
Antes de um jogo de futebol do Super Bowl li no LA Times uma história bastante interessante sobre Ronald Reagan. Ele estava prestes a deixar uma conferência de imprensa em New Hampshire e alguém fez uma pergunta a ele: “De quem você gosta no Super Bowl?” Sem hesitar, o ex-governador da Califórnia e então candidato à presidência disse: “Dos Rams”. Então aparentemente uma luz se acendeu em seu cérebro e ele parou e disse: “Espere um minuto. Não estou mais concorrendo ao governo da Califórnia. Que vença o melhor time."
É incrível como nossas lealdades são inconstantes , não é mesmo? Dependendo de certas pressões externas, somos influenciados com muita facilidade pelas circunstâncias e por quem queremos influenciar. Isso é apenas parte da vida da maioria das pessoas e espero que, ao estudarmos o capítulo 3 de Daniel hoje à noite, possamos fazer o que já fizemos tantas vezes no livro de Daniel: aprender a traçar uma linha, chamar essa linha de convicção e determinar em nossa mente e no coração que nunca desceremos abaixo dessa linha.
Isso não é fácil. Deixe-me mostrar um modo simples de lidar com isso. Nossas decisões, nossas atitudes e nossos comportamentos são determinados por uma de duas coisas: pressão externa ou princípio interno. Vou repetir: Nossas atitudes, nossas decisões e nossos comportamentos são determinados por uma de duas coisas: pressão externa ou princípio interno. E a batalha entre esses dois valores conflitantes em nossa vida ocorre o tempo todo.
Somos muito bons em autojustificativas; portanto, muitas vezes, quando sucumbimos à pressão externa, a definimos como princípio interno. Mas basicamente temos de chegar a esse princípio. Fazemos o que fazemos, dizemos o que dizemos e agimos da maneira que agimos porque temos convicções a respeito ou porque sentimos a pressão vinda de fora? E seriam nossas convicções um tanto alteradas por quaisquer pressões que sejam exercidas sobre nós?
Há momentos em que enfrento alguma situação em que, se disser o que acredito, vou afugentar muita gente e encarar o mesmo princípio. Será que digo o que acredito com base em princípios internos ou sucumbirei à pressão externa e deixo que ouçam o que preferem ouvir?
Se você trabalhar no comércio e tiver a oportunidade de fechar um grande negócio manobrando um pouco, talvez contando uma pequena mentira, trapaceando um pouco, violando uma regra que lhe parece insignificante, você sucumbe a esse tipo de pressão externa ou age completa e totalmente com base no que sabe ser o princípio interno adequado? Porque essa é realmente a questão principal à medida que vivemos e nos movemos neste mundo.
E, francamente, o mundo, se necessário, precisa agora de homens e mulheres que procedam segundo princípios internos. Não sei quanto a você, mas quando conversamos sobre política ou qualquer outra coisa, podemos ficar desanimados com as pessoas que sucumbem às pressões externas e acabam sempre dizendo o que os outros querem que digam.
Agora ao nos aproximarmos do terceiro capítulo de Daniel, encontraremos três jovens que agiam segundo princípios internos e realmente não se importavam com a pressão externa. E como seguidores de Jesus Cristo, acho que temos muito a aprender com esses três jovens. Quero que você se imagine nessa situação hoje à noite, que você se veja aqui. Não me importa que você se veja como Sadraque, Mesaque e Abednego. E que você considere como responderia em uma situação semelhante.
Tenho filtrado isso em minha mente por várias semanas e realmente quero colocar a mim mesmo no sermão, e quero que você também se coloque no sermão porque essa é a única coisa que fará com que ele seja significativo para você. Realmente não importa que esses três jovens hebreus tenham feito o que fizeram. Aquilo realmente não importa para nós hoje, a menos que haja algo aqui que tenhamos ganho pessoalmente na maneira como confrontamos o mundo. Será que colocamos Deus em primeiro lugar? Colocamos Sua Palavra em primeiro lugar? Fazemos o que fazemos baseados inteiramente em princípios internos? Ou vacilamos, condescendemos e agimos sob pressão externa?
Studdert-Kennedy, que era ministro anglicano e pastor em Worster, na Inglaterra, também foi capelão na Primeira Guerra Mundial. Ele escreveu alguns poemas muito, muito bonitos, que sempre foram meus favoritos. Mas Studdert-Kennedy, além de poeta, era pastor e capelão. E como capelão ele teve de ir à guerra e deixar sua família. Ele tinha um filho pequeno e escreveu das trincheiras da França uma carta para o filho , no meio de uma guerra muito séria. Foi o que ele disse. Obviamente a carta foi enviada para sua esposa, pois seu filho não sabia ler.
“A primeira oração que quero que meu filho aprenda ao interceder por mim não é: 'Deus, mantenha papai seguro'. A primeira oração que quero que meu filho aprenda é: 'Deus, torne papai corajoso, e se ele tiver coisas difíceis para fazer, torna-o forte para fazê-las'. Vida e morte não importam, meu filho. O certo e o errado sim. Papai morto ainda é papai. Mas papai desonrado diante de Deus é algo terrível demais para expressar em palavras. Suponho que você gostaria de falar um pouco sobre segurança também, e mamãe o fará. Bem, mas ponha isso atrás, sempre atrás, pois isso não importa tanto.”
Bem, Studdert-Kennedy estava certo. Papai morto ainda é Papai. Mas papai transigente é péssimo. E essa é a integridade intransigente que Deus exige, e é exatamente isso que vemos na vida desses três homens: eles foram capazes de enfrentar pressões externas literalmente inacreditáveis, e tomaram decisões baseadas absoluta e somente no princípio interno recebido pela revelação divina que lhes fora ensinada.
E digo novamente, e não estou falando apenas do mundo da política ou do governo ou do mundo dos negócios. Estou dizendo que a Igreja de Jesus Cristo precisa de homens que não se intimidem com a pressão externa. E isso simplesmente não acontece em todos os casos.
Um poeta descreveu isso assim: “Vi o mártir na fogueira; as chamas não puderam abalar sua coragem, nem a morte, sua alma. Perguntei-lhe de onde vinha sua força; ele olhou triunfantemente para o céu e respondeu: 'Cristo é tudo'”. Esse é o coração dos três jovens hebreus, e eu confio que Deus lhe dará o mesmo coração com o que você aprender esta noite com esta passagem maravilhosa.
Pois bem, a história se desenrola com oito características principais e, como Jerry disse na última vez, chegamos à de número um, e eu disse a ele que tentaria passar os números dois a oito hoje à noite, mas eles duvidaram. Mas vamos ver. O fluxo do texto é narrativo e flui da cerimônia para o comando, para a conspiração, para a coerção, para a coragem, as consequências, o companheiro e ao reconhecimento.
E, uma questão curiosa, gostaria apenas de adicionar esta observação. Daniel não está aqui nesta passagem, acho que isso é muito importante para nós. Todos conhecemos o grande caráter e a virtude de Daniel, conforme indicam o primeiro e o segundo capítulos. Todos nós já vimos essa tremenda força de caráter que Daniel tinha em sua posição intransigente contra a carne do rei, o vinho do rei e as atividades do rei. E acho que também sentimos que Hananias, Azarias e Misael - também conhecidos como Sadraque, Mesaque e Abednego em seus nomes babilônicos - parece que foram de carona com Daniel, e apenas para que saibamos que não era esse o caso, o Senhor convenientemente exclui Daniel.
E ele nem está por perto quando tudo aquilo acontece no capítulo 3, o que é surpreendente por si só por ser este é um evento tão marcante no reino da Babilônia. Deve ter ocorrido que Daniel estivesse fora do país em alguns negócios muito importantes como primeiro-ministro, ou em qualquer posição que ele tivesse naquele momento em particular. Mas ele não está aqui e esses três jovens estão sozinhos, mas eles permanecem firmes.
Antes de tudo, a cerimônia. Veja os versículos 1-3. Já falamos deles, mas apenas para lembrá-lo. "O rei Nabucodonosor" é o rei da Babilônia, aonde esses jovens hebreus foram levados cativos junto com tudo o que restava da nação de Judá. “O rei Nabucodonosor fez uma imagem de ouro, cuja altura era de sessenta côvados e a largura de seis côvados” - mede 27 metros de altura e 3 metros de largura. “Então, o rei Nabucodonosor mandou ajuntar os sátrapas, os prefeitos, os governadores, os juízes, os tesoureiros, os magistrados, os conselheiros e todos os oficiais das províncias para que viessem à consagração da imagem que o rei Nabucodonosor tinha levantado.
Então, se ajuntaram os sátrapas, os prefeitos, os governadores, os juízes, os tesoureiros, os magistrados, os conselheiros e todos os oficiais das províncias para a consagração da imagem que o rei Nabucodonosor tinha levantado.”
O que temos aqui então é Nabucodonosor erigindo uma imagem, uma enorme estátua para si mesmo, identificando-se, se quisermos dizer assim, com um deus, e exigindo que todas as pessoas de mais alto escalão do Império Babilônico se prostrem e o adorem. E como eu lhe disse antes, o ouro que representava Nabucodonosor na visão de Daniel dos quatro impérios mundiais sem dúvida cativou seu pensamento, e então ele decidiu fazer uma estátua maciça toda de ouro para sua própria glória.
Isso de certo modo simboliza o monarca e seu império encarnados em uma grande realidade, e ele queria que todos se curvassem e o adorassem. Nabucodonosor estava simplesmente fazendo o que todos os homens que não conhecem a Deus tendem a fazer, ou seja, eles se adoram. Eles inventam os deuses de seu próprio pensamento para os ajustarem à sua própria mente e à sua própria atitude.
Tendo então erigido esse grande ídolo e exigido que todos o adorassem, isso levou aqueles três jovens hebreus a uma decisão muito assustadora. Eles conheciam a Lei de Deus em relação à idolatria e sabiam o que era criar imagens esculpidas, e quão hediondo aquilo era para a mente de Deus. Sabiam que era inaceitável e que enfrentariam a realidade ao tomar uma decisão.
Agora note que todos aqueles nobres tinham pouco caráter, porque o versículo 2 diz que ele chamou todos, e no versículo 3 lista-os novamente, de maneira quase sarcástica, e diz que “todos estavam diante da imagem que Nabucodonosor havia levantado”.
Em outras palavras, tipicamente todos esses políticos importantes e toda a hierarquia da Babilônia estavam dispostos a fazer o que fosse necessário para obter a aprovação de Nabucodonosor. Eles comprometeriam todas as suas convicções. Quaisquer que fossem as outras divindades que pudessem ou não ter adorado, eles deixariam tudo isso de lado para fazer o que fosse necessário para conseguirem o favor daquele homem e se livrassem do risco de serem punidos ou mesmo mortos por não obedecerem.
E assim, todos os grandes permanecem ali, tipicamente condescendentes, e todos eles são novamente enumerados no versículo 3, acho que para humilhá-los de um modo quase satírico à medida que sua falta de caráter se manifesta.
Agora passamos da cerimônia para o comando no versículo 4. “Nisto, o arauto apregoava em alta voz: Ordena-se a vós outros, ó povos, nações e homens de todas as línguas.” Deixe-me fazer uma observação aí. “Povos, nações e homens de todas as línguas” é apenas uma forma comum de falar sobre um conglomerado de pessoas. É adotada novamente no no versículo 7 do mesmo capítulo. E continua sendo repetida até – parece-me - acabar no versículo 29. Sim, “pessoas, nações e línguas”. Aparece também no versículo 1 do capítulo 4: “pessoas, nações e homens de todas as línguas”. Aparece novamente, parece-me que no capítulo 6. É apenas uma maneira comum de abordar qualquer assembleia de pessoas do conglomerado. E assim ele reúne todo esse conglomerado e lhe dá uma ordem.
E o que é essa ordem? Está no versículo 5 - “no momento em que ouvirdes” e isso significa “naquele momento preciso”, ele espera submissão absoluta, com precisão absoluta em um momento muito especial. “No momento em que ouvirdes o som da trombeta, do pífaro, da harpa, da cítara, do saltério, da gaita de foles e de toda sorte de música, vos prostrareis e adorareis a imagem de ouro que o rei Nabucodonosor levantou."
Aparentemente, o indivíduo tinha uma orquestra real com todas essas coisas tocando juntas, algumas sem dúvida músicas sensuais, para tentar chamar a atenção de todos para a imagem e fazer com que se curvassem. É interessante notar - vou dizer isso a favor do Clayton - que temos aqui instrumentos de sopro e cordas. Há a trombetae o pífaro, uma flauta. A propósito, a trombeta tinha um som mais grave e a flauta tinha um som mais agudo.
E então você tem uma lira, L-I-R-A, que é uma harpa, e essa era uma harpa menor, de sonoridade aguda. E depois há a cítara, que é muito difícil de determinar. De fato, francamente, não temos a menor ideia do que é isso. Me desculpe por isso. Depois há um saltério. Quero dizer, há muita especulação, mas é inútil. Há um saltério, e isso é uma harpa com uma caixa de ressonância. Uma lira era uma harpa dee som agudo e um saltério era uma harpa com som grave. E então havia um dulcimer, e acredite ou não, isso é basicamente uma gaita de foles. Pois bem, todo tipo de música com todos esses instrumentos era a deixa. Quando a música começou, todo mundo caiu instantaneamente e adorou a imagem.
Agora, francamente, pessoal, esse sujeito realmente tinha um ego incrível. Ele reuniu toda a nação, todos os principais dignitários. Chamou a orquestra real. Estão todos prontos para ir. E quando ouvem a deixa, todo mundo deve se curvar diante de sua enorme imagem.
Devo acrescentar que a música sempre fez parte da sensualidade e sempre esteve ligada à adoração de ídolos. E, como qualquer outra coisa boa que Deus nos deu, Satanás certamente usou a música para promover seu sistema maligno, não é mesmo? Ele nunca fez um trabalho melhor do que nos nossos dias de hoje.
Muito bem. Então as consequências vêm no versículo 6. “Qualquer que não se prostrar e não a adorar será no mesmo instante lançado na fornalha de fogo ardente”. Não sei o que uma fornalha poderia ser senão ardente, parece então que o fogo é mencionado a título de ênfase, uma abordagem superlativa. Qualquer um que se recusasse a se curvar cometeria um ato traidor e seria jogado no forno ardente. Se você se opõe à grandeza de Nabucodonosor, é isso que lhe resta.
Bem, a maioria das pessoas responde a circunstâncias externas e pressão externa. Elas se adaptam ao que lhes é exigido, e não ao princípio interno. Assim, o versículo 7 diz: "Portanto, naquele momento” - naquele preciso momento - "quando todos os presentes ouviram o som da trombeta, do pífaro, da harpa, da cítara, do saltério e de toda sorte de música, os homens de todos os povos, nações e línguas prostraram-se" - ali estão elas de novo - "e adoraram a imagem de ouro que o rei Nabucodonosor tinha levantado".
Pois bem, o que temos aí é um ajuntamento de pessoas intimidadas e não-pensantes: é o que são. A forma típica de abordar a vida. Fazemos o que precisamos para obter o que precisamos, vivendo no nível mais baixo, subordinando o princípio interno à pressão externa. Os homens invariavelmente se curvam ao sistema. Eles se curvam aos poderes que estão aí. Fazem o que têm de fazer com medo de perder sua posição, e assim eles cedem.
Todavia, embora não esteja explícito, sabemos que nas entrelinhas acontecia outra coisa. Todo mundo estava prostrado, exceto três indivíduos, e eles se destacaram. Eles não se prostram. E assim passamos da cerimônia para o comando e dele para a conspiração no versículo 8. Agora veja isto:
”Ora, no mesmo instante se chegaram alguns homens caldeus e acusaram os judeus”. Pois bem, quando começamos a estudar este livro, eu disse que provavelmente havia pelo menos até 75 jovens que foram levados da corte de Judá à da Babilônia para serem treinados para tratar ali dos assuntos judaicos. Mas de todos os 75 - e isso é apenas uma estimativa, poderiam ter sido um pouco mais ou menos - mas de todos esses jovens que foram levados em cativeiro e eram filhos da realeza de Judá, apenas quatro são apresentados como intransigentes: Daniel e seus três amigos.
E assim supomos que o resto deles simplesmente acompanhou os outros. Eles queriam comprar o pacote e assim se acomodaram. Eles estavam subindo no sistema, não estavam dispostos a ter problemas, e então seguiram adiante. Mas aparentemente, conforme indica o versículo 8, havia três que não se misturaram. E devo me apressar a acrescentar que eles provavelmente tinham cerca de 20 anos de idade. Eram muito jovens. Tremenda convicção para homens tão jovens.
Agora quero que você observe no versículo 8 uma palavra muito importante - bem, duas palavras realmente. Antes de tudo, "caldeus". Os caldeus eram o principal pilar da cultura e hierarquia da Babilônia. Mas quando esses três jovens mostraram um caráter tão elevado, e quando Daniel conseguiu interpretar o sonho de Nabucodonosor, tanto Daniel como seus três amigos foram alçados a postos muito elevado, e é muito provável que estivessem acima dos Caldeus.
Olhe para trás em 2.49: “Daniel pediu ao rei, e ele colocou Sadraque, Mesaque e Abednego sobre os assuntos da província da Babilônia: e Daniel estava sentado à porta do rei”. Àquela altura, Daniel recebeu um lugar que creio podermos chamar– de primeiro ministro da Babilônia, e os outros três foram colocados na liderança dos assuntos da Babilônia, da província da Babilônia. Foram promovidos, portanto, e os caldeus se ressentiram disso. Ficaram com raiva disso. E assim consta que "acusaram os judeus".
Essa é uma palavra muito interessante. Significa literalmente "comer os pedaços de". Certo? Significa comer os pedaços de carne que são arrancados de um corpo, como um animal voraz tira a carne e o tecido de um corpo e o consome. Os caldeus vieram de maneira maliciosa para caluniá-los de maneira quase canibal, arrancando a carne, literalmente devorando em pedaços esses judeus. Portanto, não é um termo legal. Não se trata de uma acusação judicial, mas de um desejo malicioso e odioso de rasgar sua carne, e então perseguiram aqueles três judeus como canibais.
E acho que também devemos lembrar que os caldeus, é claro, foram instigados por Satanás, pois eles eram basicamente os sacerdotes do deus conhecido como Bel-Merodaque, que era o deus principal de lá - Bel sendo variante do nome Baal. Assim eles viram sua chance, instigada por Satanás por meio de seu próprio sistema religioso falso, de atacar esses jovens hebreus.
Hipocritamente falaram com o rei como se o estivessem defendendo. Acusaram os judeus como se fossem ajudar o rei a descobrir se todos haviam obedecido. No versículo 9, “disseram ao rei Nabucodonosor: Ó rei, vive eternamente!” Deram-lhe todo aquele elogio florido que os reis gostam de ouvir. “Estamos aqui, rei, apenas para assegurar-lhe nossa lealdade.” Eles invejavam as altas posições daqueles meninos judeus e queriam fazer tudo o que pudessem para mudar isso, mas agiram como hipócritas.
Versículo 10: “Tu, ó rei, baixaste um decreto, - e eles o citam na íntegra, pelo qual todo homem que ouvisse o som da trombeta, do pífaro, da harpa, da cítara, do saltério, da gaita de foles e de toda sorte de música se prostraria e adoraria a imagem de ouro, e qualquer que não se prostrasse e não adorasse seria lançado na fornalha de fogo ardente”. Eles fazem questão de um enunciado preciso. É literalmente o que o rei disse. Eles reiteraram o padrão e depois revelaram o problema no versículo 12.
“Há uns homens judeus que tu constituíste sobre os negócios da província da Babilônia” - aquilo era o que eles tinham atravessado na garganta - 2:49 - foi o que realmente os irritou ao saber que esses hebreus em cativeiro receberiam uma posição tão elevada. “Há uns homens judeus, que tu constituíste sobre os negócios da província da Babilônia: Sadraque, Mesaque e Abede-Nego; estes homens, ó rei, não fizeram caso de ti, a teus deuses não servem, nem adoram a imagem de ouro que levantaste.”
Escravos, reféns importados, estrangeiros, e você fez deles governantes, e eles governam sobre nós. Isso era o que realmente roía neles. Aí de percebe um pouco do terrível pecado da inveja. Deus diz, por exemplo, em Provérbios 14:30: “Um coração sadio é a vida da carne: mas inveja é a podridão dos ossos”. J. Allen Blair escreve: “Inveja no crente é como ossos podres no sentido de que poder e utilidade espirituais são aleijados.”
Esse foi o caso na vida de Saul. Ele havia sido um grande rei, ungido por Deus para ser testemunha do Senhor. Mas, por causa do pecado da inveja, a vida de Saul degenerou em total inutilidade. Saul ouviu pessoas cantando: “Saul matou mil e Davi dez mil.” Era apenas uma canção, mas despertou em seu coração a paixão perversa da inveja. Cantares de Salomão 8:6 diz: “O ciúme é cruel como a sepultura.” O ciúme e a inveja são como ácido. Literalmente corrói a alma. Destrói a beleza da alma como um túmulo destrói a beleza do corpo. E eles estavam sendo consumidos pelo pecado da inveja. E assim levam aquilo ao rei.
Observe que eles os acusam de três coisas - versículo 12. Primeira, no meio do versículo: “Ó rei, estes homens não fizeram caso de ti.” Antes de tudo, eles não te consideraram. Eles não deram atenção a ti. Eles não responderam a ti. Eles não te deram o que te é devido.
Isso não é verdade. Eles cumpriram fielmente o que a Escritura diz em Mateus 22:21, onde nosso Senhor ensina: “Dai, pois, a César o que é de César; e a Deus o que é de Deus.” Eles haviam inquestionavelmente cumprido sua responsabilidade perante o rei na medida em que não violavam sua responsabilidade para com Deus. Eles eram bons cidadãos. Eles responderam ao rei. Volte ao capítulo 1 e descubra que eles tinham dado o devido crédito ao rei.
As duas acusações seguintes eram verdadeiras - versículo 12. “Eles não servem a teus deuses” - isso era verdade - “e eles não adoram a imagem que levantaste.” Isto, porém, é surpreendente. Esses três jovens sabiam o preço da desobediência, e você deve se perguntar como alguém seria capaz de considerar tão elevado um princípio que eles literalmente permanecesse em pé enquanto toda a massa de pessoas se prostrasse, permanecesse firme ali, pronto para entrar em uma fornalha ardente! Isso é caráter, pessoal. Isso segundo é movido por princípios internos, não por pressão externa.
Agora pense na pressão. Pense nisso. Nabucodonosor era seu amigo. Nabucodonosor era seu benfeitor. O destino deles estava nas mãos dele. Resistir a Nabucodonosor seria totalmente inútil. Eles não têm outro recurso. Avanços futuros em suas carreiras na Babilônia eram absolutamente dependentes de sua lealdade. Eles poderiam ter dito para si mesmos: “Um ídolo não é nada, então, por que nos preocupamos com isso? Vamos nos ajoelhar com todo mundo, mas apenas oraremos ao Deus verdadeiro.”
Eles poderiam ter dito: “Todo mundo está fazendo isso. Se quisermos alcançar pessoas, precisamos fazer parte delas”. Poderiam ter dito: “Bem, afinal o fogo tende a ser fatal, e se estivermos mortos, não poderemos ser úteis para Deus, e num lugar tão estratégico como esse em que estamos, se queimarmos isso vai estragar todo o plano”.
Também poderiam ter pensado: “Bem, se não nos curvarmos, vamos fazer o jogo desses caldeus ciumentos.” E ainda podem ter pensado por um momento que a morte não fazia parte do seu contrato.
Havia muitas coisas que poderiam influir neles como pressões, mas apesar de tudo isso eles foram resolutos e absolutamente intransigentes. É incrível eles assumirem uma posição tão firme na situação em que estavam. Stephen Girard, um milionário incrédulo da Filadélfia, disse anos atrás a seus funcionários num sábado que eles teriam de vir no dia seguinte para descarregar uma marcadoria que acabara de chegar. Bem, o dia seguinte era domingo. Um jovem aproximou-se da mesa e disse nervosamente: Sr. Girard, não posso trabalhar no domingo. - Bem, - respondeu o empregador -, se você não puder fazer o que eu quiser, podemos nos separar. "Eu sei disso, senhor", disse o jovem. "E eu sei também que tenho uma mãe viúva para cuidar, mas não posso trabalhar no domingo."
"Muito bem", disse o Sr. Girard, "vá até a mesa do caixa e ele acertará com você."
O biógrafo do jovem diz que durante três longas semanas ele caminhou pelas ruas à procura de trabalho, e um dia um presidente de banco pediu a Girard que indicasse uma pessoa adequada para o caixa de um novo banco prestes a ser inaugurado. Depois de refletir um momento, Girard indicou o jovem que acabara de despedir.
"Mas pensei que você tivesse dito que o demitiu", disse o presidente do banco. “Sim”, replicou Girard, “porque ele não trabalhava no domingo. E eu lhe digo, o homem que perderia o emprego por princípio é o homem a quem você pode confiar seu dinheiro”.
É o caso de se perguntar por que, se você estivesse na situação de Nabucodonosor, se preocuparia com aqueles três sujeitos. Você tem todo mundo abaixo de você. Qual é o problema? Mas você já reparou que a egomania não suporta uma pessoa que não se conforma? Uma pessoa é tudo o que basta para tirá-la do sério, quanto mais três. Nabucodonosor nunca se satisfaria com todos menos três. Os megalomaníacos nunca estão satisfeitos com nada menos que tudo, ponto final.
Essa foi a conspiração. A partir da conspiração vamos para o quarto ponto desta narrativa, a coerção. A coerção consiste em Nabucodonosor confrontando os três e tentando coagi-los a uma resposta mais adequada. Mas eles permanecem inabaláveis. Observe, leremos 13-15, acompanhe. “Então, Nabucodonosor, irado e furioso” - isso mostra que tipo de pessoa ele era. Ele se torna – e essas palavras são fortes - um maníaco delirante só porque esses três hebreus não se curvaram. Imagine-se na posição dele: “Todos esses milhares estão prostrados. Não vou me preocupar com esses três. Tenho uma boa maioria.
Mas não se você for como Nabucodonosor. Ele está furioso e ordena que lhe sejam trazidos Sadraque, Mesaque e Abednego, e então trouxeram esses homens perante o rei. “Falou Nabucodonosor e lhes disse: É verdade, ó Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que vós não servis a meus deuses, nem adorais a imagem de ouro que levantei?”
Observe que ele descartou a primeira acusação que eles fizeram no versículo 12 de que não consideravam o rei, porque ele sabia que isso não era verdade. Então ele desprezou aquilo. E disse: "É verdade que vocês não adoram e servem a meus deuses e não se curvam à imagem de ouro?"
Aí ele repete toda aquela rotina. “Agora, pois, estai dispostos e, quando ouvirdes o som da trombeta, do pífaro, da cítara, da harpa, do saltério, da gaita de foles” - ele deve ter memorizado esse discurso - “prostrai-vos e adorai a imagem que fiz; porém, se não a adorardes, sereis no mesmo instante lançados na fornalha de fogo ardente.”
E então ele acrescenta esta afirmação estúpida: “E quem é esse Deus que vos livrará das minhas mãos?” Rapaz, ele está realmente se deixando levar. "Quem é esse deus que vos livrará das minhas mãos?" O homem tem memória curta. Ele esqueceu o mesmo Deus que foi capaz de revelar sonhos e visões? Que maníaco.
"É verdade", diz ele. “É realmente verdade” - versículo 14 - “que vocês não farão isso?” Creio que a favor dele se pode dizer que ele é um homem um tanto justo. Ele pelo menos lhes dá a chance de falar por si mesmos antes de jogá-los na fornalha ardente com base na acusação dos caldeus. Tenho certeza de que ele sabia que de qualquer maneira eles estavam um pouco aborrecidos com o que estava acontecendo na política.
Sua pompa o deixa furioso, e nesse ponto em particular ele está fora de si, chegando ao ponto de se colocar claramente contra Deus e confrontar o seu poder com o poder de Deus. "Quem é esse Deus que vos livrará das minhas mãos?"
Ó loucura e estupidez desse tipo de orgulho. Quando você se coloca contra o Deus eterno, você enfrenta alguém à altura, e ele encontra esse alguém neste capítulo e nos seguintes, como veremos. Será que ele havia esquecido que o Deus de Daniel era maior do que todos os deuses da Babilônia, incluindo seus próprios deuses que não podiam responder aos seus sonhos e ajudá-lo de forma alguma, de jeito nenhum? Parece que o idiota idólatra no meio de sua egomania havia esquecido isso.
Vamos, então, da cerimônia ao comando, à conspiração, à coerção e, finalmente, à coragem - versículo 16. E este é o clímax, é simplesmente fabuloso. “Sadraque, Mesaque e Abednego responderam e disseram ao rei” Agora tudo bem, pessoal, o que eles vão dizer? “Ó Nabucodonosor ” - eles não fazem toda aquela cerimonia de: “viva o rei”. “Ó Nabucodonosor, quanto a isto não necessitamos de te responder”. Amo isso. Bem, o que isso significa?
Basicamente: "Simplesmente não temos nada a dizer". Não é arrogância. Simplesmente não havia nada a dizer. Eles estavam simplesmente admitindo sua culpa. “Não temos nada a dizer a ti por meio de uma negação, e não temos nada a dizer a ti por meio de uma explicação, porque explicações não significam nada e, portanto, não estamos preocupados em dar uma resposta em tudo isso. Estamos de pé e é assim que permaneceremos”.
Eles haviam servido fielmente a Nabucodonosor o mais que podiam, mas aquilo estava indo longe demais. E então vem a declaração sublime. De fato, talvez a declaração mais sublime que qualquer mortal faça em toda a Bíblia, talvez a maior afirmação da verdadeira fé em qualquer lugar da Sagrada Escritura. Versículos 17 e 18: “Se o nosso Deus, a quem servimos” - e isso é muito direto - “quer livrar-nos, ele nos livrará da fornalha de fogo ardente e das tuas mãos, ó rei” de um jeito ou de outro. “Se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que levantaste.” Fim do discurso, ponto, parágrafo.
Sem racionalização, sem diálogo, sem mais ou menos: “Bem, o que gostarias que fizéssemos? Poderíamos curvar-nos em parte? Nada disso. "Não temos nenhuma defesa", dizem eles. “Não temos resposta. Nós não temos nenhuma saída. Não temos absolutamente nada a dizer, exceto que nosso Deus a quem servimos é maior que tu. E ele nos libertará da sua fornalha de fogo ardente, e ainda que ele não o faça, mesmo assim não nos vamos curvar”.
Oh, que afirmação sublime. Que fé esses jovens tinham. Quanta coragem! Todos concordamos com isso, e é fácil aqui neste lugar confortável. Eles estavam de pé na beira da fornalha ardente. Seu testemunho foi inabalável e intransigente, e sua fé se manteve verdadeira no pior momento.
Amado, afirmo que isso ocorreu porque eles estavam absolutamente comprometidos com o princípio interno. Eles haviam aprendido a Palavra de Deus e sabiam que deviam responder de uma certa maneira, com base na verdade de Deus, e não transigiam diante disso, não importando quais fossem as pressões externas. Que virtude! E não dependia de terem ou não o milagre. Eles aceitariam a vontade de Deus em vez de serem idólatras, mesmo que isso significasse a morte,.
Digo-lhe que, se há algo que podemos dar a este mundo, é esse tipo de espírito. É uma integridade intransigente e inflexível que diz: "Serei fiel ao meu Deus mesmo se isso me custar a vida". Mas nós não nos inclinamos o tempo todo aos ídolos do século 20 para ganhar o que queremos ganhar neste mundo? Eles conheciam a cegueira daquele rei pagão. Eles sabiam que suas longas explicações eram inúteis. Eles simplesmente se comprometem com Deus.
E, como Jó em Jó 13:15, eles disseram: “Eis que me matará, já não tenho esperança; contudo, defenderei o meu procedimento.” Eles sabiam que o que aconteceria com seus corpos não era o problema, mas que sua alma tinha de estar ancorada na verdade de Deus. Para nós, pessoal, isso significa uma vida intransigente que não se curvará a nenhum ídolo, independentemente do custo; o ídolo da popularidade, o ídolo do conforto, o ídolo da fama, o ídolo da respeitabilidade no mundo - nenhum desses ídolos pode nos fazer reverenciá-lo. Não há transigência para quem assume essa postura.
Deus é tão bom quando não cura como é quando cura. Deus é tão amoroso quando não fornece tudo o que pensamos precisar, assim como quando nos fornece. Deus é tão gracioso quando diz "não" quanto é quando diz "sim". Deus é Deus, e Deus deve ser adorado sem concessões, e o que ele faz é assunto dele. Você pode resumir dizendo que, no caso de Deus, a morte é tão boa quanto a vida. Certo?
Paulo disse: “Para mim, o viver é Cristo e o morrer” - é o quê? - “lucro.” A morte nunca pôs nenhum medo em seu coração. A morte nunca o forçou a abrir concessões. Um dia ele colocou a cabeça em um bloco, e um machado brilhou ao sol sobre sua cabeça, cortando-a do corpo, e ele nunca se encolheu ou abriu qualquer concessão.
Veja bem, o Senhor nos chama para isso. Em Êxodo 32:26 lançou-se a pergunta: “Quem está do lado do Senhor?” Em Mateus 10: “Todo aquele que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está no céu”. Em Marcos 8:38, “Portanto, todo aquele que se envergonhar de mim e de minhas palavras nesta geração adúltera; dele ficará envergonhado o Filho do homem”.
Em outras palavras, há um apelo para um compromisso intransigente de confessar a realidade de Deus e permanecer verdadeiro. E o mundo vem até nós repetidamente para nos atrair aos seus ídolos. Queremos ser populares. Queremos ser famosos. Queremos ser aceitos. Queremos ganhar dinheiro. Queremos uma promoção. Queremos tirar boas notas. Queremos conquistar alguém. E assim transigimos e nos tornamos inúteis e nosso testemunho, negativo.
Em 2 Reis 5, Naamã foi purificado da lepra e se pôs diante de Eliseu, e o que ele disse foi: “Nunca mais oferecerá este teu servo holocausto nem sacrifício a outros deuses, senão ao Senhor.” Isso é bom. Naamã diz: “Nisto perdoe o Senhor a teu servo; quando o meu senhor entra na casa de Rimom para ali adorar, e ele se encosta na minha mão, e eu também me tenha de encurvar na casa de Rimom, quando assim me prostrar na casa de Rimom, nisto perdoe o Senhor a teu servo.” Veja que Naamã ficou tão preocupado que não transigiu e disse: “Nisto perdoe o Senhor a teu servo; quando o meu senhor entra na casa de Rimom para ali adorar, e ele se encosta na minha mão, e eu também me tenha de encurvar na casa de Rimom, quando assim me prostrar na casa de Rimom, nisto perdoe o Senhor a teu servo. E Eliseu lhe disse: Vai em paz”.
Será que nossa fé é tão real que não haverá preço para nos curvar? Martinho Lutero, em solidão, a caminho de enfrentar a inevitável hora de excomunhão no que é conhecido como "A Dieta de Worms", para comparecer diante do imperador Carlos V, do prelado romano e de todos os príncipes reunidos, disse isso - e é um grande palavra. Martinho Lutero: “Minha causa será dedicada ao Senhor, pois ele vive e reina, isso preservou os três moços na fornalha do rei babilônico. Se ele não estiver disposto a me preservar, minha vida é pequena em comparação com Cristo. Esperem qualquer coisa de mim, exceto fuga ou retratação. Não fugirei, muito menos retrocederei, e que o Senhor Jesus me fortaleça.”
Ele inspirou sua posição naqueles três hebreus. Ele não disse: "Livra-me". Ele disse: "Se Deus quiser tirar minha vida, é coisa insignificante." Assim, como esses grandes homens de Deus e outros, permanecemos inflexíveis e inabaláveis diante da pressão do mundo para nos curvarmos a seus ídolos. Alguém escreveu: “O ídolo mais querido que já conheci, seja qual for, ajuda-me a arrancá-lo de seu trono e adorar somente a Ti”. Não é de admirar que em 1 João 5:21 João feche sua maravilhosa epístola com o palavras "Mantenha-se longe dos ídolos".
Pois bem, vimos a cerimônia, o comando, a conspiração, a coerção e a coragem. E agora as consequências no versículo 19, e veremos isso muito rapidamente. Depois desse pequeno episódio, “Nabucodonosor estava cheio de fúria.” o versículo 13 diz que “tinha raiva e fúria”. Agora ele está cheio disso. "E a suas feições dele mudaram." Você sabe o que isso significa? Isso significa que ele torceu o rosto. Estava tão bravo que começou a enrugar o rosto e fazer caretas para eles. E é um homem adulto. Estúpido. Ficou é tão frustrado em seu esforço egomaníaco para que todos o adorem, que fica literalmente enfurecido e começa a fazer caretas para eles. "E ele disse" e agora faz uma coisa estúpida - "ele ordena que aquecessem o forno sete vezes mais do que normalmente era aquecido."
Aí você diz: “Rapaz, ele quer que aquilo realmente queime.” Sim, mas isso é idiotice. Se você realmente deseja torturar alguém, diminua o calor e o prolongue. Aquecê-lo sete vezes mais significa apenas que será menos trauma. Ele nem sabe o que está fazendo. Perdeu o controle de si mesmo. Aqui estamos numa área cheia de bajuladores covardes e agradadores de homens, e vemos esses três jovens perturbados e confusos e transformando Nabucodonosor em idiota. E então ele diz: "aqueça sete vezes mais do que deveria ser".
Versículo 20: “Ele ordenou aos homens mais poderosos que estavam em seu exército que prendessem Sadraque, Mesaque e Abednego e os lançassem na fornalha ardente.” Até onde sabemos, tentando reconstruir isso, provavelmente era um uma cova no chão que tinha algum tipo de abertura embaixo, e no topo havia um buraco aberto. Eles foram jogados no buraco aberto, embora o fogo fosse aceso e alimentado por baixo.
Nabucodonosor poderia ter algum tipo de sacada de onde ele pudesse olhar através daquela abertura no topo para ver o que estava acontecendo. E assim o fogo é ainda mais aquecido, e mais quente, e mais quente, e ele chama os homens fortes - que são os melhores soldados, provavelmente seus guarda-costas pessoais - para amarrá-los e depois jogá-los na fornalha ardente.
“E então esses homens foram amarrados em seus mantos, túnicas, chapéus e outras roupas, e lançados no meio da fornalha ardente.” O que é interessante sobre isso é que os mantos, as túnicas e os chapéus e as outras roupas indicam que eles estavam vestidos para matar. Quer dizer, eles estavam todos com trajes de festa - estavam todos vestidos com roupas extravagantes. Ganhe algumas, perca algumas, certo? Tentando criar um advérbio de algo que não é um advérbio. Seja como for, eles estavam vestidos para a grande ocasião. E todos estavam - e o rei ficou tão furioso que ele nunca mudou isso.
Eles estavam todos vestidos, e acho que o Espírito Santo indica aqui de que eles realmente vieram fazer o que era certo como aqueles que responderiam ao rei. Eles não eram rebeldes. Eles estavam devidamente vestidos para um grande evento. Eles simplesmente não podiam seguir em desobediência ao seu Deus. E então eles foram atados com muita pressa. Suas roupas nem foram trocadas. Eles apenas os embrulharam e jogaram no meio da fornalha ardente. Como eu disse, provavelmente a partir de um buraco no topo.
Assim, ficou claro que Deus não os salvaria do fogo. Isso ficou muito claro quando eles entrando ali. Plano B: se você não puder ser salvo do fogo, espere ser salvo no fogo. E foi o que aconteceu. Eles sabiam que não seriam capazes de escapar da experiência, mas estavam confiando que Deus os faria sofrer com essa experiência para sua glória. Talvez estivessem lembrando as palavras consoladoras de Isaías 43:2: “Quando passares pelo fogo, não te queimarás; nem a chama acenderá sobre ti.” Isso seria um conforto para eles, não é mesmo?
Bem, os soldados não tiveram tanta sorte. Versículo 22: “Porque a palavra do rei era urgente” - ele estava completamente fora de controle - “e a fornalha estava sobremaneira quente, as chamas do fogo mataram os homens que lançaram de cima para dentro a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego”. Os soldados que os jogaram foram todos queimados até a morte. Eles estavam do lado de fora e foram queimados até a morte e os outros estavam do lado de dentro passando muito bem. Eles morreram no fogo.
Versículo 23: “Estes três homens, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, caíram” - e é por isso que acreditamos que havia um buraco no topo e eles foram derrubados - “atados dentro da fornalha sobremaneira acesa”. Agora, se você não conhecesse toda a história, eu poderia dizer: “Volte na próxima semana e descubra o que aconteceu.” Mas seguiremos em frente.
Movemo-nos das consequências para a companhia no versículo 24. “Então, o rei Nabucodonosor se espantou, e se levantou depressa, e disse aos seus conselheiros: Não lançamos nós três homens atados dentro do fogo? Responderam ao rei: É verdade, ó rei. Tornou ele e disse: Eu, porém, vejo quatro homens - não amarrados, mas soltos, que andam passeando dentro do fogo, sem nenhum dano; e o aspecto do quarto é semelhante a um filho dos deuses.”
Se você acha que Nabucodonosor ficou abalado quando aquilo começou, agora ele está realmente abalado. Ele está sentado a uma distância confortável, capaz de ver através do buraco o que está acontecendo. Ele olha para lá e muitas coisas o surpreendem. Primeiro ele vê quatro, não três. Então ele vê que eles não estão amarrados, mas soltos. Eles não estão deitados, estão andando. Eles não estão queimando e assando, estão completamente sem ferimentos. O quarto parece um filho dos deuses e eles não estavam procurando a saída, estavam apenas pacientemente esperando e curtindo a companhia um do outro.
E a frase "um filho dos deuses" - quem é esse? Nabucodonosor era pagão. Ele não teria conhecido o Filho de Deus se o tivesse visto. Ele não teria entendido uma cristofania pré-encarnada ou aparência de Cristo, como encontramos em Gênesis 18. Creio que o que Nabucodonosor tinha em mente com essa afirmação é simplesmente um ser angelical, porque no versículo 28 deste mesmo capítulo ele usa a palavra “anjo”. Parece-me que Nabucodonosor reconheceu um ser espiritual sobrenatural que ele igualaria a um anjo.
Agora, alguns gostariam de acreditar que era Cristo, e pode muito bem ter sido. Outros acreditam que era um anjo e, francamente, pessoal, não há como ter certeza disso. Sabemos que Cristo apareceu em certos momentos no Antigo Testamento, mas se era Cristo em uma aparição especial antes de sua encarnação na terra, ou se era um anjo, na verdade não é o que importa. O ponto é, creio, que Deus enviou aquele anjo àquela fornalha ardente para explicar àqueles três indivíduos o que estava acontecendo. Eles ficaram andando por aí e ele lhes dizia que foi enviado por Deus para preservá-los no meio daquele fogo. Vocês não vão ser queimados. Vamos aproveitar nossa companhia até a próxima cena do drama.
Acredito que eles sabiam que não estavam queimando e que Deus enviou seu anjo para cuidar deles. Quando a Bíblia mostra em Hebreus 13:5 que o Senhor diz: “De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei”, acho que Deus quer dizer isso. E acho que Deus envia aqueles que são seus anjos para cuidar de nós em meio a circunstâncias terríveis.
Anos antes, Elias havia sido igualmente honrado ao receber os anjos de Deus para servir-lhe comida em um momento em que ele estava terrivelmente desanimado. Você pode ler isso em 1 Reis 19. Como é maravilhoso saber que não passamos por experiências em que Deus não esteja presente com sua divina companhia, e quanto mais quente o fogo, mais doce é a comunhão.
Sabe, posso dizer, pessoal, por minha própria experiência, que sempre que entro em uma situação em que decido tomar uma posição por algo que é impopular fazer, e você começa um conflito, experimenta-se esse tremendo senso da companhia divina. É o que Pedro disse sobre o fato de que, quando passamos por perseguição, o espírito de graça e glória repousa sobre nós. Eu já tive esse sentimento avassalador da presença de Deus me fortalecendo. E aqui estavam eles na fornalha ardente em companhia divina.
Assim, a cerimônia, o comando, a conspiração, a coerção, a coragem, a consequência, o companheiro e, por fim, acredite ou não, o reconhecimento. E isso fica bem claro no versículo 26. “Então se chegou Nabucodonosor à porta da fornalha sobremaneira acesa, falou e disse: Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, servos do Deus Altíssimo, saí e vinde!” Como ele sabia disso? Bem, era óbvio que ele havia encontrado alguém à altura. "Venham, venham aqui." Gostei. “Então Sadraque, Mesaque e Abednego surgiram do meio do fogo.” Pode acreditar que Nabucodonosor estava esfregando os olhos esse tempo todo.
E aqui vamos nós de novo. “E os príncipes, os governadores, os capitães, os conselheiros do rei, reunidos, viram esses homens, sobre cujo corpo o fogo não tinha poder, nem os cabelos de sua cabeça foram chamuscados, nem seus casacos foram tocados, nem o cheiro do fogo passou sobre eles. "
Agora fizeram uma investigação. Quando estava na faculdade, precisei certa vez comprar um casaco esportivo e não tinha dinheiro. Minha mãe sempre me mandava biscoitos, não dinheiro. Pois bem, eu precisava de um casaco esportivo e havia na cidade onde ficava nossa faculdade uma loja que sofrera um incêndio e então decidi ir à liquidação dos artigos recupeados do incêndio. Nunca vou esquecer esse casaco. O cheiro dele permanece comigo até agora. Usei esse casaco por cerca de três anos na faculdade e ele nunca parava de cheirar. De fato, quando as pessoas se aproximavam de mim, sentiam o cheiro automaticamente. Se você já passou por um incêndio, sabe que o cheiro de fumaça que entra nas roupas simplesmente nunca sai.
E eles fizeram uma investigação completa e não havia um cabelo chamuscado e suas roupas nem sequer tinham sinais de queima, e não havia sequer o cheiro de fogo nelas.
“ Então Nabucodonosor falou e disse - agora observe isto - “Bendito seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego” – e você diz: “Ah, a conversão de Nabucodonosor.” Errado. No versículo 26, ele diz: “O Deus Altíssimo”. Ele não está abandonando o politeísmo, apenas está colocando esse Deus no topo do conjunto, só isso. Ele não diz: "O único Deus verdadeiro". Ele apenas diz: "Tu hás ser o supremo", isso é tudo. Ele está mantendo seu politeísmo tradicional, com muitos deuses.
E aqui, quando ele diz: "Bendito seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abednego", ele está simplesmente reconhecendo o que os teólogos chamam de "henoteísmo". Essa é a crença de que certas pessoas e certas nações têm seus próprios deuses. E com esse henoteísmo ele tem espaço em seu politeísmo para o Deus de Sadraque, Mesaque e Abednego e está disposto a dizer neste momento que este é o Deus Altíssimo superior a todos os deuses. Isso está longe de dizer que ele é o único Deus, não é mesmo?
“Bendito seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abednego, que enviou seu anjo e libertou seus servos que nele confiavam, e mudaram a palavra do rei e entregaram seus corpos para que não pudessem servir nem adorar a nenhum deus, exceto seu próprio.” Ele diz apenas: “Eu tenho de bendizer o Deus dessas pessoas que não abrem concessão e não adoram nenhum outro deus”.
E eu amo essa afirmação no versículo 28: “preferiram entregar” o quê? “O seu corpo.” Se você quiser uma ilustração de Romanos 12:1, aqui está: “Apresentem seus corpos como” o quê? “um sacrifício vivo. E não se conformem com este mundo.” Foi exatamente o que eles fizeram. Eles entregaram seus corpos. E o rei diz: "Bendito seja Deus, que consegue despertar esse tipo de lealdade em seu povo".
Veja bem: podemos fazer o mundo prestar atenção. Podemos criar um rebuliço no mundo pagão vivendo uma vida intransigente, para que, mesmo em meio à sua incredulidade, as pessoas tenham de dizer que o nosso Deus é o Altíssimo. Mesmo em meio à incredulidade terão de dizer: “Bendito seja o Deus dessas pessoas. Qualquer Deus que possa atrair esse tipo de lealdade deve ser algum Deus.
E então o reconhecimento no versículo 29: “Portanto, faço um decreto pelo qual todo povo, nação e língua que disser blasfêmia contra o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego seja despedaçado, e as suas casas sejam feitas em monturo" Essa seria a profanação definitiva, tomar a casa de uma pessoa e torná-la uma pilha de esterco, um local de esgoto" - “porque não há outro deus que possa livrar como este. Então, o rei fez prosperar a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego na província da Babilônia.” E quando já se governa e se é promovido,
essa é uma promoção e tanto.
Se você acha que os caldeus estavam infelizes no começo do capítulo 3, pode imaginar como foi no final do capítulo 3. Ele diz: Qualquer um que falar uma palavra contra seu Deus será cortado em pedaços e suas casas serão feitas em um monte de lixo. ”Nabucodonosor não é burro. Ele determinou que seria bom conviver com esse Deus, porque se ele quisesse alguma coisa, ele queria esse Deus ao seu lado.
Um dos treinadores da Liga Nacional de Futebol foi perguntado por que ele sempre tinha um ministro cristão na linha lateral. Ele disse: “Você acredita em Deus?” Ele disse: “Bem, eu não tenho muita certeza, mas se eu quiser alguém do meu lado, seria le.” É como Nabucodonosor. Ele o queria ao seu lado.
Bem, vamos fechar rapidamente. Você e eu provavelmente nunca enfrentaremos uma fornalha ardente, certo? Provavelmente não. Mas você será julgado pelo fogo, acredite em mim, e eu também. E aquilo virá de várias fontes. Antes de tudo, Satanás nos aflige. Ele afligiu Jesus e o tentou. “Ele anda por aí” - diz Pedro - “como um leão que ruge, que procura devorar.” Ele é o acusador dos irmãos. Ele quer plantar maus pensamentos. O próprio Paulo disse que recebeu um mensageiro de Satanás enviado para esbofeteá-lo. Satanás nos afligirá pela via da carne.
Em segundo lugar, o mundo vai nos atormentar. O mundo vai tentar nos atrair. O mundo vai tentar perseguir nosso país. O mundo vai tentar nos forçar a fazer concessões. E, acredite ou não, Deus até trará provações à nossa vida, testando nossa fé. O capítulo 12 de Hebreus fala sobre como Deus nos aflige com a correção.
Então, teremos as provações: algumas de Satanás, algumas do mundo e outras que Deus permite, mas em tudo isso o resultado final é que podemos ser refinados e permanecer corajosos e intransigentes. Há um hino que diz: “Quando teu caminho passar por provações ardentes, minha graça será suficiente para tuas necessidades: a chama não te fará mal; apenas trato de consumir tua escória para e de refinar o teu ouro .” Percebe? Vamos orar.
Pai, lembro que quando um guerreiro ia para a batalha nos tempos medievais, a primeira coisa que ele tinha de fazer era ajoelhar-se e dobrar sua espada sobre o joelho para ver se ela quebraria. Ele precisava saber que ela aguentaria o calor da batalha. E, Senhor, somos tuas espadas de várias maneiras, e há momentos em que nos inclinas sobre teu joelho para ver se vamos quebrar. E se não quebrarmos, tu nos usarás para conquistar grandes vitórias.
Que possamos confiar em Teu grande poder. Que permitamos que as tensões, testes e provações que surgem em nosso caminho sejam coisas que nos refinem como ouro. E que não venhamos a fazer concessões e perder a bênção que é nossa se permanecermos fiéis. E que possamos saber que, por tudo isso, haverá ao nosso lado alguém como um filho dos deuses, um companheiro divino para nos fortalecer no meio da batalha.
Torna-nos um povo intransigente para que, como esses rapazes, possamos permanecer firmes afim de que o mundo diga: “Bem-aventurado o Deus dessa pessoa que consegue despertar tanta dedicaçãoo”. Que esse seja o nosso testemunho, em nome de Cristo. Amém.
FIM

This article is also available and sold as a booklet.