Grace to You Resources
Grace to You - Resource

Vamos abrir no sexto capítulo de Lucas. Domingo após domingo, meu coração está tão emocionado por poder ensinar este livro. Ter passado dias durante a semana em preparação, tentando o meu melhor para destilar e chegar até você as riquezas que estão aqui, é um desafio e um privilégio. Chegamos ao capítulo 6, de Lucas, no versículo 20. E do versículo 20 ao final do capítulo temos um grande sermão do nosso Senhor. É o mesmo sermão registrado em Mateus 5 a 7, chamado de Sermão do Monte.

Mateus registrou esse sermão. Na verdade, Mateus deu mais palavras de Jesus, extraídas do sermão, do que Lucas. Lucas é uma versão mais curta do sermão, embora siga exatamente o mesmo fluxo e progresso. As verdades registradas por Mateus e por Lucas, extraídas desse grande sermão, são muito semelhantes e, conforme passamos por esses versículos, do versículo 20 ao 49, precisaremos constantemente fazer comparações com o relato do livro de Mateus.

Este é o famoso Sermão do Monte. Há pessoas que tratam este sermão como uma declaração de ética, mas não é. É um sermão sobre a salvação. De fato, é o sermão mais completo que Jesus pregou, identificando quem é salvo e quem não é. No final, é sobre quem vai para o céu e quem vai para o inferno. Não é sobre quem é religioso; é sobre quem é salvo. Não é sobre quem está vivendo uma vida ética; é sobre quem conhece a Deus. E, assim, é um sermão crítico, vindo dos lábios do próprio Cristo. Existem variações entre como Mateus conta a história e como Lucas a conta. E há razões para isso. Jesus na verdade pregou em aramaico. Mas tanto Mateus como Lucas escreveram em grego, e assim eles podem ter traduzido uma palavra aramaica de uma maneira diferente, usando sinônimos.

Também é verdade que nem Mateus nem Lucas nos dão o sermão completo. Eu posso ler a versão de Lucas em três ou quatro minutos. Eu posso ler, e você também, a versão de Mateus em dez minutos, leia Mateus, 5, 6 e 7 em dez minutos. E eu sei que Jesus não pregou apenas dez minutos. Espero que ele não tenha pregado dez minutos. Eu sei que ele não pregou dez minutos. Mateus nos dá um resumo compacto com declarações precisas, mas é uma versão editada. Não é tudo o que Jesus disse. E às vezes há variações entre o que Mateus diz e o que Lucas diz.

Por exemplo, mesmo nas bem-aventuranças, existem variações, mas a resposta para isso é simples. Que no processo da pregação de Jesus, que poderia ter sido pelo menos de 50 minutos a uma hora, uma hora e meia ... Ele poderia prender uma multidão por duas ou três horas, inquestionavelmente, particularmente em uma época em que não havia mídia, e as pessoas aprendiam a ouvir, sabiam como ouvir, e como ouvir bem. E ao pregar por muitos minutos ou até muitas horas, Jesus teria repassado a verdade do seu sermão e o repetido de muitas maneiras, determinando o que temos escrito em Mateus e Lucas nas bem-aventuranças. Mateus dá nove bem-aventuranças, Lucas dá quatro; Mateus as dá de um jeito, Lucas as dá de outro. É simplesmente Mateus registrando uma declaração de Jesus e Lucas registrando outra reformulação de Jesus.

Eu sei, como pregador, que às vezes digo algo com muita frequência. Eu digo algo e logo depois falo a mesma coisa de outra forma, modificando um pouco porque você já sabe o que eu disse da primeira vez. Eu posso melhorar ou reduzir na segunda vez que eu disse. E se você vir variações, essas são algumas das razões pelas quais elas ocorrem. Mas estou bem convencido de que este é o mesmo sermão, embora seja razoável pensar que Jesus pregou o Sermão do Monte em muitos outros lugares. Alguns comentaristas até chamam isso de Sermão da Planície, pensando que ele pregou o de Mateus em um monte, e pregou este em uma planície.

Eu não acho que haja algum motivo para ser dogmático sobre isso. Eu não sei por que eles diriam isso. Eu acho que é mais provável que seja o mesmo sermão; é apenas Lucas extraindo, pela inspiração do Espírito Santo, aqueles assuntos do sermão que se encaixam em seu propósito. Mas Jesus certamente pregou essas verdades em todos os lugares aonde Ele foi. Sem dúvida, ele repetiu o conteúdo do sermão uma vez ou outra, lugar após lugar após lugar, porque é muito básico.

E assim, vamos começar nesta manhã olhando para este sermão clássico de Jesus. Agora, por que Lucas nos dá o sermão? Bem, a resposta, em primeiro lugar de maneira geral, é porque Lucas está cuidadosa e sistematicamente demonstrando completo e convincente argumento após argumento, evidência após evidência, prova após prova, de que Jesus é o Messias, Deus em carne humana, o Salvador do mundo. Esse é o propósito de Lucas. Seu evangelho, como no caso de Mateus, Marcos e João, é escrito para provar que Jesus é o Messias, Deus em carne humana.

As provas vêm de seus milagres, de ter expulsado demônios, de seu controle sobre os elementos naturais, de seu nascimento virginal, de todas as coisas que Lucas alinhou nos capítulos iniciais. Mas não há prova mais convincente da divindade de Jesus, da messianidade de Jesus, do que o seu ensinamento. Seu ensinamento é tão profundo, seu caráter tão evidentemente divino, seu conteúdo é tão oposto ao modo como os homens pensam, e sua autoridade tão inflexível e absoluta a ponto de indicar que esta é de fato a voz de Deus. Esta é a pura verdade divina vinda dos lábios do Deus/Homem. E então Jesus falou com uma autoridade que as pessoas não estavam acostumadas. Ele falou com autoridade sobre tudo. Tudo o que ele disse tinha autoridade absoluta e final. Nada do que Jesus ensinou estava sujeito a debate ou discussão.

As pessoas ficaram tão chocadas com essa autoridade que, no final do Sermão do Monte, Mateus registra, as pessoas ficaram admiradas porque Ele falou com tal autoridade. Ele nunca citou ninguém além de Deus, e então ele não citou Deus como se Deus fosse uma autoridade distante; ele simplesmente falou como Deus. Todo o seu ensinamento deveria ser recebido com absoluta autoridade, sem debate ou sem alteração, ou sem questionamento. E o povo disse: "Nenhum homem jamais falou como este homem.”

De fato, ele falou com a mesma autoridade com que falou quando criou o universo. João, capítulo 1, diz que tudo o que foi feito, foi feito por ele, pelo Senhor Jesus. E Gênesis, capítulo 1, diz que tudo que foi falado veio a existir. Quando ele falou com autoridade na criação, tudo o que ele falou na criação do universo passou instantaneamente a existir. Se ele, em sua forma encarnada, falou ao mar a fim de acalmar a tempestade, ou se ele falou a um demônio para ir embora, ou se ele falou para uma doença ir embora, ou se ele falou aos homens para transformar suas vidas, a autoridade era absoluta. Essa autoridade inalterável e inatacável estava presente quando ele falou sobre assuntos espirituais. Quando ele falou sobre o seu Reino, quando falou sobre a salvação, falou com a mesma autoridade.

O ensino espiritual de Jesus, ou se você quiser, a teologia de Jesus, o evangelho, tudo o que ele disse a respeito era espiritual, tudo o que ele disse sobre a esfera da salvação, o Reino de Deus, o Reino dos Céus foi absolutamente a palavra última e final. E é por isso que, no final da Bíblia, diz que se você acrescentar algo ao que está escrito aqui, tirar qualquer coisa do lugar, você receberá as pragas que estão escritas neste livro.

Mas o que dificultou tanto para as pessoas ouvirem e entenderem, e ainda dificulta hoje, é o fato de que o que Jesus ensinou era absolutamente oposto ao pensamento humano, até mesmo o pensamento das pessoas religiosas. De fato, os judeus religiosos, os líderes dos judeus religiosos, os astutos mais teólogos de todos, consideravam o ensinamento de Jesus repugnante. Eles o acharam ofensivo. Eles o acharam ameaçador. Eles até determinaram que era tão errado o que ele estava falando que provinha de Satanás. Agora, por que eles concluíram uma coisa dessas? Porque tudo o que ele ensinou era completamente o oposto a tudo que eles pensavam. Na verdade, eles determinaram que tinham de silenciá-lo, matando-o antes que Jesus perturbasse todo o sistema religioso judaico.

Veja, o ensinamento de Jesus não acrescenta nada à sabedoria religiosa convencional. Seu ensinamento não subtrai nada. Ele a substitui. O ensinamento de Jesus na época, e o ensinamento de Jesus agora, porque é o mesmo, está aqui registrado nas Escrituras, para todas as épocas e para a eternidade. O ensinamento de Jesus de antes e de agora quebra o pensamento fundamental de todo homem. Destrói seus motivos, sejam eles seculares ou religiosos. Faz o mundo do homem virar de cabeça para baixo. Transforma os pensamentos em sua cabeça. O ensinamento de Jesus daquela época e de agora não é PC; não é politicamente correto. Não é SC; não é a sabedoria convencional. De fato, o ensinamento de Jesus é estranho a tudo que consideramos verdadeiro na mente natural. Vai contra tudo. É a antítese das ideias humanas. É a antítese da motivação humana.

Assim, quando Jesus falou sobre questões espirituais, quando falou sobre o seu Reino, quando deu as leis e princípios de seu Reino, quando falou sobre como conhecer a Deus e como herdar a vida eterna, o que ele ensinou derrubou literalmente a fortaleza ideológica cuidadosamente construída que os homens haviam estabelecido, e então explodiu seus alicerces deixando em ruínas. Seu ensinamento não é o que normalmente pensamos. E esta passagem deixa isso evidente quando ele começa este grande sermão. Os primeiros versículos são paradoxais e mostram como Jesus derrubou o pensamento religioso convencional e até mesmo o pensamento secular convencional.

Ouça o que ele disse, versículo 20: “Então, olhando ele para os seus discípulos, disse-lhes: Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus. Bem-aventurados vós, os que agora tendes fome, porque sereis fartos. Bem-aventurados vós, os que agora chorais, porque haveis de rir. Bem-aventurados sois quando os homens vos odiarem e quando vos expulsarem da sua companhia, vos injuriarem e rejeitarem o vosso nome como indigno, por causa do Filho do Homem. Regozijai-vos naquele dia e exultai, porque grande é o vosso galardão no céu; pois dessa forma procederam seus pais com os profetas. Mas ai de vós, os ricos! Porque tendes a vossa consolação. Ai de vós, os que estais agora fartos! Porque vireis a ter fome. Ai de vós, os que agora rides! Porque haveis de lamentar e chorar. Ai de vós, quando todos vos louvarem! Porque assim procederam seus pais com os falsos profetas.”

Assim, para a pessoa comum, isso parece loucura. Desde quando pobreza, fome, tristeza e rejeição são bênçãos? E desde quando riquezas, satisfação, felicidade e popularidade são maldições? Quer dizer, basicamente, todos no mundo vivem para transformar a pobreza em riqueza, a fome em satisfação, a tristeza em felicidade e a rejeição em popularidade. Mas esse é precisamente o ponto, não é mesmo? O mundo e todo o seu pensamento é exatamente oposto à verdade. É por isso que o apóstolo Paulo disse, em 1Coríntios, capítulo 1, que a sabedoria de Deus é loucura para os homens e a sabedoria dos homens é loucura para Deus. Romanos 1, Paulo disse que o homem se diz sábio, mas na verdade ele é um idiota. Esse é o grego. Não é que o cristianismo acrescente algo ao brilhantismo do homem; ele o substitui.

Assim aqui, Jesus, não citando ninguém, falando com autoridade como Deus, define quem é abençoado e quem é amaldiçoado. E isso é exatamente o oposto do pensamento convencional. Agora, este não é um sermão sobre ética; este é um sermão sobre a salvação. Esta é uma palavra oficial de Deus que define o padrão pelo qual qualquer um pode discernir sua condição espiritual. Eu suponho que você está aqui na igreja, nesta manhã, e você tem algum interesse em discernir sua condição espiritual. Eu... eu diria que você está aqui porque tem algum interesse no Reino de Deus. É muito interessante ver uma nação que por muitos anos trabalhou duro para tirar Deus do discurso público, colocando agora o nome dele em quase todas as declarações que faz. E eu estou supondo que você está aqui porque tem algum interesse em como está relacionado a Deus e o que isso lhe oferece em relação à esperança para o futuro.

Bem, se esse é o caso e você quer saber sua condição, aqui está o padrão pelo qual você pode determiná-la. Aqui está o teste. Este sermão, no momento em que chegarmos ao versículo 49, não irá, em termos, estabelecer uma avaliação pela qual sua vida pode ser medida, você será capaz de determinar se você conhece a Deus ou não, se você está indo para o céu ou para o inferno, se você está salvo ou perdido. E de todas as coisas que você poderia saber, esta é a mais importante. Você precisa saber se é abençoado ou amaldiçoado.

Agora, francamente, para os judeus nos dias de Jesus, assim como para todos os outros, incluindo hoje, o que Jesus diz exige uma mudança muito significativa. Na verdade, exige, eu acho, o que você chamaria de mudança de paradigma de proporções monumentais. Você precisa sair da sua caixa normal e precisa pensar diferente. Infelizmente, o povo judeu a quem Jesus ensinou isto, lugar após o lugar, através do Seu ministério, incluindo os líderes, nunca estiveram dispostos a sair de suas caixas normais. Eles nunca fariam essa mudança de paradigma, e por isso rejeitaram a Jesus. Eles exigiram que ele fosse executado a fim de tirá-Lo do caminho, porque ele era uma pessoa muito perturbadora. E o mundo ainda hoje é assim. Se você estiver falando sobre os judeus ou o resto do mundo gentio, todos os que não são judeus, a maioria do mundo ainda rejeita o que Jesus ensinou. Mas se você quiser entender o coração e a alma da mensagem de Cristo, então você precisa compreender essa questão dos paradoxos da bênção e da maldição e discernir se você está entre os abençoados ou amaldiçoados.

Agora, a ideia de bênção e maldição não era nova para os judeus. Eles tinham o Antigo Testamento. Eles sabiam se Deus havia feito distinção entre os dois. Claro que ele tinha, Deuteronômio 27 e 28. Houve um tempo em que Deus disse que se eles obedecessem, ele os abençoaria, se não obedecessem, ele os amaldiçoaria, e ele expôs em termos evidentes naquela seção do Antigo Testamento. Mas embora os judeus entendessem que havia um lugar de bênção e um lugar de maldição, sua religião tinha se apostatado tão distante da verdade que eles não entendiam o que era esse lugar. Na verdade, eles tinham exatamente a visão oposta. E assim, Jesus aqui está endireitando o pensamento de todos e derrubando toda a sabedoria convencional humana.

Deixe-me preparar terreno para você. No versículo 20, Lucas nos diz: “Então, olhando ele para os seus discípulos, disse-lhes.” Então, este sermão é direcionado principalmente a seus discípulos. Agora deixe-me explicar isso para você. Os discípulos são um dos três grupos que estão ao redor de Jesus. Volte por um instante para o versículo 17. Jesus havia acabado de identificar os doze apóstolos. Eles são chamados apóstolos. Ele os nomeou como apóstolos de acordo com o final do versículo 13. Então Jesus havia acabado de identificar os doze apóstolos. Eles são o seu grupo mais íntimo, e Jesus desceu com eles. Ele desceu, havia subido a montanha, havia orado ao Pai. Ele desceu um pouco mais. Chamou os discípulos, levou-os até a pequena colina, escolheu-os do grupo maior e os identificou como os doze apóstolos. Essa é a palavra para mensageiro, o enviado. Eles se tornaram os pregadores em treinamento, os associados mais íntimos de Jesus, os doze.

Então Jesus desceu com eles. E quando eles voltaram para a base do monte, havia uma grande multidão de Seus discípulos, para serem distinguidos dos apóstolos. E como eu disse na semana passada, esta é a multidão mista de pessoas que foram atraídas por Jesus pelo seu poder sobre o mundo físico, seu poder para curar, seu poder sobre o mundo espiritual, seu poder para expulsar demônios e por seu ensino profundo e com autoridade. Eles estão comprometidos em algum grau. Eles são discípulos, mathetes, aprendizes. Eles são alunos de Jesus. Haviam ido para a escola. Haviam deixado as várias área de seus lares e trabalho, e agora estavam na escola com Jesus, viajando, movendo-se enquanto ele se move, e o escutando dia após dia. O terceiro grupo é uma “grande multidão,” diz o versículo 17, grande massa de pessoas de toda a Judeia, Jerusalém, a região costeira de Tiro e Sidom, e esses são os curiosos. Assim, o grupo íntimo é dos apóstolos, e o grupo intermediário são os aprendizes, os alunos. E então o grupo marginal são os curiosos.

Então Jesus dirige sua mensagem aos discípulos, àquele grupo intermediário. As pessoas desse grupo estão em todos os pontos ao longo do caminho de crer em Jesus. Eles são apaixonados por ele, loucos por ele, atraídos por Jesus. Eles acreditavam, em certo grau, que ele podia ser o Messias. Alguns deles até chegaram à verdadeira salvação, abraçando plenamente a Cristo. Eles comeram sua carne e beberam o seu sangue como ele disse. Em outras palavras, eles o levaram totalmente a sério. Alguns deles estão a caminho de fazer isso. Alguns deles já ouviram falar o que os incomoda e assim estão próximos de abandonar. Alguns deles estão à vontade. Mas eles são a multidão misturada que está em todo lugar.

Agora, eles seriam muito parecidos com você nesta manhã. Nós temos uma congregação de pessoas aqui. E há aquele grupo mais chegado de pessoas intensamente envolvidas, o tipo de pessoas que estão servindo ao Senhor com toda a sua vida. Elas são as testemunhas fiéis. Elas amam a Cristo. Elas servem a Cristo. Elas vivem para servi-lo. E há também o grupo marginal, pessoas que estão simplesmente procurando, curiosas sobre o que está acontecendo aqui, curiosas sobre o que ensinamos, o que o evangelho ensina, o que a Bíblia ensina. E eles são atraídos por qualquer fenômeno que tenham visto na vida de alguém ou ouvido falar na igreja, e você está aqui como parte dos curiosos.

Mas também há esse grupo de pessoas no meio que são os aprendizes. Talvez você esteja aqui, semana após semana, absorvendo tudo. E muitos de vocês conhecem a Cristo e estão no processo de crescimento espiritual. E alguns de vocês estão vindo para conhecer a Cristo. E alguns de vocês estão aí sentados, neutros, sem se comprometer com ele, mas você ainda está aqui. Alguns de vocês podem estar bastante desiludidos porque não querem tratar com o pecado que estão se preparando para abrir mão. Mas esse é o grupo a quem Jesus falou e esse é o grupo a quem eu falo, porque o que Jesus queria que eles soubessem era que há um critério pelo qual você pode determinar sua condição espiritual, seja você o abençoado ou o amaldiçoado. Você deseja saber disso. Veja como.

Assim, basicamente, esse é o grupo a quem Jesus dirige Seu ensinamento. De fato, o versículo 20 diz que ele fixou o olhar neles, os aprendizes de vários graus, dedicados a segui-lo de forma regular, atraídos por seu ensino e demonstração de poder. Agora, eles não eram todos verdadeiros crentes porque nós já sabemos, por exemplo, em João 2.23 a 25, que diz: “Muitos, vendo os sinais que ele fazia, creram no seu nome; mas o próprio Jesus não se confiava a eles, porque os conhecia a todos.” Ele sabia que a crença deles não era uma crença salvadora. Não era uma confiança segura e completa. Portanto, ele não se comprometeu com esse tipo superficial de fé. E em João 6, nos versículos 66 e seguintes, você lembra que Jesus deu alguns ensinamentos que eram mais do que algumas pessoas poderiam suportar. E diz que seus discípulos, muitos de seus discípulos, não andaram mais com Jesus. Eles desapareceram. E então, em João 8.31, havia aqueles que acreditavam nele, mas ele lhes disse: “Se vós permanecerdes na minha palavra sois verdadeiramente meus discípulos.”

Então sabemos que este é um grupo misto, da mesma forma que a igreja é mista. São pessoas que estão no caminho de conhecer a Cristo, pessoas que conhecem Cristo, pessoas em situação neutra e pessoas que estão saindo porque não estão dispostas a assumir o compromisso. E assim, para todos vocês, eu passo as palavras, as palavras de autoridade de Jesus, nesta obra-prima da verdade espiritual chamada Sermão do Monte. É o que você precisa ouvir porque precisa saber se está entre os abençoados ou amaldiçoados. Esta é a verdade, para sempre, como um teste de referência para a verdadeira salvação. Por mais óbvio que isso seja para mim, não é aparentemente óbvio para muitos comentaristas que escrevem sobre essa passagem com grande confusão. Não é confuso; é simples e direto.

Agora, para demonstrar o propósito de Jesus no sermão, você precisa ver por um momento o final do sermão, porque qualquer bom pregador vai levar tudo a uma conclusão e deixar claro o seu ponto de vista. O sermão termina no versículo 47: “Todo aquele que vem a mim, e ouve as minhas palavras, e as pratica, eu vos mostrarei a quem é semelhante. É semelhante a um homem que, edificando uma casa, cavou, abriu profunda vala e lançou o alicerce sobre a rocha; e, vindo a enchente, arrojou-se o rio contra aquela casa e não a pôde abalar, por ter sido bem-construída.” Essas são as pessoas que ouvem sua Palavra e a praticam, eles a aplicam, eles a vivem. Ela toma conta da vida deles, e sua vida é construída sobre uma base de rocha, e quando o julgamento vem, eles não são impactados. Mas, versículo 49: “Mas o que ouve e não pratica é semelhante a um homem que edificou uma casa sobre a terra sem alicerces, e, arrojando-se o rio contra ela, logo desabou; e aconteceu que foi grande a ruína daquela casa.” Quando o julgamento vier, ou você ficará de pé ou cairá, com base em se você está entre os abençoados ou os amaldiçoados.

Então, vamos ver mais de perto como Jesus começa a mensagem. Duas palavras dominam, bem-aventurados e ai de vós. E sob cada um desses há quatro declarações. Existem quatro bem-aventuranças e quatro “ai de vós.” E é um paradoxo estranho; é um paradoxo oposto ao pensamento humano. Bem-aventurados os pobres, os famintos, os tristes, os rejeitados, e os amaldiçoados são os ricos, satisfeitos, felizes e populares. É simplesmente o oposto de como as pessoas pensam. Agora, pegue a palavra "bem-aventurado.” É a grega makarioi. Significa "mais favorecido, mais favorecido.” Fala de alguém que está na condição mais benéfica, alguém que está na condição mais benéfica. Em seguida, o outro, "ai,” ouai, quase uma transliteração em grego, significa "mais desfavorável.” Significa a pessoa que está na pior condição. Os abençoados estão desfrutando da condição mais benéfica e os amaldiçoados estão suportando a dor da pior condição. Esses são os únicos dois lugares em que as pessoas vivem. Você vive em um ou noutro. Você está entre os abençoados ou amaldiçoados; não há meio termo.

Agora, deixe-me apressar a dizer, quando lemos “Bem-aventurados vós, os pobres, e bem-aventurados os que isso e ai de vós aquilo...” Eu quero que vocês entendam que esses não são desejos. Isso não é um desejo. Isso não é uma esperança. Isso nem é uma oração. Não é "Ó Deus, por favor abençoe as pessoas pobres; ó Deus, por favor, abençoe pessoas famintas, as pessoas que choram e as pessoas que são ofendidas,” e “ó Deus, por favor, amaldiçoe pessoas ricas, e pessoas satisfeitas, e pessoas felizes e populares.” Não é uma oração. Não é "Deus abençoe a América,” que estamos ouvindo tanto, que é uma esperança ou um desejo, ou uma oração onde Deus faria algo que aparentemente precisa ser feito. Certamente não é errado orar assim, mas não é isso.

Estas são declarações de fato absolutas. Os pobres são abençoados. Os famintos são abençoados. O choro é abençoado. E os rejeitados são abençoados. E os ricos, os satisfeitos, os felizes e os populares são amaldiçoados. É uma declaração de fato. É um decreto divino de autoridade pelo julgamento determinado de Deus. É um veredito processado. Estes são fatos absolutos, dados com autoridade e pronunciados sobre a vida das pessoas. Algumas pessoas receberam bênção eterna e favor de Deus que é uma realidade. E outros receberam maldição eterna e desaprovação de Deus, e isso também é uma realidade. E a questão é: em qual grupo você está? Para os desesperados, há bênção. Para os autossuficientes, há maldição.

Agora, vamos começar olhando para os abençoados. Quando eu passei por este material sobre as bem-aventuranças em Mateus, de fato, quando eu passei pelo Sermão do Monte, levei mais de um ano para ensinar isso aqui, porque há muitos detalhes. Levei meses para passar pelas bem-aventuranças, levei meses. Mas eu fiz isso em Mateus, e se você quiser todos os detalhes e nuances possíveis da compreensão das bem-aventuranças, você pode obter o comentário de Mateus ou as fitas sobre as bem-aventuranças do estudo de Mateus, porque eu não vou voltar e fazer isso novamente. Eu vou passar rapidamente por isso.

Na verdade, vou passar pelo mesmo texto à nossa frente apenas em duas manhãs do dia do Senhor juntos. E o restante também iremos ver rapidamente porque fizemos no passado um estudo mais extenso. E isso é bom porque, às vezes, quando você entra em muitos detalhes, você pode perder o ponto. Este será um caminho mais coeso para você, e você verá o quadro geral e, com sorte, compreenderá o sermão da mesma maneira que as pessoas que o ouviram entenderam anteriormente. Eu gosto de pensar que Jesus pregou isso em cinco ou seis horas porque, eu acho que eu levaria esse tempo, no máximo.

Vamos começar com ser bem-aventurados. Vamos começar com ser bem-aventurado. Primeiro, é a bênção da pobreza, isso não é paradoxal? A bênção da pobreza, versículo 20. Jesus começa o sermão, o relato de Lucas sobre isso: “Bem-aventurado vós, ou abençoados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus.” Agora você me diz: “Bem, eu não, não entendo muito bem isso. Eu fui pobre e não gostei. Não estamos no mundo tentando aliviar a pobreza? E a pobreza... Eu não acho necessariamente que a pobreza é uma bênção, mesmo na Bíblia. O capítulo 30, de Provérbios, diz: "Duas coisas te peço” - versículo 7 - "não mas negues, antes que eu morra: afasta de mim a falsidade e a mentira; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; dá-me o pão que me for necessário; para não suceder que, estando eu farto, te negue e diga: Quem é o Senhor? Ou que, empobrecido, venha a furtar e profane o nome de Deus.”

E é um homem justo dizendo: "Senhor, não me dê pobreza, ou para sobreviver terei de roubar e então vou profanar o teu nome.” A pobreza em si não é necessariamente uma bênção. Qual é o ponto? Bem, ele não está falando sobre a pobreza material. Ele não está falando de economia. De que tipo de pobreza ele está falando, então? Bem, Mateus nos dá outra declaração que Jesus fez no mesmo sermão: “Bem-aventurados os pobres de espírito.” É sobre isso que ele está falando. Deus não abençoa as pessoas só porque elas são pobres. Essas são declarações de um fato. Os pobres não são abençoados. E nem todas as pessoas pobres, por serem pobres, receberão o Reino de Deus. Você não se converte pela pobreza. Não está falando sobre isso.

Deus não dá a salvação às pessoas porque elas são economicamente e materialmente falidas. Ele está falando sobre o espiritualmente pobre. As pessoas que são bem-aventuradas são pessoas que compreendem sua pobreza espiritual. Elas entendem a condição falida de sua alma. Entendem que não têm absolutamente nenhum recurso para comprar o favor de Deus. Entendem que a salvação não é por obras, boas ações, atos de justiça, cerimônias, rituais, pensamentos religiosos, sentimentos, etc. Entendem que quando tudo é dito e feito não importa quanta bondade humana possam manifestar, não importa em quanta religião elas possam se envolver, não importa em quantas cerimônias participem, elas estão falidos. Nada disso tem qualquer poder de compra em relação à salvação. Essa é a questão.

Volte para o capítulo 4, ao qual faremos constante referência, quando Jesus foi à sinagoga em Nazaré, sua própria cidade. Capítulo 4, ele entrou na sinagoga de Nazaré. Estavam lá seus vizinhos, amigos, parentes, pessoas que o conheciam. Ele cresceu lá. Foi direto a Nazaré, à sua própria cidade, à sua própria sinagoga, às pessoas que mais o conheciam. Eles o viram crescer até os 30 anos, e depois o viram partir para começar seu ministério. Jesus chegou e lhes disse: “O Espírito do Senhor está sobre mim,” e ele está citando Isaías 61, ele é o cumprimento da profecia. Ele diz isso no versículo 21: “Hoje, se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir. Eu sou o Messias, sou o ungido pelo Espírito Santo que havia de vir. Ele me ungiu para pregar as boas-novas. E aqui estão as boas-novas. As boas-novas são o perdão, as boas-novas são a justiça, as boas-novas são as promessas de Deus que vão se completar e se cumprir. Mas essas boas-novas são para os pobres, aos cativos, aos cegos e aos oprimidos ou subjugados.”

Venho apresentar boas-novas, mas as únicas pessoas para as quais as boas-novas são aplicáveis são aquelas que se veem como pobres, prisioneiras, cegas e oprimidas. Bem, hum. A multidão da sinagoga ficou ofendida com isso. Eles ficaram bem mais do que ofendidos; ficaram loucos. Eles ficaram mais do que loucos; ficaram enraivecidos. Eles pegaram Jesus, o menino da sua cidade, eles o conheciam bem; esses são seus parentes e amigos com quem ele cresceu... levaram-no para um penhasco e tentaram jogá-lo de lá para matá-lo, porque ele disse que eles eram espiritualmente pobres, prisioneiros, cegos e oprimidos. Ou seja, eles estavam falidos, e Jesus disse isso, e eles não aceitaram. E isso os deixou muito irritados, eles se achavam tão bons, tão convencidos de que haviam alcançado todo tipo de coisas que agradavam a Deus, achavam que tinham em sua autojustiça conquistado o direito ao relacionamento com Deus, que desejaram que Jesus morresse. Foi com essa hostilidade que trataram Jesus. Eles tentaram matá-lo, jogá-lo de um penhasco.

Os bem-aventurados não são aqueles que pensam que são espiritualmente ricos, nem aqueles que pensam que a sua própria justiça é suficiente para comprar a salvação. De fato, a palavra para “pobre” é ptōchos, ptōchos que vem de ptōssō. Ptōssō significa diminuir-se e se encolher como um mendigo. É uma palavra que fala de alguém que está reduzido a mendigar, e esse rebaixamento de si mesmo para pedir é uma vergonha, é uma humilhação, pois a pessoa se diminui, e se encolhe. Não é a imagem de um trapaceiro vigarista, um mendigo falso que exerce seu ofício com alguma astúcia e habilidade. Essa é a pessoa que está no fundo do poço, bem no fundo. Não há como descer mais. Você não pode ir mais baixo do que palavra grega ptōchos. Você não pode ser mais pobre que isso. Você não tem nada, absolutamente nada.

Não é só que você não tem nada, mas você não tem capacidade de ganhar nada, e então está reduzido a uma vida humilhante de mendigo. E porque é tão humilhante, tão vergonhoso e tão desprezível, você nem sequer olha para cima. Você apenas se encolhe, cobre seu rosto, estende a mão. Jesus disse que essas pessoas são abençoadas, os pedintes espirituais, que sabem que não têm nada para oferecer a Deus, nenhuma obra, nada, nada para ganhar o seu favor. A palavra transmite o nível de vida tão baixo que você não tem como ir mais baixo ainda, está tão quebrado, que não tem como estar mais quebrado. Você não tem nada nem capacidade para ganhar nada.

Você é como aquele publicano, em Lucas 18, que entrou no templo para orar, e o que ele fez? O texto diz que ele não levantava muito os olhos. Por quê? Ele é a figura do pobre diminuído e encolhido, que apenas ergue a mão e diz: “Ó Deus, sê propício a mim, pecador! Eu estou muito envergonhado, estou constrangido, muito humilhado, não consigo nem mesmo olhar para o Senhor.” Esse é o homem com o espírito pobre e contrito de Isaías 66, versículo 2. Esse é aquele que sabe que não tem nada.

Rapaz, os judeus não se viam dessa forma. Eles eram, espiritualmente, a elite. Pensavam que suas boas-obras lhes haviam conquistado a justiça. Eles pensavam que suas observâncias religiosas lhes haviam conquistado a justiça. Eles estavam absolutamente errados. Jesus invalidou isso completamente. Aqueles que sabem que não têm nada e que são pobres é que são abençoados. Por que eles são abençoados? Porque “vosso é o reino de Deus.” Você alcança o Reino. Rapaz, isso é incrível. Você não tira coisas do Reino. Você alcança o Reino, todinho. Você se torna herdeiro de Deus, co-herdeiro com Cristo, possuidor de tudo no Reino, tudo o que o Reino tem a oferecer. Vida eterna, perdão, graça, misericórdia, alegria, esperança, segurança, conforto, paz, amor, justiça, tudo isso é seu. É tudo seu.

Aqueles que em humildade percebem que não têm nada para oferecer a Deus, que se diminuem, se encolhem e mantêm a face baixa e erguem uma mão vazia e pedem a Deus que a encha pela graça e misericórdia, esses são os espiritualmente pobres que são abençoados porque salvação, amigos, é um presente, não é por obras. Pelos feitos da lei, ninguém jamais foi justificado diante de Deus. Mas para aqueles que são pobres e estendem as mãos para um presente de graça, eles recebem o Reino aqui e agora, todas as bênçãos da salvação.

E no futuro, em sua forma milenar, você reinará no Reino terreno de Cristo por mil anos. E além disso, você desfrutará de todas as riquezas do Reino eterno no novo céu e na nova terra. É tudo seu. É tudo seu. Observe o verbo “vosso é o reino.” A parte milenar ainda está por vir, a parte eterna ainda está por vir. Mas o Reino é nosso agora porque o Reino é justiça, alegria e paz no Espírito Santo, diz Paulo, no livro de Romanos. E nós temos tudo isso agora, justiça, alegria, paz no Espírito Santo.

E a segunda característica das pessoas que são abençoadas vem da segunda bem-aventurança, a bênção da fome, a bênção da fome. Versículo 21: “Bem-aventurados vós, os que agora tendes fome, porque sereis fartos.” Novamente, o ponto não é comida física, mas espiritual. Mateus 5.6: “Bem-aventurados os que têm fome e sede” - de quê? - "de justiça.” Jesus disse isso uma vez, e isso é tudo o que ele precisa dizer. Nós entendemos a que tipo de fome ele se referiu. É um desejo intenso de justiça. Está dizendo: "Olha, eu não tenho nada. Eu estou falido. Eu sou um mendigo. Eu não posso ganhar minha salvação, mas eu anseio por retidão.” Quero dizer, se você não tem fome de justiça, então você não virá atrás dela.

Então, os bem-aventurados são aqueles que têm um profundo desejo, que anseiam ser aceitos por Deus. Eles querem estar bem com Deus. Eles querem um relacionamento com Deus. Eles querem perdão. Eles querem que seu pecado seja tratado. Eles querem comunhão com Deus. Eles querem a vida eterna. Temos muitas pessoas em nosso país que só não querem ser explodidas. Elas só não querem cair de um avião. Elas só não gostam de ver suas ações caindo. Elas não querem perder o emprego. Isso é muito diferente de ter fome e sede de justiça. Essa é a alma dolorosamente consciente de seu vazio, com uma fome que corrói pela vida que agrada e honra e conhece a Deus.

É como o Salmo 42.1 e 2, onde o salmista disse: “Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo.” Ou o Salmo 63.1 e 2: “Ó Deus, tu és o meu Deus forte; eu te busco ansiosamente; a minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja, como terra árida, exausta, sem água.” Maria, quando estava louvando a Deus após o anúncio de que seria a mãe do Messias, louvou a Deus, capítulo 1, versículo 53, de Lucas, como aquele que “Encheu de bens os famintos e despediu vazios os ricos.” Ele preenche o coração espiritualmente faminto. Essa é uma fome de perdão, uma fome de justiça, uma fome de santidade.

Então, primeiro, há um reconhecimento da pobreza, da falência espiritual, e depois há uma fome de justiça. Você primeiro reconhece o que está errado e o que você não tem; você então reconhece desesperadamente o que você precisa, e deseja isso. E é aquela fome que diz: “Eu preciso ter Cristo ou morrer. Preciso ter salvação ou morrer,” essa fome é o indicador de bênção porque a bem-aventurança diz: “Porque sereis fartos.” Fartos é a palavra chortazō. Significa ser alimentado com forragem, é usado para animais. Nós não comemos nada assim. Às vezes, sim. Às vezes, simplesmente comemos até que literalmente não podemos mais comer.

Mas principalmente em nossa cultura, o objetivo da nossa alimentação é temperado pelo desejo de alcançar alguma forma física. E assim, a maioria de vocês não para de comer quando está satisfeita toda vez que come. Você controla isso para não ter de sofrer algumas consequências físicas adversas, seja na sua aparência ou na sua saúde. Os animais não fazem isso. Eles não se importam com a forma física. Eles simplesmente continuam comendo até não quererem mais. E essa é a palavra usada para isso. A ideia é estar completamente saciado. E então Jesus diz que se você estiver realmente faminto por justiça, ele vai lhe dar essa justiça até que você fique absolutamente satisfeito. Salmo 34.10: “aos que buscam o Senhor bem nenhum lhes faltará.” Salmo 23.1: “O Senhor é o meu pastor; nada me faltará.” Jeremias 31.14: “E o meu povo se fartará com a minha bondade, diz o Senhor.”

Leia o Salmo 107; pode ler por você mesmo. “Rendei graças ao Senhor, porque ele é bom, e a sua misericórdia dura para sempre.” Essa é a imagem da plena satisfação. Em Isaías 25 e Isaías 49, há uma imagem de uma festa messiânica. Quando o Messias vier, todos nós iremos para a mesa, chegaremos à mesa e comeremos toda a provisão maravilhosa que Deus nos dará na mesa messiânica. Não é um banquete real. É uma metáfora, uma imagem, uma analogia de satisfação que vem do Messias para aquele que está no seu Reino. Lucas registra as palavras de Jesus que falavam sobre isso. No capítulo 12, por exemplo, versículo 37: “Bem-aventurados aqueles servos a quem o senhor, quando vier, os encontre vigilantes; em verdade vos afirmo que ele há de cingir-se, dar-lhes lugar à mesa e, aproximando-se, os servirá.” Quando o Messias voltar, haverá esse banquete incrível, e nós iremos, e Jesus vai nos esperar e nos alimentar até estarmos totalmente satisfeitos. Essa é uma imagem da satisfação espiritual fornecida por meio de nosso Salvador.

Capítulo 13, versículo 29, novamente as palavras de Jesus. “Muitos virão do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul e tomarão lugares à mesa no reino de Deus.” Capítulo 14, versículo 15: “Ora, ouvindo tais palavras, um dos que estavam com ele à mesa, disse-lhe: Bem-aventurado aquele que comer pão no reino de Deus.” Havia essa ideia de um banquete messiânico para os que eram de Deus. Todos nós estamos indo para um lugar de plena satisfação à mesa de Deus em Seu Reino. Os verdadeiros crentes anseiam por isso, anseiam por aquela justiça que satisfaz o coração vazio.

A terceira bem-aventurança, final do versículo 21: “Bem-aventurados vós, os que agora chorais, porque haveis de rir.” Bem-aventurado vós, que chorais agora. Mateus registra Jesus dizendo: “Bem-aventurados os que choram.” Essas são as pessoas que estão tristes com essa condição. Elas estão tristes com sua falência espiritual. Estão tristes com a falta de justiça, e têm fome de justiça. Elas se veem como os pobres prisioneiros, cegos e oprimidos, do capítulo 4, versículo 18. Elas estão sobrecarregadas. Elas estão desapontadas. Elas estão com medo. Elas estão com dor. Elas se lamentam. E essa é a tristeza do arrependimento. Essa é a tristeza do arrependimento. Esse é o tipo de tristeza que Tiago escreveu. Tiago 4.9: “Afligi-vos, lamentai e chorai. Converta-se o vosso riso em pranto, e a vossa alegria, em tristeza. Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará.” Essa é a humilhação, a humilhação e a tristeza do arrependimento. Paulo escreveu sobre isso em 1Coríntios... 2Coríntios, capítulo 7, na verdade, o que é provavelmente a melhor definição de verdadeiro arrependimento nas Escrituras. Vamos ler 2Coríntios 7, versículo 10: “Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, a tristeza do mundo produz morte.” E aqui está uma definição desse verdadeiro arrependimento. Que sinceridade essa tristeza divina produziu em você, que indignação, que medo, que anseio, que zelo? É esse tremendo desejo apaixonado de ser limpo, ser limpo, ser purificado, o pesar piedoso. Então aqui está a imagem do bem-aventurado... compreensão da falência espiritual, anseio pela justiça, choro por sua condição pecaminosa. O choro é centrado em Deus, não no homem. É centrado em Deus. Eles suspiram e choram pelo pecado diante de Deus, e desejam que ele perdoe. E o que Jesus diz? “Bem-aventurados vós, os que agora chorais, porque haveis de rir.” Você vai rir. Você não será apenas confortado, como a bem-aventurança de Mateus registra Jesus dizendo, mas você vai rir. Esse é o riso do perdoado. Esse é o riso de quem abandonou seu fardo. Esse é o riso do livre. Jeremias 31.13 diz: “Tornarei o seu pranto em júbilo e os consolarei; transformarei em regozijo a sua tristeza.” Suponho que a mais pura e dominadora emoção para o crente é a alegria. É a nossa salvação, é a paz que temos com Deus, é a esperança da vida eterna que produz finalmente a nossa alegria. A alegria torna-se então a emoção final, o produto de todas as bênçãos do Reino.

Assim, você pode fazer um pequeno inventário de sua vida. Você compreende sua falência espiritual? Você tem uma profunda fome de justiça? E a sua vida está cheia de pesar pelo seu pecado? E ao mesmo tempo, sua pobreza se tornou em riqueza porque você entrou no Reino, e agora sabe o que é seu em Cristo? Sua fome se transformou em satisfação porque a própria justiça de Cristo o cobre, e Deus também lhe deu justiça? E sua tristeza se transformou em riso, porque você está cheio de alegria sobre o que Deus fez? Se você é assim, então você está entre os bem-aventurados. Há mais uma. A quarta, a bem-aventurança da rejeição. Versículo 22: “Bem-aventurados sois quando os homens vos odiarem e quando vos expulsarem da sua companhia, vos injuriarem e rejeitarem o vosso nome como indigno, por causa do Filho do Homem.” Agora, essa é uma bem-aventurança interessante. Ela indica que a obra das três primeiras tem sido realizada. Você passou da pobreza espiritual para a riqueza, da fome para a satisfação, da tristeza para o riso. Sua vida mudou. É evidente. E agora vem a bênção da rejeição. E isso fala não de como você se vê, mas de como o mundo o vê e o trata, o que também é uma evidência de sua condição bem-aventurada. No entanto, você vai ter de esperar até a próxima vez para olhar para ela, e depois acabar com as "maldições.” Ore comigo.

Só podemos pedir, ó Deus, que o Senhor comece a fazer tua obra graciosa em todos os nossos corações, o processo de autoavaliação que pode nos levar a uma verdadeira compreensão de nossa condição. Para aqueles que se sentam presunçosamente, pensando que são ricos, bem alimentados, felizes e populares, que eles voltem à origem e se lembrem do que são de fato, vazios, famintos, tristes e deixados de fora. Ó Deus, podes fazer uma obra de salvação nos corações. E ela começa com a compreensão de nossa pobreza espiritual, nossa fome espiritual, nossa tristeza espiritual quando chegamos a Ti para receber as riquezas do Reino, a comida da justiça que satisfaz completamente, a alegria de conhecê-Lo. Pai, faça o que tu precisas fazer em cada coração para a tua glória, e ajuda a reajustar e mudar completamente o pensamento de todos nós para entendermos quão diferente é a tua verdade do que a loucura do mundo. Nós oramos em nome de Cristo. Amém.

FIM

This sermon series includes the following messages:

Please contact the publisher to obtain copies of this resource.

Publisher Information
Unleashing God’s Truth, One Verse at a Time
Since 1969

Welcome!

Enter your email address and we will send you instructions on how to reset your password.

Back to Log In

Unleashing God’s Truth, One Verse at a Time
Since 1969
Minimize
View Wishlist

Cart

Cart is empty.

Subject to Import Tax

Please be aware that these items are sent out from our office in the UK. Since the UK is now no longer a member of the EU, you may be charged an import tax on this item by the customs authorities in your country of residence, which is beyond our control.

Because we don’t want you to incur expenditure for which you are not prepared, could you please confirm whether you are willing to pay this charge, if necessary?

ECFA Accredited
Unleashing God’s Truth, One Verse at a Time
Since 1969
Back to Cart

Checkout as:

Not ? Log out

Log in to speed up the checkout process.

Unleashing God’s Truth, One Verse at a Time
Since 1969
Minimize