
Abra sua Bíblia comigo em Filipenses, capítulo 2, enquanto continuamos em nosso estudo desta grande epístola. Leremos os versículos 12 e 13 deste grande segundo capítulo. E começamos a dar uma olhada nestes dois versículos na semana passada. Continuaremos nesta semana e concluiremos na próxima semana. A riqueza do que está neste tremendo texto exige nosso pensamento cuidadoso.
Você sabe, tudo na vida basicamente que é realizado, exige energia. Foi preciso energia para você sair da cama nesta manhã. Foi preciso energia para você produzir o que quer que você tenha comido no café da manhã. Foi preciso energia para você chegar aqui por qualquer meio de transporte que você tenha usado. Tudo se move em virtude da energia. Isso é verdade também na dimensão espiritual. E nós estamos olhando para a questão relacionada a esta passagem em particular: qual é a energia que provoca a santificação? Qual é a energia que provoca uma vida de santidade? Qual é a energia que impulsiona a justiça? Qual é a energia que causa uma vida frutífera? Qual é a energia que resulta em progresso espiritual? E temos olhado para essa questão muito importante porque é exatamente isso que o apóstolo Paulo trata nesses dois versículos.
Você se lembra que, na semana passada, sugerimos a você que houve duas respostas para a pergunta em parte. Alguns dizem que a energia para o progresso espiritual é tudo de Deus. De fato, historicamente, essas pessoas são chamadas quietistas. Elas acreditam que, com efeito, o cristão fica quieto no processo de crescimento espiritual. Ele ou ela não fornece basicamente nenhuma energia para o processo, e que a chave é render-se, entregar-se, morrer para si mesmo, mortificar a si mesmo, colocar sua vida no altar. Que basicamente não fazemos absolutamente nada, é tudo de Deus. Há também um grupo de pessoas que vieram a ser conhecidas como pietistas, que adotaram o ponto de vista oposto em certo sentido aos quietistas, e disseram: “Não, o progresso espiritual é energizado pelo crente. Devemos ser devotos, devemos estar comprometidos, devemos ser diligentes, devemos ser,” e aqui estava a palavra-chave deles, “auto e espiritualmente disciplinado. É preciso todo o nosso esforço para realizar a santificação.”
Notamos na semana passada que, se lermos apenas o versículo 12, poderíamos pensar que Paulo era pietista. Se lermos apenas o versículo 13, poderíamos pensar que ele era um quietista. Então, vamos ler os dois, e vamos ver a verdade: “Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor.” Isso soa um pouco como os pietistas: exercite sua própria salvação. Cabe a vocês, ele parece estar dizendo. Veja o versículo 13: "porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.” O versículo 13 soa exatamente o oposto. Soa como se tudo fosse Deus, disposto e fazendo o que quer que seja em você.
Agora, depois de ler esses dois versículos, e considerar as duas visões opostas, podemos concluir que essa é uma questão bastante complexa a ser resolvida. Mas esse não é o caso. Paulo resolve isso de maneira muito simples. Ele diz, no versículo 12, que é tudo você, e no versículo 13, que é tudo Deus. O que ele não faz é harmonizar isso. Muito simplesmente, toma tudo o que somos e tudo o que Deus é. Simplesmente, exige que eu me comprometa diariamente com o serviço de Jesus Cristo com todas as faculdades que possuo e, ao mesmo tempo, tudo o que é realizado dentro de mim é obra de Deus. A resposta é: é tudo de nós e é tudo de Deus.
Não deveríamos nos surpreender por encontrar esse misterioso paradoxo em matéria de santificação; nós o encontramos de muitas outras maneiras também nas Escrituras. Se voltarmos, por exemplo, à questão da encarnação, ficamos impressionados com o mistério do fato de que Jesus Cristo era o Filho do Homem, totalmente homem, e que tudo o que ele realizou em sua vida, ele fez como homem. Ele falou com a voz de um homem, ele andou com os pés de um homem, ele fez milagres com as mãos de um homem, ele pensou com a mente de um homem, ele viu com os olhos de um homem, ele ouviu com ouvidos de um homem, ele sentiu com o coração de um homem. E, no entanto, ao mesmo tempo, ele era todo Deus. Ele era o Deus-Homem, a união insondável da divindade e da humanidade, sem perda para nenhum dos dois. Não nos surpreendemos também em encontrar o mesmo misterioso paradoxo em matéria de inspiração. Nós compreendemos, por exemplo, que Filipenses foi escrita pelo apostolo Paulo. É o seu vocabulário, é o coração dele, é a mente dele, são os pensamentos dele, são os raciocínios dele, a lógica dele, a paixão dele, a preocupação dele. É tudo de Paulo e, no entanto, toda palavra é inspirada pelo Espírito Santo. Como é possível? Mas é assim.
Nós temos a mesma situação quando pensamos sobre a salvação. A salvação exige deixar o pecado e abraçar o Senhor Jesus Cristo. A salvação exige um ato da vontade humana em que o pecador se arrepende, coloca a fé na pessoa e na obra de Cristo. E, no entanto, é tudo de Deus, que o escolheu antes da fundação do mundo e efetuou essa salvação por meio da graça soberana. Encontramos a mesma coisa na perseverança de um crente. Estamos eternamente seguros porque estamos seguros com Cristo nas mãos de Deus, porque Deus planejou isso de forma que ninguém pode trazer alguma acusação contra nós; Deus não irá ouvi-la. Ninguém pode condenar os eleitos de Deus. É Deus quem os justifica. É Cristo que nos representa. E ainda que seja tudo Deus em termos de nossa segurança, é tudo nós em termos de nossa perseverança. E a Bíblia diz que, se não formos fiéis para continuar até o fim, não herdaremos a vida eterna. É preciso tudo de nós e tudo de Deus, e aí está o paradoxo divino repetido de muitas maneiras diferentes.
E assim, quando chegamos a essa questão de santificação ou vida espiritual, não nos surpreendemos em descobrir que é tudo nós e tudo dele. Nós também não deveríamos nos surpreender, porque esta não é a primeira vez que tal verdade foi dita nas Escrituras. Primeira aos Coríntios, capítulo 15, pode ser um lugar para começar, olhando brevemente para algumas outras passagens. Ouça isto, 1Coríntios, versículo 10, Paulo diz: “Mas pela graça de Deus sou o que sou,” e ele está falando espiritualmente ali, falando não apenas sobre sua salvação, mas também sobre seu desenvolvimento espiritual. “Pela graça de Deus sou o que sou neste momento, como cristão, como mestre da verdade de Deus, como apóstolo chamado, sou o que sou pela graça de Deus. E sua graça para comigo não se mostrou inútil. Deus me fez o que sou.”
Agora, isso soaria a princípio como se Paulo fosse um quietista. Mas então ele diz isto: "Mas eu trabalhei mais do que todos eles." Em outras palavras, há uma realidade aqui que Paulo é o que ele é porque Deus fez dele o que ele é, mas ele é o que ele é porque ele trabalhou mais do que qualquer outra pessoa. E então, ele fecha o versículo, voltando para onde ele começou e dizendo: "Mas não eu, mas a graça de Deus comigo." Eu sou o que sou porque a graça de Deus me fez assim, mas também porque trabalhei mais do que todos os outros. Em outras palavras, ele está dizendo: eu alcancei o nível de desenvolvimento espiritual que tenho por causa de Deus e por causa do meu próprio esforço.
Olhe comigo no capítulo 2, de Gálatas, e aqui encontramos Paulo dando testemunho novamente à mesma coisa. Ele diz isto, no versículo 20, de Gálatas 2, um texto muito familiar: "logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim.” Agora, este é um versículo favorito do ponto de vista quietista, os Keswicks, a vida mais profunda, as pessoas de vida superior. Eu fui crucificado com Cristo, portanto estou morto. Quando você é crucificado, você morre. Então, não sou mais eu que vivo, mas Cristo vive em mim. Em outras palavras, Paulo parece bastante quietista neste momento. Ele está, com efeito, dizendo: não sou eu, é Cristo. Qualquer que seja a vida que eu viva, eu estou morto para ela, Cristo vive.
Então, tendo dito isso, ele diz o seguinte: “E a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé no Filho de Deus que me amou e entregou a si mesmo por mim.” Na primeira metade do versículo, ele diz: eu morri, Cristo vive. Na segunda metade: ele diz: e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus. E, novamente, se você ler apenas a segunda metade, poderá concluir que ele era um pouco pietista. A vida que agora vivo na carne, vivo pela fé. Ele não vive, e então ele vive. Não é nada dele e é tudo dele. Em Colossenses, quando ele nos dá uma visão da direção e objetivo máximo de seu ministério, no capítulo 1, ele diz, no versículo 28, que seu objetivo ao ministrar era advertir a todo homem e ensinar a todo homem em toda a sabedoria, a fim de apresentar todo homem perfeito em Cristo, Colossenses 1.28; o objetivo de Paulo, no ministério, era apresentar os homens perfeitos ao Senhor. Então, no versículo 29, ele fala sobre a energia. “E para esse propósito também trabalho, trabalho muito.” Um verbo muito forte, tendo a ver com esforço intenso. Poderia ser traduzido assim: “Para este propósito, eu faço o máximo esforço, empenhando-me, agonizando de acordo com o seu poder que opera poderosamente dentro de mim.” O mesmo equilíbrio maravilhoso e um tanto misterioso. É tudo de mim; é tudo Dele.
Talvez eu possa lhe dar uma ilustração para ajudar na sua compreensão. Mentalmente, volte ao capítulo 14, de Êxodo, para Moisés. Você não precisa abrir lá para isso. Pense um pouco nisto comigo por um instante. O exército do Faraó está atrás dele, e o mar Vermelho está bloqueando seu caminho. O desejo do Faraó é destruir os filhos de Israel, e o mar Vermelho irá provar o afogamento deles, se eles se moverem para dentro dele. Mas Moisés estava tão confiante, embora estivesse nessa armadilha, tão confiante de que o Senhor daria a vitória para ele e para o povo de Deus que, no versículo 13, de Êxodo 14, ele grita ao povo, e é isto o que ele diz: “Não temais; aquietai-vos e vede o livramento do Senhor que, hoje, vos fará.” Não tenham medo, fiquem parados e vejam a salvação do Senhor. Essa foi uma grande fé, mas esse foi um mau conselho. Desculpe, Moises, você entendeu pela metade. Bom, para esse tipo de fé, mau conselho. Porque o Senhor imediatamente atirou de volta do céu e disse: “Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem.” Eu gosto disso. Não é para ficarem parados e verem a salvação do Senhor. É o quê? Vão em frente e vejam a salvação do Senhor. Deus daria a vitória, e ele a daria de tal maneira que ninguém poderia negar que foi ele quem fez isso. E de tal maneira que nunca poderia ter sido feito com qualquer ajuda do homem, mas ele não iria fazê-lo até que os israelitas avançassem. Que analogia é essa! Porque é precisamente isso que Paulo está dizendo para nós aqui na dimensão espiritual. Não é para ficar parado e ver a vitória do Senhor. Não é render-se, entregar-se, deixar Deus fazer. É mover-se e ver a vitória do Senhor.
Assim, concluímos que há apenas dois pontos nesses dois versículos. Ponto número um, versículo 12: o cristão agindo. Ponto número dois, versículo 13: Deus agindo.
Vamos voltar ao nosso primeiro ponto, que introduzimos da última vez. No versículo 12, Paulo diz basicamente que o cristão deve agir. De fato, a principal declaração do versículo 12, o verbo principal e a ideia principal, é encontrada no final do versículo 12: “desenvolvei a vossa salvação.” Isso é um imperativo presente; significa que é uma ordem de força contínua: continuamente desenvolva sua salvação. Isso é uma ordem. Por favor observe, ele não está dizendo trabalhe em sua salvação. Ele não está dizendo melhore sua salvação. Ele não está dizendo trabalhe pela sua salvação. A salvação é um dom da graça, não do quê? De obras. Você não está trabalhando por ela, você não está trabalhando nela para melhorá-la, você não está trabalhando para que ela funcione, você a está simplesmente desenvolvendo. E notamos da última vez, em grande detalhe, ao estudarmos essa frase, que o que ele quer dizer é produzir do lado de fora de sua vida aquilo que foi plantado no interior, para tornar visível em sua conduta aquilo que é verdade em sua natureza redimida. O que Deus realizou por meio da salvação, você deve desenvolver por meio da santificação. E observe, por favor, que ele diz: “desenvolvei a vossa salvação.” E isso, a propósito, é enfático na ordem grega aqui. Desenvolva seus próprios meios sem mim, além de mim, além da minha ajuda. Aliás, além da ajuda de qualquer outra pessoa. Há uma individualidade definida nessa ordem.
Também notamos que o conceito de desenvolver sua própria salvação fala da salvação em sua realidade dimensional. Isso quer dizer que fomos salvos, estamos sendo salvos e seremos salvos. Há ainda uma dimensão futura da salvação que ainda não chegou a acontecer, aquela salvação completa e final que nós experimentaremos na redenção de nosso corpo na glorificação quando nos encontrarmos com Jesus Cristo e nos tornarmos como ele. Assim, ele está dizendo “desenvolva a sua salvação” com continuidade no sentido de que você está trabalhando para a forma final da sua salvação. Então, notamos que ele tinha as duas coisas em mente quando analisamos mais de perto os termos aqui. Desenvolva continuamente até chegar à expressão final completa de sua salvação. Ele está aqui pedindo esforço máximo. O conceito de desenvolver significa ter um compromisso intenso. Ele está pedindo muito esforço.
E assim, concluímos, da última vez, que nós, como crentes, devemos dar o máximo de esforço ao progresso espiritual, esmurrando ocasionalmente nossos corpos em sujeição, como Paulo diz, em 1Coríntios 9.27: boxear, esbofetear, guerrear, marchar, correr com perseverança. Isso exige todo o nosso esforço, o esforço de todas as nossas faculdades. E é por isso que o apóstolo Paulo, em Romanos 12, diz que devemos apresentar nossos corpos em sacrifícios vivos, e devemos permitir que nossas mentes sejam transformadas para que possamos conhecer e fazer a vontade de Deus, que é sempre perfeita. Exige a plenitude do esforço. O próprio fato de que o Novo Testamento está repleto de mandamentos para o crente pressupõe que o crente tem tanto a responsabilidade quanto o recurso para responder.
Como normalmente faço, eu estava lendo na semana passada uma biografia de um grande homem de Deus, era o C.T. Studd, uma parte de sua vida. Este homem foi um homem muito talentoso e incomum que fez grandes sacrifícios para ir ao campo missionário em um tempo muito primitivo. E uma noite, quando ele e um colega estavam hospedados em uma instalação bem degradada, um lugar muito desconfortável, e estava muito frio, e eles não tinham o calor adequado, foi difícil dormir por causa do desconforto que havia ali, seu colega acordou no meio da noite, e encontrou C.T. Studd sentado, tremendo um pouco em um cobertor com o qual havia se enrolado, apoiado contra as duas paredes na quina do quartinho. E à luz de velas, ele estava lendo sua Bíblia. E de acordo com o biógrafo, seu colega perguntou por que ele estava tão estranhamente ocupado no meio de uma noite fria, ao que Studd respondeu com estas palavras: “Senti que algo estava errado na minha relação com o Senhor, e por isso estou lendo, através de todo o Novo Testamento para verificar todas as ordens para mim no caso de eu ter violado inadvertidamente qualquer uma delas.”
Uma abordagem bastante séria, você não acha, para sua vida espiritual. Não exatamente largue a mão e deixe Deus. Aqui estava um homem muito preocupado com sua vida espiritual, apoiado em um canto, com uma vela, em uma noite fria e escura, envolto em um cobertor, lendo todo o Novo Testamento, se por acaso ele pudesse encontrar alguma ordem que ele talvez tivesse violado porque há em algum lugar uma falha em sua relação com o Cristo vivo. Esse é o tipo de dedicação necessária para fazer a diferença. É o que Paulo tinha em mente quando disse: "Trabalhei muito mais do que todos eles.” Sim, é a graça de Deus; sim, é um esforço máximo. E o que destacou C.T. Studd, cabeça e ombros acima de outros homens de sua idade que nomeiam o nome de Cristo, não foi a simples, única e isolada graça de Deus, mas foi a graça de Deus e o tipo de devoção que mantém um homem a noite toda lendo todo o Novo Testamento, buscando encontrar algo que possa ter violado, que possa aumentar a plenitude de seu relacionamento com Deus. E assim, Deus está chamando todos nós para desenvolver aquilo que está em nós com a maior parcela de diligência.
Agora, quero ser muito prático, porque acho que Paulo está sendo aqui. E eu quero lhe dar os elementos que o ajudarão a fazer isso, porque ele nos dá cinco deles neste versículo. Cinco coisas que você precisa entender para ajudá-lo a desenvolver sua salvação com diligência e fidelidade reais. Número um, você deve entender o seu exemplo. Você deve entender o seu exemplo. Observe que o versículo 12 começa com uma partícula pequena no grego. É traduzida por "Assim," mas é a pequena partícula hôste. É uma partícula usada na língua grega para extrair uma conclusão de uma seção anterior. E então, ele está realmente colocando nessa pequena palavra da língua portuguesa - “assim” - tudo o que foi dito dos versículos 5 ao 11. E então, e o que encontramos antes disso? Encontramos Jesus Cristo, no versículo 5. Ele é apresentado ali como o modelo de humildade, como modelo de obediência, como modelo de submissão. Porque foi Cristo Jesus que não se apegou a ser igual a Deus. Foi Cristo Jesus, no versículo 7, que se esvaziou e se tornou servo. É Cristo Jesus, no versículo 8, que se humilhou, até ao ponto de morrer em uma cruz. Foi Cristo Jesus que assim foi exaltado por Deus, a quem foi dado um nome que está acima de todo nome, que vimos ser o nome Senhor, o nome soberano.
Você vê, é Cristo Jesus que é o modelo. E ele diz: "Assim, desenvolva a sua própria salvação.” O que você quer dizer com "Assim?" Assim como você viu o exemplo de como uma pessoa salva deve ser, à luz do fato de que ele era obediente, seja como ele. À luz do fato de que ele foi humilhado, seja como ele. À luz do fato de que sendo humilhado ele foi então exaltado, conte essa promessa como sua. Assim, Paulo está dizendo que já que Jesus Cristo lhe deu o exemplo da humilde obediência a Deus, já que Jesus Cristo lhe mostrou o que é submissão, já que Cristo lhe mostrou o caminho da exaltação, então você deve seguir o seu padrão. Seja como ele.
E eu não preciso dizer isso a você, preciso? Que a substância de sua dedicação espiritual é realmente e claramente definida em ser como Jesus Cristo. É por isso que Paulo disse aos gálatas que ele estava em trabalho de parto, ou dor, até que Cristo fosse totalmente formado neles. É por isso que João diz que se você disser que habita em Cristo, você deve andar pelo caminho que ele anda. Ele é seu exemplo. Assim, desenvolva sua própria salvação para que, no processo, deseje, anseie e busque a semelhança de Cristo.
Há uma segunda coisa que você precisa entender aqui. Você precisa entender que você é amado. Você precisa entender que é amado. Sabe por quê? Porque no processo de tentar desenvolver a sua salvação e ser tudo o que você pode ser, você vai falhar. E eu não acho caprichoso que o apóstolo Paulo diga no versículo 12: “Assim, pois, amados meus.” Havia uma paciência em seu coração que refletia a paciência de Deus. Havia uma misericórdia e uma graça em seu coração para com as pessoas que ele amava e servia e chamava seus filhos na fé, uma paciência que representava a paciência no coração de Deus. Havia uma misericórdia em Paulo que era a misericórdia de Cristo. Havia uma graça em Paulo que era a graça de Cristo. E quando ele diz para eles "meus amados,” ele estava dizendo que há algum espaço no meu relacionamento com vocês, algum espaço para o seu fracasso.
Havia Evódia e havia Síntique, e elas estavam brigando entre si. Havia obviamente algum orgulho na igreja filipense; senão ele não teria falado de humildade tão fortemente. Havia alguma discórdia e desunião. Mas em tudo isso, eles ainda eram seus amados. Não apenas uma vez, mas de volta ao capítulo 1, versículo 8, ele disse: “Anseio por todos vocês com o afeto de Jesus Cristo.” Este amor que ele tinha por eles era um amor que ia do seu coração até a área visceral, como a palavra grega expressa. Ele sentia sua afeição. Ele afirma que eles são seus amados novamente no capítulo 4, versículo 1, mesmo quando ele expressa um corretivo para eles, particularmente duas mulheres que estavam fora de harmonia: "Portanto, meus amados irmãos, a quem eu anseio.” Havia um profundo afeto. E nesse amor e nessa afeição havia espaço para o fracasso. E isso reflete o coração de Deus.
Você não é feliz, como cristão que, enquanto desenvolve sua própria salvação, há algum espaço? Você não está feliz por ser amado por Deus? E que dentro da estrutura desse amor há perdão, há misericórdia, há graça, e há restauração? Você não está feliz por não servir ao tipo de Deus que as divindades do paganismo representam? Você não está contente por não viver sob a escravidão do medo àquelas divindades que não podem ser apropriadamente apaziguadas porque não há graça? Entenda que você é amado. Esta não é uma ordem abusiva. Esta não é uma diretriz militar indiferente. Este é o coração de amor apaixonado de um pastor, dizendo ao seu povo: “Eu me preocupo com vocês. Eu compreendo. Há algum espaço para o fracasso,” e assim ele reflete o coração de Cristo. Então, ao desenvolver sua salvação, entenda seu exemplo e entenda que você é amado.
Em terceiro lugar, entenda o lugar da obediência. Entenda o lugar da obediência. Ele diz, no versículo 12: " Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes." Assim como vocês sempre obedeceram. E, portanto, ele identifica um padrão de conduta na vida espiritual muito parecido com Efésios 2.10, onde ele diz que Deus nos ordenou a andar em boas obras. Veja, a vida cristã é basicamente um padrão de obediência. A propósito, a palavra "obedecer," aqui, vem do verbo grego hupakouō, e a razão pela qual menciono o termo é porque obtemos a palavra “acústico” de akouō, que significa obedecer a algo que você ouviu. A pequena preposição hupo, na frente, significa “debaixo,” depois de ouvir, coloque-se debaixo. Assim, ele fala de se submeter a algo que você ouviu. E ele está dizendo basicamente que você sempre teve essa atitude. Você pode voltar ao 16º capítulo do livro de Atos, e descobrirá que quando Paulo veio à região de Filipos, ele pregou o evangelho, e Lídia ouviu. Ela não apenas ouviu, mas creu, e diz que o Senhor abriu seu coração. E mais tarde ele pregou, você se lembra, versículos 32 e 33, o evangelho ao carcereiro filipense e a toda a sua família, e eles também ouviram e também creram.
Em ambos os casos, enquanto a igreja de Filipos estava nascendo, havia obediência. Você diz: "Em que sentido?" Eles obedeceram à palavra que ouviram. E qual é a palavra do evangelho? Creia no Senhor Jesus Cristo e você será salvo. A palavra do evangelho vem e diz: "Afaste-se do seu pecado e volte-se para Cristo.” Pare de seguir a si mesmo e siga o Senhor Jesus. Isso é uma ordem. Nós não pensamos nisso como tal, mas é. O evangelho é uma ordem, você entende isso? “Creia no Senhor Jesus Cristo” é um imperativo. Quando o Pai disse: “Este é o meu Filho amado, a ele ouvi,” ele estava falando sério. Deus ordena ao mundo que ouça a Cristo. Cristo ordena ao mundo que creia. Os apóstolos e os pregadores ordenam ao mundo que creia em Cristo, para que qualquer momento de salvação seja um momento de obediência a uma ordem.
Muitas vezes falamos sobre compartilhar nossa fé. Nós raramente conversamos sobre ordenar as pessoas a crerem. Estamos fazendo mais do que compartilhar algo, estamos reiterando uma ordem. “Este é o meu Filho amado. Ouça-o." Creia, arrependa-se, siga-me. É precisamente por isso que o apóstolo Paulo articula o apostolado como um chamando os gentios, Romanos 1.5, à obediência da fé. A fé é um ato de obedecer ao mandamento de se arrepender e crer. E então conduz a pessoa a uma vida de obediência, de modo que a característica da vida de um cristão é a obediência a Deus, a obediência a Cristo. E assim, diz Paulo, vocês sempre obedeceram.
Às vezes, sua obediência é esporádica. Há momentos de desobediência pelos quais você está feliz por entender que é amado, como acabamos de observar. Mas, no entanto, nossa vida espiritual é caracterizada pela obediência. Em 2Tessalonicenses, capítulo 1, você se lembra do versículo 8, onde fala sobre a retribuição que virá contra os ímpios, quando Jesus voltar do céu com seus anjos poderosos em chamas de fogo? Paulo diz: “Tomando vingança contra os que não conhecem a Deus” – ouça isto - “e contra os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus.” Veja, receber a Cristo é um ato de obediência a uma ordem divina. E nesse sentido, se não houvesse outro sentido, você sempre na salvação está reconhecendo Jesus como Senhor, porque você, ao crer, está se submetendo a uma ordem. E isso inicia uma vida de obediência.
No capítulo 3, de 2Tessalonicenses, e no versículo 14, diz: “Caso alguém não preste obediência à nossa palavra dada por esta epístola,” e Paulo está ali conversando com os crentes, e assim entendemos que, embora tenhamos sido salvos por um ato de obediência para uma vida de obediência, é possível sermos desobedientes. E é por isso que ele diz: “Assim como vocês sempre obedeceram, eu quero que vocês façam muito mais,” e nós entraremos nessa declaração a seguir. Assim, devemos entender que somos chamados a uma vida de obediência. Esse é o padrão da nossa vida desde o momento da salvação.
Você se lembra do que Pedro disse, em 1Pedro? Assim não pensamos que Paulo é o único que deu essa mensagem. Ele diz que somos escolhidos, 1Pedro 1.2, de acordo com a presciência de Deus Pai, pela obra santificadora do Espírito, a fim de que você possa obedecer a Jesus Cristo. Esse é o coração da nossa experiência cristã. Somos chamados à obediência. É por isso que na Grande Comissão somos mandados a fazer discípulos indo e ensinando-os a observar todas as coisas que eu tenho o quê? Vos ordenado. É uma vida de obediência. A salvação é uma ordem, e toda a obediência é articulada nas Escrituras como uma série de ordens. A definição básica de nossa vida espiritual é que estamos sob ordens para obedecer a um comandante. Não entender isso é não compreender o elemento mais básico da salvação. É um ato de obediência.
Portanto, se quisermos desenvolver nossa salvação, é necessário que compreendamos nosso exemplo, Cristo, para que saibamos como devemos ser; entender que somos amados, que temos espaço para fracassar e sermos restaurados novamente na graça; entender, no entanto, que somos chamados à obediência.
Em quarto lugar, Paulo nos ajuda aqui nesta questão de desenvolver a nossa própria salvação, deixando-nos saber que precisamos compreender nossos recursos pessoais e responsabilidade. Somos muito propensos, como pecadores, a culpar outras pessoas por nossos problemas, isso não é verdade? Somos autojustificáveis. Então, ele nos lembra aqui que somos responsáveis porque temos os recursos pessoais para nosso próprio bem-estar espiritual. Em termos simples, ele diz isto muito claramente: “Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença” - parousia - "porém, muito mais agora, na minha apousia." Em outras palavras, ele diz: “Veja, eu vi o padrão de obediência quando estive aí. Quero ver muito mais agora que não estou aí.” A suposição aqui é que eles precisam fazer isso por conta própria. É por isso que no início do versículo, ou mais tarde no versículo, ele diz: “desenvolvei a vossa salvação;" vocês não precisam de mim.
Eles o amavam. De volta ao capítulo 1, versículos 7 e 8, ali nos diz que o laço de afeição entre eles era muito forte. Eles tinham, de fato, como salientamos há muitos meses quando estudamos essa seção, um relacionamento muito singular. Eles amavam aquele homem. Nunca houve naquela época, e talvez nunca, na história da igreja, um homem de Deus maior do que Paulo. Certamente nunca houve um mestre maior da Palavra de Deus, porque ele recebeu a inspiração em muito do que ele disse, que se tornou uma grande parte do Novo Testamento, pelo menos 13 cartas. Este é um homem singular de Deus que poderia, se alguém pudesse, construir uma tremenda dependência, e ele o fez. Houve alguns que disseram, como observamos em Corinto: “Eu sou de Paulo.” Você poderia se tornar muito dependente de sua força. Você quase podia se apoiar nele ao ponto de que, se ele se movesse, você cairia.
Mas quando ele escreve esta carta, ele está encarcerado como um prisioneiro, e ele está dizendo a eles: "como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, vocês podem não me ter novamente." Eu vi a obediência de vocês quando eu estive aí. Eu quero ver mais dela agora que eu fui embora. De fato, vocês devem obedecer ainda mais agora que eu me fui, porque vocês deveriam ter progredido até aquele ponto por causa de tudo que eu lhes ensinei. E o ponto que quero que você entenda é que eles tinham o dever e a responsabilidade, porque tinham os recursos para desenvolver sua própria salvação.
Às vezes você vai ouvir alguém dizer: “Bem, fulano não é um cristão muito forte, mas afinal, olhe para a igreja em que está. Fulano não é um cristão muito forte, ele não recebe um bom ensino. Bem, você sabe, fulano tem muito pecado em sua vida, mas ele nunca foi exposto a bons livros, e nunca ninguém o discipulou.” E eu direi a vocês que encontrei pessoas nos cantos remotos do mundo que conhecem e amam o Senhor Jesus Cristo, e andam em profundidade e maturidade espiritual, e podem estar quase absolutamente sozinhos em um mar de paganismo como missionários. Mas o amor deles por Cristo é profundo, consistente e poderoso. E o testemunho deles é puro e limpo. Por quê? Porque eles têm neles o Espírito Santo de Deus. É um grande benefício estar em um ambiente onde sua vida espiritual é estimulada, mas às vezes se torna um ambiente onde sua vida espiritual é artificialmente sustentada.
As pessoas me fazem a pergunta o tempo todo: "O que você acha que aconteceria com a Grace Church se você fosse embora?" Suponho que gostaria de escrever uma carta e dizer: "Vocês obedeceram na minha presença, agora muito mais na minha ausência também.” Porque é irrelevante, realmente em um sentido, quem é seu pastor. Esse tempo inevitavelmente virá quando eu não estiver mais naquele lugar. Mas, nunca há um momento em sua vida espiritual quando você não é responsável pelo progresso, porque você tem os recursos. Você entende isso? E enquanto você pode se considerar rico por estar em um ambiente estimulante, você não pode culpar nenhum de seus defeitos pela ausência de tal ambiente. Há cristãos em todo o mundo que nem sequer sonhavam com esse tipo de sistema de apoio espiritual, e ainda assim, nos envergonhariam por sua devoção. É uma linha tênue entre ser uma força e se tornar um suporte para sua fraqueza.
E eu entendo isso, e eu entendo como é fácil tornar-se dependente da força espiritual de outra pessoa. Mas Paulo não permitirá que isso aconteça. Ele diz: "Quero ver mais obediência na minha ausência, mais até do que vi na minha presença.” Vocês devem ser independentes do seu mestre. Vocês devem ser independentes de seu pastor, seu professor da escola dominical, seu discipulador quando se trata de viver sua vida espiritual.
Volte ao capítulo 1, versículo 27, onde ele introduziu esse conceito. Ele disse: “Vivei, acima de tudo, por modo digno do evangelho de Cristo, para que, ou indo ver-vos ou estando ausente, ouça, no tocante a vós outros, que estais firmes em um só espírito, como uma só alma, lutando juntos pela fé evangélica.” Se eu estou por perto ou não, é o que eu quero ouvir. Por quê? Porque você deve entender que você tem a responsabilidade e os recursos para desenvolver a sua própria salvação.
Então, se nós, como crentes, trabalharmos do lado de fora o que temos no interior, e fizermos isso com continuidade até que a plenitude da salvação seja revelada quando virmos a Cristo, significa que temos de entender nosso exemplo, que é Jesus Cristo. Temos de entender que somos amados, para não nos tornarmos desanimados quando falhamos. Temos de entender que fomos chamados para uma vida de obediência, e temos de entender que temos a responsabilidade porque temos os recursos para o nosso desenvolvimento espiritual.
Em quinto e último lugar, há outra coisa que quero que você entenda, ele diz, e é isso: Eu quero que você entenda a consequência do pecado. Embora haja espaço para você falhar, e ser perdoado e amado, você também deve entender a consequência do seu pecado. E assim, ele fecha o versículo com esta afirmação: "desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor." A palavra "temor," no grego, phobos; de onde temos fobia. A palavra "tremor,” tromos; de onde temos trauma. Desenvolva sua salvação com fobias e traumas. O que ele está dizendo aqui? Ele está dizendo que deveria haver um medo saudável em seu coração de ofender a Deus. Deveria haver um tremor. Tromos significa um tremor. Deve haver um tremor quando você contemplar as consequências de tal ofensa. Esta é uma reação adequada. É uma reação adequada à nossa fraqueza e nossa inadequação. É uma ansiedade saudável fazer o que é certo. O medo significa piedade piedosa, crescendo a partir do reconhecimento de nossa fraqueza e do poder da tentação. Você entendeu essas duas coisas? Ela surge do medo de nossa fraqueza e do medo do poder da tentação. É um medo saudável que o coloca em guarda para que você não tropece e perca sua alegria, de forma que você não ofenda aquele que você supremamente ama, de modo que você não viole seu testemunho a um mundo incrédulo, de modo que você não negue sua utilidade no corpo de Cristo e no ministério. Temor e tremor é uma reação apropriada à nossa fraqueza e ao poder da tentação.
Deus está desejoso disso. Na verdade, eu li para você muitas vezes, no Salmo 111, o que está em Provérbios: “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria.” Mas ouça o que diz em Isaías 66. Isto é do Senhor: “Assim diz o Senhor:” - versículo 1 - "O céu é o meu trono, e a terra, o estrado dos meus pés. Que casa, então, vocês poderiam construir para mim?” O que vocês farão por mim? Onde vocês vão me colocar? O que vocês vão me oferecer? O que eu quero de vocês? “Porque a minha mão fez todas estas coisas, e todas estas coisas vieram a existir, declara o Senhor.” Então, ele diz isto: “O que eu quero de vocês? Eu vou lhes dizer o que eu quero. Mas eis para quem olharei: para o aflito e abatido de espírito e que treme diante da minha palavra.” Vocês querem saber o que eu estou procurando? Vocês querem saber o que podem me dar? Vocês podem tremer diante de minha Palavra. O versículo 5 diz: “Ouvi a palavra do Senhor, vós, os que a temeis.” Isso se torna, então, realmente um título para um crente, um tremedor diante da Palavra de Deus. Você treme com a Palavra de Deus? Você tem um medo saudável de desonrá-lo, porque você não quer desonrar quem você ama, porque você não quer trazer sobre si mesmo castigo, porque você não quer ferir o seu testemunho para o mundo que assiste, porque você não quer negar seu ministério eficaz para a igreja? Veja, desenvolver a nossa salvação é difícil. Isso é difícil para mim. É difícil. E o fracasso é muito possível. E uma das coisas que retarda esse fracasso é um medo saudável: um respeito, um respeito a Deus. Não estou falando sobre o medo de estar condenado, o medo do tormento eterno. Não estou falando de um desespero ou desânimo sem fim. Estou falando de uma reverência que motiva.
Escrevendo sobre Provérbios, Wardlaw escreveu estas palavras, e acho que o parágrafo é muito instrutivo. Ele diz: “Esse medo é a desconfiança de si mesmo. É a ternura de consciência. É a vigilância contra a tentação. É o medo em que a inspiração se opõe à arrogância na admoestação, não ser arrogante, mas temer. Toma cuidado para não cair. É uma apreensão constante do engano do coração e da ardilosidade e do poder da corrupção interior. É a cautela e a circunspecção que timidamente se retraem do que quer que ofenda e desonre a Deus e ao Salvador.” E Salomão disse em um enigma estranho: "Feliz é o homem que teme." Isso é interessante, não é mesmo? Seja qual for o tipo de medo, é o tipo que faz você feliz. É um medo santo e saudável.
Nós, como aqueles que carregam o nome de Jesus Cristo, que dizemos que pertencemos a Deus, precisamos temer a Deus. Temer a Deus significa simplesmente que eu não quero ofendê-lo. E eu sei que ele é santo, e como uma reação santa contra o pecado, eu não quero fazer nada para ofendê-lo, não quero fazer nada para receber castigo, não quero fazer nada a fim de perder meu testemunho diante do mundo. Não quero fazer que me faça perder minha eficácia na igreja. E assim, eu vivo no medo do pecado. Por que temo o pecado? Porque sou fraco em minha carne, porque a tentação é poderosa, e porque não quero ofender a Deus.
Para ter esse medo, você precisa fazer mais do que reconhecer que é um pecador. Para ter esse medo, sua mente deve estar cheia de uma profunda e estabelecida convicção de que o pecado é uma grande ofensa contra Deus. E se você realmente ama a Deus, seria impossível não se arrepender, porque se você tivesse pecado, teria de se arrepender contra aquele que você supremamente amou. Você seria compelido. E eu acho que poderíamos dizer que um verdadeiro cristão é a profundidade da genuína devoção espiritual, não apenas odeia o seu pecado, mas em certo sentido se odeia por seu pecado e diz: “Miserável homem que eu sou.”
Uma coisa é lamentar o pecado porque ele o expõe ao castigo. Outra coisa é lamentar o pecado porque ofende a Deus. Uma coisa é estar aterrorizado; é algo mais para ser humilhado. E Deus está nos chamando a ter um santo temor do pecado e a entender sua seriedade.
Então, como vamos desenvolver nossa salvação? Bem, olhe o exemplo, lembre-se do seu amor, lembre-se do seu chamado à obediência. Muito básico. Lembre-se de que você é responsável porque tem os recursos dentro de você e compreende a consequência de seu pecado para com Deus, para com você mesmo, para com a igreja, em direção ao mundo incrédulo. Com tudo isso em mente, faça um esforço supremo para desenvolver sua própria salvação. Agora, deixe-me dizer uma coisa, pessoal, isso é tudo por hoje. Isso é apenas a metade. Você tem de estar aqui na próxima semana quando falarmos sobre Deus trabalhando em você. Vamos nos curvar em oração.
Pai, nosso coração ainda está tocado pelo exemplo daquele querido missionário que estava sentado em um canto, enrolado em um cobertor, com uma vela, lendo todo o Novo Testamento no meio de uma noite fria e escura para descobrir se havia alguma coisa que ele tinha feito para violar a tua lei. Ó Deus, dá-nos esse tipo de zelo. Ajuda-nos a saber que a razão pela qual o apóstolo Paulo foi usado tão poderosamente não era apenas a graça de Deus, mas que ele trabalhava mais do que todos os outros. Ajuda-nos, Senhor, a ser tudo o que tu queres que sejamos. E esperamos com muita ansiedade o próximo dia do Senhor, quando poderemos ver os meios pelos quais isso pode acontecer enquanto tu trabalhas em nós. E Pai, faça esse trabalho agora mesmo em cada coração.
Fim

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