
Chegamos novamente em nosso estudo do precioso tesouro de Deus, a palavra, em Filipenses, capítulo 1 - Filipenses, capítulo 1 - e mais particularmente, o estudo que nos ocupará pelas próximas duas semanas é dos versículos 9 a 11. Eu os chamei de “Elementos essenciais para o crescimento na piedade.” Para muitos de vocês, as coisas sobre as quais falaremos será uma revisão, porque esses são os elementos básicos da vida espiritual. Deixe-me ler os versículos 9, 10 e 11, e vocês acompanhem enquanto leio. “E também faço esta oração: que o vosso amor aumente mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepção, para aprovardes as coisas excelentes e serdes sinceros e inculpáveis para o Dia de Cristo, cheios do fruto de justiça, o qual é mediante Jesus Cristo, para a glória e louvor de Deus.”
Paulo aqui basicamente está orando pelo contínuo progresso espiritual dos crentes filipenses. Como se espera que bebês recém-nascidos cresçam até à maturidade, da mesma forma os bebês espirituais recém-nascidos, e a preocupação constante de Paulo era o amadurecimento das pessoas a quem Deus o havia enviado no ministério. De fato, repetidamente isso é apontado. Se voltarmos a Gálatas, ao capítulo 4, em uma de minhas percepções favoritas sobre o coração de Paulo, versículo 19, ele diz: “meus filhos, por quem, de novo, sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós.” Sinto dor em relação ao seu crescimento espiritual.
Em Efésios, capítulo 4, escrevendo aos santos em Éfeso, ele destaca similarmente o desejo de que aqueles que estão em Cristo chegassem à “maturidade,” versículo 13, “à medida da estatura que pertence à plenitude da Cristo;” para que eles pudessem crescer, no versículo 15, “em tudo naquele que é a cabeça, Cristo.” Na carta aos Colossenses, capítulo 1 e versículo 28, ele diz:“ Nós o proclamamos”- isto é, Cristo - “admoestando a todo homem, ensinando a todo homem com toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem completo em Cristo.” Esse desejo de maturidade espiritual e integridade estava sempre em seu coração. Pedro repetiu isso em 2Pedro 3.18, quando disse: “crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.”
Paulo, então, tinha paixão pelo desenvolvimento espiritual de seu povo. Essa era sua grande preocupação. Vemos essa paixão revelada não apenas em sua pregação, em seus ensinamentos e em seus escritos, mas particularmente em sua vida de oração. Ao passar pelo Novo Testamento e ler as várias orações do apóstolo Paulo, você notará que elas se concentram nisso em particular. Por exemplo, se fôssemos voltar novamente e examinar algumas de suas epístolas, encontraríamos em Efésios, capítulo 1, que ele ora. Ele ora por seu povo.
No versículo 15, ele diz: “Por isso, também eu, tendo ouvido da fé que há entre vós no Senhor Jesus e o amor para com todos os santos, não cesso de dar graças por vós, fazendo menção de vós nas minhas orações, para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele, iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder.” Em outras palavras, quero que vocês continuem a crescer em sabedoria, conhecimento, amor, poder e fé; sua grande preocupação pelo progresso deles.
O capítulo 3, da mesma epístola, versículo 14, diz: "Por esta causa, me ponho de joelhos diante do Pai, de quem toma o nome toda família, tanto no céu como sobre a terra, para que, segundo a riqueza da sua glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior; e, assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor, a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus. Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós.” E novamente, mostro a vocês que a nota de toque em suas orações era pelo crescimento espiritual deles, seu desenvolvimento espiritual, sua força espiritual e poder.
Ao escrever aos colossenses, ele ora por eles, para que andem de maneira digna do Senhor, a fim de que deem fruto em toda boa obra, Colossenses 1.10. Que eles crescessem no conhecimento de Deus; que fossem fortalecidos com todo o poder, para que alcançassem firmeza e paciência, para que dessem graças a Deus; crescimento espiritual, maturidade espiritual, progresso espiritual. Ao escrever aos tessalonicenses: “Damos graças a Deus por todos vocês, fazendo menção a vocês em nossas orações.” E, claro, a paixão de suas orações foi o aprimoramento da vida espiritual deles.
A mesma coisa encontramos em sua carta a Timóteo, 2Timóteo 1.3: “Dou graças a Deus, a quem, desde os meus antepassados, sirvo com consciência pura, porque, sem cessar, me lembro de ti nas minhas orações, noite e dia.” E, é claro, ele orava pelo poder espiritual de Timóteo. Aquela linda epístola chamada Filemom, no versículo 4, diz: “Dou graças ao meu Deus, lembrando-me, sempre, de ti nas minhas orações, estando ciente do teu amor e da fé que tens para com o Senhor Jesus e todos os santos, para que a comunhão da tua fé se torne eficiente.” Orar pelo progresso espiritual deles - essa era sua paixão, esse era o seu fardo, e nós encontramos a oração no início de todas essas epístolas.
E não é diferente aqui, em Filipenses, capítulo 1; tendo lhes dado uma saudação através do versículo 8, tendo lhes dito que ora por eles, no versículo 4, sempre oferecendo oração com alegria, ele agora lhes diz qual é o conteúdo daquela oração. E o conteúdo dessa oração é em nome de suas necessidades espirituais. Não encontramos exemplos de Paulo orando por necessidades físicas, pelo sucesso e bênção genéricos da igreja. Ele liga suas orações diretamente à necessidade espiritual. Essa era sua paixão e esse era seu fardo. E eu gostaria de sugerir a você, e voltarei a isso em um momento ou dois, que nada é mais definitivo da verdadeira espiritualidade do que a natureza da vida de oração de uma pessoa. Paulo era obrigado a orar por causa da tremenda obra do Espírito de Deus em seu coração. Veja como ele começa no versículo 9. “E também faço esta oração - e também faço esta oração.”
Agora, deixe-me informá-lo aqui que acho importante reconhecermos que precisamos olhar para a oração de duas maneiras. OK? Primeiro, eu concordaria que a oração é um dever - é um dever. De fato, em Filipenses, capítulo 4, versículo 6, diz: “em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças.” Esse é um dever. É algo imposto a nós como responsabilidade espiritual. Em Romanos 12.12, diz que devemos nos dedicar à oração. Em Lucas 18, versículo 1, Jesus disse que devemos sempre orar e não desfalecer. Em 1Pedro 4.7, devemos orar fervorosamente uns pelos outros em termos da expressão de nosso amor, que é ter um amor fervoroso. Portanto, não há dúvida de que a Escritura nos ensina que devemos orar. Há um dever de orar.
Mas há algo muito mais profundo do que isso que deve acompanhar esse dever, e é preciso perceber a oração não apenas como um dever, mas como uma compulsão - como uma compulsão. De fato, há muito poucas porções das Escrituras, na verdade, que nos ordenam diretamente a orar. Há muitas que nos dizem como orar. Jesus disse: “Quando vocês orarem, orem assim.” Paulo disse: “Continue em oração.” Recebemos muitas instruções sobre como orar e quantas vezes orar, orar sem cessar, mas a oração não é apenas um dever, é uma compulsão. Isto é, não surge apenas por causa da exigência externa; ela surge por causa da paixão interna. De fato, os anseios mais profundos de um coração cheio do Espírito fluem em oração. Nós vemos essa compulsão por toda a Bíblia. Nos Salmos, o Salmo 55 nos dá uma declaração típica do salmista, na qual ele diz a Deus: “Dá ouvidos à minha oração, ó Deus. Não te escondas da minha súplica. Dá ouvidos a mim e responda-me.” Em outras palavras, não há ninguém aqui mandando ele orar, ele é compelido a orar e está clamando para que Deus ouça a oração que seu coração é compelido a oferecer.
O Salmo 61.1 diz: “Ouve, ó Deus, a minha súplica; atende à minha oração. Desde os confins da terra clamo por ti, no abatimento do meu coração.” E de novo, a oração é uma compulsão. Naquele grande Salmo 119, no versículo 58, lemos as palavras do salmista: “imploro de todo o coração.” E no versículo 145: “De todo o coração eu te invoco; ouve-me, SENHOR.” Então a oração é uma compulsão. É, de certo modo, como respirar. Você não precisa receber ordem para respirar; a pressão do ar exercida nos pulmões força você a respirar. E um crente existe em uma espécie de pressão de oração em que orar é uma resposta natural ao seu ambiente.
No Novo Testamento, encontramos o mesmo tipo de coisa. Em Atos, capítulo 9, e versículo 11, creio que é, em relação a Saulo de Tarso, que diz: “Então, o Senhor lhe ordenou: Dispõe-te, e vai à rua que se chama Direita, e, na casa de Judas, procura por Saulo, apelidado de Tarso; pois ele está orando.” Não creio que após sua conversão imediatamente alguém tenha lhe dado uma ordem para orar. Eu acredito que ele estava orando por uma compulsão em seu coração. Em Romanos 8.15 e Gálatas 4.6 diz que o Espírito plantado em nós, nos faz clamar, “Aba Pai,” clamando em oração a Deus. Em 1Tessalonicenses, capítulo 3 e versículo 10, diz: “orando noite e dia, com máximo empenho, para vos ver pessoalmente.” Como você pode orar noite e dia? Como você pode orar noite e dia sinceramente? Apenas quando há uma compulsão interna. Em 1Timóteo 5, versículo 5, Paulo diz: “Aquela que é viúva, de fato, continua em súplicas e orações noite e dia.”
Agora, o que estou apontando para você é uma verdade muito simples e que você deve entender. A oração é um dever, por um lado, e nós não negamos isso. Mas por outro lado, a oração é uma compulsão. A oração é algo que nos compele de dentro. Você diz: "De onde vem essa compulsão?" É gerada pelo Espírito de Deus. É gerada pelo Espírito Santo dentro de nós. Agora, ouça atentamente, porque isto é algo que você precisa entender. A medida da espiritualidade de uma pessoa - entenda isto - a medida da espiritualidade de uma pessoa não é o quão bem ela se amolda à demanda de orar, mas quão internamente compelida ela é para orar, simplesmente porque sua paixão pelos outros no Reino de Deus é tão forte. Isso é básico. Nós temos de ser compelidos por dentro.
E deixe-me colocar para você de outra maneira simples. Os anseios mais profundos do seu coração sairão em suas orações. Então, se você olhar para suas orações e elas são todas sobre você, suas necessidades, seus problemas, suas dúvidas e suas lutas, então é aí que está seu coração. E se você orar muito raramente, e muito brevemente, e muito superficialmente, isso significa que você tem um coração frio, porque a oração é uma compulsão. E eu lhes direi algo muito simples - todos os chamados para o dever de orar não podem vencer um coração frio. Eles não podem. Todos os chamados ao dever da oração não podem vencer um coração frio. Então, se você não ora, não é simplesmente desobediência, é que você é egoísta e o coração é frio.
Você olha os apóstolos em Atos 6.4 e ali diz: “Nós nos entregaremos continuamente ao ministério da palavra e da oração” - literalmente o contrário, à oração e ao ministério da palavra. Isso era uma compulsão. Eles eram compelidos a ensinar a Palavra. Eles eram compelidos a orar. Essa é uma dinâmica que trabalha no crente. E Paulo a tinha. E foi só para começar, mas Paulo tinha essa compulsão. Havia algo dentro dele, ou seja, a obra do Espírito de Deus. Ele era tão controlado pelo Espírito, tão puro na vida, que os impulsos do Espírito em seu coração lhe davam a paixão de orar pelas pessoas. Ele orava noite e dia - noite e dia, orava sem cessar, em todos os momentos, em todas as ocasiões. Não porque ele estava tentando fazer algum dever como um fariseu, mas porque seu coração o levava a isso de dentro de si.
Agora, que forma a oração tomava? Qual era a natureza da sua oração? Vejamos nos versículos 9 a 11. Enquanto ele ora pelo progresso espiritual de seu povo - e eu lembro novamente que esse é o dever do líder ou do pastor, de orar pelo progresso espiritual de seu povo - enquanto ele orava por eles, quais eram os problemas em seu coração? Aqui encontramos cinco coisas pelas quais ele ora: amor, excelência, integridade, boas obras e glória. Ele ora para que eles possam, para que possamos buscar essas coisas. Agora, nunca chegaremos ao amor perfeito, à excelência perfeita, à integridade perfeita, a boas obras completas e à glorificação total de Deus, mas essa é a busca de nossa vida. Então, ele nos dá essas cinco coisas que são os fundamentos da vida espiritual – os elementos essenciais da piedade.
Agora, eu quero que você observe em sua mente - e nós não vamos falar sobre tudo hoje, vamos olhar apenas para o primeiro porque é muito importante - mas eu quero que você observe que eles são sequenciais. O amor produz a excelência, que produz a integridade, que produz boas obras, que produz a glória; cada um deles estabelece a base para o próximo. Se você quiser uma maneira de compreendê-los em sua mente, eles são essenciais para uma boa saúde espiritual. Certo? Os elementos essenciais para a piedade, para semelhança de Cristo, para o crescimento espiritual, para a saúde espiritual - o que você quiser usar como conceito. Agora lembre-se, Paulo tinha um grande amor pelos filipenses. Ele diz: “Eu tenho vocês em meu coração, vocês são preciosos para mim, vocês são queridos para mim. E é por isso que exprimo minha oração em seu favor.” Ele se importava profundamente com aquelas pessoas que lhe haviam ministrado em sua prisão, em seu julgamento, que tinham sido tão amorosos e tão gentis em tantas ocasiões diferentes. E assim a oração do apóstolo por eles envolve cinco elementos essenciais que eles devem seguir se quiserem ser tudo o que Deus quer que sejam.
Vamos olhar o primeiro. Básico, muito, muito básico, amor - versículo 9: “E também faço esta oração: que o vosso amor aumente mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepção.” Agora, não estamos surpresos de que Paulo destaque o amor para começar, mas você pode se surpreender um pouco sobre o que eu digo sobre o amor. A questão do amor é bem conhecida por nós e, é claro, em muito do que Paulo escreveu. Em sua introdução à carta aos Efésios, ele fala sobre o amor. Em sua introdução à carta colossense, ele fala sobre o amor. Em sua abertura em 1Tessalonicenses, ele fala sobre o amor. Em sua abertura em 2Tessalonicenses, ele fala sobre o amor. E em muitos outros lugares ele fala sobre o amor.
E naquelas introduções em suas cartas, ele muitas vezes liga amor com duas outras coisas: fé e - o quê? - esperança, como ele faz em 1Coríntios, capítulo 13, onde ele diz: “E estes três, fé, esperança e amor e o maior deles é o que é amor.” Havia muitas grandes virtudes espirituais; a fé era uma, e a esperança era outra, mas a maior é o amor. E por ele afirmar que o amor é o maior, não estamos surpresos que isso esteja no topo de sua lista de oração para aqueles que cresceriam em Cristo para a maturidade espiritual.
Eu poderia apenas apontar para você que, em Colossenses 3.14, ele diz que o amor é o vínculo da união; o amor é esse vínculo único que nos liga uns aos outros. Em 1Coríntios 13.7, ele diz: “O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta,” o que significa que a fé e a esperança estão incorporadas no amor. Então o amor é o que supera. É a virtude suprema. É o fator mais essencial na vida espiritual, você entendeu isso? Porque não importa o que você faça, ele diz em 1Coríntios 13, não importa o que você saiba, não importa o quão sacrificial você seja, mesmo se você der seu corpo para ser queimado, se você não tiver amor você é - o quê? Nada - absolutamente nada; isso é muito, muito direto. A maior virtude na vida espiritual é o amor. E eu não acho que ele aqui esteja falando particularmente sobre o amor por Deus, embora isso certamente esteja incluído, mas ele está se concentrando aqui no amor uns pelos outros, aquele mesmo amor que ele menciona no capítulo 2, versículo 2, mantendo o mesmo amor. um em relação ao outro, estando unidos em espírito, sendo da mesma mente. O maior bem que o cristão possui é o amor. Agora, vamos falar sobre esse amor a partir deste único versículo - tão intenso, tão profundo. Ele nos dá vários fatores para este primeiro elemento essencial. Devemos buscar o amor, e ele define isso para nós de maneiras muito especiais.
Primeiro - e eu vou lhe dar uma série que você pode anotar - é amor divino. Ele está falando aqui do amor divino. Como você sabe disso? Versículo 9: “E oro, para que o seu amor seja abundante.” Agora, ele está pedindo a Deus que esse amor seja abundante; portanto, concluiríamos que Deus é a fonte disso e, portanto, dizemos que é amor divino. Tem de ser amor divino, ou ele não estaria pedindo a Deus para provê-lo. Em Romanos 5.5 diz: “O amor de Deus é derramado em vossos corações.” Em Gálatas 5: “O fruto do Espírito é amor,” e tudo o mais flui do amor - “alegria, paz, gentileza, bondade, fé, mansidão e autocontrole.” Mas é um dom de Deus. Nós amamos porque ele o quê? Ele nos amou primeiro. Nós temos a capacidade de amar porque Ele a deu para nós.
Portanto, a oração aqui inclui a grande verdade de que Deus é a fonte do amor. Estamos falando, amados, sobre um tipo divino de amor, não um tipo humano. Não estamos falando de uma espécie de atração de objeto. Nós não estamos falando de um sentimentalismo. Nós não estamos falando de uma emoção. Nós não estamos falando de um sentimento. Estamos falando de uma virtude divina dada por Deus. Não é sem sentimento. Não é sem emoção. Mas essa não é a sua definição, como veremos. Então, o que ele está pedindo é amor divino.
E esse amor divino é conhecido porque é o amor que não é o resultado de uma atração emocional. Não é. Deus não nos amou porque éramos muito atraentes. Esse não é o ponto em tudo. Reconheça, então, que ele ora pelo que é divino. Ele não está pedindo para você estimular seu amor humano, ele não está pedindo aos filipenses que tentem ser mais sentimentais, mais emocionais, mais sensíveis às pessoas em um plano humano. Essa não é a ideia. Ele está pedindo a Deus para lhes conceder mais e mais amor abundante do próprio recurso divino. É o amor divino - o tipo de amor com o qual Deus ama, com o qual Cristo ama.
Há uma segunda palavra que eu daria a você nesta pequena lista, de fato. É amor de fato. O que você quer dizer com isso? Observe novamente no versículo 9: “E eu oro para que o seu amor seja abundante.” O fato de que ele diz que seu amor pode ser abundante indica que eles já têm algum amor e está pedindo por uma expressão maior desse amor. A forma de suas palavras indica que eles já têm essa medida de amor. Eles têm amor divino, como eu disse, em Romanos 5.5: “O amor de Deus é derramado em seus corações.” Está aí. Não é uma questão de adquiri-lo; é uma questão de ver Deus aumentá-lo. Todo crente possui amor divino. É de fato, está lá, está presente, é certo.
Ouça 1João 3.14: “Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos.” Muito simples. Como você sabe que é cristão? Você ama irmãos em Cristo. “Aquele que não ama permanece na morte e todo aquele que odeia seu irmão é um assassino e você sabe que nenhum assassino tem a vida eterna.” Se você ama, tem a vida eterna. Se você não ama, você não tem a vida eterna. E ele não está falando sobre o amor humano, ele está falando sobre o amor divino. É de fato, está aí, está na sua vida. Não é uma questão de pedir por isso. "Eu não tenho nenhum, Deus; me dê um pouco.” É simplesmente uma questão de “dê-me mais – dê-me uma medida maior, uma abundância maior do amor que já é meu.”
E novamente eu digo a você, esta é a maior virtude na igreja. João 13.34 e 35: “assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes" - o quê? - "amor uns aos outros.” É nosso maior testemunho ao mundo, que nos amamos. E se nós não nos amamos, estamos em problemas reais. De fato, Reinhold Niebuhr, o teólogo alemão, disse em uma ocasião que a igreja o lembrava da arca; você não suportaria o fedor dentro se não fosse pela tempestade lá fora. Mas a igreja tem de ser mais do que apenas uma melhor de duas alternativas ruins, e se há um fedor dentro que é um pouco melhor que a tempestade lá fora, é porque a igreja perdeu o contato com a realidade da necessidade de amar.
Assim, a oração de Paulo indica que ele está falando de um amor divino, sendo Deus a fonte; um amor de fato, já temos uma medida desse amor dentro de nós; em terceiro lugar, um amor decisivo - um amor decisivo. E digo isso baseado no termo que é usado para o amor, no versículo 9, é o termo agapē, e se refere ao mais alto e nobre tipo de amor - ouça atentamente - que é o amor de escolha, ou o amor da vontade. Não é objeto desenhado. Não é um impulso, não é emoção, não é sentimento; não é atraído por alguma coisa por causa de sua beleza, sua atratividade. Esse é o amor do mundo. O mundo diz: “Eu te amo porque você faz algo comigo.” O mundo diz: “Eu te amo porque sinto algo por você.” Esse não é o amor da escolha; esse é o amor do impulso. Esse não é o amor da vontade. Na verdade, as pessoas dizem: “Eu me apaixonei e não pude evitar.” Um sujeito chega em casa e diz para sua esposa: “Estou me divorciando de você.” “Por quê, por quê?” “Bem, eu não pude evitar. Eu me apaixonei.”
Isso não é amor divino. O amor divino pode evitar. O amor divino é o amor da vontade. É o amor da escolha. Isso é decisivo. "Deus amou o mundo,” e não foi porque éramos tão atraentes que suas emoções acabaram ficando fora de controle e ele se apaixonou por todos nós. Pensamento bizarro. Essa não é a ideia. É o amor da escolha, e o amor da vontade, que diz: “Eu te amarei se você for meu amigo ou meu inimigo, eu te amarei se você fizer bem ou mal, eu te amarei se você puder dar qualquer coisa ou tirar tudo, eu te amarei.” E Jesus definiu o amor quando disse: “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos.”
É amor sacrificial. É o amor da escolha. É o amor que escolhe amar o desagradável, o desagradável, é uma escolha. E você tem de fazer essa escolha uma e outra vez. Eu disse a mim mesmo muitas e muitas vezes: “Eu escolherei amar essa pessoa não importa o que ela faça. Eu escolherei amar essa pessoa não importa o que eles digam. Eu escolherei amar essa pessoa, não importa como eles possam me machucar.” É o amor de escolha. E é um amor que se expressa em atender a uma necessidade, fazer um ato de bondade, cuidar de alguém de maneira prática, servir humildemente aos outros. É esse é o tipo de amor. Não é o amor de um sentimento; é o amor da ação. Não é realmente uma emoção, embora a emoção apareça.
Se você ler 1Coríntios 13, o maior capítulo da Bíblia sobre o amor, o amor é descrito. Ele diz: “O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” Cada um deles é um verbo no grego. O amor é uma ação. O amor é uma série de ações. Não é uma atitude estática. É o que você faz, não o que você sente. É o que você diz, não o que você pensa. É ação. É o amor que se estende para atender a uma necessidade.
E Jesus disse: “Ame o seu próximo como a si mesmo,” e a pergunta veio: “Quem é o meu próximo?” E Jesus contou a história de um homem deitado em uma estrada com uma necessidade e disse: “Esse é o seu próximo. Alguém que você se depara com uma necessidade.” Esse é o amor da vontade. Esse é o caráter que diz: “Não importa o que você faça, quem você é, eu servirei sacrificialmente para o seu bem e sua bênção.” E, amado, a igreja nunca sobreviverá sem ele. Essa deve ser nossa marca distintiva. Você vê, é tão diferente do mundo. O amor do mundo é totalmente o amor do impulso, totalmente o amor da atração emocional. Sabe muito pouco sobre o amor da vontade. Mesmo no seu ponto mais filantrópico, joga com a emoção.
Por exemplo, quando eles querem que você envie dinheiro para alguns órfãos ou para algumas pessoas carentes em alguma parte do mundo, eles mostram crianças de olhos tristes. Por quê? Porque eles querem lidar com a sua emoção, não com a sua mente, porque tudo o que o amor humano conhece é uma resposta a um sentimento. E Deus nos concedeu um amor decisivo que é muito superior àquele que amará e satisfará a necessidade de uma pessoa repulsiva, bem como uma criancinha faminta de olhos ternos. Isso é bíblico, isso é amor divino. E você o tem, de fato, está lá em virtude da habitação do Espírito Santo e do amor de Deus derramado em seu coração, e é ativado por sua escolha, sua vontade.
É a maior virtude na vida cristã, se não por outro motivo que, de acordo com Romanos 13.8-10, ali diz que se você ama, você cumpre toda a lei, certo? Se você ama, você cumpre toda a lei. Você precisa ter uma lei, "Não matarás,” se você ama alguém? Você não vai matar alguém que você ama. Você tem de ter uma lei que diz: "Não cobiçarás?" Se você ama as pessoas, não vai cobiçar o que elas têm. Você não precisa pendurar um monte de regras em sua casa se você ama todo mundo lá, porque você vai agir em favor deles, para o bem deles e para atender às necessidades deles. O amor cumpre toda a lei, Romanos 13.8. É a soma de tudo.
E, amado, o mandamento para a igreja e o grande fardo da vida de oração de Paulo é que a igreja em Filipos, e nossa igreja, e todas as outras igrejas experimentassem esse tipo de amor divino, onde decidimos amar uns aos outros, não importa o que fazemos ou não fazemos. Jesus resumiu dizendo: “amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam.” Ame seus inimigos, ame os desagradáveis. O que você quer dizer com amá-los? Sentir algo sobre eles? Não, faça algo por eles; satisfaça sua necessidade, seja qual for. Pode ser uma necessidade emocional, uma necessidade física, uma necessidade espiritual, uma necessidade econômica, seja o que for. É a chave para a vida, o crescimento e a eficácia da igreja - o amor da decisão, de escolher amar. É uma escolha. E se você tem caráter espiritual e profundidade espiritual, você vai escolher amar. Mas não é assim na igreja. É tão triste. Alguém diz algo que você não gosta e você retalia, e então você tem rupturas e atritos. É muito triste. Você tem pessoas contra outras pessoas. O amor é a solução para tudo isso.
Deixe-me dar-lhe uma quarta palavra, o amor de que Paulo ora aqui é dinâmico; não é estático, é dinâmico. Ele diz: “Eu oro para que o seu amor possa abundar ainda mais e mais.” O amor já é abundante, ele quer que seja mais e mais abundante. Não é estático, não permanece o mesmo. Ele diz: "Eu vejo o seu amor em abundância,” e a palavra que ele usa aqui, perisseuō, significa transbordar, onda após onda, para cair como uma cachoeira. Ele diz: "Eu vejo seu amor dinâmico, está crescendo, está progredindo, está se expandindo, está aumentando, e eu quero que ele fique assim cada vez mais.” É dinâmico. Você nunca pode se contentar com o jeito que você é. Sua oração é que vá mais e mais e mais através da igreja.
A propósito, o verbo grego do tempo presente indica um progresso contínuo, ampliando a capacidade para mais do que uma medida ordinária de amor. Eu oro para que o seu amor seja abundante, abundante, abundante, abundante e abundante. Agora, você tem de trabalhar nisso. Você vê, eu acho que a segunda lei da termodinâmica trabalha com a virtude espiritual tanto quanto com a natureza. A segunda lei diz que todas as coisas estão se desintegrando, a lei da entropia. Eu acho que isso não é verdade apenas cientificamente, mas eu acho que é verdade espiritualmente. Podemos fazer o melhor que pudermos para cultivar o amor, mas se não trabalharmos nisso e nos comprometermos diariamente com o poder do Espírito de Deus, essa mesma dinâmica do amor se desintegrará, se desintegrará, se desintegrará e se desintegrará. Ela tem de ser continuamente fortalecida, continuamente olhada e cuidada.
É o elemento mais básico da piedade – o amor – o amor. E Cristo, é claro, estabeleceu o padrão. Está escrito em Efésios, capítulo 4, que devemos ser “bondosos uns com os outros, ternos corações, perdoando uns aos outros como Deus em Cristo os perdoou.” E então, no versículo 1, do capítulo 5: “sejam imitadores de Deus, como filhos amados. E vivam em amor, como também Cristo nos amou e se entregou por nós, como oferta e sacrifício de aroma agradável a Deus.” Ele diz: “Ame a todos como Cristo amou você.” E como Cristo amou você? Ele amou você dando sua vida como um sacrifício. Ame sacrificialmente - ame sacrificialmente. Você se lembra quando Jesus lavou os pés dos discípulos? Foi então que Ele disse: “Vocês devem amar uns aos outros como eu os amei.” Como ele os amou? Lavando seus pés sujos - serviço humilde, sacrifício humilde. Cristo é o nosso modelo.
E novamente eu digo que isso não é um sentimentalismo piegas. É um amor muito controlado. Vamos avançar no versículo 9 para ver essa dinâmica do amor. Ele diz: "que o vosso amor aumente mais e mais" - agora, observe isto - "em pleno conhecimento e toda a percepção,” diz a versão New American. No conhecimento real, melhor em pleno conhecimento, melhor ainda em conhecimento avançado - agora, ouça este pensamento. O amor não é uma emoção descontrolada. O amor não é um impulso não regulado. Está ligado com a verdade no versículo 9, que o seu amor possa aumentar mais e mais, onda após onda, em conhecimento real. A coisa que confina o amor e conforma o amor é o verdadeiro conhecimento, epignosis, conhecimento avançado, conhecimento real, conhecimento verdadeiro, conhecimento pleno. Sobre o quê? A revelação de Deus, a verdade de Deus, as Escrituras.
Então deixe seu amor ser controlado pelas Escrituras. Rapaz, isso é tão básico. O amor não é um impulso não regulado. É controlado pela verdade, o amor cristão é. Você não pode dizer: "Bem, eu tentei amá-los, mas, garoto, eles são tão cruéis comigo que não os suporto." Você não está livre para fazer isso, porque as Escrituras dizem para amar seus inimigos, então seu amor é controlado pela regulação das Escrituras. Eu ouvi uma mulher dizer esta semana - bem, eu não a ouvi dizer isso, eu ouvi falar de alguém que disse que ela disse isso - ela disse: “Bem, eu estou tendo um caso, mas esta é a vontade de Deus porque ele deu a nós o amor.” Não. Ele não lhe deu esse amor. Seu amor é controlado pela verdade, e a verdade diz que você não pode cometer adultério.
Esse não é um impulso não regulado. As pessoas dizem: "Ah, eu me apaixonei e não pude evitar. Eu simplesmente não pude evitar; eu me apaixonei e perdi todo o controle.” Esse é o tipo de amor que o nosso mundo tem, eles estão todos fora de controle, todos eles estão fora de controle. E eles dizem: "Bem, é amor, e quando você se apaixona, você está fora de controle.” Isso mesmo, isso é amor humano, está completamente fora de controle. Tudo é construído por impulso, tudo é construído sobre o sentimento, tudo é construído sobre a atração emocional. Não tem nada a ver com o amor bíblico, que é totalmente moldado e confinado pela verdade. Claro, todo mundo no mundo está fora de controle, porque eles têm sua própria definição de amor.
Então, vamos adicionar outro elemento à nossa pequena lista, e vamos dizer que é profundo. O tipo de amor que ele está falando é profundo. E com isso, quero dizer, está ancorado na convicção que é baseada na verdade. Típico desse tipo de coisa seria voltar para a passagem que acabei de mencionar para você, Efésios 5, onde ele diz: “Andai em amor.” E então ele diz logo depois disso, no versículo 2: “Andai em amor.” E no versículo 3: “Não deixe a imoralidade ser mencionada entre vocês.” Em outras palavras, não deixe seu amor sair do controle. Você vai dizer: "Bem, eu vou andar em amor, e uau, eu quero andar em amor com ela." E você começa a andar no que você acha que é amor com ela, e isso se transforma em adultério ou fornicação, e a Bíblia diz: "Pare.” Esse não é o tipo de amor de que estamos falando. É uma atitude de serviço autossacrificial, humilde, que é moldado e confinado pelos princípios da Palavra de Deus. Não é um sentimento fora de controle; é ação sob controle pela verdade de Deus.
Em 1Pedro, capítulo 1, versículo 22, ele meio que os junta. Ali diz: "Tendo purificado a vossa alma, pela vossa obediência à verdade, tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente." Rapaz, que declaração tremenda. Uma vez que você está em obediência à verdade, purifiquem suas almas - tudo bem, você obedece à verdade, sua alma é purificada - você agora tem um amor genuíno, honesto, não hipócrita para os irmãos, vai atrás disso, ele diz, e fervorosamente amem uns aos outros de coração - contanto que seja controlado pela obediência à verdade, você pode amar até o limite. Ferventemente é ektenōs, esticado. É usado de um músculo esticado até a sua extremidade. Enquanto o seu amor é controlado pela obediência à verdade, você pode amar ao máximo - um coração obediente, o fator controlador.
Assim, o amor de que estamos falando aqui é muito profundo. Ele atinge o nível da convicção e da verdade. E essa verdade vem da palavra de Deus. Isso é o que controla o seu amor. Isso é o que compele seu amor. Quanto mais você souber sobre a Palavra de Deus, quanto mais você estiver comprometido com a Palavra de Deus, quanto mais você obedecer à Palavra de Deus, maior será o seu amor, maior será sua expressão e mais pura sua expressão também. Assim, o amor do qual o apóstolo Paulo escreve e pelo qual ele ora é um amor divino; isto é, não é humano, vem de Deus. É de fato, está lá, na residência da habitação do Espírito. É decisivo, no sentido de que não é a resposta de um impulso, mas é uma escolha. É dinâmico no sentido de que cresce, floresce e deságua em cascata, onda após onda, sob a energia do Espírito, muito parecido com o Espírito Santo saindo de seu interior, fluindo rios de água, como João 7 disse. E então é profundo, está ancorado na verdade que o controla e o modela isso. Eu digo a alguém: "Eu te amo, eu te amo em Cristo,” e essa pessoa entra em todos os tipos de pecado. Qual é a minha reação? Dizer: “Oh, eu te amo; eu simplesmente o amo demais para ser indelicado?” Não, sua resposta é agarrá-lo pelo pescoço, sacudi-lo e dizer: “Pare seu pecado.” Por quê? Porque a sua expressão de amor é controlada pela pureza e santidade, que é definida nas Escrituras. Agora, isso é uma ilustração de como o amor é controlado pelo conhecimento real, conhecimento avançado. Então, à medida que você aprende a Palavra e cresce na Palavra, isso afeta seu amor.
Então outra palavra: discernir - discernir. Esse amor também é discernente. Em Filipenses, capítulo 1, versículo 9, lemos no final do versículo que esse amor é abundante não apenas no conhecimento real, mas em todo discernimento - em todo o discernimento. Palavra grega muito interessante, aisthēsis, da qual obtemos a palavra “estética.” É a única vez que essa palavra é usada nas Escrituras, e significa discernimento ou percepção. Tem a ver com percepção moral, discernimento moral. Tem a ver com a aplicação prática desse conhecimento profundo, certo? Então ele está dizendo que seu amor é controlado por sua teologia e sua percepção na aplicação dessa teologia, como você a aplica. É verdade aplicada.
Amigos, o amor real não é cego. Você diz: “O amor é cego.” O amor não é cego, não é amor bíblico. O amor bíblico é muito perspicaz, muito perspicaz. Ele sabe exatamente o que é certo e o que é errado, o que é falso e o que é verdadeiro, e pode fazer a aplicação correta no momento certo da vida. É servir, sacrificar, humildade que satisfaz as necessidades dos outros quando as vê, as percebe e as compreende. Acredite em mim, o amor como um impulso não regulado é perigoso, volátil, mortal. Mas dado a um raciocínio difícil, um exame minucioso e uma discriminação sensível, o amor de Deus moldado a Palavra de Deus e aplicado à percepção e entendimento é o que Paulo realmente procura. É um amor bíblico discriminador, sob o controle de uma mente espiritual, de uma razão espiritual; um amor sábio e judicioso.
William Hendriksen, estudioso e comentarista bíblico americano, por exemplo, escreveu: “Uma pessoa que possui amor, mas carece de discernimento, pode revelar muita ansiedade e entusiasmo. Ele pode doar para todos os tipos de causas. Seus motivos podem ser dignos e suas intenções honrosas, mas ele pode estar fazendo mais mal do que bem.” Porque ele carecia de discernimento. Fico espantado, olhando a ilustração de Hendriksen, quantas pessoas bem-intencionadas, tentando demonstrar seu amor a Deus, dão dinheiro a pessoas que trabalham contra o Reino - porque não têm discernimento. Elas não aprenderam como aplicar seus conhecimentos. Nós devemos - devemos ser perspicazes.
Agora, juntando tudo isso, somos chamados a amar uns aos outros; essa é a oração apaixonada de Paulo. Você sabe quão profundamente precisamos desse amor? Olhar para ele não do lado do amante, mas do amado, por um momento? Eu estava lendo nesta semana uma coisa interessante em um livro, que meio que analisa um pouco da nossa cultura. Ali diz: “Durante a Segunda Guerra Mundial, os bebês órfãos foram colocados em uma grande instituição. As acomodações eram agradáveis - móveis novos, brinquedos brilhantemente cobertos, comida deliciosa - no entanto, a saúde das crianças começou a se deteriorar rapidamente. Embora não houvesse sinais de doença, eles pararam de comer e brincar. Eles então ficaram fracos e começaram a morrer.” Esses são bebês recém-nascidos. “Médicos das Nações Unidas foram levados para investigar. A prescrição deles: durante dez minutos a cada hora, todas as crianças deveriam ser apanhadas, abraçadas, beijadas, brincar com elas e conversar com elas. As ordens foram obedecidas e, em pouco tempo, a estranha epidemia desapareceu. Os pequeninos se iluminaram. Seus apetites retornaram. Seus brinquedos foram novamente tocados. E quando seus dez minutos chegaram, eles entusiasticamente estendiam seus braços pequenos para serem apanhados pelas enfermeiras que se aproximavam.”
“Os médicos identificaram sua letargia fatal como marasmo e a descreveram como uma emaciação misteriosa e gradual do corpo que parece atacar quando os outros não separam tempo para demonstrar amor suficiente.” E então o escritor diz: “O mesmo princípio vale para os idosos. O desengajamento social leva à solidão e eventual morte. Nossos idosos sentem os efeitos de tal isolamento talvez mais do que qualquer outro grupo em nossa sociedade. Sem dúvida, é por isso que a senilidade é tão prevalente, e por quê” – preste atenção - a média de vida pós-aposentadoria é em média de quatro anos. O grito da maioria das pessoas mais velhas foi expresso por meu pai, logo após sua aposentadoria: “Filho, você pode me criticar, me acusar, pedir emprestado de mim, tirar sarro de mim, mas nunca me deixe em sozinho.”
O psicólogo americano James J. Lynch pesquisou a vida de sete mil pessoas com idades entre 30 e 69 anos por um período de nove anos. Sua conclusão é que “os indivíduos sociáveis que saem vivem mais e têm uma vida mais saudável do que aqueles que são desligados dos outros. Os primeiros são mais resistentes a doenças cardíacas e circulatórias, câncer e derrames, e são ainda menos inclinados ao suicídio. As pessoas se referem a esse fenômeno de várias maneiras: assimilação, sistêmica, ligação, rede social ou companheirismo; tudo se resume a uma ideia importante, todos nascemos com uma necessidade interna insaciável por uma interação significativa com os outros. A necessidade começa no primeiro dia de nossas vidas e continua até darmos nosso último suspiro.”
Você entende o que estamos dizendo? Deus nos fez para sermos totalmente realizados no ambiente amoroso da igreja. Você diz: “Bem, espere um minuto. Nós temos nosso pequeno grupo.” Tenho certeza que você tem. "Temos nossa pequena rede de amigos." Deixe-me falar sobre isso por um minuto. Mais uma vez, você sabe o que entra em ação, a lei da entropia e as coisas começam a se desintegrar. Você começa com essa comunhão maravilhosa e amorosa, e você acha que é amor, e você está gostando. E à medida que você entra nela um pouco mais, seu pequeno grupo começa a desenvolver padrões, e com esses padrões você se liga em alguns, e você dispensa outros. E se eles não se encaixam no padrão, eles não entram, então você tem o seu pequeno grupo. O pior é o nepotismo, onde o pequeno grupo é todo da mesma família. Mas existem outras formas, como o favoritismo, onde você tem seus amigos e seus companheiros.
É uma pequena rede de pessoas com as quais você se associa o tempo todo. Você se importa profundamente com eles. Eles se importam profundamente com você. Eles são como família extensa. Há a pequena rede em que você se encaixa. Você recebe afagos lá. Você se sente seguro lá. Você até se sente lisonjeado lá. Você é aceito sem risco. Tudo é absolutamente previsível. Na verdade, a conversa é geralmente a mesma toda vez que vocês se reúnem. Você nunca se envolve com pessoas imprevisíveis; você nunca entra em qualquer negócio arriscado. Você nunca permite que estranhos de situação inferior entrem na sua pequena rede e você diz que é amor. E posso sugerir a você que quanto maior o nível de conforto de sua rede, maiores serão as paredes que afastam outras pessoas. Está certo. Quanto maior o nível de conforto de sua rede, maiores serão as paredes que afastam outras pessoas; e geralmente há uma parte da sua pequena rede que fala sobre as pessoas do outro lado da parede e como elas nunca se encaixam no seu grupo. Mas você se sente bem com sua pequena rede, e você chama isso de amor, e você ignora totalmente talvez o amor verdadeiro.
Como precisamos ir além desse tipo de confinamento e trabalhar para mostrar amor a todos aqueles que entram em nosso caminho, não importa qual seja o risco. E eu acho que você poderia dizer que chegou a um certo ponto quando você olha para Deus apenas pela sua recompensa. Você pode dizer quando está realmente construindo relacionamentos no nível certo, quando nunca procura por algo do relacionamento, mas olha para Deus para a recompensa. Esse é um foco que você precisa ter. Um coração de amor, é o que Paulo quer que tenhamos. Que Deus nos ajude, porque o Espírito nos deu amor para expressá-lo uns aos outros. Bem, nós vamos voltar e pegar o número dois da próxima vez; vamos nos curvar juntos no nosso encerramento.
Quero que você entenda, ao chegarmos ao final de nosso culto, que todos nós lutamos com essas coisas, inclusive eu. Todos nós tendemos a essa zona confortável. Todos nós nos afastamos de relacionamentos imprevisíveis e de alto risco. Nós tememos a intrusão em nossa vida privada por pessoas que não nos conhecem bem. Nós gostamos de estar muito, muito confortáveis, e de forma alguma estar em guarda. Não gostamos de pensar que poderemos perder algum controle do nosso tempo e dos nossos recursos porque alguém mais precisa deles.
Mas é para isso que Deus nos chama - para ir além da rede, além do muro, para amar as pessoas que não necessariamente achamos atraentes, mas que têm necessidades. Todos aqueles que Deus coloca em nosso caminho, qualquer que seja sua necessidade, sabendo que as pessoas podem abusar disso, mas olhando para Deus para nossa recompensa. Olhando para os relacionamentos, não pelo que podemos obter da pessoa, mas pelo que podemos obter com o Senhor fazendo o que é certo. Minha oração por você é que você conheça o tipo de amor que Paulo desejava que os filipenses soubessem, e que você soubesse disso na mais completa expressão. E se nós, como igreja, começássemos a amar dessa maneira, o mundo nos notaria.
Obrigado Pai, pelo nosso tempo nesta manhã. Sele aos nossos corações Tua verdade. Modela nossas vidas a ela, para Tua glória. Amém.
FIM

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