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Vamos abrir nossas Bíblias e olhar juntos em Romanos capítulo 7. Romanos capítulo 7. Quero ler, como a base para a nossa mensagem, do versículo 14 ao versículo 25. Capítulo 7 de Romanos, começando no versículo 14:

"Porque bem sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pecado. Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto. Ora, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. Neste caso, quem faz isto já não sou eu, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim.

"Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim. Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros. Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado".

Essa é uma descrição pungente de alguém em conflito consigo mesmo, alguém que ama a lei moral de Deus, alguém que, no seu íntimo, deseja obedecer à lei moral de Deus, mas é puxado e afastado da sua realização pelo pecado, o pecado que está nele. É a experiência pessoal de uma alma em conflito. É uma batalha. É uma guerra deflagrada no coração. O conflito é muito real. É muito intenso. É muito forte. Sobre isso, não há nenhum erro.

O resultado dessa declaração está no versículo 25 - ou versículo 24: "Desventurado homem que sou". Há uma miséria sobre essa batalha. Há uma miséria sobre esse conflito. E então o grito, "Quem me livrará?" E depois a afirmação. "Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor". Mas, mesmo sabendo disso, conclui: "com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado".

Agora, algumas pessoas dizem que essa é a descrição de um cristão. E algumas pessoas dizem que é de um não-cristão. E as pessoas têm dito essas duas coisas desde que Romanos 7 foi escrito. A vida de movimentos inteiros tem dependido da interpretação de Romanos 7. Um lado diz que há muita escravidão ao pecado para um cristão. O outro diz que há muito desejo de ser bom para um não-cristão. Você não pode ser cristão e ser obrigado a pecar e não pode ser um não-cristão e desejar manter a lei de Deus. E aí está o conflito de interpretação da passagem.

Vamos falar sobre a visão não cristã por um momento. E provavelmente isso nos tomará algumas semanas para fazer isso, então seremos pacientes. Não apenas para falar sobre os dois pontos de vista, mas para passar pelo texto. A visão não-cristã. Agora, as pessoas que querem que acreditemos que isso está falando de um não-cristão dizem que o versículo 14 é a chave: "eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pecado". E assim, eles diriam que tem de ser um incrédulo.

E, em seguida, versículo 18. "Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo." E eles dizem que tem de ser um não-cristão porque uma pessoa que é cristã sabe como fazer o que é bom. Onde está a evidência do poder do Espírito Santo lá? E então eles questionam a ignorância muito óbvia da pessoa no versículo 18, não conseguindo descobrir como obter os resultados que deseja. Poderia alguém em Cristo ser tão impotente?

E então, novamente, versículo 24. "Desventurado homem que sou!", parece bastante longe da promessa de 5.1: "Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus". E então ele continua falando sobre o fato de que não só temos a esperança e a alegria, mas todos os benefícios. Como esse homem pode ser tão miserável com tantos benefícios? Como ele pode ser carnal, vendido sob o pecado, quando 6.14 diz que "o pecado não terá domínio sobre você"?

E, então, eles invariavelmente entram no capítulo 6 em detalhes. Por exemplo, 6.2: "Como viveremos ainda no pecado, nós, os que para ele morremos?" Versículo 6: "sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos". Versículo 7: "porquanto quem morreu está justificado do pecado". Versículo 11:"considerai-vos mortos para o pecado". Versículo 12: "Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal." Versículo 17: "Mas graças a Deus porque, outrora, escravos do pecado, contudo, viestes a obedecer de coração à forma de doutrina a que fostes entregues". Versículo 18: "e, uma vez libertados do pecado". Versículo 22: "Agora, porém, libertados do pecado, transformados em servos de Deus".

Agora, com tudo isso no capítulo 6, como, afinal de contas, pode ser dito que em 7.14 "sou carnal, vendido à escravidão do pecado" se trata de um cristão? Você entende o problema? Agora, vamos lidar com cada uma dessas coisas enquanto passamos pelo texto. Mas, aqui, deixe-me apenas dizer em referência geral ao capítulo 6 que a ênfase no capítulo 6 é sobre a nova criação, a nova natureza, a nova identidade, a nova pessoa em Cristo, o "eu" redimido. A ênfase, portanto, está na santidade do crente. E em sua nova criação, em seu "eu" redimido, ele quebrou o domínio do pecado.

A ênfase no capítulo 7 não precisa necessariamente ser a mesma que no capítulo 6. E todo cristão sabe que, embora seja novo em Cristo, e o domínio do pecado esteja quebrado e o pecado já não tenha domínio sobre ele, o pecado ainda é um problema. E assim, quer você queira ou não ver um cristão no capítulo 7, você ainda tem de ver um cristão que tem conflito com o pecado, embora sua nova criação, seu novo "eu" seja santo.

E é por isso que é tão importante entender o que ensinamos no capítulo 6, que o que é recriado é o novo "eu". E esse novo "eu" redimido é santo. Mas ainda haverá um conflito. E mesmo que você veja ou não esse conflito no capítulo 7, ainda há um conflito e ele está destacado, se me permitem acrescentar, até mesmo no capítulo 6. Observe 6.12: "Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões".

Agora, espere um minuto. Você acabou de dizer que morremos para o pecado, você acabou de dizer que o pecado - o corpo do pecado, versículo 6 - foi destruído e, de agora em diante, não servimos ao pecado. Agora por que, no versículo 12, você está nos ordenando a não o deixar reinar? Você vê, você tem o mesmo problema no capítulo 6. Você ainda tem de lidar com o problema do crente e do pecado. E em tudo o que Paulo disse no capítulo 6 sobre nossa nova natureza, nossa nova criação e nossa nova essência, ele nunca disse que, a partir daí, não teríamos uma batalha contra o pecado. O versículo 12 sugere que o pecado ainda poderia ter um lugar reinante. Ainda pode estar proferindo ordens às quais poderíamos nos submeter. Ainda poderíamos obedecer ao pecado. Veja o versículo 13: "nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado". O que significa que você poderia fazer isso. E por isso você precisa ser ordenado a não fazer isso.

Assim, por um lado, o problema no capítulo 7 é o problema no capítulo 6, porque você tem todas essas declarações sobre você ter morrido para o pecado, você está morto para o pecado, o pecado não tem domínio sobre você, sua servidão ao pecado está quebrada, agora você é servo de Deus e está livre do pecado, você está livre do pecado. Ao mesmo tempo, você tem as ordens para não deixar o pecado reinar sobre você. Portanto, não há problemas encontrados na interpretação do capítulo 7 que também não sejam encontrados na interpretação do capítulo 6.

Veja 6.19: "Falo como homem, por causa da fraqueza da vossa carne." Agora, lembra-se do que dissemos sobre isso? Quando você peca, não é o novo você, o que é então? É a sua carne, a sua humanidade. E assim ele diz: "Assim como oferecestes os vossos membros para a escravidão da impureza e da maldade para a maldade, assim oferecei, agora, os vossos membros para servirem à justiça para a santificação" E a implicação novamente é que você pode oferecer seus membros ao pecado. Você pode oferecer seus membros ao pecado.

Então, argumentando que o capítulo 7 não pode se referir a um cristão por causa das declarações no capítulo 6, é realmente entender mal a intenção do capítulo 6. E acho que é um argumento bastante fraco.

Agora, vejamos 7.14-25 e veja como se se tratasse de um cristão - como se tivesse um cristão em vista. Versículo 22: "Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus". Essa é uma afirmação muito forte, não é mesmo? "Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus".

Por outro lado, perguntamos: um incrédulo se deleita com a lei de Deus no homem interior? Você não encontra essa indicação na Escritura. Na verdade, Romanos 8.7, no meio do versículo, diz que a pessoa não regenerada não está sujeita à lei de Deus. Não está sujeita à lei de Deus.

Veja o versículo 25: "Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus." Isso me parece um cristão por dois motivos: Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente. É um serviço do coração. É o serviço da parte mais profunda do homem. E eu lembro você novamente o que diz no capítulo 8, que o que está separado de Cristo não pode estar sujeito à lei de Deus.

Agora, volte para o versículo 15: "Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto." Você sabe o que isso diz? Para mim, isso diz que há uma batalha aqui, porque a parte mais profunda e verdadeira deste indivíduo quer fazer o que é certo, mas algo o impede de fazê-lo. Isso é verdade para uma pessoa não salva? Que eles realmente desejam fazer o que é certo, mas são inexplicavelmente impedidos de fazê-lo? Não de acordo com Jeremias, que disse: "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e" o quê? "desesperadamente corrupto." Olhe para o versículo 18. "Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo." E novamente, é a mesma ideia. Algo dentro de mim quer fazer o que é certo.

Você o tem no versículo 19: "Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço." Você o tem no versículo 21: "Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim". Assim, o coração, a alma, a mente, e lá no fundo, o indivíduo, desejam fazer o que é bom. A inclinação é para o bem. Mas há um princípio maligno que faz com que isso não seja tão facilmente realizado.

Quem quer que seja - preste atenção nisto - que anseie fazer coisas boas, se encontra fazendo - o quê? - coisas ruins. Até onde eu posso ler Romanos, capítulo 3, a pessoa má não tem vontade de fazer a vontade de Deus. "Não há justo, nem um sequer". Em Romanos 3, ele diz que tudo sobre eles é ruim, tudo. "não há quem entenda, não há quem busque a Deus." Versículo 11. Ninguém procura os propósitos de Deus, a vontade santa de Deus, a lei moral santa de Deus. "Não há temor de Deus diante de seus olhos". Eles não têm nenhuma consideração por Ele ou Sua lei.

O conflito aqui, a tensão, a batalha entre o que Paulo diz: "Eu me deleito, eu adoro, eu aprovo, eu quero, eu desejo fazer", e aquilo que ele realmente faz, só pode ser verdade em uma pessoa redimida. Eu realmente não penso em uma pessoa não regenerada, uma pessoa não redimida, uma pessoa não salva que enfrente tanto uma batalha. Quer dizer, não acreditamos, por um momento, que as pessoas sem Deus são basicamente pessoas realmente boas que simplesmente não conseguem evitar isso. Acreditamos que elas são realmente pessoas malignas que representam o mal que está dentro delas.

Agora, outra questão surge neste momento. E este tem sido um debate igualmente furioso. Muito bem, digamos que seja um cristão, apenas para deixar MacArthur feliz, digamos que é um cristão. Que tipo de cristão é? Algumas pessoas dizem que é uma descrição de um cristão em um nível baixo, baixo de espiritualidade. Quer dizer, esse sujeito nem sequer descobriu o que está acontecendo. Ele está tentando por sua própria força obedecer à lei.

Um escritor diz que esta é a miséria abjeta do fracasso de um cristão que tenta agradar a Deus sob o sistema mosaico, um tipo de cristão superlegalista que tenta desencadear sua própria justiça, e ele não consegue fazê-lo em sua própria carne.

Bom, é um cristão legalista? É um tipo de cristão legalista de baixo nível? Eu, francamente, não penso assim. E a razão pela qual eu não penso assim é porque esses tipos de cristão geralmente não têm esse tipo de percepção. Se você alguma vez aprender algo sobre um legalista, saberá que eles estão sob a ilusão de que eles são muito, muito espirituais. Nunca, por um minuto, eles pensam que são assim.

Você sabe que tipo de cristão é esse? Meu amigo, esse é o cristão espiritual mais amadurecido possível, que vê tão claramente a incapacidade de sua carne como indo contra a santidade do padrão divino. Entende? E quanto mais maduro for, e quanto mais espiritual for, maior será a sensibilidade de suas próprias falhas. Você me mostra um tipo de cristão infantil, carnal, legalista e autojustificado, e eu vou mostrar a você alguém que vive sob a desilusão de que tudo o que ele está fazendo é realmente muito espiritual. Você me mostra uma pessoa com esse tipo de ruptura, e me mostra uma pessoa agonizante nas profundezas de sua própria alma porque ela não pode fazer tudo que está escrito na lei de Deus, e eu vou mostrar-lhe uma pessoa espiritual.

E então, eu acredito, o que você tem aqui é Paulo. Isso mesmo, Paulo. E você vê a palavra "eu" 46 vezes nesta porção da Escritura, em Romanos 7, se eu me lembro corretamente. Não vai contá-las agora. De qualquer forma, ele diz isso muitas vezes. E eu acho que o que você tem - algumas pessoas dizem: "Bom, este era Paulo antes que ele fosse salvo. Este era Paulo, quando acabou de ser salvo, e ele era infantil, e ele ainda era meio carnal." Eu acho que este é Paulo nas alturas de sua percepção cristã. Este é Paulo no nível de maturidade. E o que ele vê é que ele não está à altura da santa lei de Deus, embora ele a deseje de todo seu coração. E ele se vê debilitado por essa realidade feia de que o pecado em sua realidade residual ainda persiste. E essa é uma constatação profundamente sensível.

Em 1Coríntios 15.9, ele diz o mesmo em outros termos: "Porque eu sou o menor dos apóstolos, que eu mesmo não sou digno de ser chamado apóstolo, pois persegui a igreja de Deus. Mas, pela graça de Deus, sou o que sou." Você vê isso? Ele não disse: "Eu não era apto para ser apóstolo. Ele disse - o quê? - "Não estou pronto para ser apóstolo. Eu sou o menor de todos".

Em Efésios 3.8: "A mim", ele diz, "o menor de todos os santos". Agora ele está descendo ainda mais fundo pelo ralo. Ele costumava ser o menor, agora ele é menos do que o mínimo. Você vê, o homem, quanto mais o homem percebe seu estado contra a santa lei de Deus, embora em nosso julgamento, em relação a outros homens, ele seja o homem supremo, ele, em sua própria mente, é menos do que o menor de todos os santos.

Quero levá-lo para 1Timóteo 1.12: "Sou grato para com aquele que me fortaleceu, Cristo Jesus, nosso Senhor, que me considerou fiel, designando-me para o ministério, a mim, que, noutro tempo, era blasfemo, e perseguidor, e insolente." Você diz: "Bom, claro que é o que ele era..." "Mas obtive misericórdia, pois o fiz na ignorância, na incredulidade. Transbordou, porém, a graça de nosso Senhor com a fé e o amor que há em Cristo Jesus." Então isto: "Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu" o quê? "sou o principal" - eu sou o principal. "Mas, por esta mesma razão, me foi concedida misericórdia".

Ouça, acho que é exatamente o que ele está dizendo em Romanos 7. Este é Paulo no seu apostolado, maduro no Senhor, andando na dinâmica da vida espiritual, tendo experimentado o poderoso poder de Deus, a sabedoria de Deus, e o conhecimento de Deus. E quanto mais ele sabe, e quanto mais ele experimenta, mais ele odeia o pecado a que se vê pendurado. E os termos que ele usa em Romanos 7 são tão precisos, que acho que não podemos perder essa imagem.

Quem quer que seja este homem, ele odeia o pecado. Versículo 15: "Eu detesto", diz ele. Quem quer que seja este homem, ele ama a justiça. Versículos 19 e 21: "Porque não faço o bem que prefiro". Quem quer que seja este homem, ele se deleita na lei de Deus do fundo do seu coração. Versículo 22. Quem quer que seja este homem, ele lamenta profundamente por seus pecados. Versículo 15, 18, 24: "Desventurado homem que sou". Quem quer que seja este homem, ele agradece a Deus pela libertação que é sua em Jesus Cristo, nosso Senhor. Não me diga que este homem não é cristão.

O cristão, então, vive em dois extremos. Ele os mantém tensos. Temporariamente, ele vive neste mundo como um homem de carne e sangue sujeito às condições da vida mortal. Ele é um filho de Adão. Adão é seu companheiro, e todos os outros homens que herdaram a semente pecaminosa. Mas, espiritualmente, passou das trevas para a luz, da morte para a vida. Ele agora compartilha da morte, sepultamento e ressurreição de Cristo, e agora é possuidor de uma semente eterna incorruptível, a natureza divina. Ele é uma nova criação. Ele não está mais em Adão. Ele está em Cristo. Mas o pecado persiste em sua humanidade, e assim ele é consciente da presença e do poder do pecado interior, e ele o despreza, e ele odeia, e ele detesta, porque ele provou da semente incorruptível. Este é o homem em Romanos 7.

Agora, apenas para reforçar isso, há uma mudança bastante dramática nos tempos verbais no capítulo. Os verbos do capítulo 7.7-13 estão no passado, e eu acredito que eles falam de antes de sua conversão. E nós passamos por isso em detalhes para apontar que essa era sua experiência de convicção de pré-conversão quando ele esteve cara a cara com a lei de Deus. E os verbos estão no passado, aoristo. Assim, ao chegar no versículo 14, eles estão no tempo presente, até o versículo 25. A mudança no tempo do verbo é uma nota linguística muito importante. Diz-nos que Paulo passou do passado, antes de ser redimido, para o presente.

Há também uma mudança muito interessante nas circunstâncias relativas ao pecado. Nos versículos 7 a 13, o pecado o mata. O pecado o mata. Ele diz isso no versículo 11: "Porque o pecado, prevalecendo-se do mandamento, pelo mesmo mandamento, me enganou e me matou." O pecado o matou. Ele matou toda a sua justiça, todas as suas esperanças, todas as suas seguranças. Quando ele descobriu que era realmente um pecador, vendo a lei de Deus, isso simplesmente o devastou, simplesmente o apagou. O pecado o matou.

Mas, de repente, quando você chega ao versículo 14, ele está lutando contra o pecado, e não vai deixar que o pecado o mate. Ele não cederá a isso. E então eu acredito que este é o próprio testemunho de Paulo de como é viver como um crente maduro controlado pelo Espírito, que ama com todo seu coração a lei preciosa, bela, santa, majestosa de Deus, e se encontra envolto em carne humana e incapaz de cumprir a lei de Deus da maneira que seu coração deseja.

Também acredito que, nesta seção, ele continua sua discussão da lei, e ele está afirmando, como vimos da última vez, ao judeu, que não há nada de errado com a lei. A lei não pode salvar. Nós vimos isso. A lei não pode santificar. Mas ainda é boa porque faz o quê? Convence do quê? Do pecado. E isso é verdade antes de você ser salvo, e sabe o que mais? É verdade depois.

E eu acredito que, em 7.14-25, ele está seguindo o mesmo argumento. É por isso que a palavra "porque" aparece no versículo 14. Ela simplesmente flui corretamente, assim como o pecado não neutraliza a bondade da lei antes de ser salvo, não neutraliza a bondade da lei depois que ele é salvo. A lei revela que o pecado é pecaminoso antes de você ser salvo e revela que o pecado é pecaminoso depois que você é salvo.

Sabe, quando você se torna cristão e lê sobre o pecado na Bíblia, você fica menos preocupado com o seu pecado porque agora é cristão? Não, você deveria estar... o quê? - mais preocupado com isso. E a lei sempre revelará o pecado. Quando Davi disse: "Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti", ele estava dizendo que a Palavra de Deus no coração se torna o ponto de convicção. Não é apenas informação. Você entende isso? Nós não passamos pela vida apenas precisando de informações. Precisamos de convicção. E a lei tem esse poder.

Assim, enquanto nos diz que a lei não pode salvar e a lei não pode santificar, ele afirma que ela é boa e santa, simplesmente porque ela condena o pecado antes de você ser salvo e o leva a Cristo, e depois de ser salvo, para que você compreenda o padrão santo de Deus e deseje com todo o seu coração cumpri-la. O problema não é a lei. O problema somos nós. Pogo disse: "Nós conhecemos o inimigo, e ele somos nós".

Agora, o padrão do texto, vamos abordá-lo. Versículo 14. É uma imagem do pecado residente na vida de um crente. E tentaremos explicar algumas das dificuldades à medida que avançarmos. Mas, eu senti que, dando-lhe essa visão geral no início, poderia manter as coisas em movimento. Esta é uma passagem muito pungente. É uma passagem rara na Bíblia, porque faz algo que raramente acontece, e não consigo pensar em outra passagem que faça isso de imediato. É uma série de lamentos. Uma série de clamores lastimosos. É uma série de lamentações desesperadas e doloridas. E são repetitivos. Há um, e depois há dois, e depois há um terceiro. E basicamente dizem a mesma coisa três vezes. Este é o clamor de um coração partido, de uma alma angustiada, de uma alma em grande conflito.

Agora, cada um desses três lamentos segue o mesmo padrão. Paulo descreve sua condição, dá prova disso e depois descreve a origem disso. Ele descreve sua condição, dá a prova de que ele está nessa condição, e então a fonte de seu problema.

Vejamos o primeiro lamento, versículos 14-17, e podemos passar um pouco mais de tempo no primeiro porque, interpretando este, o resto simplesmente será evidente para nós. A condição está no versículo 14, e ele começa cada um dos lamentos com uma condição. O primeiro começa no versículo 14, o segundo começa no versículo 18 e o terceiro começa no versículo 20. E cada um começa com uma declaração da condição. "Porque bem sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pecado".

A palavra "Porque" nos diz que Paulo não está apresentando um novo assunto. Ele continua com o mesmo assunto da passagem anterior, que é a bondade da lei, a virtude da lei, na medida em que nos mostra o nosso pecado. O problema não é a lei. O problema somos nós. E a razão pela qual ele está falando sobre a lei é porque os questionadores que teriam questionado seu ensino teriam dito: "Bem, quando você prega a salvação pela graça por meio da fé, à parte da lei, você está falando mal da lei. Você está desvalorizando a lei." E ele não diz nada. A lei é boa. Eu sou pecador. A lei faz um bom trabalho. Não salva e não santifica, mas ela convence do pecado.

Então ele diz: "sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pecado." Ele começa com uma afirmação direta de que a lei é espiritual. O que ele quer dizer? Ela vem do Espírito de Deus. Ela vem do próprio Deus. Assim, reflete a santa natureza divina de Deus. Da mesma forma como ele disse no versículo 12 - lembra-se disso? "Por conseguinte, a lei é santa; e o mandamento, santo, e justo, e bom".

Agora, novamente, deixe-me lembrá-lo de que acho que você tem de ter aqui o testemunho de um homem regenerado. Não vejo que as pessoas não regeneradas, não redimidas e ímpias, que não conhecem Jesus Cristo, tenham essa percepção da lei santa de Deus. No versículo 18, ele diz exatamente a mesma coisa: "Eu quero fazer a lei de Deus". No versículo 19: "eu quero fazer a lei de Deus". No versículo 21: "eu quero fazer a lei de Deus". Versículo 22: "Eu me deleito na lei de Deus." Eu não vejo esse prazer no coração de um homem não regenerado.

Mas Paulo continua a dizer: "Tenho uma barreira em fazer isso, mesmo que a lei seja espiritual". Aqui está o contraste. Eu sou carnal, sarkinos. Eu sou humano. Eu sou terreno. Eu sou físico. Ele não diz "Estou na carne". Ele não diz "Sou totalmente controlado pela carne". Isso não é verdade. Olhe para 7.5: "Porque, quando vivíamos segundo a carne, as paixões pecaminosas postas em realce pela lei operavam em nossos membros, a fim de frutificarem para a morte." Nós estávamos na carne. Já não estamos mais na carne. Versículo 8, do capítulo 8: "Portanto, os que estão na carne," e você precisa sublinhar "na carne" em 7.5 e 8.8. "Na carne" é uma condição não regenerada. E seus termos são muito precisos aqui. "Na carne" é uma posição não regenerada e não redimida. Ele diz: "Eu não estou na carne". Mas ele diz: "Eu sou carnal". Eu sou carnal. Sou carnal.

Você diz: "Um cristão pode ser assim?" Ouça isto, 1Coríntios 3.1: "Eu, porém, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, e sim como a carnais, como a crianças em Cristo". Versículo 3: "Porquanto, havendo entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e andais segundo o homem?" Ele diz aos cristãos coríntios: "Vocês são carnais. Vocês são carnais. Vocês estão agindo de maneira pecaminosa e carnal".

Nós não estamos na carne - mas ouçam - a carne ainda está em nós. Nós não estamos mais na carne em termos de ser cativos a isso. Agora, veja o versículo 18: "Porque eu sei" - Romanos 7.18 - "Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum." Ele diz que a carne ainda está lá. Não estou nela, mas ainda está em mim. E o versículo 25: "Com a mente, sirvo a lei de Deus; mas com a carne, a lei do pecado.”

Você não está mais na carne. A carne está em você. E isso é simplesmente um termo para a nossa humanidade. Pode ser o mesmo termo que 6.12: "Não reine, portanto, o pecado em vosso" o quê? "corpo mortal". Não reine em sua mente. É uma mente renovada, aqui ele está usando a palavra "mente" da maneira que usa em Romanos 7. Não reina em sua nova criação, sua nova natureza. Reina no seu corpo mortal. E assim os termos dele são muito consistentes.

O pecado está em nossa humanidade. É por isso que, amado, eu falei isso há algumas semanas atrás, quando você morre, você vai imediatamente para o céu porque já está apto para o céu, tudo o que você tem a fazer é se livrar da carne. E quando você sai do corpo, esse é o único problema que você tem de lidar.

Agora, qualquer cristão poderia fazer a declaração no versículo 14. As pessoas têm problema com isso. Deixe-me ver se posso simplificar. Eu sou carnal. Você poderia dizer isso? Eu poderia dizer isso. Quer dizer, é verdade. Você diz, "Sim, mas você certamente não está falando em termos teológicos técnicos." Não, não, não. Estou apenas dizendo que eu sou - eu poderia dizer, como cristão, eu sou um pecador salvo pela graça? Eu ainda sou um pecador? Deus me ajude se não o fizer. Se eu disser: "Bem, desde que fui salvo, eu não peco mais", minha esposa está aqui para dar testemunho disso.

Você vê, o ponto é que eu posso dizer isto, posso dizer que sou carnal. Há coisas em mim que representam isso. Eu fico com raiva. Eu fico irritado. Não cumpro o meu dever como deveria o tempo todo. Eu não mantenho a diligência que eu deveria na busca de Deus que eu desejo. Eu vejo minha humanidade, minha carnalidade entrando no caminho da realização de todas as coisas que devo fazer. Eu sou insensível às pessoas quando elas precisam da minha gentileza, e não sou gentil quando elas precisam da minha bondade, e não sou bondoso, e assim por diante. Eu me vejo como humano. Eu me vejo como pecaminoso. Eu nem sempre falo piedosamente com todos os que conversam comigo na maneira que eu deveria. Todos podemos dizer isso. É uma declaração geral.

E então vem isto, e isto parece ser o verdadeiro Waterloo para os intérpretes, "vendido à escravidão do pecado". Agora você realmente tem uma declaração forte. Agora, espere um minuto. Se fomos libertados do pecado, como podemos ser vendidos à escravidão do pecado?

Bem, veja o versículo 23: "mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado". Me faz prisioneiro da lei do pecado. Declaração muito interessante. E quando eu chegar lá, eu vou lhe dizer o que isso significa. Eu quase não posso resistir de não lhe contar agora, mas vou fazer isso.

Mas o que ele está dizendo aqui é a mesma coisa: "me faz prisioneiro da lei do pecado", versículo 23. "Vendido à escravidão do pecado", versículo 14. O que ele quer dizer? Bom, no grego, na verdade, diz "vendido à escravidão do pecado" - o princípio do pecado - a realidade do pecado, não tanto os atos, mas também me vejo vendido sob o pecado. Em certo sentido, ainda tenho uma certa escravidão. Agora, tenha em mente que, no capítulo 6, ele estava falando sobre sua nova criação e essa nova criação, semente eterna pura, incorruptível, eterna, a natureza divina, a nova natureza, tudo o que você é em Jesus Cristo, santo, puro, imaculado e justo pela justiça imputada de Jesus Cristo, e não é disso que ele está falando aqui. Ele está dizendo que eu - não a minha nova natureza, mas eu, em geral - me vejo vendido sob o pecado.

E então, nos versículos 23 e 25, ele chama isso de "lei do pecado que está no meu -" o quê? "meus membros". E novamente, seus termos são consistentes. Os membros têm a ver com os membros do corpo, o físico, o carnal e ele vai além do físico para as emoções, o sentimento, a mente, o pensamento. Mas são sempre os membros, o corpo, a carne, a nossa humanidade.

Esse lamento vem de um cristão? Eu sou carnal, vendido à escravidão do pecado. Que tal, Salmo 51.5? Davi disse - apenas ouça isto: "Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe." Agora isso soa como um homem que nunca foi redimido, não é mesmo? Mas Davi não era? Ah, sim. Ele simplesmente está olhando uma realidade sobre si mesmo. É uma percepção, amados. E aqui está um cristão maduro. Aqui está um homem que olha sua vida e nós seremos os primeiros a dizer: "Ei, você sabe, você precisa atualizar sua própria imagem, rapaz. Essa é uma conversa terrível.”

Faz lembrar, francamente, o capítulo 6 de Isaías, que chega diante de Deus, e ele está ali, adorando a Deus, e tem uma tremenda visão de Deus, e diz: "ai de mim! Estou perdido!" que significa amaldiçoe-me, condene-me, Deus - "Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios." E todo o profeta pode ver como é o seu próprio pecado em contraste com a santidade gloriosa de Deus. E aqui está a maturidade do apóstolo Paulo que agora entende o quão espiritual é a lei, e ele costumava pensar que era algo externo, não é mesmo? E ele não sabia que estava falando sobre o coração. E é por isso que a lei sobre desejar e cobiçar no coração, no versículo 7, realmente o atingiu e o matou. E agora ele vê que a lei é uma coisa profunda, profunda e espiritual, uma coisa santa - versículo 12 - uma coisa justa, uma coisa boa. E quando ele realmente entende a lei de Deus e ele olha para si mesmo, ele vê o quanto é carnal. É uma percepção legítima.

É o mesmo que ele quis dizer em 1Timóteo 1, quando disse: "o qual eu sou" o quê? "o principal." É apenas uma questão de percepção. Um cristão não apenas pode dizer que tem uma escravidão ao pecado, embora redimido, porque de fato temos uma escravidão ao pecado. Você pode quebrar a escravidão ao pecado que você tem? Não nesta vida. Não nesta vida. E quanto mais espiritual você for, mais maduro está, o mais provável é que diga isso.

Então, "vendido à escravidão do pecado" não - não precisamos nos deixar levar pelos termos - não significa que ele se vendeu ativamente para pecar, para cometer pecado, como é dito sobre Acabe, em 1Reis 20, e sobre os israelitas idólatras, em 2 Reis 17. Não é que ele saiu e se vendeu ao pecado. É que ele reconhece que há uma escravidão lá.

E você sabe, há momentos em que você se vê cativo ao pecado. Eu vou lhe dizer quando são esses momentos. Toda vez que você peca. Toda vez que você peca, você perdeu a batalha, o pecado levou você cativo, certo? E assim, Paulo coloca todos os nossos sentimentos em palavras, articulando a base do conflito dentro do crente. E todos entendemos essa percepção. Todos podemos ver que há pecado em nossas vidas. Não deveria estar lá. Não é a coisa mais verdadeira sobre nós. Não é nosso novo eu. Mas está lá. Esse é apenas o conflito de todos os cristãos. Em certo sentido, embora livres na nova natureza, ainda estamos limitados pela humanidade em que vivemos.

E posso dizer novamente, eu realmente não acho que alguém não regenerado possa fazer uma declaração como essa, porque, por um lado, eu não acho que eles saibam que a lei é espiritual, e pelo outro, não acho que eles saibam que são carnais. E eu também não penso que eles são vendidos à escravidão do pecado. Eles vivem sob a ilusão de que tudo está bem. É exatamente o que diz no versículo 11, que o pecado tem uma maneira de fazer - o quê? - enganar.

Mas quando a lei é vista como realmente espiritual, então o homem vê a si mesmo tão longe de cumprir a lei santa de Deus e se vê como não espiritual. Na verdade, essa é a maneira como o versículo pode realmente ser lido: a lei é espiritual, mas não sou espiritual, experimentando a escravidão ao pecado.

O bom comentarista exegético Cranfield escreveu: "Quanto mais seriamente um cristão se esforça para viver da graça e submeter-se à disciplina do evangelho, mais sensível se torna ao fato de que até mesmo seus melhores atos e atividades são desfigurados pelo egoísmo que ainda é poderoso dentro dele, e pior, porque muitas vezes é mais sutilmente disfarçado do que antigamente".

Agora, deixe-me dizer-lhe algo que irá lhe chocar. Ele tem razão. Você agora não é menos mau do que você costumava ser em sua mortalidade e humanidade não redimida. Você é mau. E não há muitos graus para isso. Basta um só pecado para ser mau. Há em você uma nova natureza que é santa, mas a presença pecaminosa da carne ainda existe.

O abençoado comentarista Thomas Scott escreveu: "Quando o crente compara suas realizações reais com a espiritualidade da lei, e com seu próprio desejo, e tem o objetivo de obedecer, ele vê que ainda é em grande parte carnal e está sob o poder das propensões do mal de que, como um homem vendido à escravidão, ele não pode emancipar-se totalmente, ele é carnal na proporção exata ao grau em que ele não está em perfeita conformidade com a lei de Deus". É uma grande declaração. "Ele é carnal" no grau exato ou "na proporção exata ao grau em que ele fica sem a perfeita conformidade com a lei de Deus".

E você não vê, amado, que isso realmente é o que o versículo 13 estava dizendo? O pecado é tão pecaminoso, o pecado é tão miserável, é tão vil que, mesmo quando uma pessoa foi redimida, o pecado prossegue com seu apego desprezível. Essa é a sua condição, sua e minha, como cristãos.

A prova disso, versículo 15. Aqui está a prova: "Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto." O homem moral e legalista pode enganar a si mesmo, mas um verdadeiro cristão, liderado pelo Espírito, não o fará. Ele vê em si mesmo a prova do pecado residente. Observe o versículo com cuidado. "Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir". E depois, ele diz: "pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto".

A palavra "compreender" fala de uma intimidade de amor. Foi dito sobre José que ele não conhecia [mesmo verbo no original] Maria. E eu acho que o uso aqui dessa palavra, como um contraste com a palavra "ódio", nos dá a liberdade de entendê-la dessa maneira. E o que ele está dizendo é: o que eu faço, eu não amo. E o que eu odeio, eu faço. Que é outra maneira de dizer a mesma coisa.

Agora, essa é uma verdadeira turbulência interior, pessoal e psicológica, do tipo mais profundo. Ele diz: "A minha vontade é frustrada." Não chega ao ponto de impedi-lo de fazer algo bom, quando deseja. Mas quando ele vê a lei de Deus e quer cumpri-la toda, ele não consegue. Você entende? Não é uma coisa debilitante, que diz: "Bem, aqui estou eu, como cristão, e gostaria de dizer uma coisa boa sobre este acordo, ou eu gostaria de fazer algo de bom, eu gostaria de fazer algo honroso e santo, mas não sei como fazê-lo." Não é esta a ideia, que ele está falando sobre algo específico que ele não pode fazer. O que ele diz é que existe toda uma lei de Deus que ele deseja obedecer, e se sente totalmente frustrado ao tentar fazê-lo.

E você conhece essa frustração. Tão logo você tenha feito algo certo, que você tenha recebido um tapinha nas costas por fazer isso, e imediatamente você acabou de fazer algo errado, ficou orgulhoso. E você se frustra e diz exatamente o que ele disse: "Desventurado homem que sou, quando vou me livrar desse conflito?"

A vontade de Paulo fica frustrada. Não é que o mal ganha o tempo todo. É só que o apóstolo tem um padrão muito alto porque a lei é tão santa, tão justa, tão boa, tão espiritual, que, quando vê o alto padrão da lei, ele quer ganhar o tempo todo ao lado de Deus, e qualquer vitória para o mal, ele a vê como uma derrota horrenda. E é por isso que eu digo, e muitas vezes digo isto, que o caminho para a espiritualidade é pavimentado com um senso de sua própria miséria, sempre. Não é a sua própria glória. Aqui está um homem verdadeiramente espiritual. Este tem um coração contrito e quebrantado. Este é um homem que clama: "Ó Deus, não posso ser tudo o que você quer que eu seja. Não posso cumprir toda a sua lei santa e justa e boa".

E, você sabe, há muitos cristãos que não estão nesse ponto, e não é porque eles são muito santos, é porque eles são muito estreitos em sua compreensão da lei santa de Deus. Bem, ele nos deu a condição, e ele nos deu a prova, e agora ele nos dá a fonte. E vamos parar com este.

Versículo 16: "Ora, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa", quero dizer, não é culpa da lei, porque eu quero cumprir a lei. Bom, você diz: "O que está levando você a querer cumprir a lei?" Vou dizer a você o que está me fazendo querer cumprir a lei. Essa nova criação, essa natureza divina em mim, essa semente eterna incorruptível em mim, parte de mim sobre a qual João falou quando ele disse: "se você realmente nasceu de novo, você não vai querer pecar". Essa nova parte de mim realmente anseia por cumprir a lei, realmente quer cumprir a lei, e então eu afirmo que a lei é boa, porque a boa parte de mim quer fazê-lo. Entende? A lei é boa.

Agora, então, versículo 17. Se não é a lei que é ruim, se a lei não é meu problema: "Neste caso, quem faz isto já não sou eu, mas" o quê? "o pecado que habita em mim." Agora ouça com muito cuidado. Você não entenderá nada se perder isto. O cristão tem em seu coração o sentido da excelência moral da lei de Deus. Quanto mais maduro o cristão for, quanto mais profundamente comprometido com a direção do Espírito de Deus em sua vida, quanto mais profundo for o seu amor pelo Senhor Jesus Cristo, quanto mais profundo for o sentido da santidade de Deus, maior será o desejo de cumprir a lei. E uma vez que é a melhor parte dele que quer cumprir a lei de Deus, então a vontade de Deus - a lei de Deus - deve ser a melhor. E, portanto, não é a lei de Deus que é um problema. O problema é o pecado que habita em mim. É nossa humanidade de novo.

Mas aqui, no versículo 17, está a declaração-chave para interpretar toda a passagem. No versículo 14, ele simplesmente falou em generalidades. E ele meio que nos deu uma perspectiva de sua humanidade não condenada como que dominando a si mesmo, e você e eu conhecemos essa experiência. Percebemos às vezes que o pecado simplesmente domina. Nós simplesmente não podemos ser tudo o que queremos ser para Deus. Você nunca se sentiu assim? Nós simplesmente não podemos ser tão poderosos. Nós simplesmente não podemos ser tão puros. Nós simplesmente não podemos ser tão santos como sabemos que Sua lei quer que sejamos. E assim, podemos dizer no versículo 14: eu sou carnal e me vejo capturado pelo pecado.

E essa é uma declaração não técnica. Essa é apenas uma declaração geral. E ele diz "Eu sou carnal", e ele não está se dividindo em dois. Ele não está dizendo: "Bem, não sou eu. É o pecado nesse ponto." Ele está apenas dizendo isto - eu sou responsável.

Eu acho que o versículo 14 é muito importante porque diz ao cristão que, se você pecar, quem é responsável? É você. E isso nos protege de algum tipo de dualismo filosófico, e isso está sendo ensinado em muitos círculos hoje, que quando você peca, é apenas sua velha natureza, então deixe-a pecar. Você não pode corrigir uma velha natureza de qualquer maneira, deixe-a fazer o que lhe é próprio. E Deus não o responsabiliza, é apenas a sua velha natureza. Ele diz que eu - eu - e ele aceita a responsabilidade, e você também deve aceitar. Sou eu. Ele não é duas pessoas. Ele está falando em termos não-técnicos. Quando vejo a lei pura e santa de Deus, vejo minha pecaminosidade. E eu digo: "Quão pecaminoso eu sou, e quanto mais eu entendo a lei de Deus, mais vejo como estou cativo ao pecado".

Mas eu não quero que você se confunda, ele diz no versículo 17. E deixe-me apenas esclarecer isto. Não sou mais quem realmente faz isso, mas o quê? Isso não é importante? Você vê, agora ele está lhe dando uma distinção técnica. Agora - veja isto - não sou mais eu. Você quer saber de uma coisa? Não existe "não mais" na vida de um incrédulo. O que quer que tenha sido, ele ainda é. Não existe "não mais" na vida de alguém não regenerado. Não existe "não mais". Também não existem "agoras". Essa pessoa não pode dizer: "Agora eu sou diferente. Não sou mais assim." Não há nenhum "agora" e não há nenhum "não mais". Quando ele diz de ouketi, é um advérbio negativo do tempo, a partir deste ponto, algo mudou. Agora, desde que Cristo entrou em minha vida e fui redimido, não é mais o mesmo "eu" interior profundo, em um sentido técnico. Não sou mais eu o que estou fazendo isso, mas é pecado.

Você está entendendo, começando a entender a distinção que ele faz? Você deve entender isso para entender o caráter da regeneração. Ele divide os detalhes semânticos no versículo 17, não no 14. No 14, ele apenas faz uma declaração geral, no 17, ele esclarece dizendo: "Neste caso, quem faz isto já não sou eu", costumava ser eu. Quando eu podia dizer "Eu era carnal e eu estava vendido à escravidão do pecado", e isso era realmente tudo o que havia para mim. Mas agora não é mais, é apenas Gálatas 2.20 de novo, pessoal. "logo, já não sou eu quem vive" esse é o antigo eu "já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim" - não o velho eu - "e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim." Você vê, ele está dizendo: "Sou eu, mas não sou eu. É um novo 'eu'". E é o que ele está dizendo no versículo 17.

Assim, depois da salvação, a parte do homem onde o pecado reside não é mais seu interior. Já não reside no ego. Não existe mais na própria substância do que esse homem é. Ela foi recriada para ser como Cristo. E o pecado encontra sua morada residual na carne do homem, em sua humanidade. E ele diz, no versículo 18: "Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum".

Qual é a fonte do problema de Paulo? A condição, o conflito. A prova, eu não faço o que eu quero fazer, eu faço o que não quero fazer. A fonte - final do versículo 17 - o pecado que - o quê? - habita em mim, pecado residente.

Posso sugerir-lhe que há uma grande diferença entre o pecado sobrevivente e o pecado reinante? O pecado já não reina, mas sobrevive em nós. Eu vou concluir com isto. Somos como um artista não habilidoso que tem uma imagem a ser pintada, uma paisagem. Talvez ele esteja fora e veja as montanhas, as árvores e os rios. E ele tem o seu cavalete, tem todas as suas tintas. E ele está pronto para pintar essa paisagem gloriosa. O fato é que ele é um verdadeiro desastrado, e não consegue sequer pintar bonecos de palito, muito menos paisagens. Ele tem a cena a ser pintada em toda a sua majestade maravilhosa. Ele tem as tintas para pintá-la. Mas ele não tem a habilidade. Ele está debilitado por sua incapacidade física. Não é que ele não possa perceber isso. Não é que ele não tenha ferramentas disponíveis. É só que sua falta de jeito está no caminho. A culpa não é do cenário, não é mesmo? Nada de errado com o cenário. A culpa não é nem mesmo da tinta. A falha é da incapacidade do artista. E é aí que o cristão encontra sua frustração.

Eu acredito que é aí que chegamos ao ponto em que pedimos ao Artista Mestre que coloque a sua mão sobre a nossa, para segurar nossa mão enquanto seguramos o pincel e pintamos os traços que nós, independentes dele, nunca poderíamos pintar. E é por isso que temos de perceber que a vitória que experimentamos vem somente quando nos entregamos a quem pode superar a carne.

Em Gálatas - e fecho com este versículo - 5.17: "Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer." Soa familiar? Assim como Romanos 7.

Você diz: "Bom, eu conheço essa batalha. Como você a vence?" Volte um versículo: "andai no Espírito e jamais satisfareis" o quê? "à concupiscência da carne." Eu acredito que o Espírito pode nos dar a vitória. Mas deixe-me avisá-lo, quanto mais vitória você tiver, quanto mais você amadurecer em Cristo, quanto mais você vir a justiça vencendo o pecado, mais você reconhecerá a pecaminosidade do pecado e tanto mais você se encontrará em Romanos 7. É um lugar para pessoas totalmente comprometidas e inteiramente abandonadas, cujo desejo mais profundo é cumprir toda a lei de Deus, e elas estão em grande angústia porque não podem fazê-lo. E clamam: "Desventurado homem que sou!" versículo 24 - "Quem me livrará" do quê? "do corpo" Os termos são sempre consistentes. "Quando vou me desfazer desta bagagem e chegar à glória, e cumprir eternamente a lei de Deus?"

Esse é o primeiro lamento. Tem mais dois vindo aí. Vamos orar.

Nosso Pai, nós agradecemos a Ti esta noite por esta passagem muito perspicaz que nos abre o coração e nos ajuda a ver a luta. Nós agradecemos a Ti, ó Deus, que somos novos em Cristo. Pensamos nas palavras do apóstolo Paulo para a igreja de Corinto, quando escreveu: "Se alguém estiver em Cristo, ele é uma nova criação. As coisas antigas já passaram, eis que todas as coisas se tornaram novas." E nós sabemos, Pai, que na nova natureza todas as coisas são novas, que no novo "eu" que somos em Cristo, tudo é novo e há justiça lá.

Mas, ó Pai, a carne, o corpo desta morte, nossos membros, este corpo mortal com seu caráter carnal residual, trava e causa uma batalha. Ajuda-nos a saber que não é culpa da lei. A lei é santa, justa e boa. É culpa do pecado.

E, Deus, nos dê o desejo de coração de cumprir toda a Tua boa lei, para ver o pecado derrotado. E sabemos que isso acontece quando andamos no poder do Espírito, nos entregamos a Ele, saboreando a doçura da vitória até o dia em que Jesus vier e nos libertar do corpo desta morte, e nos tornarmos tudo o que devemos ser em Tua presença gloriosa.

Mantenha nossos corações abertos enquanto continuamos por este capítulo, para que possamos ouvi-Lo falar. Agradecemos em nome de Cristo. Amém.

FIM

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