Abramos nossas Bíblias novamente no décimo capítulo de João, esta parte realmente maravilhosa, rica e preciosa das Escrituras em que nosso Senhor se identifica como o Bom Pastor que cuida de suas ovelhas.
Essa metáfora particular, essa símile, essa figura de linguagem, como é chamada no versículo 6, talvez precise de um pouco de uma explicação para nós quanto ao contexto, para que você saiba por que isso aconteceu aqui. Não há nada isolado no ministério de Jesus. Claro que tudo tinha um contexto, um contexto histórico. Acho que muitas pessoas leem a Bíblia como uma espécie de livro espiritual, como se fosse separada da história, dos eventos, das pessoas, das consequências e das sequências. Mas tudo é história. Tudo o que lemos nos evangelhos em termos de doutrina e teologia e os grandes discursos de nosso Senhor foram, em um momento e um evento, um ponto estratégico em que aquilo foi dito para aquele momento, para aquela hora crucial. Isso é essencialmente verdade.
No capítulo 8, nosso Senhor havia estado em um confronto com os líderes de Israel. Eles o rejeitaram e declararam seu ódio por ele, querendo matá-lo. Na verdade, quando chegamos ao capítulo 10, eles já tentaram pelo menos três vezes provocar a morte dele. Não há dúvida de qual é a visão que tinham de Cristo.
No capítulo 8 houve esse conflito, esse confronto. E, reconhecidamente, ele agravou a situação, dizendo-lhes a verdade, ou seja: "Vocês são de seu pai, o diabo. Ele é mentiroso e assassino, então vocês são mentirosos e assassinos também.” Poderíamos dizer que, para eles, o incidente no capítulo 8 terminou com uma nota muito severa. Consequentemente, o capítulo 8 termina com estas palavras: “Portanto pegaram em pedras para atirar nele, mas Jesus se escondeu e saiu do templo.”
Assim ele escapa do apedrejamento e, no local, de uma espécie de turba vigilante disposta a uma execução violenta. Ao sair do templo, ele vê um cego. E agora ele está envolvido na multidão. Ao sair pelo portão, ele vê um cego, porque era isso que os cegos faziam. Eles se assentavam junto ao portão para mendigar, e foi aí que ele encontrou aquele homem. O homem era cego de nascença e Jesus para e o cura.
A essa altura, seus inimigos, os fariseus, o alcançaram. No momento eles tinham suspendido o esforço para matá-lo, com ele sendo absorvido pela multidão e tendo atraído a atenção da multidão pelo milagre. Eles estão de novo profundamente angustiados pelo fato de Ele ter tanta popularidade e por ter curado aquele homem e chamado tanta atenção para si. Eles tinham feito uma lei. Essa lei consta do capítulo 9, versículo 22: se alguém confessasse Jesus como o Messias, deveria ser expulso da sinagoga. Bem, Jesus curou o cego, e então o cego veio à fé em Cristo.
Quando a história termina, sabemos pelo versículo 38 que ele disse: “Senhor, eu creio”, e o adorou. Portanto, o homem foi curado física e espiritualmente. E como resultado disso, ele violou a lei deles. Ele o confessou como Messias, Senhor e Salvador. Eles o expulsam da sinagoga e ainda continuam firmemente decididos a matar Jesus.
O capítulo 9 apresenta então uma extensão do capítulo 8 na hostilidade dos líderes religiosos do judaísmo para com Jesus. No grande drama dos acontecimentos, a cura do cego é em certo sentido um tanto incidental. Não para o cego, mas o quadro geral aqui é que Jesus faz um milagre monumental que não tem outra explicação porque se trata de um cego congênito e todo mundo sabe disso porque ele é uma figura familiar que está ali há muito tempo implorando, e tudo aquilo não tem efeito sobre como eles se sentem a respeito de Jesus. Eles não fazem nenhum movimento no sentido de afirmar algo diferente de que ele seria satânico. Sua hostilidade ultrapassou o ponto de qualquer retorno. Eles estão de fato demonstrando serem falsos líderes que, em vez de reconhecer seu Messias, o rejeitam e querem executá-lo. Eles são, em uma palavra, os falsos pastores de Israel.
O pastoreio era obviamente uma metáfora no mundo antigo que as pessoas em uma sociedade agrária entendiam. Era muito comum no Antigo Testamento, conforme lemos no Salmo 80. Deus era chamado de Pastor de Israel, como no Salmo 23, “O Senhor é meu pastor”, e outros lugares. Todos eles entendiam isso porque a terra de Israel estava cheia de ovelhas e pastores. Os pastores falavam de cuidado, alimentação e proteção. Esses aqui eram homens que se autoproclamavam pastores de Israel, mas eram falsos. A verdade é que eles eram lobos em pele de cordeiro.
Assim, no capítulo 9, após a cura daquele homem, eles voltam à superfície com o mesmo ódio e a mesma hostilidade. O capítulo termina com Jesus pronunciando um julgamento sobre eles por causa de sua cegueira, porque eles estão deliberadamente cegos para a verdade. A conversa, especificamente com eles, termina com estas palavras: "Seu pecado permanece." Vocês são tudo menos justos. Vocês estão em seus pecados.
Ele já lhes disse isso antes: “mas perecereis no vosso pecado; para onde eu vou vós não podeis ir”. Aqui ele diz, alguns capítulos depois: “Vocês permanecem em seus pecados”. Portanto, aqui estão os líderes cegos de Israel, os líderes cegos dos cegos; os falsos pastores de Israel.
Ao entrarmos no capítulo 10, Jesus ainda está falando com eles. Eles ainda estão lá. O cego ainda está lá. Os discípulos estão lá. A multidão de judeus está ali perto do local onde ocorreu a cura. Os fariseus e escribas também ainda estão lá. Jesus então começa a descrever como um bom pastor conduz suas ovelhas. Essa descrição é o que vimos na semana passada nos versículos 1 a 10. É, de acordo com o versículo 6, uma figura de linguagem, uma analogia, uma metáfora. E vimos na semana passada alguns dos detalhes sobre isso que nos ajudam a entender o pastoreio. Um pastor tem suas próprias ovelhas. Ele conhece suas ovelhas. Ele não só tem o direito de liderar e alimentar suas ovelhas, mas também a responsabilidade de liderar e alimentá-las.
Lembrando mais: à noite as ovelhas entravam no aprisco da aldeia. Cada pastor trazia suas ovelhas e todas estariam no mesmo aprisco. Então, pela manhã, o pastor vinha e chamava suas ovelhas pelo nome. Ele conhece suas ovelhas. Ele as chama pelo nome. As ovelhas conhecem a voz de seu mestre e o seguem. As ovelhas não seguirão um estranho. Também aprendemos que, enquanto estão no aprisco à noite, ladrões e salteadores podem tentar pular o muro e tosquiar as ovelhas ou até mesmo matá-las. Então era necessário haver um vigia à porta para proteger as ovelhas, porque sempre há ladrões e salteadores. O pastor está empenhado em protegê-las no aprisco à noite, para então vir pela manhã a fim de conduzi-las para fora chamando-se pelo nome, uma por uma, para levá-las a pastos verdes e águas tranquilas. O pastor é a própria porta porque elas têm de passar por ele para serem identificadas como suas.
Bela imagem da criação de animais, mas não é essa a sua intenção. Essa é a figura. A realidade fica clara quando olhamos para o que diz o versículo 9. “Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo” Oh, entendo do que estamos falando. Esta é uma imagem da salvação fornecida pelo verdadeiro pastor. Todas essas são imagens da doutrina da salvação. O divino Pastor tem suas próprias ovelhas. Elas foram dadas a ele pelo Pai. Foram escolhidas antes da fundação do mundo. Ele conhece todos elas pelo nome. Ele tem o direito de chamá-las e as chama. Elas conhecem sua voz e o seguem. Elas não seguirão um estranho. Isso é salvação. Os eleitos estão no aprisco do mundo. Mas chega a hora de chamá-los, a voz do pastor chama e eles ouvem e seguem aquela voz. Esta é uma graça irresistível; é o chamado eficaz, o chamado divino para a salvação.
Eles não seguirão um estranho. Não seguirão uma voz desconhecida. Sim, existem ladrões e salteadores, falsos mestres que tentam invadir o aprisco, tosquiar e destruir as ovelhas - podem vir para destruir e matar - mas o Pastor fornece para eles proteção contra os falsos mestres. O pastor os conduz, vai adiante deles e eles o seguem. Ele os leva de forma segura para pastos verdes, o que significa bênção espiritual; águas tranquilas, significando bênçãos espirituais por todo o tempo e por toda a eternidade. É uma lição sobre salvação. Essa é a figura.
Ao contrário dos falsos pastores que são os estranhos, os ladrões e mercenários que veremos nos versículos 11 a 21, o verdadeiro pastor cuida de suas ovelhas. Com essa imagem todos concordariam. Todos diriam que isso é exatamente o que um pastor faz. Ele tem suas próprias ovelhas, ele tem a responsabilidade de cuidar delas, ele as coloca em um lugar seguro, ele as chama pelo nome para fora do rebanho, elas conhecem sua voz, elas o seguem. Não seguem um estranho, precisam ser protegidas do perigo de ladrões e salteadores e são conduzidas pelo pastor a lugares onde podem comer e beber. Esse é um bom pastor. É uma imagem da salvação.
Quem é o pastor? Jesus começa a nos dar uma boa ideia quando diz no versículo 9, como vimos na semana passada: “Eu sou a porta”. Os pastores eram a porta. À noite, as ovelhas entravam e o pastor estendia seu cajado e parava todas as ovelhas, uma por uma. Verificava se havia algum tipo de ferimento ou problema e, em seguida, levantava o bastão e deixava-as entrar. De manhã, ele as chamaria pelo nome e elas teriam de passar por ele e para os seus cuidados. O pastor era a porta. Jesus diz que este é o pastor fiel e que é assim que o pastoreio deve ser feito. É assim que eu faço. Eu sou a porta. Isso dá uma boa indicação.
Sabemos que ele falava metaforicamente porque é uma figura de linguagem e porque no mesmo versículo ele diz que está falando da salvação. Mas então, no versículo 11, ele diz especificamente: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas. O mercenário, que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, vê vir o lobo, abandona as ovelhas e foge; então o lobo as arrebata e dispersa. O mercenário foge porque é mercenário e não tem cuidado com as ovelhas. Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas. Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco, e me convém conduzi-las. Elas ouvirão a minha voz e então haverá um rebanho e um pastor. Por isso o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregá-la e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai”.
“Por causa dessas palavras, irrompeu nova dissensão entre os judeus. Muitos deles diziam: Ele tem demônio e enlouqueceu; por que o ouvis? Outros diziam: Este modo de falar não é de endemoninhado; pode, porventura, um demônio abrir os olhos aos cegos?”
Portanto, aqui, nos versículos 11 a 21, nosso Senhor explica como ele cumpre a identidade do Bom Pastor. Ele é o Bom Pastor. Ele é aquele que foi profetizado, como vimos na semana passada em Ezequiel 34 - o Bom Pastor que o próprio Deus enviaria. E como eu disse a vocês na última vez e reitero, ele aplica a si essa figura de linguagem em particular porque os líderes religiosos de Israel eram conhecidos como os pastores de Israel, mas eram falsos pastores. Assim ele distingue os falsos líderes de si mesmo. Ele é o verdadeiro pastor das ovelhas. Eles eram cegos. Foi assim que a conversa com eles terminou no capítulo 9, versículos 39 a 41. Eles estavam espiritualmente cegos para a verdade de Deus. Não podiam levar ninguém a lugar nenhum porque eles próprios não podiam ver para onde estavam indo. São falsos líderes. Na verdade são estranhos, não pastores. São mercenários, trabalhadores contratados que fazem o que fazem por dinheiro e não se preocupam com as ovelhas. São ladrões que querem tosquiar e matar.
Jesus estava falando sobre eles em contraste com ele mesmo. Será que entenderam isso? Não. Veja o versículo 6. Eles não entendiam o que eram aquelas coisas que ele lhes dizia, o que é prova do que ele disse nos versículos 39 a 41 no capítulo 9. “Vocês são cegos. Vocês não entendem." Ele já disse isso antes. "O que quer que eu diga, vocês não entendem." Na verdade, ele chegou a dizer: "Qual a razão por que não compreendeis a minha linguagem? É porque sois incapazes de ouvir a minha palavra. Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira." Se eu mentisse, vocês entenderiam, mas quando digo a verdade, não.
Portanto, esta mesma paronímia ou símile, metáfora, é projetada como uma ilustração não apenas do Bom Pastor, mas da cegueira dos falsos pastores, porque nem mesmo eles a compreenderam. Os falsos líderes, ladrões, salteadores, estranhos ou trabalhadores contratados não têm nada em mente a não ser se proteger. Eles não estão dispostos a arriscar a vida pelas ovelhas, como lemos. Eles querem o dinheiro e, se necessário, tornar-se-ão ladrões e salteadores para obtê-lo. São estranhos, não pastores. O verdadeiro pastor, entretanto, é descrito aqui como aquele que ama, cuida e nutre, vive e morre pelas ovelhas. E isso, é claro, não é outro senão nosso Senhor Jesus Cristo.
Então, vamos dar uma olhada nesses versículos 11 a 21. Este é, aliás, o quarto “eu sou” no evangelho de João. Há toda uma série de “eu sou” que nosso Senhor enuncia. Esse “eu sou” é o tetragrama em hebraico, o ego eimi em grego, o “eu sou” significando o nome de Deus; portanto, eles são reivindicações de divindade também no contexto de cada um. Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Eu sou a ressureição e a vida. Eu sou a porta. Eu sou o bom pastor. Todas as afirmações de sua divindade estão vinculadas a essa declaração “Eu sou”.
Mas aqui ele é o Bom Pastor. Vamos dar uma olhada nisso. Ele logo repete “o bom pastor”. Essa é uma construção importante, que precisamos entender. A ênfase aqui é: "Eu sou o pastor, o bom." A ordem muito importante aí: “Eu sou o pastor, o bom.” É como se dissesse "em contraste com todos os ruins". Eu sou o pastor, o bom. Mas em grego há duas palavras para "bom". Um é agathos, de onde você obtém a palavra “agatha” ou o nome “Ágata”. Agathos é um nome antigo. Agathos significa moralmente bom. Bom restrito à bondade moral. É uma palavra maravilhosa, uma palavra magnífica, familiar no Novo Testamento.
A outra palavra é kalos, o oposto de kakos, que é "ser mau". Kalos é ser bom não apenas no sentido de qualidade moral, mas mais abrangente. Significa ser belo, magnífico, cativante, atraente, amável, excelente em todos os níveis, não apenas naquilo que é invisível em termos de caráter, mas em todos os aspectos. Eu sou o pastor, o excelente. Eu sou o pastor lindo, em contraste com os feios, os perigosos.
Ele não é apenas mais um pastor. Ele é o pastor, o bom, aquele que é preeminentemente excelente. Ele está acima de todos os pastores. O bom.
Os judeus tinham uma ideia sobre quem era o melhor pastor. Para eles, historicamente, era Davi. Davi, o menino pastor que cuidava dos rebanhos de seu pai, derrotou Golias e se tornou o rei de Israel. Historicamente, Davi era seu grande pastor,.
Lembre-se agora de que no capítulo 5 Jesus afirmou ser maior do que Moisés e, no capítulo 8, maior do que Abraão - “antes que Abraão existisse”. E aqui, então, ele é um pastor muito maior do que qualquer outro, incluindo Davi.
Ele é o pastor que é o bom, o primeiro. Seria muita pretensão dizer que se é melhor que Moisés, melhor que Abraão, melhor que Davi, e ainda dizer que se é Deus? Não admira que ele teve de fazer milagres, certo?
Ele dizia àqueles judeus que era Deus porque eles conheciam o Salmo 23: “o Senhor é o meu pastor”. Eles conheciam o Salmo 80, o “Pastor de Israel”. Eles sabiam o que o profeta Isaías disse sobre Deus pastoreando seu povo. E ele diz: “Eu sou o pastor, o bom.” Novamente, outra reivindicação de divindade.
Agora, sua verdadeira qualidade como bom pastor é vista de três maneiras nesta passagem. Não vou dizer nada que você não saiba, mas o que está aqui. Você pode ser grato por já saber isso, porque olhar para isso novamente é rico e maravilhoso para nós. Esse pastor, o bom, é marcado por três ministérios particulares para as suas ovelhas. Primeiro: ele morre por elas; Segundo: ele as ama; terceiro: ele as une. Ele morre por elas, ele as ama, ele as une.
Volte ao versículo 11. O pastor, o bom, “dá a vida pelas ovelhas”. Os pastores eram absolutamente responsáveis pelas ovelhas. Era um negócio sério. Era um trabalho de homem, e era um trabalho humilde porque não era qualificado, mas de alto risco, e era desordenado e sujo. Entretanto, o pastor era absolutamente responsável pelas ovelhas. Se alguma coisa acontecesse, ele tinha de apresentar provas de que não era sua culpa devido ao abandono do dever ou o roubo das ovelhas sob sua guarda, ou por ter deixado um amigo levar uma, ou seja o que for.
O profeta Amós fala sobre o pastor resgatando duas pernas ou um pedaço de uma orelha da boca do leão (Amós 3:12). Eles lutavam com feras. Havia lobos, leões da montanha, até ursos. Em 1 Samuel 17, Davi conta a Saul que, quando cuidava das ovelhas de seu pai, lutou contra um leão e contra um urso. A propósito, é isso que fez de Davi um pastor tão heróico.
Em Isaías 31, Isaías fala da multidão de pastores sendo chamada. Quando um leão atacou, chamaram os pastores para irem lutar contra o leão. A lei estabelecia isso em Êxodo 22:13: “Se a ovelha se despedaçar, traga um pedaço para testemunho”. Se faltar uma ovelha, se o pastor perdeu uma ovelha, ele deveria prestar contas dessa ovelha ao dono final. Tinha de trazer uma parte para provar que o ataque foi de um animal.
Para o pastor, era então a coisa mais natural arriscar a vida. É o que os pastores faziam. Suponho que poderiam simplesmente levar as ovelhas para o pasto e deixá-las lá, mas por que ficavam por lá? Por que aquelas longas, longas, longas horas de permanência ali? Porque tinham de ser protetores.
Há um antigo livro chamado The Land of the Book (A terra do livro), um olhar histórico sobre Israel, e o autor diz: “Tenho ouvido com intenso interesse as descrições de lutas francas e desesperadas com feras. E quando o ladrão e o salteador vêm, o pastor fiel frequentemente precisa arriscar a vida para defender seu rebanho. Conheci mais de um caso em que ele literalmente teve encarar a confusão”. Quero dizer que quem luta contra uma fera pode perder. Portanto, havia risco e não era possível simplesmente abandoná-lo. Podia-se morrer.
Ele continua dizendo: “Na primavera passada, entre Tiberíades e Tabor um pobre-coitado, em vez de fugir lutou contra três ladrões beduínos até ser despedaçado, morrendo entre as ovelhas que estava defendendo." Aconteceu. Mas isso era o que um pastor fazia. Imagine um trabalho difícil - baixa remuneração, pouca habilidade. O que um pastor que nunca deveria fazer era hesitar em arriscar, talvez até mesmo sacrificar sua vida. E era voluntário, porque ele não precisava se envolver nisso. É por isso que Jesus diz: "Eu sou o bom pastor, o pastor que é o bom e que dá a vida." Veja o versículo 18. “Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la.”
Livre e voluntariamente, Jesus deu a vida pelas ovelhas. Alguns diriam: "Bem, isso não é grande coisa. Ele é Deus, tinha um corpo e desistiu do corpo - grande coisa.” É mais do que isso. É estranho que os comentaristas digam algo assim. Havia muito mais do que isso, e está vinculado à palavra "vida". Ele dá sua vida. Não é a palavra bios ou zoe. Essas são as duas palavras para “vida” em grego. Bios, vida biológica; zoe, que é transliterado como “zoologia”, o estudo da vida.
Não era nenhuma dessas palavras científicas. É a palavra psyche, "alma", que se refere à pessoa inteira. Não por fora, mas por dentro. A psyche é o interior. Ele desistiu de sua alma, de toda a sua pessoa. Ele não sentiu apenas a dor dos cravos, dos espinhos em aeu corpo e do açoite em Seu corpo. Toda a sua alma foi torturada com a angústia de suportar o pecado.
Em Mateus 20:28, Jesus diz: “O Filho do homem dá a sua alma em resgate por muitos.” É traduzido por "vida", mas é psyche novamente. Ele dá sua alma, toda sua pessoa, e ele sente isso em cada parte de seu ser.
Por que ele fez isso? Por que ele voluntariamente deu sua alma? Ele diz: "pelas ovelhas", hyper, "em nome de, para o benefício de." Isso é exatamente o que diz 2 Coríntios 5:21, onde Paulo explica: “Aquele que não conheceu pecado tornou-se pecado por nós” - “por nós”, “por nós”, “por nós”. Hyper aparece em muitas passagens que falam sobre a expiação substitutiva de Cristo - que ele tomou nosso lugar, que morreu por nós. Uma expiação real, pessoal. Ele entregou sua alma pelas ovelhas. Isso é muito específico. Foi uma expiação real e completa pelas ovelhas que ele conhecia e que, quando chamadas, o conheceriam.
Ele fez isso para o benefício das ovelhas. Do ponto de vista natural, se isso aconteceu com o pastor, teria sido o fim das ovelhas. Se algo vem atrás das ovelhas e mata o pastor, as ovelhas ficarão vulneráveis. Elas podem ser mortas, podem ser espalhadas. Seja um animal, um ladrão ou um salteador, a morte do pastor pode realmente significar o fim das ovelhas.
Mas e este pastor? Não. Quando ele deu sua vida, o versículo 18 diz que ele tinha o poder de fazer o quê? "Reavê-la." E no terceiro dia ele saiu da sepultura e reuniu suas ovelhas dispersas. Elas foram espalhadas? Sim, foram. Golpeie o pastor e o quê? As ovelhas são espalhadas. Zacarias prometeu, e elas foram. Mas ele voltou da sepultura e as reuniu novamente, e disse o seguinte: “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora.”.
Portanto, a morte do pastor significava o fim do pastor, mas não neste caso. Por que ele morreu? Isaías 53:8 diz: “pela transgressão do meu povo.” Mateus 1:21: “porque ele salvará o seu povo dos pecados deles.” São suas ovelhas. É uma expiação real. Não é um potencial que se pode transformar em realidade por acreditar. Ele realmente pagou totalmente a pena por
suas ovelhas, as quais ele conhecia, e ao longo da história humana as chama para si. É muito diferente de um assalariado. O versículo 12 diz: “O mercenário, que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, vê vir o lobo, abandona as ovelhas e foge.”
O verdadeiro pastor, ou o dono - e às vezes era o mesmo – preocupa-se com as ovelhas. Para ele não é apenas um trabalho. É a própria vida dele. Ele desenvolveu relacionamentos com essas ovelhas. Ele as conhece e as ama. Não é assim com os trabalhadores contratados. Eu gosto da tradução antiga: "mercenários". De acordo com Zacarias 11:6, uma característica de um mercenário é que ele não faz nenhuma tentativa de reunir as ovelhas dispersas. O mundo sempre esteve cheio de mercenários; e esta é outra palavra para os líderes de Israel: estranhos, ladrões, salteadores, e agora contratados, mercenários. Suponho que seja melhor ser um mercenário que foge do que um ladrão ou assaltante.
Mas o fim é o mesmo. As ovelhas se tornam vítimas de qualquer um deles. O mundo sempre esteve cheio disso. O rebanho de Deus e o mundo é sempre atacado por esses falsos líderes que espoliam e destroem as ovelhas, e que fogem quando surgem problemas reais.
E quem é o lobo? O lobo é qualquer coisa que ataca as ovelhas. Qualquer coisa satânica, qualquer coisa orquestrada satanicamente pelo mundo e que venha contra as ovelhas. Existem muitos falsos pastores, falsos mestres, como tem acontecido ao longo da história. Eles podem dizer: "Senhor, Senhor, nós fizemos isso, nós fizemos aquilo", e ele vai dizer: "Afasta-te de mim. Eu nunca te conheci.” Atos 20 diz que existem homens perversos que se levantam dentro da igreja e desencaminham as pessoas, assim como lobos de fora.
Mas Jesus é aquele que arriscará Sua vida e a dará por suas ovelhas. Um mercenário é um mercenário, sem nenhum impulso além do ganho pessoal - numa crise é um covarde. E quando a crise chegar, seja um ataque de fora ou do lado de dentro, o mercenário vai proteger a si mesmo. Ele está fora.
Existe perigo externo, ataque dos lobos. Existem também os lobos vestidos de ovelhas. Jesus disse em Mateus 7: “Há perigo interno, os falsos mestres, que em vez de protegerem o rebanho, fogem quando o perigo chega”. Mas o verdadeiro pastor dá sua vida pelas ovelhas e as leva de volta e as reúne se foram espalhadas.
Portanto, o primeiro elemento essencial da igreja na liderança é o pastoreio semelhante ao de Cristo, em que colocamos até mesmo nossa vida em risco em favor das ovelhas. Arrisca-se a vida para ser aquele por meio de quem Deus pode chamá-las em Cristo e protegê-las. Quando o perigo vier, ele não corre. Quando o perigo vier, ele se levanta.
Eu estava conversando na conferência ontem com um dos missionários, e ele disse: “Onde estão as pessoas que se levantarão e falarão a verdade para proteger o povo de Deus? Onde elas estão?" São tão difíceis de encontrar. Somos todos sub-pastores sob o Grande Pastor, o Bom Pastor, como diz 1 Pedro 5. Todos temos que estar dispostos a arriscar nossa vida pelas ovelhas.
Portanto, a primeira característica da relação do pastor com as ovelhas é que ele dá a vida. Em segundo lugar, ele ama suas ovelhas. Isto é, claro, o que está por trás de dar sua vida. Versículo 14: “Eu sou o pastor, o bom, e conheço os meus e os meus me conhecem, assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas”. Isso explica por que ele dá a vida voluntariamente pelas ovelhas e porque as conhece.
Pode-se perguntar agora onde se encontra amor aqui. Não se fala em amor. É tudo conhecimento, quatro vezes o verbo ginosko, "saber". Bem, deixe-me mostrar uma coisa, uma pequena dica. “Meu Pai me conhece”, diz o versículo 15. Depois, no versículo 17, “o Pai me ama”. Essa é a chave interpretativa. A palavra “saber” aqui tem a ideia de um relacionamento amoroso. Isso remonta a Gênesis 4:1, onde Adão “conheceu” sua esposa e ela teve um filho. Caim conheceu sua esposa, e ela teve um filho. Adão conhece Eva novamente e vem outra criança, Sete. Deus realmente diz em Amós: “Eu só conheço Israel”. Isso não significa que os judeus sejam as únicas pessoas que ele conhece. Do que está falando? Diz sobre José que ele ficou muito perturbado porque Maria estava grávida e ele nunca a conheceu. Do que isso está falando? É um eufemismo para intimidade.
Não se trata de informação. É sobre amor, e quatro vezes, essa palavra "conhecer" aqui implica esse relacionamento íntimo, essa comunhão íntima, doce e amorosa, esse tipo de relacionamento consumado.
No capítulo 14 de João, versículo 21, “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama, e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele.” Aqui se fala de amor, ao invés de conhecimento. Versículo 23: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos a ele e faremos nele morada.” Então, quando você vê a palavra "saber" neste contexto, é a ideia de relacionamento íntimo e amoroso.
Ele ama suas ovelhas. Ele as conhece mais do que saber seus nomes, mais do que saber quem são. Ele tem um relacionamento íntimo com elas. Ele as conhece intimamente. No Sermão da Montanha, Jesus disse: “Afasta-te de mim, eu nunca” - o quê? - “Eu nunca te conheci, mas eu sei quem você é.” Não se trata de informação. Eu sei quem você é. Não tenho nenhum relacionamento íntimo com você, nenhum relacionamento de amor. Ele queria dar a vida por suas ovelhas porque as conhecia e as amava.
João 3:16: “Deus amou o mundo de tal maneira que” - o quê? - “deu Seu Filho unigênito”. É por isso que o Pai deu o Filho; é por isso que o Filho deu a vida. Ele ama suas ovelhas. Ele ama Suas ovelhas. Isso também está em total contraste com os falsos pastores que não têm amor pelas ovelhas, nenhuma afeição pelas ovelhas que afirmam pastorear. Ele ama os seus.
Esse amor leva a um terceiro aspecto do relacionamento. Ele une as ovelhas. Primeiro consigo mesmo e depois uma com a outra. Versículo 16: “Tenho outras ovelhas, que não são deste aprisco. Também devo trazê-las, e elas ouvirão a minha voz; e elas se tornarão um rebanho com um pastor.”
Agora, o que eu disse sobre o aprisco no versículo 1 na semana passada? Eu disse que o aprisco no versículo 1 é Israel, certo? O pastor vem ao aprisco, chama suas ovelhas. O Senhor é o pastor; ele vem a Israel, ao judeu primeiro, e então chama suas ovelhas pelo nome, e elas o seguem. Mas ele também tem ovelhas que não são do aprisco de Israel. Tenho de trazê-las também.
Quem são elas? Os não-judeus. Qualquer pessoa fora de Israel. Os gentios, as nações. Isso é impressionante e inaceitável para os judeus. É mais combustível para sua animosidade, porque eles se ressentem dos gentios. Eles acreditam que os gentios estão permanentemente fora da salvação, da aliança e das promessas de Deus. E ainda, em Isaías 42, um capítulo messiânico, uma profecia messiânica, lemos o versículo 6: “Eu sou o Senhor. Eu te chamei em justiça”. Este é Deus falando ao Messias. “E te guardarei, e te farei mediador da aliança com o povo e luz para os gentios; para abrires os olhos aos cegos, para tirares da prisão o cativo, e do cárcere os que jazem em trevas. Eu sou o SENHOR, este é o meu nome, a minha glória, pois não a darei a outrem, nem a minha honra às imagens de escultura. Eis que as primeiras predições já se cumpriram, e novas coisas eu vos anuncio e, antes que sucedam, eu vo-las farei ouvir.” Há uma promessa messiânica de que o Messias levaria a salvação às nações. Outro deles está em 49 de Isaías, versículo 6. “Pouco é o seres meu servo” - o Messias - “para restaurares as tribos de Jacó e tornares a trazer os remanescentes de Israel; também te dei como luz para os gentios, para seres a minha salvação até à extremidade da terra.” Que tal?
Ele os choca ao dizer: "Vejam, tenho ovelhas que não estão em seu rebanho." É por isso que existe a Grande Comissão. “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.” Vá fazer discípulos de todas as nações.
E ele os reunirá todos como um rebanho com um pastor, e é por isso que Paulo diz em Gálatas 3: "Em Cristo não há judeu nem grego," judeu ou gentio. É por isso que em Efésios 2 Paulo diz: "A parede de separação do meio foi derrubada e somos todos um em Cristo." Judeu e gentio.
No capítulo 11, versículo 49, Caifás fez sua profecia inadvertida; ele era o sumo sacerdote. Ele disse às pessoas que estavam conspirando para matar Jesus: “’Nem considerais que vos convém que morra um só homem pelo povo e que não venha a perecer toda a nação’. Ora, ele não disse isso de si mesmo; mas, sendo sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus estava para morrer pela nação e não somente pela nação, mas também para reunir em um só corpo os filhos de Deus que andam dispersos.” Essa sempre foi a sua intenção. Ele une suas ovelhas. Ele as reúne. Para si mesmo e umas para as outras.
Essa é a relação do Bom Pastor com as ovelhas. Ele dá a vida porque as ama e as leva a uma unidade íntima consigo mesmo e umas com as outras. Aquele que está unido ao Senhor é um espírito com Ele e um com todos os outros no único corpo de Cristo.
Em segundo lugar, resumindo, a relação do Bom Pastor com o Pai está nos versículos 17 e 18. “Por isso o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai.” Deixe-me dar uma explicação simples disso. O Pai deu uma ordem. A ordem dada a Jesus foi: “Dê a sua vida e retome-a. Você tem autoridade para fazer isso. Estou ordenando que você faça isso.”
Era uma ordem, mas “porque eu dou a minha vida para a reassumir.” É por isso que o Pai me ama, por causa da minha obediência. Isso é muito profundo. Sim, o Pai escolheu Jesus para ser o Cordeiro, o sacrifício aceitável. Sim, o Pai é aquele que matou o Filho pelo conselho predeterminado e a presciência de Deus. Ele foi o sacrifício.
Isso não é fatalismo. Não é algo sobre o qual Jesus não teve escolha. Eu dei minha vida. Ninguém a tira de mim, incluindo Deus. Jesus nos diz que esse foi um ato perfeito de obediência voluntária. São mistérios. Ele não podia pecar. Ele não tinha capacidade para pecar. E, no entanto, há uma verdadeira luta. Porque no jardim ele diz: “Pai, se for possível” - Faze o quê? Para com isso. - “afasta de mim este cálice; no entanto, não seja a minha vontade, mas que a tua seja feita”. Ele voluntariamente fez o que o Pai ordenou que fizesse, e é assim que ele demonstrou seu amor ao Pai, e é por isso que o Pai o ama. “O Pai me ama porque dei minha vida para que eu possa reavê-la.” Isso é o que o Pai queria que ele fizesse; era fundamental para o plano de salvação: reunir os redimidos para a glória eterna.
Ele fez isso voluntariamente. Não foi fatalista. Não era algo para o que ele não tinha escolha. Ele não podia fazer uma escolha errada, mas voluntariamente fez a escolha certa. “Recebi uma ordem, voluntariamente obedeci a esse comando e assim garanti o amor do Pai." “Se você me ama”, disse Jesus, faça o quê? - “guarde os meus mandamentos”. É assim que você afirma seu amor.
Há muito disso na seção que abordamos em João 14 e 15 e não vou entrar nisso agora. Mas, seu relacionamento com o Pai era de amor e obediência. Dois lados da mesma moeda. Esse é um modelo para nós. “Tende em vós o que estava em Cristo Jesus, o qual foi obediente até a morte, sim, e morte de cruz.” O Pai ama eternamente o Filho, é claro. O Filho ama o Pai eternamente. Mas, de alguma forma única na encarnação, o Filho, voluntariamente, intencionalmente, obedeceu ao comando do Pai de desistir de sua vida por amor ao Pai e, ao fazê-lo, sustentou o amor do Pai para sempre. É amor e obediência.
Há uma relação final aqui, a relação do Bom Pastor com o mundo. O que é? Está nos versículos 19 a 21. "Uma divisão ocorreu novamente entre os judeus por causa dessas palavras." E, a propósito, se você voltar ao capítulo 7, versículo 43, e ao capítulo 9, acho que é o versículo 16, há divisões. Jesus dividiu a multidão. As divisões, porém, não são necessariamente entre crentes e não-crentes. Existem divisões entre os não-crentes e é isso que se tem aqui. Ocorreu uma divisão entre os judeus por causa do que Jesus havia dito. Muitos deles, talvez a maioria deles, estavam dizendo: “Ele tem um demônio e é louco. Por que vocês o ouvem?” Esse, é claro, teria sido o mantra dos líderes. E as pessoas teriam acreditado nisso. Sabem, ele faz o que faz pelo poder de Belzebu, Satanás, conforme lemos em Mateus 12.
Então, em um polo da divisão estavam as pessoas que disseram que Jesus é um maníaco, um louco, um lunático possesso por demônios. Temos pessoas assim, pessoas que não se importam em amaldiçoar Jesus, dizendo coisas blasfemas sobre ele. Mas havia os outros, no versículo 21, dizendo: “Estas não são palavras de um endemoninhado”. Isso é muito racional, não é? Um demônio não pode abrir os olhos dos cegos, pode? Pessoas possuídas por demônios não falam assim. Eles não são coerentes e não fazem isso. Eles não fazem esses milagres. Então, quaisquer que sejam as coisas falsas que os demônios façam, elas não se parecem com isso.
Então, essas são as pessoas mais racionais. Acho que poderíamos dizer que os primeiros são os blasfemadores irracionais e os segundos são as pessoas mais racionais. Ambos acabam no mesmo inferno para sempre, porque realmente não importa se você amaldiçoa Jesus ou se você acha que precisa tratá-lo de maneira mais razoável. Esse tipo de hesitação não adianta nada. Ou você confessa Jesus como Senhor ou morre em seus pecados e ocupa o mesmo inferno com os blasfemadores extremos.
Então encontramos o Bom Pastor. Ele dá a sua vida pelas suas ovelhas, ele as ama, ele as une. Em sua relação com o Pai ele ama e obedece. Em sua relação com o mundo, ele é rejeitado por aqueles que o blasfemam de uma forma irracional ou por aqueles que racionalmente o toleram. Mas para nós, vamos colocar-nos entre os discípulos lá naquele dia, e diremos com eles: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo, não é?
E diremos isto para nossa bênção, segundo Hebreus 13:20, “Ora, o Deus da paz, que tornou a trazer dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor, o grande Pastor das ovelhas, pelo sangue da eterna aliança vos aperfeiçoe em todo o bem, para cumprirdes a sua vontade, operando em vós o que é agradável diante dele, por Jesus Cristo, a quem seja a glória para todo o sempre. Amém!" Declaramos que Ele é o Grande Pastor das ovelhas que saíram da sepultura. Ele é nosso pastor. Vamos orar.
Pai, agradecemos novamente por nos amares, dares a Tua vida por nós, nos unires, amares e obedeceres ao Pai, e assim seres voluntariamente o sacrifício pelos nossos pecados, levantando-se para nos erguer em justificação e glória. Ficaríamos maravilhados se pudéssemos compreender o que preparaste para nós no futuro. Mas reconhecemos a emoção até mesmo do que nos concedeste agora. Enche-nos de gratidão e bênção à medida que continuamos a servir-te. Oramos em nome de Cristo. Amém.
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