
Bem, confio que o seu coração tenha sido encorajado enquanto estivemos adorando ao Senhor com música e oração, e agora, quando chegamos ao tempo de adoração em que olhamos para a sua Palavra. E esta passagem diante de nós hoje é aquela que, de fato, deve extrair de nosso coração a veneração, adoração e louvor ao Senhor Jesus Cristo e a Deus Pai. É uma passagem rica, gratificante e fascinante para estudar. E confesso que estou pressionado em meu espírito por causa de todas as coisas que podem ser ditas sobre a breve passagem que veremos nesta manhã, e estou um tanto confinado pelo tempo, e pela nossa capacidade de compreender coisas que são um tanto complexas. Então, o que quero encorajá-lo a fazer é realmente ficar alerta, e pensar comigo, tenha sua mente em marcha, sua mão na Palavra de Deus, e ouça atentamente, pois eu acredito que será uma compreensão emocionante e maravilhosa sobre a morte do Senhor Jesus Cristo.
Agora, deixe-me lembrá-lo de algo muito básico. E temos de começar com isto: o propósito, a meta, o objetivo, o clímax da vida de Jesus Cristo foi sua morte sacrificial. Ele veio ao mundo com o propósito de morrer. Em Marcos 10.45 diz: "Ele veio para dar a sua vida em resgate por muitos.” Essa não foi uma alteração no plano. Esse foi o plano. Não foi um acidente. Não foi um final ruim para um bom começo, foi por isto que Jesus veio: morrer pelos pecados do mundo. O sacrifício de Cristo é o ponto focal de toda a Escritura. Como um escritor coloca: “A morte de Jesus Cristo não é o fim da história, é o tema da história, do começo ao fim.” E se você voltar, por exemplo, para o Antigo Testamento, verá que as coisas estão começando a ser estabelecidas no Antigo Testamento para nos ajudar a entender o significado da morte de Cristo, que ainda está por vir.
Por exemplo, na história de Adão e Eva, primeiro aprendemos que o sacrifício é necessário para cobrir o pecado. E então, pelos sacrifícios de Caim e Abel, aprendemos que não é apenas sacrifício, mas um certo sacrifício. E esse é o sacrifício da morte. E à medida que avançamos um pouco mais, chegamos à história de Abraão. E com Abraão, aprendemos que o próprio Deus proverá aquele sacrifício, como Deus providenciou um animal no lugar de Isaque. Então, cedo, aprendemos a necessidade do sacrifício. E então, a definição de sacrifício como sacrifício de sangue. E então, a ideia de que o sacrifício será um substituto dado por Deus no lugar dos homens. E quando chegamos à Páscoa, no Antigo Testamento, somos lembrados de que aquele que é sacrificado será sem mancha e sem defeito. E tudo isso está nos preparando para Jesus Cristo, o sacrifício supremo, o sacrifício perfeito, o substituto, o dom de Deus, o cordeiro imaculado.
Entramos no Novo Testamento, e tudo no Novo Testamento se concentra na cruz. Nos evangelhos - Mateus, Marcos, Lucas e João - a cruz é o tema. Em cada evangelho, ele ocupa algo entre 20 e 40% de todo o texto do evangelho. A maior parte do evangelho gira em torno da última semana da vida do Senhor. Quando você entra no Livro de Atos, por exemplo, o Livro de Atos é o registro da reação do mundo à morte e ressurreição de Cristo. Então, você vai para as epístolas, e as epístolas são escritas para aqueles que creem na morte e ressurreição de Cristo, para instruí-los sobre as implicações da morte e ressurreição de Cristo. E quando você chega ao livro do Apocalipse, você encontra o Cordeiro que foi morto antes da fundação do mundo, que retornará como Rei dos reis e Senhor dos senhores. Assim, tudo no Antigo Testamento se move para a cruz, os evangelhos se concentram na cruz, e o restante do Novo Testamento lida com as implicações e resultados da cruz. A morte de Jesus Cristo, então, é o ponto focal de toda a história redentora, e não é um acidente, mas o ápice do plano de Deus. Assim, desde os animais mortos de Gênesis, cujas peles foram usadas para vestir Adão e Eva, até o cordeiro morto de Apocalipse, que é adorado em glória e majestade, a cruz é tudo.
Consequentemente, quando chegamos a Mateus 26, 27 e 28, os três últimos capítulos do evangelho de Mateus, chegamos ao grande ápice deste livro da Bíblia. Aqui está a principal mensagem de Mateus. Agora, lembre-se disto, que a tentativa de Mateus através deste evangelho, e em que ele foi maravilhosamente bem-sucedido, é apresentar Jesus como rei, tão real quanto soberano, tão majestoso quanto digno e glorioso. E Mateus enfrenta, neste momento, algo que seria uma impossibilidade humana; isto é, como manter a majestade, a dignidade, a glória de Jesus Cristo no meio de sua traição e sua execução. Como ele pode permanecer o majestoso Filho de Deus enquanto é humilhado e degradado em uma traição e uma morte como a que ele morreu?
Essa é apenas a questão que veremos em nossa lição nesta manhã. É maravilhoso, é emocionante ver no meio disto como não há diminuição na glória de Cristo, nem qualquer diminuição em sua majestade ou sua dignidade, muito pelo contrário. Ele parece aqui estar mais majestoso, mais glorioso, mais no controle, e mais soberano Senhor do que em qualquer outro tempo no evangelho de Mateus. E assim, a mesa é totalmente virada, naquilo que os homens tentaram degradá-lo, ele é ainda mais exaltado.
Então, quando nos aproximamos do capítulo 26, Mateus começa, então, a desvendar para nós este fato glorioso da morte e ressurreição de Cristo. E ele começa no capítulo 26 com uma discussão dos elementos da preparação. Você se lembra da semana passada, não é? Vimos a preparação de Deus, no versículo 2, do capítulo 26. Como Deus estabeleceu o horário e tudo se desenrolou até dois dias depois da quarta-feira em que nosso Senhor está falando naquela parte do capítulo. E na sexta-feira, o plano de Deus chega ao seu ponto culminante. Assim, a preparação de Deus estava implícita no versículo 2. Então, vimos a preparação dos líderes de Israel que odiavam Jesus Cristo, nos versículos 3 a 5. E como eles estavam planejando sua morte e procurando uma forma, um momento e um lugar para eliminá-lo. Com medo de fazê-lo durante os oito dias da Festa dos Pães Ázimos por causa da grande popularidade de Jesus, por causa das multidões que eram atraídas por ele, eles estavam com medo de um tumulto, então sentiram que deveriam esperar oito dias até que a festa terminasse. Mas eles já estavam se preparando para executar Jesus Cristo. Então, esse elemento de preparação é apresentado por Mateus.
Então, nos versículos 6 a 13, vimos a preparação de Maria que, como discípula e amiga amada, ungiu Jesus com um perfume caro, derramando abundantemente sobre ele o seu amor e afeição, e querendo, em certo sentido, prepará-lo para a morte que estava chegando. E ela, de certa forma, representa todos aqueles que anseiam pela cruz como uma forma de salvação e viram nele algo glorioso, algo maravilhoso, algo abençoado. E assim, vimos a preparação de Maria. E então, nos versículos 14 a 16, a preparação de Judas Iscariotes, o traidor, que por dinheiro combinou com os líderes trair Jesus Cristo em um momento clandestino, em um lugar secreto, quando a multidão não estava por perto. Ele os informaria onde Jesus poderia ser feito prisioneiro, e ele seria o informante deles, o traidor, por assim dizer, contratado com o propósito de entregar Jesus a eles para execução.
Assim, a preparação de Deus, a preparação dos líderes, a preparação que Maria ofereceu, a preparação de Judas. Tudo isso se move em direção à realidade da cruz. Agora, esses quatro elementos de preparação envolveram outros além de Cristo. Ao chegar ao versículo 17, você começa a seção em que o próprio Cristo se prepara para a sua morte. É a sua própria preparação aqui.
E nós o vemos de várias maneiras diferentes preparando-se para a sua morte. Primeiro, experimentando a Páscoa final, no versículo 25; então, estabelecendo a Ceia do Senhor; ajudando os débeis discípulos; e, finalmente, orando ao Pai. Todos os quatro são sua própria preparação. Então, temos quatro elementos de preparação por outros e quatro elementos de preparação pelo próprio Senhor. Agora, vamos começar nesta manhã olhando os versículos 17 e seguintes, e ver o elemento inicial de preparação, a Páscoa, enquanto ele se prepara para desfrutar daquela refeição com seus discípulos. Isso é definitivamente parte da preparação para a sua morte, e você verá isso à medida que avança.
Agora, o registro começa nos versículos 17 a 19, e não vamos passar disso nesta manhã, passaremos da próxima vez. Mas há tanta coisa aqui que quero que você perceba, que não quero tentar forçar demais. O registro começa nos versículos 17 a 19 com o que podemos chamar de “estabelecer o horário.” Estabelecer o horário. Na próxima semana, falaremos sobre "compartilhar a mesa,” "chocar os 12" e "indicar o traidor.” Vamos até o versículo 25 e além, assim espero. Mas, por enquanto, “estabelecer o horário.” Muito, muito importante. Pode não parecer muito, mas é absolutamente essencial.
Agora, vamos começar apenas olhando o texto dos versículos 17 a 19. “No primeiro dia da Festa dos Pães Asmos, vieram os discípulos a Jesus e lhe perguntaram: Onde queres que te façamos os preparativos para comeres a Páscoa? E ele lhes respondeu: Ide à cidade ter com certo homem e dizei-lhe: O Mestre manda dizer: O meu tempo está próximo; em tua casa celebrarei a Páscoa com os meus discípulos. E eles fizeram como Jesus lhes ordenara e prepararam a Páscoa.” Agora, quando você lê isso, não parece ser um monte de coisas profundas. Mas, inerente a esse texto, há uma riqueza que realmente me escapou por muitos, muitos anos até recentemente, até que comecei a cavar um pouco mais profundamente nos fatos em torno desta maravilhosa ocasião. E eu acho que você terá a mesma resposta. Esses três versículos nos dizem que Jesus queria celebrar a Páscoa, e que seus discípulos estavam prontos para prepará-la, e que ele havia feito alguns planos para que ela pudesse, de fato, ser preparada. E no versículo 21 diz: “E eles comeram.” Então, aqui chegamos à última Páscoa que o nosso Senhor tem com os seus discípulos.
Agora, tenha em mente que o Senhor estava comprometido em manter a Páscoa. De fato, Mateus 3.15 nos diz que ele veio para cumprir toda a justiça, justiça que tem a ver com a lei de Deus. E um elemento da lei de Deus era celebrar a Páscoa. Então, Cristo estava querendo ser obediente em guardar a Páscoa. Também, em Lucas 22.15, a propósito, Mateus, Marcos, Lucas e João, todos eles descrevem essa cena de um jeito ou de outro, de um ângulo ou de outro. Assim, Lucas 22, versículo 15, nos diz que Jesus tinha, e a palavra é mais ou menos assim no grego, ele tinha um grande e intenso desejo de celebrar a Páscoa com seus discípulos. Então, ela é muito importante para ele. E vamos ver por que ela é importante enquanto olhamos um pouco mais para ela. Assim, a preparação tinha de ser feita para a Páscoa que Jesus queria celebrar.
Agora, deixe-me dar um pouco do contexto. Os judeus tinham um ano cheio de festas especiais, não muito diferente de nós, hoje. Também temos costumes, como cristãos. O Natal, o Dia de Ação de Graças, a Sexta-feira Santa, a Páscoa, e outras igrejas celebram outras comemorações durante o ano, como feriados especiais, dias santos especiais e dias de ênfase especiais ao longo do ano. E os judeus não eram diferentes. Eles tinham suas celebrações comemorativas, seus festivais, seus tempos de lembrar a obra de Deus no passado.
Agora, deixe-me lembrar de como era o calendário básico de festas deles. Havia, por exemplo, a Festa do Pentecostes, ou a Festa das Semanas, como é conhecida. E aquela festa em particular era para celebrar a provisão de Deus na colheita. Eles celebravam o fato de que Deus lhes havia dado tudo o que eles tinham por meio de suas colheitas. Então todo ano, no Pentecostes, eles tinham esse tempo maravilhoso de celebração, lembrando-se da provisão de Deus. Havia também a Festa dos Tabernáculos. E a Festa dos Tabernáculos, ou das Tendas, era uma festa para comemorar sua peregrinação no deserto quando eles viviam em tendas, e como Deus proveu para eles lá, e lhes deu comida e água, e os guiou naqueles dias no deserto. Eles se lembravam disso com a Festa dos Tabernáculos. E então, havia outra festa chamada O Dia da Expiação. Uma festa realmente destacada por um sacrifício no Santo dos Santos, o sacrifício feito, o sangue tirado no Santo dos Santos aspergido sobre o altar, e, uma vez por ano, o sumo sacerdote fazia isso para expiar os pecados da nação no ano. Esse era outro acontecimento muito alto e sagrado.
E então havia a festa, e ainda há, a Festa da Dedicação, nós a conhecemos como Hanukkah. E a Festa da Dedicação comemorava a libertação de Israel sob a liderança de Judas Macabeu no tempo entre o Antigo e o Novo Testamento. Então, essa só é comemorada desde aquela época, desde cerca de 167 a.C., quando aconteceu. E então, há a Festa das Trombetas, que é o ano-novo.
Assim, esses são os principais elementos do calendário comemorativo judaico que eles estão comemorando. Mas acima e além de todas essas, a maior de todas as suas celebrações de muitas maneiras é a Páscoa e a Festa dos Pães Ázimos; ambas são mencionados no versículo 17. Primeiro, a Festa dos Pães Ázimos, e no final do versículo, a palavra “Páscoa.” Agora, este era um festival de oito dias. A Páscoa e a Festa dos Pães Ázimos eram combinadas. A festa dos pães ázimos durava uma semana, do dia 15 de nisã até o dia 21, como prescrito pelo Antigo Testamento. Essa era uma festa de sete dias. O dia anterior era a Páscoa. Então, a combinação era um festival de oito dias. De fato, essas festas estavam tão conectadas na mente das pessoas que a Festa dos Pães Ázimos poderia ser um termo para descrever os oito dias inteiros, ou a Páscoa poderia ser um termo para descrever os oito dias inteiros.
Então, eles celebravam a refeição da Páscoa no dia 14 de nisã, e depois, durante sete dias, a Festa dos Pães Ázimos. E, claro, nos lembramos para o que foi. A Páscoa celebrava Deus libertando Israel da escravidão no Egito, onde eles estiveram por mais de 400 anos. E você se lembra, Deus começou a enviar pragas sobre os egípcios, e a última praga foi a morte de todos os primogênitos em todas as famílias no Egito. E Deus lhes disse: “Se você matar um cordeiro e um cordeiro imaculado, e colocar o sangue daquele cordeiro na viga e nas ombreiras da porta, quando o anjo da morte vier matar todo primogênito do Egito, se ele vir o sangue em sua porta, ele passará por ela.” E essa é a Páscoa. Ele passará por sua casa, passará para além de sua casa e poupará sua vida. E como resultado disso, Faraó disse: "Saia, não posso mais com isso.” E ele mandou os judeus saírem, e Deus finalmente os libertou.
Assim, a Páscoa celebrava o cordeiro sacrificial, cujo sangue fez com que escapassem do julgamento de Deus. E era um símbolo do último Cordeiro Pascal de Deus, cujo sangue os faria escapar eternamente do julgamento de Deus. E assim, Deus instituiu, em Êxodo 12, a festa contínua da Páscoa. Foi uma refeição e foi realizada na noite anterior ao início da Festa dos Pães Ázimos. Nos tempos antigos, aconteceu no primeiro mês do ano chamado Abibe. Mas, após o exílio, era celebrada no mês de nisã, e a Páscoa era no dia 14 de nisã, e, no dia 15, eles começavam a Festa dos Pães Ázimos.
A propósito, você pode estar interessado em observar que o cordeiro, de acordo com o capítulo 12 de Êxodo, deveria ser selecionado no décimo dia de nisã. E eu tenho dito a você, enquanto estamos estudando o livro de Mateus, que eu acredito que Jesus entrou na cidade de Jerusalém na segunda-feira. Sua entrada triunfal foi na segunda-feira. Existem vários motivos para isso. Primeiro, encaixa-se melhor na cronologia dos acontecimentos do que uma entrada no domingo. Segundo, elimina o problema do que tem sido chamado ao longo dos anos “uma quarta-feira silenciosa.” Se você tem Cristo entrando no domingo, então não há nada acontecendo na quarta-feira da Semana da Paixão; é um vácuo difícil de preencher. Mas, em terceiro lugar, e talvez de forma muito significativa, a segunda-feira foi a décima de nisã no ano 33 d.C., no qual nosso Senhor morreu. E isso significa que a segunda-feira, do dia 10, foi o dia em que todos na cidade de Jerusalém estavam escolhendo o cordeiro pascal.
O cordeiro tinha de ser selecionado no décimo dia, ser levado e morar com a família até ser abatido, de modo que, quando aquele cordeiro fosse abatido, fosse abatido como amigo, quase como um animal de estimação, assim eles entenderiam o preço do pecado. E é significativo porque, se Jesus entrou na cidade naquela segunda-feira, ele entrou no coração daquelas pessoas como seu cordeiro pascal no dia apropriado. E ele cumpre o simbolismo do cordeiro da Páscoa em todos os sentidos, chegando à cidade no décimo dia de nisã, para se oferecer como o Cordeiro de Deus para tirar o pecado do mundo, morrendo no dia 14 de nisã, como sacrifício da Páscoa pelos pecados do mundo.
Então, os judeus já haviam selecionado seu cordeiro quando nos aproximamos deste texto. Eles haviam feito isso na segunda-feira. Agora, a Páscoa nós compreendemos. Eles sacrificavam o cordeiro para celebrar o cordeiro de antigamente. Sacrificavam um cordeiro para lembrá-los do preço do seu pecado. E você se lembra, não é mesmo, que Josefo nos conta que havia mais de um quarto de milhão de cordeiros mortos de uma vez na Páscoa? É incrível acreditar nisso. O impacto disso seria profundo. Dois milhões e meio de pessoas, pelo menos, na cidade de Jerusalém, o massacre de um quarto de milhão de cordeiros, cordeiros que viviam na casa dessas pessoas. Esses animais tinham de estar na casa para que o povo se afeiçoasse a eles, de modo que eles vissem o preço do seu pecado e seu terrível resultado na morte daquele cordeiro.
E então, o massacre era absolutamente notável, pois todos os cordeiros estavam sendo abatidos. E como veremos daqui a pouco, eles eram abatidos em um período de duas horas, o que torna o massacre quase incompreensível. E um rio de sangue corria pelas costas do templo e descia a encosta da colina até o vale do Cedrom, que enchia o riacho, e ficava vermelho de sangue até Belém. Então, era uma época muito dramática do ano para eles, uma época em que eles ficavam cara a cara com o pecado, com o sacrifício exigido pelo pecado e assim por diante. E o Senhor havia instituído tudo isso em Êxodo 12, e foi repetido muitas e muitas vezes no Pentateuco que eles deveriam seguir e guardar a Páscoa.
Então, era um tempo glorioso de sacrifício para descrever a necessidade de morte e sacrifício dos inocentes para a expiação do pecado pelos culpados. Agora, sabemos que nenhum desses cordeiros poderia tirar o pecado, poderiam? E que exemplo profundo foi. Aqui estavam todos esses milhares e milhares e milhares de cordeiros sendo abatidos por milhões de pessoas, e todos eles combinados não podiam tirar um pecado. E essa é a mensagem de Hebreus, não é? Que tudo o que os cordeiros, os bodes e os touros nunca puderam fazer, Jesus Cristo, em um sacrifício de si mesmo, fez para sempre. Ele fez para sempre. Então, essa é a época do ano, e a razão pela qual Jesus e seus discípulos estão em Jerusalém é porque é Páscoa, e ele quer celebrar a Páscoa e a Festa dos Pães Ázimos.
Agora, a Festa dos Pães Ázimos é significativa. Pão sem fermento é pão que não cresce porque não há fermento nele. As mulheres hebreias faziam pão, e tiravam um pedaço da massa antes de assá-la, e deixavam fermentar, ou azedar, e a usavam como fermento na próxima massa para fazê-la crescer. Se elas não usassem aquele fermento, o pão não cresceria e ficariam um pão sem fermento. Quando saíram do Egito, Deus disse: “Não tenham pão fermentado; não levem pão fermentado,” porque fermento representava influência. E na verdade, o que ele queria dizer é: eu não quero que você pegue uma parte da sua vida egípcia e a implante em sua nova vida. Você está sendo libertado dela, e quero começar um novo povo em uma nova terra. Você não precisa de nada da vida passada.
Então, ele não queria que eles trouxessem nada. E ele lhes deu um símbolo disso: pão sem fermento. Você deve comer apenas pão sem fermento. Isto é, não influenciado por nada de sua antiga vida. Isso se tornou um símbolo, então, para se isolarem das coisas mundanas.
Chegamos ao versículo 17. E é o dia, o primeiro dia, quando toda a festa de oito dias de pão ázimo começa, e os discípulos vêm a Jesus e dizem: “Onde vamos nos preparar para comer a Páscoa?” É o primeiro dia da Festa dos Pães Ázimos. E Marcos acrescenta no capítulo 14, versículo 12: “quando eles sacrificaram a Páscoa.” Então, ele nos diz explicitamente que foi neste primeiro de oito dias que a Páscoa foi sacrificada. O pão sem fermento começou no dia seguinte, que era o dia 15 de nisã. O texto de Levítico 23.6 nos diz que tinha de começar no dia 15.
Agora, o texto de Êxodo, capítulo 12, versículos 18 a 20, nos diz que o pai de toda casa tinha de percorrer a casa e remover todo o pão levedado. Ele começava isso antes de qualquer outra coisa, e tirava todo o pão fermentado, que tinha de ficar fora por oito dias. Tudo começava então com a exclusão de todo o pão fermentado, e então o primeiro evento era a refeição da Páscoa. Esse era o primeiro evento.
Agora, ouça atentamente. No ano em que nosso Senhor morreu, a Páscoa aconteceu na sexta-feira. Sabemos disso porque o texto nos diz isso. A Páscoa era em uma data, dia 14 de nisã. A cada ano, cairia num dia diferente, assim como o Natal ou o Ano-Novo que caem num dia diferente. Quando você tem uma data, o dia vai variar. E neste caso, caiu em dias diferentes. Aconteceu que no ano em que nosso Senhor foi crucificado, a Páscoa caiu na sexta-feira. Caiu numa sexta-feira.
Você diz: “Como sabemos disso?” Porque em Marcos 15.42 diz: “Ao cair da tarde, por ser o dia da preparação, isto é, a véspera do sábado.” No dia anterior ao sábado foi chamado pelos judeus dia de preparação. Por quê? Eles estavam se preparando para o quê? Para o sábado. E como eles não podiam trabalhar no sábado, e não podiam preparar as refeições no sábado, o dia anterior era um dia de preparação extra. De fato, você pode estar interessado em saber que o termo “o dia da preparação” se tornou a palavra deles para sexta-feira. Sexta-feira era o dia da preparação. Realmente não tinha outra designação. E quando Marcos diz, no capítulo 15, versículo 42: “Era o dia da preparação, o dia antes do sábado” quando todos os eventos da morte de Cristo estavam ocorrendo, sabemos que a Páscoa caiu em uma sexta-feira naquele ano.
Olhe só por um momento para João 19, e não vai se perder. Tudo isso vai se juntar para ser muito emocionante. Em João 19, versículo 14, novamente o texto diz, e aqui, você se lembra, Jesus está diante de Pilatos, e ele está sendo julgado, e que dia é hoje? É a preparação; é o dia da preparação da Páscoa. O que isso significa é que é no tempo da Páscoa e é o dia da preparação. Isso não significa que eles estão preparando a Páscoa; isso significa que é o tempo durante a Páscoa que é chamado de preparação, o que significa sexta-feira.
Agora, vá para o versículo 31: “Então, os judeus... visto como era a preparação,” em outras palavras, eles haviam acabado de crucificá-lo, e porque é sexta-feira, ou a preparação, eles querem tirar o seu corpo da cruz, não o querem lá em cima no dia de sábado, porque o sábado é um dia especial. Então, novamente, eles estão se referindo à sexta-feira. Veja logo abaixo, no versículo 42: “Ali, por causa da preparação dos judeus e porque o túmulo ficava perto, colocaram o corpo de Jesus.” Porque os judeus insistiram que isso acontecesse na sexta-feira. Não há dúvida, amado, Jesus foi crucificado na sexta-feira. Tinha de ser sexta-feira. No ano 30 e no ano 33, nesses dois anos, a sexta-feira foi exatamente o 15 de nisã. Então, nos dias 14 e 15 de nisã, vamos ver em um minuto, e isso depende de como você conta os dias. Mas esses dois anos, 30 e 33, foram os anos exatos para acontecer na sexta-feira. Como diz no texto que era sexta-feira, temos de procurar um ano em que a festa caia na sexta-feira. Descobrimos que no ano 30 e no ano 33, e eu me inclino para o ano 33 como o ano apropriado para a morte de Cristo por causa da cronologia de outros eventos. Não poderia ter sido na quinta-feira porque esse dia não é chamado de preparação; sexta-feira é a preparação. Não poderia ter sido na quarta-feira porque esse dia também não é chamado de preparação. Foi na sexta-feira. E assim, veremos mais sobre isso conforme avançamos. O dia da Páscoa caiu então no dia 14 antes da sexta-feira do, no sábado do dia 15, ou melhor, que começa a Festa dos Pães Ázimos
Agora, vamos voltar ao nosso texto. Tendo dito tudo isso, não fique confuso, mas quando chegamos ao versículo 17, ainda é quinta-feira, tudo bem? Ainda é quinta-feira. Quarta-feira, nós sabemos. Os capítulos 21 a 25 nos levaram, nos levaram até a quarta-feira. Mas passamos a noite de quarta-feira na primeira parte do capítulo 26, Jesus ainda falando com seus discípulos. Então, agora quarta-feira finalmente chegou ao fim e essa foi uma longa e longa quarta-feira. Agora é quinta-feira de manhã, e é hora de preparar a refeição da Páscoa. Eles já têm seu cordeiro. Sem dúvida, eles o pegaram na segunda-feira quando chegaram à cidade. Eles já o têm. Mas há muitas coisas para se preparar para a Páscoa. Você sabe o que eles tinham de preparar? Eles tinham de se preparar para a matança do cordeiro, que só podia ser feita no pátio do templo, em nenhum outro lugar. E só poderia ser feito em um período de duas horas, das três da tarde às cinco, em nenhuma outra hora. Eles tinham de preparar seu pão sem fermento. Eles tinham de pegar uma tigela de água salgada, porque na Páscoa colocavam uma tigela de água salgada na mesa para lembrá-los de suas lágrimas derramadas na escravidão, e para lembrá-los do Mar Vermelho que se separou quando o Senhor os libertou. Eles tinham de obter ervas amargas como rábano, chicória, marroio (espécie de hortelã), endívia e outras coisas que colocavam junto em uma mistura com hissopo para lembrá-los da amargura do Egito, e do hissopo com o qual espalhavam sangue em suas portas.
Eles tinham uma pasta, uma pasta pegajosa feita de maçãs, tâmaras, romãs e nozes, todas trituradas e esmagadas juntas em um molho grosso chamado charoset. E era nesse molho espesso que mergulhavam o pão sem fermento como parte da refeição. Que, a propósito, é melhor visto como um símbolo da fabricação de tijolos no Egito, o barro e a lama que usavam para misturar os tijolos. E eles também colocavam no charoset paus de canela para lembrá-los da palha que usavam na fabricação dos tijolos. Então, tudo tinha um simbolismo. E então, havia quatro taças de vinho. E as quatro taças de vinho eram para lembrá-los da aliança de Deus em Êxodo, capítulo 6, onde Deus disse: “Eu sou o SENHOR. Vou tirá-los dos trabalhos pesados no Egito, vou livrá-los da escravidão, vou resgatar vocês com braço estendido e com grandes manifestações de juízo. Eu os tomarei por meu povo e serei o seu Deus.”
Tudo isso era simbolizado nos elementos da Páscoa que eles tinham de reunir e preparar. E como eu disse antes, o cordeiro tinha de ser morto em um intervalo de duas horas. Se você voltar para Êxodo 12.6, ali diz que tinha que ser morto à noite, mas o hebraico na verdade diz “entre os dois crepúsculos,” muito preciso. Os judeus tinham uma noite mais cedo, 3:00; uma noite mais tarde, por volta das 5:00. O cordeiro tinha de ser morto, Josefo diz então, entre a 9ª e a 11ª hora. Ou seja, das 15:00 às 17:00. A 12ª hora é 18:00, ou pôr do sol. Então, entre 15:00 e 17:00 o cordeiro tinha de ser morto. Tinha de ser morto no templo pelos sacerdotes. Então, todas aquelas pessoas tinham de trazer todos os seus animais para serem mortos em um período de duas horas. Absolutamente incompreensível imaginar o que acontecia, cena incrível, sangue por toda parte. Pessoas entrando com cordeiros vivos, saindo com os mortos, certificando-se de que pegaram o cordeiro certo no altar, pegaram o cordeiro certo do altar para levar para casa para comer. Tinha de ser assado depois disso.
Então, após o pôr do sol, ou mais tarde, não há uma prescrição da hora para fazer isso, eles tinham de comer a refeição da Páscoa (Êxodo 12.8). Eles tinham de ter pelo menos dez homens para comer, porque tinham de comer cada pedaço do cordeiro e não deixar nada pela manhã. E assim, eles comiam a refeição naquela noite. Agora, os discípulos sabem que precisam fazer tudo isso. Então, eles dizem a Jesus: “Onde vamos preparar a refeição? Temos as coisas prontas e teremos prazer em prepará-la, se você nos informar onde. Onde vamos prepará-la?” Você diz: “Por que isso é um problema? Por que eles não a preparam em Betânia, exatamente onde estão?" Você não pode. A lei dizia que deveria estar na cidade de Jerusalém. Então, todo mundo que estava hospedado na periferia de Jerusalém tinha de se aglomerar na cidade e encontrar um lugar onde poderiam ter uma Páscoa com um grupo de pelo menos dez homens, no máximo 20. E isso significava que todos os lugares disponíveis na cidade estavam cheios. E a questão era: onde vamos fazer isso? Não possuímos nenhuma propriedade, não temos nenhum prédio, não temos instalações. O que vamos fazer?
E a resposta é absolutamente fascinante para mim. Versículo 18: “Jesus disse: Vão para a cidade, procurem certo homem.” Agora, deixe-me falar sobre a palavra “certo homem.” É um hapax legomena, nós a chamamos assim, é a única vez que é usada na Escritura. É a palavra deina. Ele diz: "Vão para a cidade e encontrem um deina.”
A melhor maneira de traduzi-lo seria "Sr. Fulano de Tal.” É um termo não descrito que é usado quando você deseja ser indefinido. Vá para a cidade e encontre um homem, um certo homem, um tal homem, o Sr. Fulano de Tal.
Agora, você tem dois milhões de pessoas circulando por este lugar e nos diz para encontrar o Sr. Fulano de Tal? Sr. Fulano não é um substituto para alguém que eles conhecem; é uma palavra usada propositadamente para ser indefinida. É como se ele dissesse: vá para a cidade e encontre um homem que eu não vou lhe dizer quem é. E é precisamente isso que ele faz. Nós só temos duas opções: ou Jesus disse o Sr. Fulano de Tal, porque ele não sabia quem o homem era, ou porque ele não queria que eles soubessem quem o homem era. E eu não posso votar no primeiro. Ele sabia, então ele não deveria querer que eles soubessem.
Agora, como eles vão encontrar o Sr. Fulano de Tal? Bem, felizmente, Marcos preenche a lacuna para nós em Mateus aqui, e Marcos diz que você deve procurar por um homem carregando uma jarra de água. E nós diríamos, oh, isso é uma grande ajuda. Já é ruim o suficiente encontrar o Sr. Fulano de Tal, mas agora tudo o que temos a fazer é encontrar um homem com uma jarra de água.
Quão comum é isso? A resposta é que não é nada comum. Quem carregava a água? As mulheres carregavam. Então, você encontrará um homem fazendo algo incomum: carregando água. E quando você encontrar esse homem, de acordo com Marcos, capítulo 14, versículos 13 e 14, Jesus disse: “Sigam esse homem até a casa onde ele entrar, sigam-no até a casa, e esse é o Sr. Fulano de Tal.” Também sabemos pelos outros relatos que o Senhor, quando disse “ide à cidade,” disse apenas a duas pessoas: Pedro e João. Ele só enviou Pedro e João, não os demais. Os outros dez discípulos ficaram com ele. Ele só enviou Pedro e João. Havia várias razões para isso. Uma das razões era que apenas duas pessoas podiam acompanhar um cordeiro para o sacrifício. Você pode entender por que, não pode? Se você tem duas horas para matar todos os cordeiros, e todo mundo quer vir e ver, você não vai conseguir. Então, apenas dois poderiam acompanhar um cordeiro. E Pedro e João são escolhidos porque são os mais próximos de Cristo, porque são tão confiáveis, são seus queridos amigos. E assim, ele envia Pedro e João, e lhes diz: vão e encontrem um homem com um cântaro de água, e sigam-no até a casa do Sr. Fulano.
Você se pergunta: “Por que todo esse segredo? Por que a abordagem clandestina? Por que ele simplesmente não diz, vocês se lembram do fulano de tal, nosso amigo, seguidor e discípulo? Vocês sabem onde fica a casa dele, na rua tal? É lá que vamos celebrar a Páscoa. Não, ele não diz isso. Por que o sigilo? Vou lhe contar uma razão muito simples: Judas Iscariotes. Veja Mateus 26.16: “E, desse momento em diante, buscava ele uma boa ocasião” – para o quê? Bem, a palavra no grego é “para o entregar.” Judas estava procurando por um lugar calmo, um lugar isolado, um lugar privado, longe da multidão, onde ele poderia entregar Jesus às autoridades religiosas para ser executado. E Jesus sabia que se Judas soubesse onde a refeição seria, esse seria o lugar perfeito, e por isso ele não diria.
E Pedro e João não voltaram mais. Eles saíram bem cedo, fizeram tudo aquilo, e os outros discípulos não os encontraram mais até aquela noite em que eles chegaram com Jesus ao lugar. E a essa altura, Judas estava ali também, e era tarde demais para fazer um acordo com os líderes. Jesus fechou a opção de Judas de traí-lo antes da Páscoa. Por quê? Porque era essencial que Jesus celebrasse a Páscoa com seus discípulos. Você diz: “Por que era essencial?” Porque Jesus queria usá-la como um exemplo de sua própria morte, porque ele queria transformá-la na última ceia de Jesus e na mesa da Comunhão, que nós conhecemos e amamos como um memorial para a sua morte, porque ele ainda tinha muito a ensinar aos discípulos, porque ele queria dar-lhes a promessa do seu Espírito Santo, e porque ainda não era o tempo de Deus para ele morrer.
E assim, ele não permitiu que Judas fizesse o que teria feito se tivesse tido a oportunidade. A primeira vez que Judas teve a oportunidade foi quando Jesus estava no jardim com os 12, e você se lembra do que aconteceu. Judas chegou lá com os soldados e eles levaram Jesus. E ele teria feito isso aqui, mas Jesus nunca o deixou saber onde celebrariam a Páscoa. Assim, ele guardou isso de todos eles para que Judas não soubesse. E então, o Senhor diz: “Quando vocês entrarem na casa,” e nós pegamos em Mateus novamente, “e vocês encontrarem o homem que é dono da casa, digam a ele,” versículo 18: “O Mestre manda dizer” - digam a ele didaskalos, o mestre, o rabino, e ele saberá a quem vocês se referem. Ele deve ter sido um de seus seguidores, um de seus discípulos. Talvez Jesus tenha até mesmo combinado isso com ele, eu não sei. Não temos informações nesse sentido. Mas digam a ele que o mestre diz, ele saberá. Ele era um seguidor de Cristo, alguém que amava a Cristo, um crente em Cristo. E nós não sabemos quem ele é. Algumas pessoas especularam isso e aquilo, mas nós simplesmente não sabemos. E digam-lhe isto: “O meu tempo está próximo.” Tempo, não chronos, não tempo cronológico, não tempo no relógio; mas kairos, o tempo épico, a hora do evento, a hora especial, o momento da minha morte, meu tempo especial no plano de Deus está aqui, agora, vai acontecer, e ele vai entender. Ele vai entender.
Oh, quantas vezes Jesus disse: “A minha hora ainda não chegou?” Quantas vezes a Escritura disse: “Sua hora não chegou,” “Sua hora não chegou?” Mas, agora, ele mesmo diz: “O meu tempo está próximo.” Vocês acabaram de dizer isso a ele. E digam-lhe isto: “Em tua casa celebrarei” – literalmente – “a Páscoa com os meus discípulos.” Esse é um presente profético que põe nele uma obrigação: eu sou obrigado a celebrar a Páscoa em sua casa com os meus discípulos. Ele se vê em uma missão divina com um calendário divino. Ele tem de fazer isso. Ele tem de fazer isso agora. Este é o momento. Esta é a hora. E Marcos nos diz que o homem tinha um grande segundo andar, uma sala grande, espaçosa, mobiliada e pronta para ser usada. E estas eram comuns em casas grandes. Então, Jesus foi obrigado a celebrar a Páscoa. O versículo 19 diz: " E eles fizeram como Jesus lhes”- e há uma palavra interessante ali, que diz "ordenara.” É realmente um termo militar, tem um sabor militar, lhes ordenou. "E prepararam a Páscoa.”
Pedro e João foram para a cidade. Viram o homem com o cântaro, seguiram-no até a casa, perguntaram ao homem. Disseram: "Vamos preparar a Páscoa aqui.” Fizeram todos os preparativos. Juntaram todas as coisas. Agora, neste momento, temos de parar por um momento, e eu quero que você ouça com muito cuidado o que é um entendimento muito essencial nesta passagem. Observe que no versículo 17, no final, a pergunta era: “Onde queres que te façamos os preparativos para comeres a Páscoa?” E observe o final do versículo 19: “E prepararam a Páscoa.” Observe o versículo 21: “E enquanto comiam.”
Agora, colocando esses três versículos juntos, o que você acha que eles estavam comendo? A Páscoa, tudo bem. E isso é abundantemente claro, abundantemente claro. É a Páscoa. Se você olhar Marcos 14, encontrará nos versículos 12, 14 e 16 que a refeição que Jesus comeu é chamada de Páscoa. Se você olhar para Lucas 22, versículo 7, 8, 11, 12, você encontrará que a refeição que Jesus comeu é chamada a Páscoa. E assim, você diz: "Bem, não há dúvida de que foi a Páscoa.” Isso mesmo. Não há dúvida de que foi a Páscoa. Mas há um problema, e quero que você veja o problema com o qual os estudiosos da Bíblia ao longo dos anos têm se debatido.
Deixe-me mostrar a você qual é. Vá para João 18. E eu quero que você observe o versículo 28. Aqui nós temos novamente Jesus sendo levado da casa de Caifás, a propósito este é o dia seguinte, quinta-feira eles estavam preparando a refeição, certo? Quinta-feira à noite, eles comeram a refeição, o que significa que quinta-feira à tarde o cordeiro foi morto. Acabamos de olhar para a quinta-feira quando eles vieram a Jesus: "Onde o senhor quer que a preparemos?" Ele diz: vão fazer assim e assim, preparem tudo. Quinta-feira à tarde eles mataram o cordeiro, quinta-feira à noite Jesus veio com os outros dez, eles comeram a refeição. Todas essas coisas aconteceram na noite de quinta-feira; pela nossa conta de dias, seria quinta-feira à noite.
Então, lembre-se, Judas saiu pela noite e o traiu. Jesus deixou a refeição no meio da noite, foi ao jardim. Os soldados vieram ao jardim, capturaram-no no meio da noite. Agora, está chegando a manhã de sexta-feira e eles o levam a julgamento, e é sexta-feira de manhã. Ele já sacrificou o cordeiro na tarde de quinta-feira. Ele já comeu a Páscoa. Agora chegamos à sexta de manhã, e os judeus então têm Jesus. Eles o levam de Caifás para o Salão do Julgamento. Esse é o de Pilatos, essa é a parte não judaica do seu julgamento. E ainda é muito cedo de manhã. E eles não entraram, os judeus não, eles não entraram no Salão do Julgamento para não serem contaminados. O que isso significa? Era um lugar gentio, e eles não queriam ser contaminados pelos gentios. Por quê? O versículo 28 diz no final: “mas poderem comer a Páscoa.”
Agora, aí está um problema cronológico. Como é que Jesus já tem um cordeiro morto, já tem uma refeição da Páscoa, a noite cai, amanhece, os judeus não querem ficar contaminados porque ainda não comeram a Páscoa? E algumas pessoas dizem: "Bem, Jesus teve uma Páscoa particular.” Não pode acontecer, você não pode ter uma Páscoa particular, porque os cordeiros só podem ser mortos quando a data especifica para o abatimento de cordeiros acontece. Então, como é que eles não comem a Páscoa? Você diz: "Bem, eles estão um pouco atrasados, eles estão ocupados.” Bom, eles eram muito religiosos. Veja o capítulo 19, versículo 14. No capítulo 19, versículo 14, diz: “E era a preparação da Páscoa,” que é sexta-feira. E sobre a sexta hora, e assim por diante.
Agora, o texto nos diz que aqui estamos na sexta-feira, e os judeus ainda não comeram a Páscoa. Eles não fizeram o que Jesus já fez. Como resolvemos isso? Surge a pergunta: como pode o Senhor comer uma Páscoa na noite de quinta-feira, e os judeus na sexta-feira não a comeram? Tem de ter própria Páscoa deles. O que está acontecendo aqui?
Bem, em primeiro lugar, deixe-me dizer-lhe isto. Cristo veio para morrer como um cordeiro pascal, certo? Você se lembra de Mateus 26, e eu acho que é o versículo 47, onde diz: “E na nona hora, Jesus clamou: 'Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?'” Lembra-se disso? E então, ele morreu. Jesus morreu na sexta-feira entre as 15:00 e as 17:00. A nona hora seria a que horas? 15:00 Às 15:00, Jesus chegou ao fim de sua vida. No exato momento em que os gritos daquelas ovelhas viriam do templo quando o abate começasse. Os judeus, os líderes, que eram em sua maioria saduceus, os judaítas estavam abatendo todos aqueles cordeiros no exato momento em que Jesus morreu. Ele morreu, 1Coríntios 5.7 diz: “Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi sacrificado.”
Eu acredito que Jesus veio para a cidade no dia em que o cordeiro foi selecionado. Creio que ele morreu no dia tradicional em que os cordeiros foram abatidos, entre 15:00 e 17:00, para que ele pudesse cumprir cada profecia ao pé da letra. Você diz: “Então, o que Jesus está fazendo com a Páscoa na noite de quinta-feira?” A resposta é esta, e acho que é uma resposta absolutamente fascinante. Algumas pessoas dizem: "Bem, não foi a Páscoa. Jesus estava apenas jantando, apenas uma refeição.” O problema é que eles continuam chamando aquela refeição de Páscoa. E se você quiser ir além, deixe-me dizer isto. Jesus insistiu que fosse dentro da cidade de Jerusalém. Se fosse apenas outra refeição, eles poderiam tê-la feito em Betânia e se poupado de um monte de problemas. Por que tê-la dentro da cidade? Porque a tradição dizia que toda Páscoa devia ser dentro da cidade de Jerusalém.
Além disso, era muito incomum para o povo judeu fazer uma refeição à noite. Recostar-se nas mesas era muito incomum para qualquer coisa que não fosse um festival ou um banquete, não apenas uma refeição normal. Além disso, em uma refeição normal, o partir do pão acontecia no começo da refeição, aqui está no meio da refeição. Não apenas isso, o uso do vinho tinto era muito incomum, e era incomum que eles cantassem um hino quando terminassem, o que era verdade para a Páscoa. E além disso, quando Judas foi embora, você se lembra mais adiante, e os discípulos pensaram que ele fosse dar dinheiro aos pobres, porque isso era o que eles faziam na Páscoa, não em outro momento.
Então, tudo vem junto para dizer que tinha de ser uma Páscoa. Se foi uma Páscoa, por que em um dia diferente? E aqui está a resposta, isso é maravilhoso. Tudo depende de como você conta os dias. Como nós contamos os dias? De onde para onde? De meia-noite a meia-noite é um dia, certo? Quer dizer, o próximo dia, a segunda-feira, começa hoje à meia-noite. Nós vamos de meia-noite à meia-noite. Eles não contavam assim. Então, você pode ver que existem muitas opções. O dia deles, para os judeus, ia do pôr do sol ao pôr do sol ou do nascer do sol ao nascer do sol. A rotina normal de dias para os judeus era do nascer do sol ao nascer do sol, do nascer do sol ao nascer do sol, do nascer do sol ao nascer do sol. Mas festivais e dias especiais e o dia de sábado iam do pôr do sol ao pôr do sol. E assim, depende de como você olha para o dia.
E é isso que eu quero que você entenda. Isso só me fascina. A Festa dos Pães Ázimos, de acordo com Êxodo 12.18, tinha de ser celebrada do pôr do sol ao pôr do sol, por aqueles sete dias. Então, esses dias eram marcados como dias, do pôr do sol ao pôr do sol. O Dia da Expiação era um dia, do pôr do sol ao pôr do sol; o sábado semanal, do pôr do sol ao pôr do sol. E naqueles tempos, por exemplo, como Levítico 11.14-15,17; Levítico 22.6, onde fala de uma purificação especial ou cerimônia especial, em qualquer daqueles dias em que houvesse impureza por um único dia, uma limpeza deveria ser feita antes do pôr do sol. Assim, esses dias eram do pôr do sol ao pôr do sol.
Parece, então, que quando havia um dia especial, um sábado especial ou certos dias festivos, eles tinham de ir do pôr do sol ao pôr do sol. Isso pode ser porque a ordem da criação parece ter sido assim. Quando olhei para Gênesis, onde diz “E a tarde e a manhã foram o primeiro dia, e a tarde e a manhã foram o segundo dia,” o que seria o mesmo que dizer que Deus começou iniciando da tardinha até a tardinha. Mas, por outro lado, os judeus também consideravam o nascer do sol como o dia normal do calendário. E nós caímos nessa coisa, realmente em nosso pensamento, embora digamos meia-noite a meia-noite, nosso dia realmente começa quando nos levantamos pela manhã. E assim, o dia deles seria de manhã a manhã. Por exemplo, em Mateus 28, versículo 1, diz assim: “Passado o Sábado,” ouça, “quando começou a despontar em direção ao primeiro dia da semana.” Agora, lá aprendemos que o escritor está dizendo que o primeiro dia da semana vem de madrugada. Então, eles estão de volta ao modo normal de contar.
Agora, aonde isso nos leva? Isso só diz que houve momentos em que eles contavam o pôr do sol ao pôr do sol e os momentos em que se referem a um dia como o nascer do sol ao nascer do sol. Há outros, no Antigo Testamento, veja Deuteronômio 16.4, onde o dia é da manhã até a manhã.
Agora, espere. Portanto, este dia de Páscoa, já que não é necessariamente prescrito de forma específica no Antigo Testamento, esse dia de Páscoa poderia ser calculado do pôr do sol ao pôr do sol ou do nascer ao nascer do sol. E dependendo de quando você o começa, seria quando você terminou. Josefo, o grande historiador judeu, que era fariseu, que viveu nos dias de Jesus, explicou a lei da Páscoa. E ele disse que o cordeiro pascal tem de ser comido durante a noite, e nada é deixado para a manhã. A Mishná diz que deve ser comido à meia-noite. Então, ambos estavam comprometidos com o fato de que quem comesse, tinha de comê-lo antes do amanhecer do dia seguinte, antes do horário da manhã. Agora, ouça com muito cuidado. Ao se aprofundar um pouco nessa história, e isso é o que achei fascinante, os galileus, que são os do norte, e os fariseus, contavam o dia do nascer do sol ao nascer do sol, o dia da Páscoa. Enquanto os judeus e os saduceus contavam do pôr do sol ao pôr do sol.
Você diz: “Como você sabe disso?” A Mishná, que é a codificação da lei judaica, nos diz isso. Diz, por exemplo, que os galileus não trabalhariam no dia da Páscoa. Por quê? Porque o dia começou para eles no início. Diz que os judeus trabalhariam até o meio-dia, porque o dia não começava para eles até o pôr do sol.
Agora, ouça com muito cuidado. Quinta-feira então, quinta-feira, os galileus e os fariseus começam a calcular o início da Páscoa. De manhã até a manhã seguinte, que é sexta de manhã. Os judeus e os saduceus não começam até a noite de quinta-feira, ao pôr do sol, e vão até a noite de sexta-feira ao pôr do sol. Então, os galileus e os fariseus começam cedo, como Mateus assinala no capítulo 26, com os discípulos dizendo: “Senhor, bem, como vamos preparar a refeição para esta noite?” Porque o dia deles vai de manhã a manhã, e tem de ser comido antes que o dia acabe, então eles têm de comê-lo naquela noite. O outro dia, para as outras pessoas, não começa até a noite, e então elas não estão preparadas para matar o cordeiro até a noite seguinte, e então comem a refeição enquanto o sábado vem na noite de sexta-feira. E isso é apoiado, como eu disse, pela codificação da lei judaica, que nos diz que os galileus não trabalham de forma alguma no dia da Páscoa, e os outros trabalham meio-dia, porque para eles o dia não começou até a noite.
Agora, você diz: “Bem, o que tudo isso significa?” Ouça com muito cuidado. A primeira coisa é que esse fato harmoniza João 18 e 19, porque nos diz que os galileus, que seriam Jesus e seus discípulos e os fariseus, poderiam ter sua Páscoa na noite de quinta-feira, porque já começavam a contar o dia da manhã até a manhã e terminavam na manhã de sexta-feira. E os outros, que eram da Judeia, e que eram saduceus, que compunham os governantes, não começariam suas festividades até o final da quinta-feira e não matariam o cordeiro até o final do dia na sexta-feira.
Agora, você diz: “Por que isso é importante?” Ouça-me. É estranho que seja assim. É muito estranho. E nós realmente não podemos identificar especificamente como isso aconteceu. Mas o que me fascina é isto, ouça com muito cuidado. Jesus teve de morrer na sexta-feira. Ele teve de ser crucificado na sexta-feira porque é quando os tradicionais cordeiros da Páscoa da judaica de Jerusalém seriam mortos, das 15:00 às 17:00 da sexta-feira. Ele tinha de morrer. É por isso que diz: "Na nona hora.” Ele também tinha de celebrar a Páscoa porque precisava transformá-la na Mesa do Senhor. Então, como Jesus poderia guardar a Páscoa e ainda ser o cordeiro pascal? Não haveria absolutamente nenhuma possibilidade de isso ser possível, a menos que Deus permitisse que esse tipo de coisa acontecesse na história, de modo que, quando chegasse ao exato momento em que Jesus iria morrer, naquele mesmo ano, não haveria problema em ter uma Páscoa de galileus na quinta-feira à noite e morrer na Páscoa judaica na sexta-feira à tarde perfeitamente no tempo, e sem violar qualquer leia judaica.
E o que é favorável sobre isso é que os judeus ficavam felizes por ser assim, os sacerdotes também, porque seria quase impossível se eles tivessem de matar todos os cordeiros no mesmo período de duas horas. Se os galileus chegassem na quinta-feira e os judeus viessem na sexta-feira, pelo menos dividiriam o trabalho em dois dias, e eles seriam capazes de alcançar seu objetivo. Assim, eles ficavam felizes com essa acomodação.
Além disso, se fosse difícil encontrar um local em Jerusalém para fazer a refeição da Páscoa, quão apropriado seria dobrar a capacidade de Jerusalém tendo dois períodos de tempo separados. Escute, quando você vem para a Palavra de Deus e pensa que Jesus é uma vítima da ingenuidade humana, você tem a abordagem errada. Deus literalmente rege a história, a tradição, os costumes e todos os detalhes da existência humana para realizar o cumprimento do seu plano perfeito. E Jesus teve de celebrar a Páscoa para cumprir toda a justiça, para instruir seus discípulos, para lhes mostrar a nova festa memorial que sairia da Páscoa. E ainda assim, ele teve de morrer como a Páscoa. E ele fez as duas coisas porque Deus havia se movido tanto na história que ambas seriam possíveis por sua providência e controle soberanos.
Então, quando olhamos para a história de Jesus Cristo, vemos qualquer coisa, menos uma vítima, não é? E Mateus é capaz de nos apresentar nestes três breves versículos a majestade que está absolutamente além da nossa capacidade de entender. Não é algo que Jesus poderia ter arranjado no fim de semana. Tinha de ter sido construído por séculos para que isso pudesse acontecer. E assim, nosso Senhor, em perfeita harmonia com o desígnio divino de Deus, controla cada coisa em sua própria sequência de acontecimentos que levam à cruz. Este é o majestoso, glorioso, digno e vivo Filho de Deus, nosso Salvador. E ele não perde nada no meio da traição que sofreu, no meio de seus assassinos. Ele não perde dignidade. Ele mantém a majestade de sua pessoa, controlando todas as coisas que acontecem.
Bem, isso é apenas o começo. No próximo domingo, veremos a Páscoa, e veremos como o Senhor a transformou em sua mesa. E no próximo domingo, a propósito, nós também teremos a Mesa do Senhor, é o Domingo da Ceia, então eu sei que você vai querer estar aqui. Vamos nos curvar em oração.
Pai nosso, nós te agradecemos pelas grandes verdades que vimos em tua Palavra. Por como nos emocionamos novamente ao saber que tu estás no controle de tudo. Oh, nós bendizemos o teu nome. Nós te agradecemos, ó Deus. Pai, nós sabemos também que pode haver alguns aqui que não conhecem Jesus Cristo, o soberano Cristo, o majestoso e glorioso Cristo digno, aquele que veio para morrer pelos pecados do mundo, que controlou todos os elementos de sua própria morte para realizar a obra de redenção. Ó, Deus, que este seja o dia em que eles venham conhecer Jesus Cristo, para receber o seu perdão. Bendito Pai, oramos para que este dia não passe para amanhã, até que todos tenham vindo a ti para o perdão.
FIM

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