
Abra sua Bíblia e olhe comigo para Mateus, capítulo 7, versículos 13 e 14 - Mateus, capítulo 7, versículos 13 e 14. Esses dois versículos formam o texto da mensagem da Palavra de Deus que veremos nesta manhã. No capítulo 7 de Mateus, o Sermão da Montanha, que começou no capítulo 5, chega a um grande crescendo, um grande clímax. Este clímax é declarado nesses dois versículos. O restante do sermão, até o final do capítulo, é simplesmente uma expansão desses dois versículos. Ouça enquanto eu os leio. “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e são muitos os que entram por ela; pois a porta é estreita, e o caminho que conduz à vida, apertado, e são poucos os que a encontram”.
Essa é uma declaração provocadora do nosso Senhor. Esse é o verdadeiro ponto ao qual ele queria chegar em toda a primeira parte deste grande e magistral sermão. Ele conduz tudo ao clímax de uma decisão, uma escolha. Duas portas, que levam o indivíduo a duas estradas, que levam a dois destinos, que são habitados por dois grupos diferentes. Então o Senhor se concentra na decisão inevitável a ser tomada em relação ao que ele vinha dizendo. Alguém já disse acertadamente que a vida inteira se concentra no homem diante de uma encruzilhada. Isso realmente é verdade. Desde o momento em que temos idade suficiente para tomar decisões independentes, ou qualquer tipo de decisão, a vida se torna uma questão de constantes tomadas de decisão.
Todos os dias de nossas vidas tomamos decisões, a respeito de tudo. Decidimos a que horas vamos nos levantar de manhã, se é que vamos sair da cama. O que comer, vestir. Para onde ir, o que fazer. A vida é, constantemente, uma questão de decisão. Vamos escolhendo estradas ao longo de toda a vida, e assim faz sentido dizer que a vida consiste de enfrentar encruzilhadas. Por fim, há, inevitavelmente, uma escolha final; uma escolha que não determina apenas o tempo, mas uma escolha que determina a eternidade. Essa escolha é aquela à qual nosso Senhor se refere nesses versículos - a escolha definitiva. Veja bem, o esforço de Deus sempre foi o de levar o ser humano a essa escolha final, sempre. Sempre há uma opção, para que sempre haja uma escolha; e a escolha final é a que mais preocupa a Deus.
Por exemplo, no capítulo 30 de Deuteronômio, Deus confronta os filhos de Israel por meio de Moisés, dizendo: “Coloquei diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição. Portanto, escolhe a vida, para que vivas, tu e tua descendência”. Deus deu ao povo de Israel uma escolha definitiva, vida ou morte, bem ou mal, e pediu uma decisão. Josué, o sucessor de Moisés como líder do povo de Israel ao entrar na Terra Prometida, diz, no capítulo 24, versículo 15, de seu livro: “Escolhei hoje a quem cultuareis” – quer aos deuses de vossos pais ou, implicitamente, ao Deus verdadeiro. “Meu eu e minha casa cultuaremos ao Senhor” - novamente, a escolha.
Em Jeremias capítulo 21, versículo 8, o profeta ouviu Deus dizer: “Dirás a este povo: Assim diz o SENHOR: Eu ponho diante de vós o caminho da vida e o caminho da morte”. No monte Horebe, Elias pediu uma decisão. Em 1 Reis, capítulo 18 e versículo 21, ele diz: “Até quando titubeareis entre dois pensamentos? Se o SENHOR é Deus, segui-o; mas se Baal é Deus, segui-o” – a escolha definitiva. Em João, capítulo 6, lemos que muitos seguiam Jesus, muitos se diziam discípulos, mas João 6.66 declara que “muitos de seus discípulos voltaram atrás e deixaram de segui-lo. Então Jesus perguntou aos Doze: Vós também quereis retirar-vos? Simão Pedro respondeu-lhe: Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna”.
Pedro articulou sua escolha. Alguns foram embora, e outros ficaram. De acordo com Simeão, Jesus nascera para a ascensão e queda de muitos. Jesus se torna o ponto crucial do destino de todos os homens. A escolha é feita na encruzilhada de Cristo, por assim dizer. Escolha a vida ou escolha a morte. Isso é, essencialmente, o que Jesus está dizendo aqui, em Mateus 7.13 e 14. John Oxenham, o poeta britânico, formulou-o dessa forma: “A cada homem abre-se um caminho, e caminhos, e um caminho, e a alma elevada pisa o caminho alto, enquanto a alma baixa tateia pelo baixo. E no meio, nas planícies enevoadas, o resto se encontra à deriva, para lá e para cá. Mas a cada homem se abre um caminho alto e um baixo; e cada um decide o caminho a seguir”.
Portanto, aqui nosso Senhor confronta o ser humano com uma decisão; diz que é preciso fazer uma escolha. Certo escritor afirmou: "Chegou a hora da decisão na montanha". Quero propor duas coisas que não se pode fazer com o Sermão da Montanha. Uma delas é que ninguém pode se manter à distância e apenas admirá-lo. Jesus não está interessado em receber elogios por sua ética. Ele não tem interesse em pessoas que querem apenas admirar as virtudes das afirmações éticas do Sermão da Montanha. Jesus quer uma decisão a respeito do nosso destino. Acredito que há uma segunda coisa que se não pode fazer com o Sermão da Montanha, que é adiá-lo para um futuro profético. Não creio que Jesus esteja sugerindo que esse assunto seja para uma era futura distante.
Penso que ele exige uma decisão agora, neste momento. Acredito que há muitas pessoas que admiram a ética do Sermão da Montanha; mas não era isso que Jesus queria. E creio que há muitas pessoas que pegam as características do Sermão da Montanha e suas exigências e as adiam para o Reino futuro; também não acho que fosse essa a vontade de Jesus. O que Jesus demandou aqui era uma escolha, uma ação, uma decisão definitiva, a ser tomada naquela hora e naquele momento com base no que ele havia acabado de dizer. Exige-se uma escolha deliberada. Cristo veio para trazer um reino. Ele era um rei. Ele era o Rei. Ele era o Rei dos reis. E ele veio trazendo um reino singular, especial, separado e diferente de todos os reinos do mundo.
E as pessoas não entenderiam seu reino a menos que ele articulasse seus princípios. Por isso, neste sermão magistral, ele articulou os princípios da vida em seu reino. E agora ele nos dá a opção de entrar ou ficar de fora. Essa é a escolha que ele quer que todo ser humano considere. Ele exige uma resposta. Agora você conhece as qualificações do reino. Agora você conhece os padrões do Rei. Qual é a sua resposta? Como você reage a isso? Essa é a questão. E eu acredito que Jesus pede ação. Creio que os versículos 13 e 14 são o ápice, o clímax que ele almejou durante todo esse sermão: levar as pessoas ao ponto, nos levar ao ponto de responder.
E, amado, a escolha é totalmente clara; existem apenas duas opções: a porta estreita, o caminho estreito, a porta larga, o caminho largo, e só. Não há outras alternativas. Nenhuma. E eu gosto do que John Stott diz sobre isso. Ele diz: "Jesus transcende nosso sincretismo casual". Temos a tendência de querer nos tornar ecléticos no desenvolvimento de sistemas religiosos, mas Jesus diz que a questão é inequívoca; é isso ou aquilo, e fim de conversa. No entanto, algumas pessoas podem dizer: “Bem, como é que Jesus pôde fazer uma afirmação tão indiscutível sobre religião se há tantas religiões à disposição do homem?” Bem, na verdade não há muitas. Há apenas a verdadeira e a falsa, certo? Há apenas o certo e o errado; não tenho como dizer isso de forma mais simplificada.
De fato, ao longo de todo o Sermão da Montanha Jesus contrasta a religião verdadeira - seus padrões - e a religião falsa - a religião da época, a religião humana. O contraste está entre a justiça divina e suas demandas e a justiça humana e suas demandas. O contraste é entre Cristo e os escribas e fariseus. Existem apenas dois lados. Quero acrescentar aqui um parêntese. O contraste aqui - e eu quero que você entenda isso, ou você nunca entenderá a passagem - o contraste não é entre religião e paganismo. E já ouvi muitas pessoas usarem o texto dessa maneira - o caminho estreito é o caminho do cristianismo que vai para o céu, e o caminho largo é a orgia inebriada que leva ao inferno.
Não se trata de colocar de um lado a piedade e o cristianismo e do outro as pessoas não religiosas, pagãs, as massas abertamente sensuais, lascivas, ímpias e imorais, alegremente caminhando para o inferno. Não é isso. Trata-se de contrastar dois tipos de religião, em que ambas as estradas estão sinalizadas pelos dizeres "este é o caminho para o céu". Satanás não sinaliza estradas com placas de "este é o caminho para o inferno". Isso não seria muito enganoso. Portanto, não é um contraste entre religião e paganismo; é um contraste não entre justiça e injustiça declarada, mas um contraste entre justiça divina e justiça humana, entre religião divina e religião humana, entre religião verdadeira e religião falsa.
Lucas 18.9 nos mostra o problema dos fariseus, quando diz que os fariseus “confiavam em si mesmos, por se considerarem justos”. Essa era a religião deles. E isso era insuficiente. Todo homem faz uma escolha. E a escolha é a seguinte: ou você é suficientemente bom, por si mesmo ou por meio do seu sistema, para chegar ao céu, ou não é, e você se submete à misericórdia de Deus por meio de Cristo. Esses são os únicos dois sistemas religiosos do mundo. Você pode até encontrar 10.000 nomes e termos religiosos diferentes ao redor do mundo, mas existem apenas duas religiões no mundo - lembre-se disso - apenas duas. Há a religião da obra divina, na qual Deus faz tudo em Cristo, e há a religião da conquista humana, na qual nós temos de fazer algo.
Uma é a religião da graça, outra é a religião das obras. Uma é a religião da fé, outra é a religião da carne. Uma é a religião do coração, outra é a religião das aparências. Sistemas de religião criados pelo homem, baseados no fato de que na verdade não precisamos de um salvador - temos a aptidão e a capacidade de desenvolver nossa própria justiça; dê-nos apenas um ambiente ligeiramente religioso, algumas regras, algumas rotinas, alguns rituais, e nós seguimos a partir daí por conta própria. Essa é a religião da realização humana, que se manifesta sob uma miríade de títulos diferentes, mas é tudo o mesmo sistema, porque brotou da mesma fonte, o próprio Satanás. Ele usa embalagens diferentes, mas o produto é exatamente o mesmo.
Por outro lado, a religião da realização divina é o cristianismo, e ela é a única deste tipo. Tragicamente, a maior parte da humanidade está no caminho das realizações humanas, acreditando que pode alcançar as altitudes máximas do seu destino em potencial por causa de alguma aptidão e capacidade inatas, por meio de suas próprias boas obras e boas ações. Esse é o contraste. Jesus está dizendo: “Veja, há dois caminhos com a placa 'para o céu'. Um é o caminho estreito e restrito da justiça divina. O outro é a estrada larga da justiça humana”. Veja bem, os judeus haviam ensinado que era possível salvar-se sozinho. É por isso que as palavras do apóstolo Paulo foram tão chocantes: "Ninguém será justificado diante [de Deus] por obras da lei", Romanos 3.
E Paulo disse: "A lei veio para impedir nossa boca de reivindicar qualquer justiça e tornar o mundo inteiro culpado diante de Deus". A lei veio para nos mostrar nossa pecaminosidade, mas quando o homem egoísta e egocêntrico viu que era pecador diante da lei, não quis encarar sua pecaminosidade. Por isso, deixou a lei de lado, reinventou um novo sistema que ia ao encontro de suas falhas e então, com base nesse sistema criado pelo homem, declarou a si mesmo que era justo. Isso é conquista humana. Todo o ímpeto do Senhor no Sermão da Montanha é desmoralizar esse tipo de sistema. Mostrar que o sistema como um todo não funciona, que toda a visão deles está errada.
E o propósito geral do Sermão é conduzir as pessoas para o ponto em que ele começou a ensinar. Bem-aventurados os pobres de espírito, bem-aventurados os que choram, bem-aventurados os mansos, bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça. Em outras palavras, Jesus começa pelo fim, com pessoas quebrantadas e de um espírito humilde, lamentando sua total pecaminosidade, submissos a Deus e sua lei, e famintos e sedentos pelo que sabem que não têm, mas do que precisam desesperadamente – a justiça de Deus. Ele quer trazê-los de volta para o ponto em que começou, o quebrantamento diante do pecado. Mas os fariseus nunca entenderam a mensagem.
Afinal, ouvimos o fariseu em Lucas 18, e ele ora: “Agradeço-te por não ser como os outros homens”, e continua: “Faço isso e faço aquilo”, mas em nenhum momento em toda essa oração ele expressa qualquer necessidade, nada que precise de Deus, porque nunca pensou que tinha qualquer necessidade. Porque achava que realmente era tão bom quanto se via. E lá no canto está o homem batendo no peito e dizendo: “Deus, tenha misericórdia de mim, um pecador”. E Jesus diz: “Este homem foi para casa justificado, mas não o outro”. Jesus quer levar o ser humano ao ponto em que este percebe sua total incapacidade de agradar a Deus por sua própria carne. Então, desesperado e com um espírito quebrantado, humilde e pesaroso, ele clama pela justiça que vem de Deus. Os judeus obviamente pensavam que eram justos.
Eles pensavam que estavam a caminho do céu, a caminho do reino, mas Jesus os obriga a repensar, a tomar uma decisão e fazer uma escolha. É a mesma escolha que todos nós também temos que fazer. Quando então chegamos aos versículos 13 e 14, a escolha cristalizou-se. E, a propósito, este é, como eu já disse, o auge, e o restante do capítulo apenas elabora esse pensamento e o ilustra. Veremos isso nas próximas semanas. Mas, a partir daqui, a escolha é clara. Há duas portas: a larga e a estrita. Há dois caminhos: o largo e o estreito. Há dois destinos: vida e destruição. Há dois tipos de viajantes: os poucos e os muitos.
Há dois tipos de árvores: as boas e as ruins. Há dois tipos de fruto: o bom e o mau. Há dois construtores: o sábio e o tolo. Há duas fundações: a rocha e a areia. E há duas casas, e dois elementos da tempestade que ele aborda. Em outras palavras, a decisão inequívoca é a real questão do clímax do sermão. E repito: Jesus não quer ser elogiado por sua ética, e Jesus não quer adiamento dos requisitos. O que ele deseja é ação, resposta, e nos força a tomar uma decisão. Penso que as pessoas não entenderam de fato essa passagem. E acho que, quando terminarmos esta manhã, você verá isso de uma nova maneira.
Há quatro contrastes que quero que você veja nesses versículos - quatro contrastes. Número um: duas portas - duas portas. “Entrai pela porta estreita (larga é a porta...)”. Então o versículo 14, “porque estreita é a porta”. Ele menciona duas vezes a porta estreita, uma vez ele menciona a porta larga. Duas portas - apenas duas. As duas estradas, como já disse, apontam para a salvação. Ambos os caminhos apontam para Deus. Ambas as estradas apontam para o reino. Os dois caminhos apontam para a glória. Os dois caminhos apontam para a bênção. Ambas as estradas apontam para o céu. Mas não são ambas as estradas que levam para lá. Uma é a justiça própria, e a outra é a justiça divina. Antes de pegar a estrada, você precisa atravessar a porta. Portanto, a porta vem primeiro.
Agora, vamos olhar, em primeiro lugar, para a porta estreita. E este é basicamente o cerne da interpretação, portanto gastaremos um pouco mais de tempo nisso. Quero começar a desenvolver o conceito envolvido nessa porta estreita. Antes de tudo, a primeira coisa que vejo ao ler o versículo 13 é que é preciso entrar. Você entendeu isso? Você precisa entrar. Há um senso de urgência aqui neste aoristo do imperativo. Ele exige uma ação imediata. Faça agora, entre agora. Esta é a hora, este é o momento, é isso que Deus está esperando. Você deve fazer isso. Não é uma opção. É uma ordem, uma ordem absoluta. Ou seja, o Senhor Jesus estava ensinando-lhes um modo de vida muito restrito.
O caminho deles apresentava toda sorte de tolerância ao pecado. Tinham uma série de leis além da lei de Deus. Tinham todo o tipo de padrão além dos padrões de Deus. Tinham inventado um sistema humano e de grande alcance, e todas essas coisas faziam parte de seu sistema. E Jesus disse: “Vocês precisam se livrar disso, vocês precisam se livrar daquilo, é isso que vale, é aquilo que vale”. Ele restringiu e restringiu e restringiu, até que, no momento em que chegou no capítulo 7, versículo 12, tinha lhes apresentado uma abordagem muito refinada e confinada da vida para a glória de Deus. E eles entenderam que era um caminho muito estreito e definido.
E Jesus falava, como todos diziam no final do capítulo, “como quem tem autoridade”. Ele não se estendeu a respeito de todos os ensinos dos rabinos; limitou-se a definir pontos específicos. E assim eles entenderam. Comparado ao sistema deles, era muito restrito, muito limitado. E Jesus diz: “Vocês precisam entrar por esse caminho estreito. Se vocês querem entrar no meu reino, precisam aceitar esses termos”. Exigiu ação imediata. É uma ordem absoluta sem alternativa. Não basta ouvir pregações sobre o portão, não basta admirar a ética: é preciso entrar. “Você não pode entrar no reino”, diz ele, “a menos que se submeta a esses termos, abandonando sua justiça própria, vendo-se como um mendigo espiritual, com grande pesar pelo pecado; humilhando-se diante de um Deus santo, sem orgulho ou altivez; como alguém faminto e sedento de justiça, não acreditando que você já a tem”.
Você precisa entrar segundo as condições dele. O inferno estará cheio de pessoas que admiravam o Sermão da Montanha. Você deve entrar.
Segundo ponto: você deve entrar por esta porta. Você deve entrar por esta porta. Entre pela porta estreita. Ele diz que há uma porta larga, mas não lhe diz para entrar por ela, porque ela leva à destruição. Você deve entrar. Você não pode ficar do lado de fora e admirá-la. Você precisa passar por ela e, se quiser entrar no reino, precisará passar por esta porta. Agora, ela é bem estreita, não é mesmo? Isso é realmente muito limitado. As pessoas dizem: “Sabe, o cristianismo não dá espaço para mais ninguém”. É exatamente isso. Não agimos assim porque somos egoístas ou orgulhosos ou egocêntricos; agimos assim porque foi isso que Deus disse.
Se Deus dissesse que há 48 caminhos para a salvação, eu pregaria todos os 48. Mas não há. “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos” - o quê? - “salvos”. Nenhum outro nome. Jesus - Atos 4.12. “Eu sou o pão da vida - Eu sou o caminho, a verdade e a vida - Eu sou a porta - qualquer um que venha de outra maneira é ladrão e salteador”, João 10. “Porquanto”, 1 Timóteo 2, “há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem”. Apenas um, nenhum outro nome, Cristo e Cristo somente; tão estreita é a porta, tão limitado o caminho. Não há alternativas. Você deve entrar. Mediante um ato voluntário, um ato de fé, você precisa se submeter às condições de Deus e entrar pela porta prescrita por Deus; e Cristo é essa porta. Ele é esse caminho. E o Deus santo tem o direito de determinar a base da salvação, e ele determinou que esta base é Jesus Cristo e somente ele, e é assim que é.
Em terceiro lugar, você deve entrar, entrar pela porta estreita e entrar sozinho. Você deve entrar sozinho. Vejo isso implícito no texto. Se você estudar o termo “estreita”, terá a impressão de uma porta muito estreita. De fato, muitos comentaristas diriam que a melhor forma de expressar isso em palavras contemporâneas seria uma catraca. Daquele tipo pela qual você precisa passar sozinho; o espaço é apertado e tem aquele pequeno braço de metal para empurrar e passar. Bem, conheço minha família; quando se vai ao zoológico, ou pegar um trem em algum lugar, ou viajar a algum lugar de avião, de vez em quando é preciso passar por algo assim, uma catraca.
E todo mundo está com muita pressa, e quando chegamos lá sempre percebemos que não tem como todos passarmos juntos, não é, crianças? Precisa passar um de cada vez. É assim que acontece com uma porta estreita. Não se entra no reino de Cristo em grupo. Os judeus pensavam: “Ei, estamos no reino, estamos todos juntos na estrada, todos entramos juntos, com base na herança abraâmica, baseados na ascendência judaica, baseados na circuncisão, estamos todos aqui juntos”. E acho que há pessoas que pensam que estão no caminho certo para o céu, que entraram por ele quando chegaram à igreja. Vieram para a igreja, estamos todos na igreja e toda a igreja caminha unida. Não há grupos passando pela catraca, pessoal.
Você passa por tudo isso sozinho. A salvação é individual. As pessoas nunca foram salvas aos pares. Ah, alguém que crê pode até influenciar outro a crer também, mas a salvação de todo mundo é exclusiva e intensamente pessoal. Ele admite apenas um de cada vez. E isso é meio difícil, sabe. Porque passamos toda a nossa vida correndo com a multidão. Gastamos a vida inteira fazendo o que todo mundo faz, fazendo parte do grupo, fazendo parte da turma, fazendo parte do sistema à nossa volta, sendo aceito. E, de repente, Cristo diz: “Você precisa vir e terá que fazer esse negócio sozinho”. E, para um fariseu, isso significava que seria preciso dizer adeus aos demais e ao sistema, e caminhar sozinho.
Há um preço a pagar, um preço real. Não basta reivindicar uma ascendência abraâmica, não basta voltar à circuncisão, não basta dizer: “Nasci em uma família cristã; estive na igreja a vida toda”. Não se entra no reino de Cristo em grupo. Entra-se por meio de um ato individual de fé. Você precisa entrar, entrar pela porta estreita e entrar sozinho. Ouça isto: você deve entrar com grande dificuldade - com grande dificuldade. Bem, sei que isso choca algumas pessoas, porque ouvimos o tempo todo que ser salvo é fácil. Tudo o que se precisa fazer é crer, assinar na linha pontilhada, andar pelo corredor, levantar a mão, ir à sala de oração, seja o que for. Deixamos tudo bem fácil.
A única questão é que, quando terminamos, as pessoas não estão no caminho certo porque não passaram pela porta estreita. Bem, sem querer chocar você demais, acredito que é muito, muito difícil ser salvo. Ouviu isso? Deixe-me mostrar-lhe por quê. O final do versículo 14 diz, referindo-se à porta estreita e ao caminho estreito, que “são poucos os que” - o quê? – “acertam com ela”. A primeira implicação é que você nem vai saber que ela existe, a menos que você esteja o quê? Procurando. O profeta do Antigo Testamento disse: “Você me encontrará”, diz Deus, “quando me procurar de todo o coração”. Não acredito que alguém já tenha escorregado e caído para dentro do Reino de Deus. Não acredito que seja fácil. Isso é graça barata, crença fácil.
Essa é a abordagem reavivalista. Levante a mão, ande pelo corredor, assine o cartão e você está dentro. “Bem, eu creio; creio em Jesus”. Muito bem, você é parte da família. O fato de serem poucos os que acertam com ela implica que você precisa procurar essa porta; que você precisa procurar por ela. Vamos avançar mais um passo. Olhe comigo para Lucas 13, e vou mostrar-lhe um versículo que realmente vai chocar você. Em Lucas 13, versículo 22, Jesus está passando pelas cidades e aldeias ensinando, a caminho de Jerusalém. Como resultado de seu ministério, fica claro para seus companheiros que nem todo mundo estava reagindo como julgavam correto. Para nós, é sempre difícil entender por que as pessoas não reagem a Cristo.
E assim alguém lhe pergunta, no versículo 23: “Senhor, são poucos os que são salvos?” Ou seja, ele observou que poucas pessoas reagiram. “Senhor, são apenas alguns?” Então ele lhes respondeu, e deu-lhes a resposta para a próxima pergunta - aquela que não tinham feito. A resposta à primeira questão era “sim”; a pergunta seguinte teria sido “por quê?”. A resposta para esta seria: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, pois eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão”. E a palavra esforçar-se é agōnizomai – da qual derivamos agonizar –, que é usada em 1 Coríntios 9.25 para falar do atleta que se submete a treinamentos rigoroso para obter uma vitória; em Colossenses 4.12 para trabalhar fervorosamente; na carta de Paulo a Timóteo - capítulo 6, versículo 12 – quando fala de luta. Em outras palavras, o Senhor diz que é angustiante, que é uma guerra.
É um fervor exigido, um esforço para entrar pelo portão estreito, e há muitos - ao contrário dos poucos - que tentarão entrar, mas não conseguirão. Agora, observe isso. É difícil ser salvo, diz Jesus, em primeiro lugar, porque você precisa procurar, e talvez haja muitos que estejam procurando. Mas quando descobrem o quanto custa lutar para entrar, não estão dispostos a fazer isso. Essa é uma afirmação muito forte. Ouça, ninguém se torna cristão ao andar pelo corredor da igreja. Ninguém se torna cristão de uma maneira fácil e barata. Em Mateus 11, versículo 12, a Bíblia diz: “O reino dos céus é tomado por esforço, e os que se esforçam se apoderam dele”. Há quase uma espécie de violência na entrada para o Reino.
Em Lucas 16.16, o Senhor diz que todo homem que entra no reino de Deus se esforça por entrar ali. Bom, não é isso que se ouve por aí, mas é o que Jesus disse. O Reino é para aqueles que o buscam de todo o coração. O Reino é para aqueles que se esforçam, que agonizam para entrar, cujos corações estão despedaçados por causa de sua pecaminosidade. Que choram com humildade, que têm fome e sede, e inextinguivelmente satisfeitos, anseiam para que Deus mude suas vidas. Não é para as pessoas que caminham sem esforço e querem Jesus sem nenhuma alteração na sua vida. Quando Jesus enfatizou que ninguém entra no Reino dormindo, ele estava dizendo: “A fim de estar no meu Reino, é preciso apresentar empenho sincero, energia incansável, máximo esforço”.
De fato, em João 16.33 ele disse: “Lembrem-se desde já: nesse mundo, vocês passarão por aflições”. Isso nunca é fácil. Nunca é fácil se tornar cristão, porque você tem todo o inferno contra você. Tudo o que Satanás, seus demônios e seus aliados dissimulados têm é a carne que está em você, e tudo isso oferece resistência. E, pelo poder de Deus, precisamos derrotar Satanás e a carne para entrar no Reino. William Hendriksen diz: “O Reino, então, não é para os fracos, os vacilantes e os indulgentes. Não é para os Balaões, nem para os jovens ricos, nem para Pilatos, nem para Dimas”. Mas, continua ele: “Não se ganha o Reino com orações adiadas, promessas não cumpridas, resoluções quebradas e testemunhos hesitantes.
“Pelo contrário, ele é para os fortes e resistentes, como José, e Natã, e Elias, e Daniel, e Mardoqueu, e Pedro, e Paulo; e não nos esqueçamos de Rute, Débora, Ester e Lídia”. Fecha aspas. Acredito que uma das mentiras que Satanás infiltra no mundo de hoje é que é fácil tornar-se cristão - é fácil. Não é fácil. Não é nada fácil. É uma porta muito estreita. Você passa por tudo sozinho e o faz angustiado o tempo todo por causa da sua pecaminosidade. Você precisa ter o espírito quebrantado. Alguém pode dizer: “Bem, isso soa como aquela religião da conquista humana da qual você falou antes”.
Não: é quando você chega ao quebrantamento e ao reconhecimento de que você mesmo não pode fazer nada que Cristo derrama em você graça sobre graça, a fim de fortalecê-lo para a agonia necessária para entrar no Reino. Em seu quebrantamento, o poder dele se torna sua fonte. Você precisa entrar, você precisa entrar pela porta estreita, você precisa entrar sozinho, você precisa entrar com dificuldade e, em seguida, você precisa entrar nu. Não dá para passar por uma catraca com bagagem. Já reparou nisso? É uma confusão; é impossível. É a porta - observe - da autonegação. Não é uma porta que permita a passagem de superstars, que querem carregar todo o seu lixo consigo. É uma porta na qual você se despe de todo o seu eu, de sua justiça própria, do pecado, da imoralidade e de todo o resto. Você precisa abandonar isso, ou não passará por ela.
O jovem rico chegou à porta. Ele procurou, realmente procurou. E encontrou Jesus e perguntou: “O que preciso fazer para entrar no Reino? Vim para descobrir isso; tenho procurado. Quero estar no Reino”. O Senhor foi direto ao cerne do problema e disse: “Pegue tudo o que você tem, venda e entregue aos pobres”. Sabe o que Jesus fez? Ele acertou a mala em cheio. O jovem estava tentando atravessar a porta estreita com a bagagem de suas riquezas. E, para ser franco, por outro lado também tinha justiça própria, porque quando o Senhor falou a respeito de tudo o que ele deveria estar fazendo, a resposta foi que ele já praticava tudo aquilo.
Então aí veio ele, com justiça própria em uma das mãos e todo o seu dinheiro na outra, e não conseguiu passar, e a Bíblia diz: “Ele foi embora triste”. Ele procurou, mas não estava disposto a deixar o egoísmo, negar a si mesmo e se submeter à dor decorrente do pecado e a despir-se para chegar à nudez necessária para entrar pela porta. Se você não passou por esse caminho, tenho um bom palpite de que você está no caminho errado. Mesmo que a placa diga “céu”, não é para lá que você está indo. Talvez até diga “Jesus”. É preciso jogar fora o eu, a autoconfiança, a justiça própria. Acho que o Senhor expressa isso de forma maravilhosa em Mateus 18.3, onde ele diz: “A não ser que vocês se tornem como crianças pequenas, não entrarão no Reino”.
O que é que define uma criança pequena? É dependência absoluta - dependência absoluta. “Nada trago, ó meu Jesus; só recorro à tua cruz!” A fé salvadora não é apenas um ato da mente; é um despojar-se do eu, em total nudez. É um bater no peito: “Senhor, tem misericórdia de mim, um pecador”. E acredito que aqui o Senhor está lidando com o perigo de uma salvação fácil. “Basta vir a Jesus. É tão fácil. Basta crer. Tudo o que você precisa fazer é acreditar. Faça uma pequena oração”. Não há nada errado em crer, nada errado em fazer uma oração, mas essas coisas não trazem a verdadeira salvação quando ocorrem no vácuo. Não somos nada e nada temos para nos recomendar a Deus.
Você precisa entrar, você precisa entrar pela porta estreita, você precisa entrar sozinho, você precisa entrar com esforço, você precisa entrar nu e, em seguida, precisa com arrependimento. Não acredito que seja possível passar, a menos que o coração se arrependa do pecado e se afaste dele para servir ao Deus vivo. Quando João Batista estava preparando um povo para receber o Messias, as pessoas estavam vindo e sendo batizadas porque queriam ser limpas de seus pecados. Qualquer pessoa no contexto judaico sabe que preparar-se para a vinda do Messias era purificar o coração de sua pecaminosidade. Charles Haddon Spurgeon, o grande pregador, disse: “Você e seus pecados devem se separar, ou você e seu Deus nunca se unirão”.
“Nenhum pecado”, ele disse, “pode ser mantido. Todos precisam ser abandonados. Eles devem ser retirados da caverna como os reis cananeus e enforcados ao sol”. Fecha aspas. Nós nos voltamos do pecado em direção a Deus, deve haver arrependimento. Por fim, você deve entrar pelo portão estreito sozinho, com esforço, nu, arrependido e em total rendição a Cristo - em total rendição a Cristo. Não creio que alguém possa ser regenerado da forma como Cristo indica aqui simplesmente adicionando Jesus Cristo às suas atividades carnais. Não acredito que salvação seja um acréscimo; penso que salvação é transformação. Toda a mensagem de 1 João é que, se você for verdadeiramente redimido, isso se manifestará em uma vida transformada, na qual o pecado é confessado, na qual a obediência se torna sua característica, na qual o amor se manifesta.
A salvação é marcada por uma vida mudada. Jesus até disse: “Reconheço meus verdadeiros discípulos, pois eles obedecem à minha palavra - eles obedecem à minha palavra”. Se alguém diz: “Bem, sou cristão”, mas não há sinal de obediência na vida dessa pessoa, ela pode pensar que é cristã, mas entrou pelo caminho errado. É verdade que estava sinalizado como “céu” e, claro, talvez fosse até chamado de “Jesus”, mas não é o caminho certo - uma porta muito, muito estreita. Por outro lado, há uma porta larga. Não precisamos dizer muito sobre isso; o contraste é óbvio. A porta larga - bem, todos podem caminhar juntos. Você não precisa entrar sozinho, a turma toda está indo. Todos se uniram. Todos se juntaram à igreja e andam juntos. Não há nada de individual nisso.
A multidão inteira veio. Sem autonegação. Ei, você pode trazer sua bagagem, seu pecado, toda sua imoralidade, toda sua falta de arrependimento, sua falta de compromisso com Cristo – basta você aparecer, nessa porta da autoindulgência. Há muitas pessoas que afirmam ser cristãs, e são absoluta e grosseira e totalmente autoindulgentes. Ontem à noite meu coração ficou triste ao ver na televisão alguém que alegou isso e continuou mostrando completa autoindulgência. Questiono isso. Orgulho, justiça própria, autoindulgência, pecados de todos os tipos são bem-vindos no caminho largo; mas, se você os tiver, nem conseguirá entrar pelo caminho estreito, porque não dá para passar pela porta com tudo isso. Um homem caribenho que escolheu o Islã em vez do cristianismo afirmou o seguinte: “Fiz isso porque o Islã é um caminho nobre e amplo. Nele há espaço para o homem e seus pecados, mas o caminho de Cristo é estreito demais”. Essa é a escolha.
Duas portas, duas portas levam a dois caminhos. Veja novamente - dois caminhos. Quais são os dois caminhos? Há o caminho amplo, versículo 13, e o caminho difícil, ou o caminho apertado, espremido e confinado, versículo 14. É exatamente o que diz o Salmo 1. Há o caminho dos piedosos e o caminho dos ímpios. Salmo 1, versículos 1 a 3, o caminho dos piedosos, versículos 4 e 5, o caminho dos ímpios, versículo 6, o resultado de ambos. A escolha é a mesma de sempre: o caminho dos ímpios ou o caminho dos piedosos. Bem, olhe para o caminho amplo. uma vez que você entra pela porta larga, a turma toda está lá; é uma vida fácil, certo? Não há precipício. Há muito espaço. Pode-se passear e perambular sossegadamente.
Não há nenhuma regra, nenhuma moralidade particularmente vinculativa. Há espaço para teologias diferentes. Há tolerância para todo pecado concebível. Contanto que a pessoa ame a Jesus ou seja religiosa. Não há restrições, não há limites, não há demarcações. Nessa estrada, todos os desejos do coração caído são alimentados. Não há necessidade de atitudes santas. Não há necessidade de humildade. Não há necessidade de estudar a Palavra de Deus. Não há necessidade de padrões morais internos rígidos. Basta adotar uma religiosidade típica, mecânica, que nada mais é do que hipocrisia. Não requer absolutamente nada em termos de caráter; é como um peixe morto flutuando rio abaixo. É muito fácil! A correnteza faz tudo.
Efésios 2:2 chama isso de o curso deste mundo, mas a tragédia absoluta de tudo isso está em Provérbios, que diz: “Há caminho que ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminhos de morte”. É o caminho largo. Sem regras. Sem padrões, exceto aqueles criados pelo homem com a finalidade de se encaixar no seu pequeno e confortável sistema. E o Salmo 1:6 diz: “O caminho dos ímpios perecerá”. Há o contrário disso, um caminho difícil, versículo 14. Sua Bíblia talvez diga “estreito”. A melhor tradução é um caminho restrito. Significa literalmente ser apertado, confinado. É como um caminho estreito acompanhando um precipício, muito estreito. E é por isso que em Efésios Paulo diz que é preciso andar com prudência, de olhos abertos, porque não para se deixar levar pela corrente, de qualquer jeito.
É um caminho muito estreito. Está delimitado de ambos os lados pela mão disciplinadora de Deus. Se você escapa por um lado, pronto – lá vem um tapa na sua mão espiritual. O mesmo acontece do outro lado. Os requisitos são exigentes, rigorosos, refinados e inequívocos, e não há espaço para qualquer desvio ou afastamento deles. Deve ser o desejo do nosso coração cumpri-los, sabendo muito bem que, caso falharmos, Deus nos disciplinará, e que então Deus perdoará maravilhosa e amorosamente e nos colocará em pé de novo. Talvez você diga: “Bem, é um caminho difícil, rigoroso e estreito; não parece ser algo desejável”. Mas algo maravilhoso em tudo isso é que toda essa dureza, toda essa estreiteza e todas essas restrições foram carregadas pelo próprio Cristo, de modo que seu jugo sobre nós é fácil, e seu fardo é – como? – leve.
Em outras palavras: quando alguém entra por esse caminho, é melhor fazer um balanço do que está buscando. Em Lucas 14, versículo 25, o que lemos? “Grandes multidões o acompanhavam, e ele, voltando-se, lhes disse” - uma grande multidão o seguia, um grande bando de gente. Ele diz: “Olhem, se vocês vão me seguir, precisam saber de algumas coisas. Se você não odiar seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos, suas irmãs e sua própria vida, não pode ser meu discípulo”. Tente dizer isso da próxima vez que for compartilhar o evangelho com alguém. “Quer ser cristão? Muito bem, odeie sua mãe, seu pai, sua irmã, seu irmão ” - dificulte o máximo possível.
“Você terá de abandonar a multidão, terá de dizer adeus a todos a quem você ama, senão você nem pode ser meu discípulo, e então ainda terá que pegar uma cruz e viver uma vida crucificada”. Tente pregar isso no próximo culto de avivamento, e veja quantos virão pelo corredor. Você sabe quem virá? As pessoas que deveriam vir, que querem assumir o compromisso certo; e Jesus continuou ilustrando isso. “Pois qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir?" Ou seja, ninguém é tolo a ponto de construir algo sem verificar quanto isso lhe custará. “Ou que rei neste mundo entra em guerra sem comparar suas tropas às do inimigo?”
“Assim, pois”, versículo 33, “Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo”. Gente, Jesus realmente traçou uma linha difícil. A pessoa precisa estar disposta a dizer não a tudo e a declarar ‘quero, com a ajuda de Deus, andar por esse caminho estreito’, sabendo muito bem que não há como fazê-lo sozinho ou por suas próprias forças, mas contando que Deus lhe dará graça sobre graça para fazê-lo com sua fraqueza na força dele. Só assim, estando disposta a viver dessa maneira, a pessoa se achegará a Jesus de forma legítima. É melhor contar com perseguição. Neste mundo virão tribulações. “Chegará um dia”, disse Jesus a seus discípulos, “quando as pessoas acharão que estão fazendo a obra de Deus ao executar vocês”. João 16: “Você passará a vida fugindo daqueles que querem matá-lo”.
Ninguém anda por esse caminho estreito com os pés descalços. Este não é um prado agradável. O caminho é difícil. E nosso Senhor nunca apresentou o cristianismo como uma opção suave para os joelhos e corações fracos. Começar essa caminhada é declarar guerra ao inferno. E o inferno luta de forma ferrenha. E você vive o resto de sua vida com uma postura bem-aventurada, tentando constantemente lidar com seu próprio orgulho, seus próprios desejos, sua própria vontade egoísta. Jesus disse a Pedro: “Siga-me; e, a propósito, Pedro, isso lhe custará a vida”. Você aceita esses termos? Você aceita esses termos? Porque esse é o caminho estreito. É duro, apertado, confinado, e, caso você saia dele, será disciplinado.
Talvez você diga: “Bem, isso parece horrível”. Não, porque Cristo já tomou toda essa dificuldade para si, e o caminho se torna um caminho lindo. Agora, quando você fizer sua escolha, lembre-se do terceiro aspecto: há dois destinos - dois destinos. Voltando a Mateus, capítulo 7 - existe o caminho largo que leva à destruição, e o caminho estreito que leva à vida. Há o caminho da vida e o caminho da morte, como disse Jeremias, como disse Josué, como disse Elias, como disse Moisés. É a mesma coisa, o caminho da vida, o caminho da morte. O Salmo 1 disse isso. Os piedosos recebem bênção, os ímpios perecem. Existe o caminho da vida e o caminho da morte. A palavra destruição aqui refere-se simplesmente ao julgamento definitivo e eterno no inferno, ao tormento eterno.
Não tenho tempo para me aprofundar nisso; veremos isso com frequência na medida em que caminhamos por Mateus. O Senhor diz que há dois fins possíveis para a vida. Todas as religiões do mundo inteiro, exceto a religião da realização divina em Cristo, terminam no mesmo lugar: destruição. É fácil seguir por esse caminho, é fácil seguir em frente, pegar tudo o que se deseja. É fácil de acompanhar, não há padrões. É só bem no fim que ele fica difícil. Não apresenta restrições e está lotado, mas acaba no inferno. A religião das obras humanas, do humanismo e ateísmo, que é a religião suprema da conquista humana em que o próprio homem é deus, até o judaísmo que exclui o cristianismo: tudo terminará no mesmo inferno.
E, como disse John Bunyan: “A entrada do inferno sai dos portais do céu”. Que choque será para algumas pessoas. Por outro lado, o caminho estreito se abrirá para a felicidade eterna. O caminho largo se estreitará para dentro de um poço terrível. O caminho estreito se abre para a plenitude de uma comunhão de alegria indescritível, eterna e límpida com Deus que nem sequer conseguimos imaginar. Não se trata tanto de definir quantidades da vida, mas de definir a qualidade da vida. E a escolha é sua. Considere o destino, porque você passará a eternidade lá. E como o ser humano escolherá? Último ponto: há duas multidões, duas portas, dois caminhos, dois destinos e duas multidões.
O caminho que é largo, versículo 13, há muitos que seguem por esse caminho. Quanto ao caminho que é estreito, versículo 14, poucos são os que o encontram. Isso é realmente incrível. A maioria das pessoas está no caminho da conquista humana. As massas estão no caminho errado. Frequentemente me perguntam: “Você acha que haverá mais pessoas no céu ou no inferno?” Jesus disse aqui, muitos, poucos. Se voltarmos ao Antigo Testamento, descobrimos que sempre houve um remanescente de pessoas que creem. O único período na história redentora de Deus que parece diferente é a tribulação. De acordo com Apocalipse, capítulo 7, versículo 9, haverá um número incontável de gentios resgatados de todos os povos, tribos, línguas e nações, e que toda a nação de Israel também será resgatada.
Talvez haja uma espécie singular de reação evangelística na tribulação, que levará uma grande massa da população mundial a responder a Cristo. Mas no nosso tempo e na nossa era, a reiteração da verdade é poucos, poucos, poucos, poucos, poucos, porque os homens preferem se apegar ao próprio pecado, como disse Jesus. Eles amam as trevas. Eles preferem acreditar em si mesmos - poucos. Em Lucas 12:32, Jesus olhou para seus discípulos e disse-lhes: “Não temais, ó pequenino rebanho”. A palavra “pequenino” é mikron, da qual derivamos micro, algo diminuto. “Não temais, pequenino rebanho”. É a mesma palavra usada em Mateus 13 para a semente de mostarda, a menor de todas as sementes. O rebanho sempre foi pequeno.
Sempre foram poucos os que buscam de todo o coração, e que, pelo poder de Deus, sofrem por reconhecer sua própria incapacidade humana de entrar, pois estão dispostos a pagar o preço e arcar com o custo. De fato, em Mateus 22:14 Jesus descreveu isso desta maneira: “Muitos são chamados, mas” - o quê? - “poucos, escolhidos”. Poucos - é muito fácil escolher o caminho largo. É um caminho tão fácil de seguir, basta acompanhar a multidão. E você pode acrescentar Jesus, sentir-se religioso e ir à igreja, ou pertencer a algum tipo de sistema de religião que lhe diga que esse é o caminho a seguir. Você nunca nega a si mesmo e acaba no desastre maior.
Em Lucas, capítulo 13, mais uma vez - quero apenas enfatizar isso e depois encerrar com uma ilustração - Lucas 13:24. Jesus disse: “Esforçai-vos” - ou agonize, como vimos anteriormente – “por entrar pela porta estreita, pois eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão". Agora ouça: “Quando o dono da casa se tiver levantado e fechado a porta, e vós, do lado de fora, começardes a bater, dizendo: ‘Senhor, abre-nos a porta’, ele vos responderá: ‘Não sei donde sois’. Então, direis: ‘Comíamos e bebíamos na tua presença’”. Alguns talvez digam: “Tomamos a Ceia, adoramos”.
“Mas ele vos dirá: ‘Não sei donde vós sois; apartai-vos de mim, vós todos os que praticais iniquidade’. Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes, no reino de Deus, Abraão, Isaque, Jacó e todos os profetas, mas vós, lançados fora”. Estão não serão pessoas sem religião, mas pessoas religiosas, que pensavam que estavam no caminho certo, mas não era o caminho certo. E eles vão bater na porta. Preciso dizer, não consigo pensar em uma cena mais terrível do que pessoas sob a ilusão de estarem salvas descobrindo que a porta foi fechada na cara delas. De volta a Mateus 7, Jesus diz: “Muitos vão por esse caminho” - muitos na estrada larga. Você quer encontrar esses muitos? Vá para o versículo 22.
“Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres?” Soa tão bem. “Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade”. Que choque! Os muitos que estão na estrada larga descobrirão que esse não era o caminho para o céu; a porta será fechada na frente deles para sempre. Ouça, o caminho é estreito, mas felizmente posso anunciar que ele é largo o suficiente para acolher o principal dos pecadores. Você precisa vir sozinho. Você não pode escapar da escolha, é uma escolha absolutamente inevitável. Não escolher já é uma escolha, e você precisa encará-la.
Alguns anos atrás, alguém escreveu uma carta para o jornal Melbourne Daily após uma Cruzada de Billy Graham. Foi isso que disse o homem que escreveu a carta: “Depois de ouvir o Dr. Billy Graham no ar, vê-lo na TV e ler reportagens e cartas sobre ele e seu trabalho, estou profundamente enjoado do tipo de religião que insiste que a minha alma e a de todas as outras pessoas precisa ser salva, o que quer que isso signifique. Nunca me senti perdido, nem sinto que me afundo diariamente na lama do pecado, embora a pregação repetitiva insista que sim. Quero uma religião prática que ensine gentileza e tolerância, que não veja barreiras de cor ou credo; que lembra dos idosos e ensina o bem às crianças, e não o pecado.
“Se, para salvar minha alma, preciso aceitar uma filosofia como a que ouvi pregada recentemente, prefiro permanecer condenado para sempre”. E assinou seu nome. Essa é a escolha que todos fazem. Ou você inventa uma bela religiãozinha que lhe agrade, ou ouve a verdade de Deus e a aceita. Essa é a sua escolha. Uma traz vida, a outra, morte. Vamos orar. Obrigado, Pai, por falar conosco com tanta insistência nesta manhã. São palavras difíceis, palavras difíceis de enfrentar por causa do nosso pecado. Que possamos encará-las. Obrigado, porém, porque, quando entramos por aquela porta estreita, há grande segurança e confiança, na medida em que nossos corações clamam Abba Pai, sabendo muito bem que somos teus filhos.
Oramos nesta manhã por aqueles em nosso meio que ainda não entraram por esta porta estreita, que não analisaram o custo, que não se despiram de si mesmos nem se renderam a ti, vindo a ti com fé. Oramos para que hoje seja o grande dia para eles. Deus, que nós, como diz 2 Coríntios 13:5, nos examinemos, para ver se estamos na fé. Oh, como tememos ser iludidos por toda a vida, apenas para ser excluídos no final. Que não seja assim.
Peço que mantenham suas cabeças abaixadas por mais um momento, enquanto encerramos nosso culto. A sala de oração à minha direita estará aberta, os conselheiros estarão na sala de aconselhamento. Não vá embora sem Cristo, abra seu coração para ele. Talvez você precise de alguém para ajudá-lo, para orar com você e aconselhá-lo.
Se for esse o caso, em vez de sair, venha para a frente e passe pelas portas à minha direita, que alguém estará lá para ajudá-lo nisso. Entre pelo portão estreito a fim de andar pelo caminho estreito que leva à vida.
END

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