmente aconteceu. ” Não é disso que o Senhor está falando.

Ele está dizendo: "Se isso acontece, é porque já está em seu coração uma atitude vil, luxuriosa e adúltera.” E assim, você vê, é o coração que é o problema. É o coração que precisa ser transformado. É o que ele está dizendo. Porque do coração procedem maus pensamentos, assassinatos, adultérios, prostituições. Ele está condenando olhar para uma mulher como um objeto para gratificar um coração adúltero.

Deixe-me apenas acrescentar isto. A tentação ao desejo sexual ilícito não é pecado. A tentação, Satanás pode tentá-lo. Satanás pode atrair algo para tentá-lo. O pecado vem do que você faz com isso. Se você acolhe a tentação, se você mantém a tentação, se você alimenta esses maus pensamentos, então ela se torna pecado. Steyr diz: “Aquele que experimenta à primeira vista este desejo, e então, ao invés de se afastar e se retirar do pecado, continua a procurar para reter e aumentar o desejo, comete o pecado.” É quando o pecado é abraçado.

Em 2Samuel 11, Davi está andando em seu telhado, e ele olha, e aqui está Bate-Seba inocentemente, talvez nunca sonhando que ela poderia ser vista da varanda do rei, talvez se sentindo muito segura lá em cima, tomando banho. E Davi, em vez de se afastar e voltar para onde deveria estar, continua a olhar, olhar e olhar, até que seu coração adúltero produz o adultério e a lascívia, e isso terminou no ato e no assassinato do marido dela.

Alguém disse: “Semeie um pensamento e colha um ato. Semeie um ato e colha um hábito. Semeie um hábito e colha um caráter. Semeie um caráter e colha um destino.” E tudo começa quando você semeia um pensamento.

Agora ouça, a Bíblia diz: “Todas as coisas são puras para os puros; mas àquele cujo coração está corrompido, ele corromperá tudo.” Ele vai olhar para algo bonito e fazer algo feio. Isso porque seu coração está corrompido. É por isso que há pornografia, pessoal. É por isso que temos livros sujos, revistas sujas, filmes sujos, música suja, programas de televisão sujos, piadas sujas, histórias sujas, palavras sujas. É por isso que temos todo esse tipo de coisa, porque o coração do homem é tão perverso, e o homem encontra coisas para satisfazer seu coração adúltero.

Jesus está dizendo que se você já fez isso, você conhece as profundezas do pecado, e você sabe que apenas uma transformação do interior pode fazer a diferença. Arthur Pink, escrevendo anos atrás, disse: “Por implicação clara e necessária, Cristo aqui também proibiu o uso de qualquer outro de nossos sentidos e membros para despertar a lascívia. Se o olhar lascivo é um pecado tão grave, então aqueles que se vestem e se expõem com desejos de serem olhados e cobiçados, como Jezabel que pintava seu rosto, esticava a cabeça e olhava pela janela não são menos, mas talvez mais culpados.

“Nessa questão, não é só com frequência que os homens pecam, mas as mulheres tentam-nos a fazê-lo. Quão grande, então, deve ser a culpa da grande maioria das pessoas modernas que deliberadamente procuram despertar as paixões sexuais de nossos jovens. E quanto ainda maior é a culpa da maioria de suas mães por permitir que elas se tornem sedutoras lascivas.”

Isso vai nos dois sentidos. E eu acho que nosso Senhor aqui está falando sobre um homem que deseja uma mulher em sua ilustração, mas ele está presumindo que isso acontece de outra forma, que as mulheres também desejam os homens. Ambos estão errados e criando a lascívia pela maneira como você se veste. Você sabe, às vezes eu realmente temo quando o verão chega por causa da impropriedade das pessoas na maneira como elas se vestem, porque eu não acho que isso ajude na adoração do Senhor. E eu estou sempre preocupado com isso, e espero que você esteja orando por isso.

Não é de admirar que Jó disse, em Jó 31: “Fiz um pacto com os meus olhos.” “Fiz um pacto com meus olhos. Por que então eu deveria pensar em uma donzela?” Você sabe qual era o pacto dele? Não olhar, não olhar. E é melhor você fazer um pacto com seus olhos. Jó prosseguiu, dizendo: “se os meus passos se desviaram do caminho, e se o meu coração segue os meus olhos, e se às minhas mãos se apegou qualquer mancha, então, semeie eu, e outro coma.” Em outras palavras, se eu quebrar o pacto com meus olhos deixe-me morrer de fome. É o que ele está dizendo. Jó reconheceu que o pensamento é o pai do ato, e que, se ele permitisse aos seus olhos o privilégio, eles cederiam ao seu coração adúltero. Salmo 119.37: “Desvia” – e essa é uma oração ao Senhor - “Desvia os meus olhos, para que não vejam a vaidade.” E assim o que nosso Senhor está dizendo é que o coração tem de ser tratado, porque o coração é o assunto. Essa é a ênfase. Agora, amado, se você é um crente em Jesus Cristo, você tem um novo coração. Mas, a carne, a pecaminosidade que ainda está lá levanta sua cara feia, não é? Satanás vem para tentar. Espero que você tenha feito um pacto com seus olhos, você que tem o recurso para a vitória.

Mas Jesus está dizendo a esses fariseus: "O problema de vocês é profundo demais para a justiça dar conta." Então ele vai um passo adiante - e este é o ponto final. Vamos nos apressar para uma conclusão. E essa é a libertação. Como saímos desta situação? A ação, o desejo e a libertação. Veja isto. Isto é realmente fascinante.

“Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não seja todo o teu corpo lançado no inferno. E, se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não vá todo o teu corpo para o inferno.”

Agora, quando você lê isso pela primeira vez, você diz: “Bem, isso é absolutamente incongruente. Se ele está dizendo que a questão é o coração, para que ele está dizendo “arranca o olho?” Pessoas cegas não cobiçam? Melhor você acreditar nisso. Se você arrancasse seu olho direito e tivesse um coração luxurioso, seu olho esquerdo ficaria louco arrumando tempo para seu olho direito perdido. Se você se livrasse da sua mão direita e tivesse um coração adúltero, sua mão esquerda estaria mais ocupada do que as outras duas tentando compensar isso.

O ponto é que Jesus não está dizendo que há um remédio físico para um problema do coração. Isso prejudicaria o ponto inteiro. O que ele está dizendo é isto. Para um judeu, o olho direito, o braço direito e a perna direita eram símbolos da melhor habilidade que um homem tinha. O direito sempre foi simbólico do melhor dos dois. E ele está simplesmente dizendo: “Não há nada de muito precioso para eliminar de sua vida se isso for fazer com que seu coração seja cativado em seus desejos adúlteros.” É o que ele está dizendo. Se isso significar livrar-se de seu bem mais precioso, então livre-se dele, mesmo que seja seu olho direito ou braço direito.

Mateus 18:7: “Ai do mundo, por causa dos escândalos! Porque é inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual vem o escândalo! E, se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não vá todo o teu corpo para o inferno. Se o teu olho te escandalizar, arranca-o, tira-o de ti; melhor é entrar na vida com um só olho do que com dois olhos, e ser lançado no fogo do inferno.”

Tudo o que ele realmente diz é que qualquer coisa que faça com que um homem permaneça em seu pecado, e que satisfaça o coração adúltero e o coração maligno deve ser eliminado se for a coisa mais preciosa que você tem. As pessoas vêm e dizem: "Bem, eu estou deixando minha esposa." Por quê? “Bem, porque eu encontrei outra mulher, estamos apaixonados. Ah, ela significa tudo para mim.” Mande-a embora. Livre-se dela. Você está favorecendo sua lascívia, condenando sua alma. O que nosso Senhor está dizendo é que nada é precioso se afetar seu destino eterno.

O pecado deve ser tratado radicalmente. Paulo diz: "Eu bati em meu corpo para trazê-lo em sujeição." E assim Jesus pede ação imediata. Ele diagnostica o problema, e diz: “Arranque isso. Pare com isso. Elimine, seja o que for em sua vida, seja o que for. Seja o que for que alimente aquele coração de lascívia, seja o que for que alimenta esse pensamento adúltero, livre-se dele. “

Se você vai a um teatro e vê algo que faz isso, não vai. Livre-se disso! Se você tem esse problema com sua televisão, livre-se dela. Se você lê coisas assim, livre-se delas. Se tiver revistas espalhadas com fotos como essas, jogue-as no lixo, queime-as, livre-se delas.

Ele não está realmente falando sobre o físico. Nós sabemos disso. Ele sabe que cortar sua mão direita não vai mudar um coração adúltero. Arrancar seu olho direito não vai mudar um coração adúltero. Mas o que ele está dizendo é pegar a coisa mais preciosa que você tem, seu braço direito, seu olho direito, se necessário, e livrar-se dele se ficar no caminho, e se isso levar você a pecar.

Algumas pessoas entenderam mal isso. Houve homens que quiseram se libertar do problema da lascívia, e por isso fizeram coisas estranhas em seus corpos. Alguns deles costumavam entrar no deserto egípcio, e decidiram que viveriam sozinhos, e não pensariam em nada além de Deus. O homem mais famoso a fazer isso foi um homem chamado Santo Antônio. Ele decidiu que iria sair para se livrar disso, os sentimentos de lascívia que ele tinha em seu coração, ele iria para o deserto no Egito.

Ele viveu como um eremita. Ele jejuava. Ele passava dias e dias mantendo-se acordado para se punir, como um ato justo. Ele torturava seu corpo. Ouça, por 35 anos, Santo Antônio viveu no deserto. Por 35 anos, ele disse que teve uma batalha sem parar com a tentação. E é isso que ele escreveu em sua biografia. “Primeiro, o diabo tentou afastá-lo da disciplina, sussurrando para ele a lembrança da riqueza, o cuidado de sua irmã, reivindicações de parentesco, amor ao dinheiro, amor à glória, vários prazeres da mesa, outros relaxamentos da vida. E por último, Satanás me tentou na área da virtude."

Ele disse: “Na batalha, Satanás tentava com maus pensamentos, que ele enfrentava com orações. Satanás tentava com lascívia, e ele enfrentava com mais orações, fé e jejum. Ele disse que o demônio uma noite assumiu a forma de uma mulher, e o diabo imitou todos os atos que uma mulher poderia fazer para seduzir Santo Antônio.” E ele disse: "Por 35 anos eu passei por isso.”

E o ponto da história, pessoal, é este. Você pode ficar sozinho no deserto egípcio e não ter nada acontecendo em seu coração para mudar o problema. O fato claro é que, se Antônio tivesse realmente tomado os recursos disponíveis de Deus para ter um coração mudado, ele não teria precisado sair da cidade.

Observe a palavra "escândalo" bem rapidamente. Versículo 29, “escândalo;” versículo 30, “escândalo” – skandalon, no grego. É usada para uma armadilha, na verdade, literalmente uma isca em uma armadilha. Em uma armadilha eles colocavam uma isca. O animal vinha e pegava a isca, e a armadilha se fechava. Ele diz: “Se o seu olho direito é a isca que o prende na armadilha onde sua lascívia adúltera é satisfeita, então o retire. Se a sua mão direita é a armadilha, corte-a. Seja o que for em sua vida que cause esses maus pensamentos, livre-se deles.”

Agora, há uma espécie de sutileza nessa coisa toda. Vou fazer uma pergunta: Poderiam esses escribas e fariseus se livrar desses problemas? Poderiam? O fato da questão é que eles não poderiam. Jesus novamente está lhes dando um padrão impossível, uma frustração que os fará dizer: “Nós tentamos e não conseguimos.” O Senhor disse: “Rapaz, é melhor vocês não terem olhos nem braços do que ir para o inferno. Você deveria dizer como a lagartixa: Melhor minha cauda do que minha vida.” E eles vão dizer: “Mas nós não podemos.” “Não podemos. Nós não sabemos como obter essa libertação.” E então eles vão chegar ao desespero de dizer: “Precisamos que alguém faça isso por nós. Precisamos ter um novo coração e uma nova vida.” E é precisamente isso que o Senhor oferece: “Um coração em todo pensamento renovado e cheio de amor divino; perfeito, correto, puro e bom, uma cópia, Senhor, de ti.” E assim o Senhor os força a ver que eles precisam de uma nova natureza.

Amado, se Jesus Cristo entrou em sua vida, você tem essa nova natureza. Você tem esse novo coração. E você não precisa seguir guiado por sua própria lascívia. Você pode ter a vitória sobre ela. Agradeço a Deus por isso. Você pode fazer, como Jó fez, um pacto com seus olhos. Como Colossenses 3 diz: "Você pode matar os membros do seu corpo neste mundo.” Você pode conhecer a vitória. Mas um homem sem Jesus Cristo ou uma mulher sem Jesus Cristo é uma vítima constante disso.

Quão gratos devemos ser que o que Senhor nos deu é um recurso para a vitória. Agradeço a Deus porque ele me deu um novo coração. Ele deu a você que o conhece um novo coração, para que não precisemos ter uma batalha perdida constantemente. Nós nunca precisamos perder se nos apropriarmos dos recursos que estão lá.

Eu quero encerrar lendo isto para você. Eu simplesmente achei que era tão poderoso, ouça. “No início da Guerra Americana, uma jovem de 22 anos morreu no Hospital Comercial de Cincinnati, no auge do inverno. Ela já possuíra a invejável parcela de beleza que uma jovem assim tem. Ela foi muito procurada pelos seus encantos. Seu rosto era encantador, mas ela se tornara uma prostituta. Altamente educada e realizada em seus modos, ela havia passado sua vida jovem de vergonha, e morreu sem amigos como uma pária de coração partido.

“Entre seus pertences pessoais foi encontrado no manuscrito o poema chamado 'Bela Neve'. O poema foi escrito pela moça antes de morrer para descrever sua vida. Foi levado para o editor da União Nacional de 1965, e apareceu na imprensa na manhã seguinte à sua morte. Quando o poema apareceu no jornal, o corpo da moça não havia sido enterrado, e o poeta americano Thomas Buchanan Reed ficou tão impressionado com o entusiasmo do poema que seguiu o cadáver até o local de descanso final.”

Bem, o poema é muito longo, mas isto é parte do que ele dizia. “Oh, a neve, a neve bonita enchendo o céu e a terra abaixo, sobre os topos das casas, sobre a rua, sobre a cabeça das pessoas que você encontra. Dançando, flertando, deslizando pela neve linda, não pode fazer nada de errado. Voando para beijar a face de uma bela dama, agarrando-se aos lábios num capricho extravagante. Bela neve dos céus acima, pura como um anjo e gentil como o amor.

“Uma vez eu era pura como a neve mas caí, caí como os flocos de neve do céu para o inferno, caí para ser pisoteada como sujeira na rua, caí para ser ridicularizada, para ser cuspida e surrada. Suplicando, amaldiçoando e temendo morrer, vendendo minha alma para quem quisesse comprar. Lidando com a vergonha por um pedaço de pão, odiando os vivos e temendo os mortos. Deus misericordioso, eu caí tão baixo, e ainda assim eu fui como a neve bonita.

“Uma vez eu fui tão justa quanto a neve bonita, com um olho como o cristal e um coração como o seu brilho. Uma vez fui amada pela minha graça inocente, lisonjeada e procurada pelos encantos do meu rosto. Pai, mãe, irmã e todos; Deus e eu mesma perdi com a minha queda. Os vários miseráveis que vão tremendo farão um gesto de desprezo para que eu não passe muito perto. Por tudo que está em cima de mim, eu sei que não há nada tão puro quanto a neve bonita.

“Quão estranho deveria ser que esta linda neve caísse sobre um pecador sem ter para onde ir. Quão estranho deveria ser quando a noite vier novamente, se a neve e o gelo atingirem meu cérebro desesperado. Desmaiando, congelando, morrendo sozinha, muito malvada para orar, fraca demais para que um gemido fosse ouvido nas ruas da cidade maluca, enlouquecendo na alegria da neve que descia. Mentir e morrer na minha terrível desgraça, com uma cama e uma mortalha da neve bonita.”

Algum tempo depois, esse verso foi acrescentado por outra caneta: “Desamparada e frágil como a neve pisoteada, pecadora, não se desespere, Cristo se abaixa para resgatar a alma que está perdida em seu pecado e a eleva à vida e ao gozo novamente. Gemendo, sangrando, morrendo por ti, o crucificado, pendurado, fez da cruz uma maldição. Seus realces de misericórdia caem suavemente em seus ouvidos, há misericórdia por mim, ele atenderá a minha oração? Ó Deus, na corrente que para os pecadores flui, lava-me e eu serei mais alva do que a neve.” Oremos.

Pai, nós te agradecemos por nos ter dado um novo coração, que não precisamos contar com nossa própria justiça, porque podemos confiar em ti. Nós não podemos remediar nosso coração, Pai, mas tu podes. Obrigado por este novo coração. E, ó Senhor, ajuda-nos a não deixar que a carne tenha seus pensamentos adúlteros, que busque seus fins adúlteros. Ajuda-nos a ser puros na ação, no ato, puros em pensamentos, e nos desejos.

Ajuda-nos a tomar qualquer passo que for necessário para arrancar, cortar, jogar fora o que seja que possa condenar a alma ao inferno. Ou, no caso de um crente, possa nos levar ao castigo e ao julgamento. Deus, faz-nos puros, mais alvos que a neve. Guarda os nossos pensamentos, guarda os nossos olhos, e que nosso coração possa estar cheio de pensamentos sobre ti - para o teu louvor nós pedimos isso.

Fim