
Abra sua Bíblia no décimo capítulo do evangelho de João. Estamos ensinando as pessoas a pregar, e temos feito isso durante toda a semana. Steve Lawson está aqui como professor de pregação e tivemos cerca de 100 jovens chegando ao seminário. Estamos tratando de pregação expositiva de forma bastante intensa, também com alguns de nossos alunos do segundo ano. É uma oportunidade maravilhosa para nós. Ao ensinar como pregar, escolhemos uma porção das Escrituras e desenvolvemos uma mensagem baseada nela, colocando-lhe um começo, um fim e um meio.
Admito que estou propenso a violar esses princípios. Começo com uma mensagem que tem um começo e um fim e na maioria das vezes termina como uma série de três partes, porque conforme entro no texto não posso me permitir de deixar de fora algo que seja especial e precioso.
Assim então estamos olhando para João 10, versículos 22 a 42, e esta é a parte 3. Vamos encerrar esta manhã. Embora seja uma passagem longa, acho que ela pode ser condensada em apenas três mensagens. Não exaustivamente, mas podemos acompanhar o fluxo do que está acontecendo. Deixe-me ler para você, começando no versículo 22:
“Celebrava-se em Jerusalém a Festa da Dedicação. Era inverno.
Jesus passeava no templo, no Pórtico de Salomão. Rodearam-no, pois, os judeus e o interpelaram: “’Até quando nos deixarás a mente em suspenso? Se tu és o Cristo, dize-o francamente’. Respondeu-lhes Jesus: ‘Já vo-lo disse, e não credes. As obras que eu faço em nome de meu Pai testificam a meu respeito. Mas vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas. As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão.
Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém o pode arrebatar. Eu e o Pai somos um’. Novamente pegaram os judeus em pedras para lhe atirar. Disse-lhes Jesus: ‘Tenho-vos mostrado muitas obras boas da parte do Pai; por qual delas me apedrejais?’ Responderam-lhe os judeus: ‘Não é por obra boa que te apedrejamos, e sim por causa da blasfêmia, pois, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo’. Replicou-lhes Jesus: ‘Não está escrito na vossa lei: Eu disse: sois deuses? Se ele chamou deuses àqueles a quem foi dirigida a palavra de Deus, e a Escritura não pode falhar, então daquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo, dizeis: Tu blasfemas; porque declarei: sou Filho de Deus? Se não faço as obras de meu Pai, não me acrediteis; mas se faço e não me credes, crede nas obras; para que possais saber e compreender que o Pai está em mim, e eu estou no Pai’. Nesse ponto procuravam outra vez prendê-lo; mas ele se livrou das suas mãos. Novamente se retirou para além do Jordão, para o lugar onde João batizava no princípio; e ali permaneceu. E iam muitos ter com ele e diziam: ‘Realmente, João não fez nenhum sinal, porém tudo quanto disse a respeito deste era verdade’. E muitos ali creram nele.”
Pois bem, como tenho dito a vocês nas últimas semanas, esta é a declaração pública final do Senhor Jesus sobre sua divindade. Este é também o convite final no templo, diante dos líderes judeus, antes de partir para três meses de isolamento, do outro lado do Jordão, com seus discípulos e aqueles que iam a ele, conforme observado no final do capítulo. No que diz respeito ao evangelho de João, aqui está o registro final de João a respeito de Cristo se declarando Deus e conclamando as pessoas a acreditar. Ele fez isso na Festa da Dedicação, que era a celebração da grande revolta dos Macabeus que expulsou Antíoco e os invasores sírios no período entre os testamentos, e que os judeus hoje celebram com o nome de Hanukkah.
Foi nesse evento no inverno que Jesus fez aos líderes judeus no templo essa declaração final de sua divindade enquanto o povo se reunia lá para a celebração dessa grande festa. E como eu disse, João relata isso como o convite final. No final, Jesus diz: “Acreditem em mim, acreditem em mim." Desde o início do evangelho de João, a ênfase tem sido a mesma. Jesus é Deus. Foi assim que tudo começou. “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” Esse é o ponto de João neste evangelho, como ele diz no final: "Estes foram escritos para que você creia que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, e que, crendo, possa ter vida em seu nome." Vida eterna. Crer que Jesus é Deus é necessário para a vida eterna. Se você não acreditar nisso, você entrará na morte eterna e na punição do tormento eterno no inferno. Esta é a mensagem do evangelho. Esta é a mensagem do Novo Testamento.
Em todo o seu evangelho, João identifica episódios na vida e no ministério de Jesus em que Ele declara ser Deus. Ele declara inúmeras vezes ser o Eu Sou, tomando para si o nome de Deus. Ele faz reivindicações diretas à divindade e, cada vez que faz essas afirmações, é confrontado com raiva, hostilidade e rejeição. Mas ele continua a fazer reivindicações porque acreditar nisso é essencial para a vida eterna. A mensagem de que Jesus é Deus é a mensagem do cristianismo; é a mensagem do Novo Testamento. Ele é igual a Deus em natureza.
João diz no primeiro capítulo: vimos a sua glória, e era a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e verdade. Ele era a própria essência de Deus: os escritores das epístolas entenderam isso. O escritor de Hebreus diz que ele é a representação exata de Deus, a imagem expressa de Deus. O apóstolo Paulo diz que toda a plenitude da divindade habita nele. João diz que quem negar sua divindade e humanidade é amaldiçoado. Isso é o cristianismo. Ele é apresentado por Mateus como Emanuel, Deus conosco. É apresentado por Marcos como o Deus Filho. É apresentado por Lucas como o Santo que nasceu como uma criança. Este é o cerne do evangelho cristão. Ele não é apenas um mestre nobre. Ele não é apenas um líder religioso. Ele não é um homem altamente moral. Ele não é alguém com sabedoria incomum e singular, embora todas essas coisas sejam verdadeiras. Ele é Deus, e qualquer coisa menos do que isso é blasfêmia contra ele.
Agora, é preciso registrar que os judeus chegaram a uma conclusão diferente. Não é que eles, àquela altura, apenas três meses antes de Sua morte e ressurreição, ainda estivessem em processo. Não, eles haviam tomado sua decisão muito antes disso. Meses antes, e isso é registrado quando Jesus ainda estava na Galileia. No capítulo 12, então, eles deram seu veredito final. Disseram que ele fazia o que fazia pelo poder de Belzebu. Eles não conseguiam explicar suas obras, seus milagres, como naturais ou humanos. Então sabiam que havia um poder sobrenatural por trás dele e declararam que era Satanás, que seu poder vinha do inferno, que ele era demoníaco. No fim das contas, que ele era literalmente habitado pelo próprio Satanás. Essa conclusão definitiva, Jesus disse: "Vocês não serão perdoados." Não há como escapar disso. Se esse for o seu veredito final, não há possibilidade de salvação.
E em uma transição muito interessante que Mateus também registra, no final do capítulo 12 ele os declara sem acesso à salvação porque chegaram à conclusão final de que ele era satânico. No início do capítulo 13, então, Jesus começa a falar por parábolas.
Agora quero chamar sua atenção para o seguinte: Hoje se pensa que Jesus falou em parábolas para tornar as coisas claras para os incrédulos. Costuma-se dizer: “Precisamos falar por parábolas. Precisamos ser contadores de histórias como Jesus. Precisamos afastar-nos da doutrina e da verdade proposicional e ser contadores de histórias”. Isso é excessivo, mesmo entre os evangélicos. Por isso quero deixar algo muito claro: Jesus não falou por parábolas para deixar as coisas claras para os incrédulos. Ele falou em parábolas como um julgamento para que eles não entendessem. Foi um julgamento, embora temperado com misericórdia. Ele disse que ouvindo, não ouvirão, como profetizado em Isaías 6, visto que eles não verão e não entenderão. É por isso que falava em parábolas. Mas ele disse aos seus discípulos: “A vós foi dado conhecer os mistérios do reino”. E como eles os conhecem? Ele explicou as parábolas aos discípulos. Marcos diz daquele ponto em diante, que ele falou apenas por parábolas. Aquilo foi um julgamento. Portanto, qaue ninguém diga que Jesus contou histórias como uma forma de tornar as coisas mais claras para os descrentes. Ele contou histórias como um julgamento para que pudesse comunicar a verdade claramente a seu próprio povo e não a eles. A misericórdia foi que ele não deu a eles mais revelações, tornando-os ainda mais culpados por sua rejeição e tornando sua punição eterna ainda pior.
Pois bem, já estamos há muito tempo com os judeus: os líderes judeus, saduceus, fariseus, escribas. Já estamos lá há muitos meses. Mas existe graça até mesmo nesta sessão final antes que Jesus desapareça por três meses: ainda naquela última vez em seu ministério público antes de sua semana de paixão, ele os convida a crer.
Temos então olhado para este encontro. Há muito assunto aqui. A primeira coisa que vimos são cinco cenas que se desenrolam, foi o confronto nos versículos 22 a 24, onde o povo se reúne em torno dos judeus. Essa frase de João refere-se mais frequentemente aos líderes, mas outras pessoas também estão com eles. Elas são seguidoras e, claro, havia dezenas de milhares delas reunidas para a festa no templo naquela ocasião. Aí perguntaram: “Por quanto tempo você vai nos manter em suspense? Se Você é o Messias, diga-nos claramente.” Bem, ele disse a eles de novo, e de novo, e de novo, e de novo, e bem claramente que ele não é apenas o Messias, mas disse também que ele é Deus, a ponto de desde o capítulo 5 eles tentarem três vezes apedrejá-lo.
Trata-se de uma atitude hipócrita. A única razão pela qual eles fazem a pergunta é para induzi-lo a dizer algo blasfemo para que possam apedrejá-lo na hora. Se você é o Messias, diga-nos claramente. Jesus responde no versículo 25, e vamos para a reclamação. Ele reitera a afirmação. Eu disse a vocês e vocês não acreditaram. E mesmo as obras que eu faço em nome de meu Pai testificam de mim. Mas vocês não acreditam. Passamos muito tempo falando sobre isso, sobre a responsabilidade humana de crer na salvação.
Também existe um lado divino - no Versículo 26. “Vós não sois das minhas ovelhas.” Versículo 27: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço, elas me seguem; eu dou a vida eterna a elas, elas nunca perecerão, ninguém as arrebatará da minha mão.” Ele apresenta o lado divino. Vocês não creem e são responsáveis por essa descrença. Mas por outro lado, misteriosamente, vocês não são minhas ovelhas. Se fossem minhas ovelhas, escolhidas pelo Pai, vocês atenderiam à minha voz. Vocês me seguiriam. Eu os receberia. Eu os protegeria. Vocês nunca pereceriam. Ninguém jamais arrancaria vocês da minha mão, e ninguém jamais arrancaria vocês da mão do Pai (versículo 29). E então ele resume tudo dizendo: "Eu e o Pai somos um." Em outras palavras, somos um nesta operação divina de redenção. Estou envolvido na redenção, na salvação das ovelhas escolhidas de Deus no mesmo nível do próprio Deus. Ele afirma ser o divino Salvador, o divino Redentor, Deus do próprio Deus. “Eu e o Pai somos um”.
E, claro, a resposta deles, como vimos da última vez foi que pegaram pedras novamente para apedrejá-lo. O templo estava sempre em obras. Havia muitas pedras. Pela quarta vez João registr nos últimos capítulos que eles agarraram pedras, prontos para apedrejá-l por afirmar ser um com Deus em essência e na obra de salvação: “Eu chamo as pessoas para a salvação. Atraio pessoas para mim. Dou a vida eterna a elas”.
Você se lembra do capítulo 5? Ali ele diz: “Assim como o Pai tem vida em si mesmo, o Filho tem vida em si mesmo”. Isso é divino. Quem não ganha vida é Deus. Quem é a fonte da vida de que tudo o que vive é Deus. Quando Jesus diz: “Eu dou a vida eterna”, Ele está dizendo: “Eu sou a fonte da vida, portanto o Deus eterno”.
Eles não confundiram suas reivindicações. Eles sabiam que ele estava reivindicando divindade. Sabiam que ele afirmava ser igual a Deus. E assim, conforme sua afirmação no final do versículo 31, imediatamente eles pegam pedras. Nos versículos 32 e 33, então, vem a acusação contra ele. Esta é a seção de blasfêmia. Jesus respondeu-lhes - versículo 32 - parando-os em seu caminho com as pedras nas mãos. Eles estão prontos para derrubá-lo e esmagar sua vida em uma furiosa chuva de pedras. “Eu vos mostrei muitas boas obras do Pai; por qual delas vocês estão me apedrejando?” A majestosa calma aqui é realmente incrível. Inabalável, sereno. Ele os impede de matá-lo com sua violência. Não é surpreendente Ele evacuou ter purificado o templo no início de seu ministério; ele vai fazer isso também no final. O lugar estava cheio com dezenas de milhares de pessoas que fugiram o mais rápido que puderam, simplesmente com a ameaça que ele representava.
Quando foram prendê-lo, os policiais do templo voltaram sem ele, foram interpelados: "Por que vocês não o prenderam?" Eles disseram: "Nunca um homem falou como este homem." Apenas suas palavras pararam a ação. E por mais violentos que estivessem, por mais descontrolada que estivesse sua raiva, ele os deteve com suas palavras. Aparentemente, no versículo 33 os braços deles estão abaixados, porque eles falam e dizem: “Não é por obra boa que te apedrejamos, e sim por causa da blasfêmia; pois, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo.” Apenas a completa calma acalmou a violência, subjugou a violência. Sua declaração é sensata, razoável, racional. “Eu vos mostrei muitas boas obras do Pai; por qual delas vocês estão me apedrejando?” “Do Pai” é a frase-chave. Nicodemos disse no capítulo 3: “Ninguém pode fazer as coisas que tu fazes, a menos que Deus esteja com ele”.
Ou seja, Nicodemos sabia que aquilo não poderia ser satânico. Tinha de ser divino. Ele sabia que era sobrenatural. Tinha de vir de Deus. Essa foi a conclusão óbvia por causa da perfeição moral de Cristo, a impecabilidade de Cristo, a magnificência e beleza das obras que ele fez. Ele não fez obras más, o tipo de coisa que vem do inferno. Ele disse: “Eu mostrei a vocês muitas boas obras”. Kalos: Excelentes, nobres, lindas. Não apenas moralmente boas, mas obras extremamente bonitas. Seus milagres foram maravilhas de alegria, dando visão aos cegos, ouvido aos surdos e voz aos mudos. Novos membros para os paralíticos, novos órgãos para os enfermos e nova vida para os mortos. Foram milagres incomparáveis de maravilha e beleza.
Então, por qual das boas obras do Pai vocês me apedrejam? Isso os impede. Eles têm uma resposta: “Não te apedrejamos por uma boa obra, mas por blasfêmia; e porque você, sendo homem, se apresenta como Deus.” Estamos apedrejando você por blasfêmia. Com base na lei mosaica, um blasfemador deveria ser apedrejado. Eles pensaram que estavam cumprindo seu dever justo. Deixe-me apenas esclarecer o ponto. Existem pessoas que negaram a humanidade de Cristo, que disseram que Ele era uma espécie de fantasma. Na mente daquela gente, porém, claramente ele era um homem. Isso não era discutível. Não estava aberto a questionamentos. Todos sabiam que ele era um homem. A primeira carta de João diz que, quem negar que o Filho de Deus, o Messias, veio em carne, será julgado por Deus. Ele é um homem. Ele nasceu da maneira como os homens nascem. Ele viveu como criança e jovem, totalmente humano em todos os sentidos.
Portanto, você é um blasfemador porque, sendo homem, o que não está em questão, se faz passar por Deus, o que para eles é a blasfêmia suprema e extrema. Então sentem ser seu dever religioso destruir a vida dele naquele exato momento. Mas, embora as pedras ainda possam estar em suas mãos, por alguma razão nenhuma pedra é atirada. Há de ser a restrição divina imposta a eles pelo próprio Filho de Deus.
E ele os faz pensar e faz uma coisa realmente interessante com própria lei deles. Veja o versículo 34. Sejamos racionais. Parem com a violência. Não está escrito na vossa lei: “Eu disse: sois deuses?” No entanto, vocês dizem sobre aquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo: “Tu blasfemas” porque declarei que sou Filho de Deus? Isso é muito interessante. Ele diz: “Vocês poderiam ser objetivos por um minuto? Pensar comigo por um momento? Vocês poderiam deixar de lado sua fúria, a emoção, o ódio? Parem e considerem o Antigo Testamento. Por que vocês estão tão inflamados que eu esteja me chamando de Deus quando em sua própria Escritura os homens são chamados de deuses?”
Isso mostra o domínio mental de Jesus, incomparável a qualquer ser humano, para vasculhar em um instante o Antigo Testamento e extrair de lá um trecho obscuro. Nem sequer da lei e dos profetas, mas dos salmos.
Veja o Salmo 82, porque foi esse que ele citou. O Salmo 82 é um julgamento de Deus sobre os governantes de Israel. Versículo 1: “Deus toma posição em sua própria congregação.” Deus aparece em Israel e não está feliz. “Ele julga no meio dos governantes.” Portanto, estamos falando de governantes. E, a propósito, os governantes eram juízes. Isso é essencialmente o que eles faziam. Eles eram juízes. Eles julgavam questões, resolviam problemas. Diga aos juízes: “Por quanto tempo vocês julgarão injustamente e mostrarão parcialidade para com os ímpios?” Você é corrupto. Você é parcial para os ímpios. Por causa de sua corrupção você tem afinidade com os corruptos. “Defenda os fracos e órfãos.” Você deveria ser o protetor deles. “Faça justiça aos aflitos e necessitados.” - os demandantes. “Resgatar os fracos e necessitados”, vítimas da opressão. “Livre-os das mãos dos ímpios.” Isso é o que você deve fazer. “Mas eles não sabem nem entendem. Eles caminham na escuridão; todas as fundações da terra foram abaladas.” Ouça: tudo o que mantém unida a sociedade está se soltando porque não há justiça.
Versículo 6: "Eu disse: 'Vocês são deuses, e todos vocês são filhos do Altíssimo." O que ele quer dizer? Ele quer dizer: Olhem, pequenos deuses. Vocês são deuses porque são os representantes do único Deus verdadeiro. Vocês são agentes de Deus no mundo. Vocês são os filhos do Altíssimo. Ele delegou autoridade a vocês e vocês recebem a sua Palavra. Isso é o que diz João 10. Se ele chamou de deuses aqueles aos quais veio a Palavra de Deus, eles deveriam ensinar, aplicar e defender a Palavra de Deus. "No entanto, vocês vão morrer como homens." Há alguma ironia e algum sarcasmo no menção dos deuses. Ele parece estar dizendo: "Vocês pensam que são deuses, pensam que são mais do que realmente são." Mas vocês vão morrer como os homens e cair como qualquer um dos príncipes. Levanta-te, ó Deus, julga a terra! Pois és tu quem possui as nações.”
Jesus diz que no Antigo Testamento juízes corruptos eram chamados de deuses. Talvez sarcasticamente, talvez ironicamente. Mas a palavra foi usada para eles porque receberam a Palavra de Deus e eles eram os instrumentos de Deus e os agentes de Deus, e há um sentido em que isso é verdade, com d minúsculo. Bem, o próprio Deus nas Escrituras chamava de deuses aqueles juízes corruptos a quem fora confiada a Palavra de Deus, então como dizem daquele a quem o Pai separou e enviou ao mundo: "Você está blasfemando porque eu disse: 'Eu sou o Filho de Deus?'" Note a analogia.
Faça uma comparação, diz ele. “Se eu não realizo as obras de meu Pai, não acreditem em mim; mas, se as faço embora vocês não creiam em mim, creiam nas obras para que vocês saibam e entendam que o Pai está em mim e eu no Pai”. Este é um argumento incrível. Ele vai direto ao Antigo Testamento para defender sua posição. Certamente, se o termo "deuses" podia ser aplicado a governantes corruptos, não será um exagero para o incorruptível, perfeito, sem pecado, justo Filho de Deus ser chamado de Deus. Pensem no que vocês estão fazendo antes de começar a atirar pedras.
Uma nota de rodapé: Nesse encontro, Jesus faz uma declaração surpreendente no versículo 35, que em geral os tradutores colocam entre parênteses. É tão singular que é preciso citá-la. Ele diz: “A quem foi dirigida a palavra de Deus” e, a propósito, “a Escritura não pode falhar”. Há algumas coisas acontecendo aqui. Palavra de Deus e Escrituras são termos paralelos. São sinônimos. Portanto, a Escritura é a Palavra de Deus e a Palavra de Deus é a Escritura. O Espírito Santo inspira João aqui a escrever as palavras de nosso Senhor Jesus corretamente e o Senhor Jesus iguala a Palavra de Deus com a Escritura, a Escritura com a Palavra de Deus.
Essa frase tem uma importância enorme. Enquanto na discussão é apenas uma nota de rodapé, uma espécie de digressão, é um tesouro que precisa ser explorado. O que ela quer dizer? A Escritura não pode falhar? O termo para “falhar” não corresponde a “falhar” em português. A palavra é luō no grego, uma palavra grega muito, muito familiar para todos os estudantes de grego porque é o modelo de verbos que são conjugados. Então, todo mundo conhece luō. Luō significa dispensado, dissolvido, removido, liberado, aniquilado, eliminado.
Então, o que nosso Senhor está dizendo? Que as Escrituras não podem ser alteradas. A Escritura não pode ser liberada, removida, dispensada, anulada. Esta passagem é a visão de Cristo sobre as Escrituras: é uma corrente contínua e nenhum elo pode ser retirado. Nenhum. A passagem em si no salmo 82 não tem conexão com sua divindade, mas Ele usa essa palavra, “deuses”, para fazer deduzir do menor para o maior, como muitas vezes os rabinos faziam, e ele também faz. Mas ele para no meio disso para fazer esta declaração poderosa e abrangente de que as Escrituras não podem ser violadas. E por estar muito ocupado em provar que sua reivindicação de divindade é validada por suas obras, ele não tenta provar essa reivindicação. Ele não prova isso. A Escritura não pode falhar, e ponto final.
Por que ele não prova isso? Porque eles não questionam isso. Eles entendem isso. É uma corrente. Todos os elos devem estar no lugar. A Escritura é a palavra final. Eles sabiam disso. Não podem adulterar as Escrituras. Portanto, ele apresenta todo o seu argumento em uma palavra de um versículo obscuro de um salmo. Não se pode tocar em uma palavra. Não pode soltar uma palavra e puxá-la para fora. Isso porque toda a Escritura é inspirada por Deus (2 Timóteo). Nenhuma escritura vem de qualquer interpretação particular, mas os homens santos foram movidos pelo Espírito de Deus a escrever (2 Pedro 1). Não podemos ter uma visão mais elevada das Escrituras do que a de Jesus.
Portanto, sempre que entro em discussões sobre a autoridade, a inerrância, a exatidão, a inspiração das Escrituras, gosto de começar perguntando: O que Jesus achou das Escrituras? Quero ter a visão dele. E se você não tiver a visão dele, vou ficar com ele. Recentemente foi lançado um livro chamado “Five Views on Inerrancy”(Cinco pontos de vista sobre a inerrância). Não existem cinco visualizações de inerrância. Existe uma, e depois existem quatro mentiras. É inerrante ou não. Ela não pode falhar. Se falhar, está rompida. Será uma violação. Não se pode tocar em nenhuma palavra. Não se consegue extrair uma palavra. E nosso Senhor, em uma discussão sobre a afirmação mais séria que ele poderia fazer, resume seu argumento em uma palavra. Apenas uma palavra. Essa era sua visão das Escrituras.
Deixe-me mostrar outra ilustração. Volte a Mateus 22. Temos tempo para fazer isso, acredite ou não. Mateus 22, versículo 23. “Os saduceus (que dizem que não há ressurreição)” - por que diziam isso? Porque acreditavam que os cinco livros de Moisés, o Pentateuco, os primeiros cinco livros do Antigo Testamento, foram escritos por Deus e todo o resto do Antigo Testamento foi um comentário humano sobre os primeiros cinco livros. OK? Então eles criam nos primeiros cinco livros como a inspirada Palavra de Deus, e uma vez que Moisés não escreveu sobre a ressurreição nos primeiros cinco livros, eles não acreditavam na ressurreição. Eles eram muito, muito estreitos, linha-dura, meticulosos, preservadores de todas as coisas no sistema levítico que faziam parte da seção mosaica. Eles se viam como os preservadores da verdadeira religião, rejeitavam toda tradição oral, toda tradição escrita, toda tradição rabínica. Tudo isso eles rejeitavam. Cada pedacinho disso. Eles eram os obstinados, linha-dura, fundamentalistas. Algumas pessoas pensam que negavam a ressurreição porque eram como teólogos liberais. Não. Eles negavam a ressurreição porque eram hiperfundamentalistas que aceitavam apenas os primeiros cinco livros do Antigo Testamento.
Então eles querem confundir Jesus sobre a ressurreição e contam esse tipo de história maluca sobre sete irmãos. Havia uma lei no Antigo Testamento segundo a qual, se um homem morresse, seu irmão, se fosse solteiro, pegaria seu esposa e cuidaria dela. E foi isso que os irmãos fizeram. Portanto, no caso desta situação hipotética, com sete irmãos, o primeiro se casa e morre sem filhos. O segundo se casa e morre. O terceiro se casa e morre. Até ao sétimo. Eu diria, francamente, pessoal, os últimos quatro foram estúpidos porque todos antes deles morreram e há um denominador comum aqui. É a mesma senhora na cozinha.
Mas de qualquer maneira, esse não é o ponto. Todos eles morrem. Então eles acham que isso é tão ridículo porque, se houver uma ressurreição, de quem ela será esposa? Jesus disse: vocês estão enganados. Vocês não entendem as Escrituras - ele novamente volta às Escrituras - nem o poder de Deus. “Porque na ressurreição não se casam nem se dão em casamento, mas são como os anjos no céu.” Não há casamento no céu. Mas, em relação à ressurreição, vamos voltar para trás de sua história estúpida. Vamos voltar para a ressurreição. Com relação à ressurreição, diz o versículo 31, "não lestes o que Deus vos disse?" Voltemos com Jesus ao Antigo Testamento. volta direto ao Antigo Testamento. “Vocês não leram o que Deus disse a vocês?” E ele cita Êxodo 3:6, onde Deus diz: "‘Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó’. Ele não é Deus de mortos, mas de vivos."
Sobre o que é isso? Quando Deus disse aquilo em Êxodo 3, Abraão estava morto, Isaque estava morto, Jacó estava morto. Se não houvesse ressurreição, Deus deveria ter dito: "Eu era o Deus de Abraão, Isaque e Jacó." Mas quando ele diz: “Eu sou o Deus de Abraão, Isaque e Jacó”, é para dizer que eles estão vivos. Toda essa discussão gira não apenas em torno de uma palavra, mas de tempo verbal. O tempo é presente. Qual era a visão de Jesus sobre as Escrituras? Não se pode isolar uma palavra. Não se pode tocar em um tempo verbal.
Numa outra ilustração, em Mateus 5:17 a 19, no Sermão da Montanha,. Jesus diz: “Não pensem que vim abolir a Lei” - e essa é uma forma de luō, o mesmo verbo - “ou os profetas; não vim abolir, mas cumprir. Pois em verdade vos digo que até que o céu e a terra passem” - até o fim da Criação como a conhecemos - “nem a menor letra ou traço da Lei passarão”. Não se pode tocar nas palavras. Não se pode tocar nos tempos. Não se pode tocar nas letras.
A propósito o versículo 19 diz - e aqui está a mesma palavra, luō - “Todo aquele que remover um dos menores destes mandamentos e ensinar outros a fazer o mesmo, será chamado o menor no reino dos céus.” Quer saber quem é menor no reino dos céus? Pessoas que mexem com a inerrância das Escrituras e ensinam outros a fazer o mesmo. É assustador. Quem é o maior do reino? Quem as mantém e as ensina será exaltado.
Então, essa é a visão de Jesus sobre as Escrituras. Ela não falha. Agora podemos voltar a João 10. Então, que tal ir simplesmente às Escrituras, largar essas pedras no chão e pensar objetivamente que quando pessoas vêm de Deus e falam por Deus, elas poderiam ser chamadas de deuses - com um d minúsculo - por causa dessa representação. Se isso é verdade para os homens corruptos, quanto mais é verdade para o próprio Deus perfeito e sem pecado. E eu não estou pedindo algo que não pode ser validado.
Versículo 37: “Se não faço as obras de meu Pai, não acredite em mim.” Faça um julgamento objetivo. “Mas se eu as faço, embora vocês não acreditem em mim” - minhas afirmações - “creiam nas obras para que possam saber e compreender que o Pai está em mim e eu no Pai”, que somos um, o que ele disse no versículo 30.
Como Jesus prova que ele é Deus? Por suas obras. Esta é uma chamada final. Crer. Crer. Acredite nas obras. Acredite nas obras para que possa conhecer e compreender. O único caminho para a vida eterna é crer no Senhor Jesus Cristo, crer que ele é Deus em carne humana. Este é um convite final e gracioso. Você pode me chamar de blasfemador por causa das minhas palavras, mas não pode me chamar de blasfemador se olhar as minhas obras. Todos elas vieram do Pai para honrar o Pai. E a noção de que faço o que faço pelo poder do inferno é meramente uma revelação da corrupção de seu próprio coração.
Um último convite gracioso:
Chegamos ao versículo 39. Aqui está a primeira resposta, consequências, a cena final das cinco. “Eles tentaram agarrá-lo novamente, e Ele escapou de seu alcance.” Neste ponto, eu disse a você que não importava o que ele dissesse, não importava que apelos ele fizesse, não importava quão misericordioso ou gracioso ou gentil ele fosse. Eles estavam fixos em sua incredulidade e gritariam por seu sangue o tempo todo até que viram os romanos pregá-lo em uma cruz. Tiveram a mesma resposta que no versículo 31. Desta vez tentaram prendê-lo novamente pelo mesmo motivo: para apedrejá-lo até a morte. E ele desapareceu. Eles queriam arrancá-lo e apedrejá-lo. Eles fariam a mesma coisa com o apóstolo Paulo em Atos 21 no mesmo lugar, no mesmo templo.
Mas não foi possível. Por quê? Porque a sua hora ainda não havia chegado. Ele diz isso no capítulo 7 e no capítulo 8. Eles não colocariam as mãos nele por três meses até que o tempo de Deus se completasse na Páscoa final.
Portanto, a primeira consequência: os rejeitadores são confirmados novamente em sua descrença condenatória. Mas então há um final encantador. Não existem apenas rejeitadores; existem receptores da verdade. Versículo 40: “Ele foi embora.” Ele foi embora por três meses. Aonde ele foi? Foi para além do Jordão, até o lugar onde João Batista esteve batizando pela primeira vez, conforme o capítulo 1, versículo 28. Onde é isso? Um lugar chamado Betânia, que significa casa do pobre. , é o. Às vezes também é chamado de Betabara. É diferente da Betânia adjacente a Jerusalém, onde viviam Maria, Marta e Lázaro. Uma outra Betânia. Foi aí que João Batista começou seu ministério. Então, onde João começou seu ministério, Jesus terminou o seu.
Portanto, ele voltou para lá, e lá ficou até o capítulo 11, quando voltou na época da Páscoa para entrar em Jerusalém para morrer Versículo 41: “Muitos vinham a ele e diziam: 'João não fazia nenhum sinal.'” Por que João não fazia milagres? Não era um apóstolo. Sinais e maravilhas pertenciam aos apóstolos. Ele não fez nenhum sinal. No entanto, tudo que João disse sobre esse homem era verdade. Agora existe um mandato para um pregador. Não fazemos milagres. João também não realiza sinais. Mas, felizmente, tudo o que esse João diz sobre Jesus Cristo é verdade. Assim é o ministério, E assim foi no caso de João. João estava morto. João teve sua cabeça decepada. Mas eles se lembraram. Pode ser que houvesse uma comunidade de pessoas lá. Tenho certeza de que havia pessoas que se apegaram a ele, ainda estavam lá e se lembraram bem dos vários anos em que João realizou seu ministério. Acho que João mostrou pelo Antigo Testamento que Jesus era o Messias. João era um pregador do Antigo Testamento apontando para o cumprimento em Cristo.
Não conhecemos toda a história do ministério de João, mas ele durou vários anos. E eles vêm e dizem: Tudo o que João disse sobre o homem era verdade. Eles ouviram João, viram Cristo o que ele fez. Essas são as pessoas que viram os milagres e acreditaram que eram de Deus, e o ministério de João se concretizou muito depois de sua morte. Houve eco do que ele disse sobre Jesus, que foi provado verdadeiro por meio das obras de Cristo. É bom saber que mesmo antes de baixar os sermões, as mensagens dos ministros podiam ser lembradas. E, como resultado, “muitos acreditaram nele ali”. E a todos quantos o receberam, ele deu o direito de serem chamados filhos de Deus, a saber, aos que creram em seu nome.
É isso. Essa é a exposição final, publicamente. Jesus permaneceu ali com seus discípulos e com os crentes reunidos até a hora de voltar a Jerusalém para morrer. A questão aqui é óbvia: Você crê? Você crê que as obras de Jesus são sobrenaturais? Isso não é discutível. Se elas são sobrenaturais, elas tiveram de vir do céu ou do inferno. Você crê que Jesus foi um agente de Satanás? Se não, então ele tinha de ser Deus. E se ele é Deus, então você deve crer que ele é quem afirma ser. É blasfêmia negá-lo, rejeitá-lo, e isso nos isola para sempre da vida eterna. Se você crer, receberá a salvação. Vida eterna, perdão de pecados, um lugar na família de Deus, o dom do Espírito Santo, promessa de glória celestial, felicidade eterna, alegria. Tudo começa com a crença em Jesus como o Filho de Deus. Esse é o evangelho. Essa é a mensagem cristã, e vem das Escrituras, e as Escrituras sempre dizem a verdade.
Pai, agradecemos a oportunidade que tivemos esta manhã de nos reunir em torno de tua presença, em torno de teu trono, embora isso esteja em uma realidade diferente e em uma dimensão de existência diferente, massentimos como se estivéssemos lá. Sabemos que tu te encontras com teu povo, que habitas em seu louvor. Agradecemos o privilégio de vir ao teu trono. Agradecemos a oportunidade maravilhosa de ouvir novamente a palavra a respeito de Cristo, porque a fé vem por ouvir a Palavra a respeito de Cristo, como Paulo nos diz. A fé vem por se crer nas reivindicações de Cristo e na obra de Cristo na cruz e por meio da ressurreição.
Ó Senhor, oro para que haja muitos hoje que ouvirão esta mensagem, que acreditarão. Quem poderia acreditar que as obras sobrenaturais de Cristo fossem tantas que não poderiam ser escritas se todos os livros do mundo fossem reunidos para esse fim. Quem acreditaria que elas eram do inferno, de Satanás, quando tudo o que ele fez era tão bom, tão nobre, tão excelente, tão glorioso, tão honroso a Deus? Ele tinha de ser quem dizia ser: a única esperança de salvação, o único Salvador. Pai, que abras os corações de muitos para crerem. Agradecemos a Ti, Deus, pelo privilégio de te adorar hoje, e que nossa adoração continue enquanto vivemos para tua honra.
E agora, que o Deus de paz que ressuscitou dos mortos o grande pastor das ovelhas pelo sangue da aliança eterna, Jesus nosso Senhor, equipe você em todas as coisas boas para fazer a Sua vontade, operando em nós o que é agradável aos Seus olhos por meio de Jesus Cristo, a quem seja a glória para todo o sempre. Todos disseram: Amém.
FIM

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