
Nesta manhã, quero que você abra sua Bíblia em 1Timóteo, capítulo 1, versículos 18 a 20. Primeira a Timóteo, capítulo 1, versículos 18 a 20. Esta é uma seção muito breve das Escrituras, bastante clara, como descobrimos juntos em nossos dois últimos estudos. Mas, apesar de sua brevidade e clareza, deu origem a três mensagens a partir de hoje, e eu nem vou terminar hoje, e haverá uma quarta no próximo dia do Senhor sobre esta breve passagem. A razão para isso é que ela abre para a nossa reflexão uma verdade muito importante e bastante profunda. Deixe-me ler esses três versículos para você, e então nos aprofundarmos no que o Senhor nos deu por hoje.
Primeira a Timóteo 1:18: “Esta é a admoestação que faço a você, meu filho Timóteo, segundo as profecias que anteriormente foram feitas a seu respeito: que, firmado nelas, você combata o bom combate, mantendo a fé e a boa consciência, porque alguns, tendo rejeitado a boa consciência, vieram a naufragar na fé. Entre esses estão Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás para serem castigados, a fim de que aprendam a não blasfemar.”
Minha intenção, para este dia do Senhor, era apenas terminar o terceiro ponto do esboço e avançar no próximo dia do Senhor para o capítulo 2. Mas, quando comecei a examinar o versículo 20, que era o ponto final deste breve resumo da passagem, fiquei impressionado com a afirmação “os quais entreguei a Satanás.” E me vi pressionado a buscar o significado dessa ideia. O que significa ser entregue a Satanás? E assim, ao entendermos o significado do versículo 20, devemos entender um contexto maior de ser entregue a Satanás. Então isso fará sentido para nós.
Então se eu puder, nesta manhã e no próximo dia do Senhor, quero expandir a ideia de ser entregue a Satanás. Eu até desejo ilustrá-la com algumas ilustrações muito contundentes e específicas de nossa própria congregação, para que possamos entender exatamente o que essa frase significa. É uma linha assustadora, "entregue a Satanás.” É um pensamento surpreendente que alguém seja entregue ao próprio diabo, mas é exatamente isso que diz, foi exatamente o que Paulo fez com esses dois homens, e é exatamente o que ele está convidando Timóteo a fazer também a outros que são dignos de tal destino. É uma parte do ministério da igreja, como é um ministério do próprio Deus, entregar as pessoas a Satanás.
Agora, a palavra “entregar,” no versículo 20, paradidōmi, significa ceder, soltar, entregar. Ou a melhor tradução para obter o sentido aqui é abandonar - abandonar. Tirar as mãos é a ideia, remover a proteção e abandonar alguém a Satanás. É a mesma palavra em Atos 15:26 que a versão Revista e Atualizada traduz como "exposto.” Porque pretende transmitir a ideia de estar exposto a um grande perigo, ficar sem qualquer isolamento, proteção ou abrigo e ser entregue totalmente a Satanás.
Agora, Paulo fez isso na igreja de Éfeso, como ele diz, e convida Timóteo a continuar o mesmo tipo de trabalho. Portanto, é uma obra de importância e é uma obra de Deus. Há um paralelo a isso, outra passagem que usa os mesmos termos, e eu quero que você vá para ela em 1Coríntios, capítulo 5. Primeira aos Coríntios, capítulo 5, fala de uma pessoa que é culpada de uma forma de incesto na igreja, e o versículo 5 fala dessa pessoa que vive com a esposa de seu pai em um relacionamento de fornicação, versículo 5: Em que exorta a igreja de Corinto a "que esse tal seja entregue a Satanás para a destruição da carne." Esses dois lugares, 1Timóteo 1:20, 1Coríntios 5:5, são os dois lugares no Novo Testamento onde temos a ideia de abandonar alguém a Satanás explicitamente declarado dessa maneira.
Agora, ouça atentamente o que eu digo, porque é essencial que você entenda isto. Existem pessoas que andam por aí e dizem que não há condições sob as quais algum cristão poderia estar sujeito a Satanás. Eu ouço isso de pessoas carismáticas continuamente, e não é isso que as Escrituras ensinam. As Escrituras ensinam claramente que não apenas é uma possibilidade ser entregue a Satanás, mas também é um ministério da igreja fazer isso. Há momentos, lugares e circunstâncias, sob o plano de Deus, em que as pessoas devem ser definitivamente entregues a Satanás, e há momentos e ocasiões em que o próprio Deus faz exatamente isso.
Agora, ouça com atenção enquanto analisamos isso biblicamente. Ser entregue a Satanás, nessas duas referências que mencionei a você, tem a ideia de ser expulso da igreja, de ser desassociado - ou, na antiga terminologia, excomungado. É a ideia de ser excluído de qualquer associação com os santos de Deus e da mesa do Senhor. Seria, nos termos de Mateus 18, pegar alguém que, pelo pecado contínuo, fosse expulso da igreja, e tratá-lo como um incrédulo. É dizer, então, que entregar alguém a Satanás significa que, antes disso, ele não estava totalmente em seu poder; não poderia haver uma mudança, não haveria comprometimento nem abandono a Satanás se ele já estivesse em seu poder.
Bem, 1João 5:19 diz: “O mundo inteiro jaz no maligno.” O mundo já está em suas mãos. O mundo já lhe foi entregue por causa do pecado. A instrução para a igreja de entregar alguém a Satanás significa que alguém não está naquele momento totalmente sob o controle de Satanás. Portanto, devemos falar sobre pessoas que, de uma maneira ou de outra, estão sob a égide da proteção oferecida pela igreja, e existe na igreja o isolamento e a proteção, o cuidado, o amor e a bênção de Deus. Então, estamos falando aqui sobre pessoas que estão sob os cuidados da igreja ou dentro da comunidade de pessoas redimidas, sob a proteção de Deus, uma parte do derramamento de suas bênçãos que, em algum momento, são colocadas fora dessa proteção e deixadas totalmente expostas a Satanás.
Agora, isso pode ser verdade para crentes ou incrédulos. Você diz: "Como assim?" Porque há incrédulos na igreja, assim como havia incrédulos na comunidade dos remidos em Israel que, em virtude de sua associação com o povo de Deus, estavam, portanto, sob certa quantidade de proteção, e em virtude de um efeito de respingo, pessoas que estão ao redor daqueles que estão recebendo as chuvas de bênção também vão se molhar, e então Deus deu até aos incrédulos em virtude de sua proximidade ou seu envolvimento com a comunidade redimida uma certa proteção, uma certa quantidade de bênção.
Vejamos algumas ilustrações disso. A primeira está no capítulo 18, de Gênesis - capítulo 18, de Gênesis - e acho que você verá algumas coisas muito surpreendentes ao examinarmos isso. No capítulo 18, no versículo 26, de Gênesis, Deus havia dito que iria destruir a cidade de Sodoma, uma cidade cheia de maldade, uma cidade miserável conhecida por sua descarada homossexualidade violenta e, no versículo 26, o Senhor diz em sua conversa com Abraão: "Se eu encontrar em Sodoma cinquenta justos dentro da cidade, pouparei todo o lugar por causa deles.” Isso não é incrível? Você tem uma cidade inteira, cujo pecado subiu às narinas de Deus, um mal grave, uma cidade inteira que merece que a ira de Deus seja derramada, e o Senhor diz: “Se eu puder encontrar 50 pessoas justas, pouparei a cidade inteira.” Agora, esse é o isolamento que chega aos que não merecem, simplesmente por causa de sua proximidade com os justos.
Abraão diz: "Que tal 45?" no versículo 28, e o Senhor diz: “Tudo bem, se eu puder encontrar 45, não a destruirei.” Abraão está se remoendo neste momento, então ele diz: "Que tal 40?" O Senhor diz: "Não farei isso pelo bem dos 40.” "Suponha 30?" "Não farei isso por 30." Você vai até o versículo 32, e ele diz: "Que tal dez?" E o Senhor disse: "Suponha que haverá dez.” Abraão diz que o Senhor disse: "Não a destruirei por dez." Incrível. Uma cidade inteira de milhares e milhares de pessoas seria poupada por causa do desejo de Deus de ser misericordioso com dez pessoas que pertencem a ele. A propósito, não havia dez, e Deus destruiu a cidade.
Mas o ponto é o seguinte: a proximidade e o envolvimento com o povo redimido de Deus atua como proteção e isolamento até para os incrédulos, e isso pode ser visto na história de Israel. Havia na nação de Israel muitos judeus incrédulos, muitos, nas palavras de Paulo, judeus que não eram judeus verdadeiros, eram judeus por nacionalidade, mas não por fé, e ainda todas as abundantes bênçãos de Deus à nação, dando-lhes a terra prometida com todas as suas riquezas, derramando a maravilhosa bênção do sistema de sacrifício cerimonial e do sacerdócio, toda a proteção e cuidado de Deus e a derrota de seus inimigos era uma bênção para o judeu secular naquela nação, tanto quanto em certo sentido ao judeu religioso, pois isso agia como proteção e isolamento para os incrédulos também.
A questão é a mesma na igreja. A igreja tem incrédulos nela que, em virtude de estarem visivelmente na igreja, participando e se associando, são, portanto, os que recebem a bênção que o Senhor derrama em sua igreja em um sentido secundário. Para ver isso ilustrado, abra sua Bíblia em 1Coríntios, capítulo 7, onde isso é significativamente esclarecido, e aqui, Paulo está discutindo o casamento e a questão de saber se um parceiro incrédulo deve – ou melhor, se um parceiro crente deve permanecer com um parceiro incrédulo - se você é uma esposa cristã, deve ficar com um marido não cristão; se você é um marido cristão, deve ficar com uma esposa não cristã e, no versículo 14, Paulo responde à pergunta dizendo: "O marido incrédulo é santificado pela esposa, a esposa incrédula é santificada pelo marido,” e continua dizendo: “Os seus filhos não eram impuros, mas agora eles também são santificados.”
Em outras palavras, um cônjuge e filhos incrédulos de uma família onde há um crente são todos os beneficiários da bênção de Deus. Santificado não significa que eles são salvos, não significa que eles recebem redenção em virtude de seu relacionamento familiar. O que isso significa é que existe novamente esse efeito de respingo; eles estão por perto quando as chuvas de bênção chegam e se molham. Portanto, o argumento que Paulo está defendendo é: Não dispense seu cônjuge não cristão por causa do benefício para ele ou ela só de estar ao seu redor quando Deus derramar sua graça, e mesmo os filhos são abençoados e muitas vezes levados à salvação.
Portanto, a ideia é a seguinte: que existe no abrigo do povo de Deus uma proteção contra toda a explosão dos desígnios malignos de Satanás, e poderíamos concluir no Antigo Testamento que um judeu incrédulo na nação de Israel estava em melhor situação do que um judeu incrédulo fora da nação Israel, onde não havia promessa de proteção da aliança, e podemos concluir na nova aliança que um incrédulo associado à igreja e envolvido com a igreja está melhor do que um incrédulo lá fora, sob a fúria total de Satanás e deitado nos braços do iníquo, simplesmente em virtude do fato de que, como Deus é bom para com os seus, aqueles que estão próximos dos seus se beneficiarão de alguma maneira com essa bondade, e isso explica por que existem pessoas que querem andar pela igreja, mesmo que não desejem receber o Cristo, que é a cabeça da igreja.
Agora, é importante notar, então, que alguém ser entregue a Satanás significa que ele é afastado do isolamento e proteção dessa comunidade de crentes e entregue completamente a Satanás, Deus retirando toda a sua mão de proteção que ele, em qualquer grau, tenha desfrutado. Agora, eu quero que você entenda como isso funciona, então eu quero voltar ao Antigo Testamento, e quero que você veja, assim como no Novo Testamento, nesta manhã, que Deus - ouça atentamente - por seus próprios motivos, pessoalmente, tira pessoas de sob a proteção da comunidade de crentes e as coloca sob o controle de Satanás. O próprio Deus fez isso, e eu quero que você veja isso a partir de várias ilustrações bíblicas.
Vamos voltar ao livro de Jó, e é aqui que começamos, o livro de Jó. No capítulo 1, de Jó, somos apresentados a esse homem que era perfeito e reto, temia a Deus e evitava o mal. O texto o descreve como um homem que tinha dez filhos, 7.000 ovelhas, 3.000 camelos, 500 juntas de bois, 500 jumentas, uma grande casa. Esse homem era o maior de todos os homens do Oriente. Seus filhos iam e se deleitavam em suas casas, todos os dias, e enviavam e pediam que suas três irmãs comessem e bebessem com eles; e quando os dias de suas festas terminavam, esse Jó os enviava e os santificava, levantava-se bem cedo de manhã e oferecia holocaustos de acordo com o número de todos, pois Jó dizia: "Pode ser que meus filhos tenham pecado e amaldiçoado Deus em seus corações.” Jó assim fazia continuamente. Esse homem era tão consciente espiritualmente que ele não apenas mantinha seu coração diante de Deus, mas oferecia sacrifícios por seus filhos apenas com a suposição de que eles poderiam ter pensado algo em seu coração que estava errado, e ele queria ter certeza de que o pecado fosse coberto. Esse é um homem bom, o melhor dos homens, bem como o homem mais próspero do Oriente.
Agora, no versículo 6, há um dia em que os filhos de Deus - isso se referem aos anjos - vieram se apresentar diante do Senhor. Agora, não sabemos que dia era, não sabemos qual foi a ocasião, não sabemos quais foram as circunstâncias. Tanto quanto sabemos, os seres angélicos vieram diante do Senhor e Satanás veio com eles, sendo ele aquele anjo caído, Lúcifer. Ele veio e o Senhor disse: "Satanás, de onde você vem?" E Satanás respondeu ao Senhor e disse: “De um lado para o outro na terra e de andar para cima e para baixo nela,” o que nos diz onde ele passa seu tempo, e o Senhor disse a Satanás: “Você observou meu servo Jó, que não há ninguém como ele na terra, um homem perfeito e reto, que teme a Deus e evita o mal? Você observou meu servo?
Veja bem, Satanás está sempre querendo diminuir a obra de Deus, sempre querendo destruir a obra de Deus, sempre querendo mostrar-se a Deus, e tenho certeza que ele estava lá para fazer alguma acusação contra Deus diante de todo o resto dos seres angelicais que estavam lá. Ele queria fazer Deus parecer ruim, esse é o seu desejo, e então Deus diz: "Você já olhou para meu servo Jó e que homem bom ele é?" E Satanás respondeu ao Senhor e disse: "Jó teme a Deus por nada?" “Você acha que ele ama, confia e acredita no Senhor do jeito que ele faz, por nada? O Senhor acha que ele faz isso só porque está em seu coração fazer isso? O Senhor fez uma cerca ao redor dele, da casa dele e de tudo o que ele tem de todos os lados, e abençoou o trabalho de suas mãos, e sua substância aumentou na terra. Por que acha que ele o adora? Porque ele é um pragmático. Ele sabe quem está entregando a mercadoria. Quer dizer, é simples, ele sabe como abrir a comporta. Ele faz as coisas pelo Senhor e o Senhor descarrega nele todas as bênçãos. É claro que ele é bom, mas não é por nada.” “Estenda a mão agora,” diz Satanás no versículo 11, “toque tudo o que ele tem, e ele amaldiçoará a Ti e Tua face.” "Tire as coisas dele e ele amaldiçoará Tua face."
E o Senhor disse a Satanás - faça isto: "Eis que tudo o que ele tem está em seu poder." Sublinhe isso. "Eis que tudo o que ele tem está em seu poder." Deus entregou Jó a Satanás, sem dúvida. Deus entregou Jó a Satanás. Esse foi um ato divino pela soberania de Deus. "Apenas sobre ele mesmo, não coloque sua mão." "Você pode fazer o que quiser com as coisas dele, mas não toque nele." E Satanás saiu da presença do Senhor. Ele o entregou a Satanás. “Certo dia, quando seus filhos e suas filhas comiam e bebiam vinho em casa do irmão mais velho, chegou um mensageiro a Jó e disse que os bois estavam lavrando e o jumento estava se alimentando ao lado deles, e os sabeus caíram sobre eles e os levaram. Eles mataram os servos com o fio da espada, e eu só escapei para lhe contar, e enquanto ele ainda estava falando, veio outro e disse que o fogo de Deus caiu do céu e queimou as ovelhas e os servos e os consumiu, e só eu escapei para lhe contar.”
Satanás fez várias coisas. Ele entrou e infundiu ódio nos sabeus. Eles vieram e exterminaram alguns dos animais de Jó. Satanás levou algumas pessoas a iniciar um incêndio, queimou todas as suas colheitas e todas as suas ovelhas. Os caldeus vieram, ele motivou os caldeus. Veja bem, Satanás se move sobre todos os tipos de agências humanas. Caíram sobre os camelos, e os levaram embora, mataram os servos com a ponta da espada - perdeu tudo. Versículo 19: “E veio um grande vento do deserto, feriu os quatro cantos da casa onde todos estavam fazendo um banquete. Caiu sobre os jovens e eles estão mortos, e eu sou o único que escapou.” Simplesmente acabou com tudo o que ele tinha, todas as suas colheitas, todos os seus animais, todos os seus filhos, e Jó rasgou seu manto, raspou a cabeça, caiu no chão e amaldiçoou a Deus. É isso que o texto diz? Caiu no chão e o quê? Adorou e disse: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu retornarei lá. O Senhor o deu e o Senhor o tomou.” Ouça esta frase - o quê? "bendito seja o nome do Senhor!"
E em tudo isso, Jó não pecou, nem acusou a Deus com algum tipo de loucura. Você diz: "Qual é a questão?" A questão é a seguinte. Deus fez questão de apontar para o diabo e a todas as pessoas que já leram esse relato que a questão é o seguinte: que a verdadeira fé salvadora não depende de circunstâncias positivas. Esse é o ponto. Que ponto? Veja, o diabo pensou: "Bem, essas pessoas seguem o Senhor porque o Senhor lhes dá todas as coisas.” E o que nosso Senhor está dizendo é isto: "Vou lhe dizer o seguinte: quando redimo uma vida e quando transformo uma vida, quando uma alma é convertida e quando um homem realmente me ama, esse amor não se baseia nas circunstâncias." E, de certo modo, Jó é quase supérfluo ao ponto aqui. Deus está discutindo com Satanás, e para defender seu argumento, ele usa Jó, e o objetivo é mostrar a força, a continuidade e o caráter inabalável da verdadeira fé salvadora, do verdadeiro amor a Deus. Tremendo!
Ouço o tempo todo, sobre o livro de Jó, que Jó nos ensina a lidar com o sofrimento. Jó, o objetivo de Jó é mostrar o caráter de um homem piedoso, e o caráter de um homem piedoso é que ele ama a Deus e adora a Deus não por causa do que Deus fez ao lhe dar coisas, mas por causa de uma pura devoção somente. Ele confiava em Deus.
Satanás voltou. Em outro momento houve uma reunião no capítulo 2, e Satanás passa pela mesma conversa. Deus diz: "Você reparou no meu servo Jó?" e ele diz: "Deixe-me vê-lo novamente." E assim, no versículo 6, capítulo 2, o Senhor disse a Satanás: “Você pode fazer com ele o que quiser." Desta vez, você pode atingi-lo, mas não pode matá-lo. "Você não pode matá-lo. Satanás saiu da presença do Senhor e feriu Jó com furúnculos, desde a planta do pé até o alto da cabeça. Marque isso, pessoal, Satanás pode trazer doenças. Satanás pode trazer doenças, e aqui está Jó com um pedaço de cerâmica quebrado, raspando as crostas e furúnculos enquanto ele se senta no monte de cinzas, e isso era um símbolo de seu luto e tristeza. E sua esposa muito prestativa - que não era uma mulher de Provérbios 31 - aparece e diz: "Amaldiçoe a Deus e morra.” E ele disse a ela: "Você fala como uma doida. Temos recebido de Deus o bem; por que não receberíamos também o mal? Em tudo isso não pecou Jó com os seus lábios.”
Isso é incrível! Deus está defendendo um argumento monumental sobre a natureza da verdadeira salvação, sobre a natureza da verdadeira piedade, sobre a natureza de um coração realmente reto. A pessoa que realmente ama a Deus não é a pessoa que ama a Deus por causa do que recebe, mas é uma pessoa que ama a Deus por causa de quem ele é. Essa é a questão. E você diz: "Bem, não foi muito justo fazer de Jó a ilustração apenas para defender um argumento.” Ahn? Você precisa enxergar além da vida de um indivíduo o fato de que Deus estava defendendo um argumento para toda a eternidade. Ele tem o direito soberano de fazer isso.
Bem, você sabe como segue o resto da história. Ele tem um monte de amigos bem-intencionados que vêm e dão a ele um monte de bobagens, do capítulo 4 ao capítulo 37. São 33 ou 34 capítulos de conversas evasivas. No meio de tudo isso, Jó está triste e com o coração partido. Os capítulos 3 a 10 descrevem a tristeza de Jó, e ele está realmente sofrendo. Ele está com dor. "Ah! Se a minha queixa, de fato, pudesse ser pesada, e contra ela, numa balança," capítulo 6, versículo 2. No capítulo 10, ele diz: "Minha alma está cansada da vida.” E ele diz, no versículo 2, do capítulo 10: “Deus, não me condene. Mostre-me por que o Senhor está lutando comigo. O que o Senhor está fazendo comigo? Eu só quero saber o que está acontecendo. Não consigo entender isso. Não consigo explicar. Perdi minhas plantações, meus animais, meus filhos, minha casa. Eu perdi minha saúde. Tudo o que me resta é uma esposa que eu realmente gostaria de trocar por algumas das outras coisas que perdi - e em tudo isso, não faço ideia de por que isso está acontecendo. “Por que o Senhor está fazendo isso?”
Ninguém responde. Os céus estão abobadados. Eles estão absolutamente silenciosos, e no vácuo no silêncio de Deus vêm todas essas outras pessoas com suas respostas erradas. Finalmente - maravilhosamente - no capítulo 38, Deus fala e diz: "Então, do meio de um redemoinho, o Senhor respondeu a Jó.” Você sabe o que o Senhor disse? O Senhor não disse: “Bem, veja, Jó, quero lhe contar sobre isso. Agora, veja por que estou fazendo isso, veja. Antes de tudo, Satanás chegou lá um dia e ele disse” - escute, Jó não sabia disso até ler este livro mais tarde, o que provavelmente nunca fez. Ele não sabia. Ele não sabia o que estava acontecendo nos capítulos 1 e 2. Isso aconteceu no céu - ele não sabia disso.
E quando o Senhor vem, o Senhor não diz a ele. O Senhor apenas diz, com efeito: “Por que você está fazendo esses tipos de pergunta? Onde você estava quando eu fiz o mundo? Onde você estava quando eu lancei os fundamentos da terra? Onde você estava quando eu criei montanhas e mares? Onde você estava quando as estrelas da manhã e os anjos cantaram juntos e todos os filhos de Deus gritaram de alegria pela criação? O que você sabe sobre a terra? O que você sabe sobre a morte?” Em outras palavras, o que ele está dizendo é: "Farei exatamente o que quero e quem é você para me questionar?" E Deus apenas revela a si mesmo, sua onipotência, seu caráter.
E, finalmente, Jó recebe a mensagem, no capítulo 42. “E Jó respondeu ao Senhor e disse: Ah! Entendo, entendi. O Senhor pode fazer tudo, e nenhum pensamento pode ser ocultado do Senhor, e quem jamais esconderá conselhos sem conhecimento; por isso proferi aquilo que não entendi, coisas maravilhosas demais para mim, que não sabia.” Você sabe o que ele diz? Deus, eu entendo. O Senhor é Deus, o Senhor é soberano, pode fazer qualquer coisa, o Senhor sabe tudo, tem todos os privilégios. Eu sou um tolo por abrir minha boca. Peço desculpas. Eu tenho falado sobre coisas muito além do meu entendimento, das quais não sabia. Muito incríveis para eu entender.” “Então me ouça, Senhor, me ouça, e é isso que eu quero que o Senhor ouça. Eu tinha ouvido falar sobre o Senhor com a audição do meu ouvido, mas agora meus olhos lhe veem.” Mas o que é que ele quis dizer com isso? “Eu conhecia sobre o Senhor apenas de ouvir; agora eu o conheço por experiência pessoal. Eu vi o Senhor em ação, e me odeio e me arrependo em pó e cinzas.”
Esse homem querido mostrou sua piedade. Ele tinha a resposta certa. “Oh, Deus,” ele disse, “o pecado em tudo isso é meu pecado, por não reconhecer seu direito soberano de dar e tirar. O que eu disse no começo é verdade, o Senhor deu, o Senhor tira, bendito seja o nome do Senhor. Quem eu era para questionar? O Senhor tinha todo o direito de fazer o que fez.”
Ouça, o objetivo todo desse livro é mostrar o caráter da verdadeira piedade, é mostrar a realidade inquebrável de uma alma redimida que sob nenhuma pressão abandonará seu Deus, sob nenhuma pressão negará seu Deus; sob a perda de tudo, ela permanece verdadeira. Alguém veio a mim nesta manhã, após o primeiro culto, e disse: “Acho que agora pela primeira vez entendo por que Deus trouxe sofrimento à minha vida. Eu nunca pude entender isso. Examinamos todas as razões possíveis e agora,” ele disse, “as pessoas estão sempre me dizendo: 'Não acredito que você possa ter uma fé tão grande em Deus no meio disso,’ e agora entendo que essa é a questão."
Se nada mais, o sofrimento demonstra o caráter da verdadeira conversão, entende? Do verdadeiro amor por Deus, e o sofrimento levou Jó, de um entendimento limitado de Deus, a um entendimento ainda maior de Deus. E, é claro, Deus derramou bênçãos; a partir do versículo 7, devolveu-lhe mais do que tinha antes. Deus o abençoou com tremenda abundância, e ele morreu, mas não até que estivesse velho e cheio de dias, diz o versículo 17. Ele teve as filhas mais bonitas. Deus deu a ele filhos mais bonitos. Deus deu a ele as melhores colheitas. Sim, chega um momento em que Deus recompensará a pessoa fiel. Mas por um tempo - anote isto - o Senhor, em seu propósito soberano, pode optar por entregar um dos seus a Satanás para seus próprios propósitos, para nada mais senão demonstrar a um mundo observador a força e o caráter da genuína conversão, para que o mundo veja pessoas que amam a Deus não pelo que ele dá, mas por quem ele é. E nossa teologia pop fraca, insípida e superficial de hoje é ignorante quanto a isso. Jó foi usado por Deus para provar o caráter do verdadeiro amor a Deus, a verdadeira devoção a Deus. Que pensamento!
E não foi sem grande benefício para ele, porque ele aprendeu sobre a soberania de Deus e aprendeu um amor mais profundo a Deus. Ele encontrou em si mesmo alguns pecados que não sabia que tinha e entendeu a necessidade de se submeter ao governo divino, não importando o que isso envolvesse. Um verdadeiro crente, então, pode ser entregue a Satanás para trazer maior glória a Deus. Mas Satanás tem limites para o que ele pode fazer, certo? Primeiro, Deus disse a ele: "Você não pode tocá-lo." Na segunda vez, "Você pode tocá-lo, mas não pode" - o quê? "Você não pode matá-lo.” Sempre há uma restrição mesmo quando alguém é entregue a Satanás.
Não se surpreenda, amado, se dentro da igreja de Jesus Cristo existem alguns que, incapazes de encontrar qualquer motivo, acabam em uma situação em que parece que Deus removeu totalmente sua mão de proteção e bênção, e eles estão na mesma confusão interrogativa de um Jó, eles não conseguem entender por que isso aconteceu, não podem explicar humanamente por que isso aconteceu, e a resposta está em algum lugar no nível divino, que pode ou não ser conhecida por nós. Mas Deus tem seus santos propósitos, e em sua graça virá uma restauração e um tempo de grandes bênçãos.
Agora, abra comigo, como outra ilustração disso em Mateus, capítulo 4, e quero mostrar uma coisa igualmente surpreendente. Mateus, capítulo 4. Agora, aqui encontramos outro ato pelo qual Deus entrega alguém a Satanás, e desta vez é alguém que é ainda mais reto do que Jó, alguém que é ainda mais perfeito que Jó, que foi total, absoluta e totalmente sem pecado, até o próprio Senhor Jesus Cristo. Observe Mateus, capítulo 4, versículo 1. “Então Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto.” Foi levado pelo Espírito: Marcos 1:12 diz que foi impelido pelo Espírito. Para que finalidade? Observe: Com o objetivo de ser tentado - ou provado - pelo diabo.
Agora ouça isto. Deus não apenas entregou Jó ao diabo, mas também entregou Cristo a ele. É exatamente o que o texto diz. Ele entregou Cristo a Satanás. Da mesma forma que Deus colocou Jó nas mãos de Satanás e provou o caráter da verdadeira salvação e provou o caráter de Jó, assim Deus colocou seu próprio Filho amado nas mãos de Satanás para provar seu caráter e mostrar que ele não iria quebrar e que não iria vacilar, e que ele permaneceria verdadeiro como o Deus-homem perfeito. E você notará, no versículo 2, que essa tentação durou 40 dias e 40 noites. Acredito que a tentação não só veio no final, mas acredito que, se você comparar todos os registros do evangelho, descobrirá que houve tentação em todos esses momentos.
Agora, um jejum de 40 dias e 40 noites é uma experiência tremendamente enfraquecedora. Jesus está em um ponto altamente vulnerável e, no final desses 40 dias e 40 noites, houve um grande ponto culminante com essa tentação, mas isso não quer dizer que a tentação não veio até o fim. Acredito que ele foi tentado através de tudo isso e uma grande tentação culminante no final. Foi um momento de grande fraqueza, fisicamente, quando ele não comeu nem bebeu. Foi um momento de grande solidão. E li um dos puritanos nesta semana, que disse que Satanás é um pirata que procura encontrar um navio que navega sem frota.
E Satanás é um pirata que procura encontrar um navio que navega sem frota, encontrar um crente isolado e sozinho, sem a proteção de outros, e aqui está Cristo sozinho por 40 dias e 40 noites, fraco, em um lugar que George Adam Smith chamou a devastação do calcário amarelo, um lugar estéril, no precipício com vista para o Mar Morto, na parte de trás do platô de Jerusalém, e lá o diabo chega a ele por desígnio de Deus, que o levou ali por seu Espírito e o tenta, e o tenta nas áreas onde ele tinha um direito.
Antes de tudo, tenta-o quanto ao pão. E não era ele o Filho de Deus, e não tinha o direito de comer, e não fez tudo o que foi feito? E se ele fez pão para uma multidão, não poderia fazer para si mesmo? E então o tentou a se jogar do alto do templo e, assim, ser aclamado como o Messias, e tomar o direito que era dele, e não era dele? E então tomar os reinos do mundo, e eles não eram seus por promessa? Ele o tentou nas áreas em que tinha direito, mas Cristo resistiu no meio da fraqueza e solidão a todas essas tentações. O versículo 11 diz então: "O diabo o deixou e os anjos vieram e ministraram a ele.”
Deus colocou seu próprio Filho nas mãos de Satanás, e depois o abençoou no final com uma ministração de anjos por ter passado na prova, assim como ele abençoou Jó por ter passado na prova. Sim, Deus, por seu próprio desígnio soberano, pode optar por colocar um dos seus - até o próprio Filho - nas mãos de Satanás para trazer a si mesmo a maior glória.
2Coríntios, capítulo 6, versículo 14. Em Segunda aos Coríntios, capítulo 12, Paulo diz: "Não é conveniente nem adequado para mim, sem dúvida a glória ou a vanglória." "Não é certo me vangloriar,” diz ele. "Vou chegar a visões e revelações do Senhor." E ele teve muitas visões. Você sabe, ele viu Jesus Cristo ressuscitado dos mortos. Ele teve revelações. Ele diz: eu - referindo-se a si mesmo – ele diz: "Conheço um homem” - ele fala de forma indireta aqui porque, novamente, ele não quer se vangloriar, e esse homem, “seja no corpo, não posso dizer, ou fora do corpo” - ele não pode realmente defini-lo - “foi arrebatado ao terceiro céu” - isto é, a morada de Deus. “Ele foi arrebatado” - diz o versículo 4 - “ao paraíso.” Versículo 3: Ele não sabe se estava dentro ou fora do corpo, não conhece a dinâmica espiritual real do que aconteceu, apenas sabe que estava lá. Ele ouviu palavras indizíveis que não são lícitas para qualquer homem pronunciar. “Mas eu não me gloriarei em alguém assim, eu mesmo não me gloriarei. A única coisa que me gabarei é da minha enfermidade.”
Quer dizer, houve uma grande tentação na vida de Paulo por causa de seus muitos sucessos, visões e revelações, por ser muito arrogante. “Mas eu não vou fazer isso. Eu desejaria me gabar” - versículo 6 - “mas não vou ser tolo. Então direi a verdade, mas agora eu - retenho - para que ninguém pense em mim acima daquilo que ele me vê ser ou ouve de mim.” "Não quero que ninguém tenha uma opinião injusta ou exagerada de mim, por isso não me gabo, mesmo tendo tido essas coisas." “Mas eu tenho de confessar,” ele diz no versículo 7, “não sou apenas eu que estou restringindo” - versículo 7 - “a menos que eu deva ser exaltado acima da medida através da abundância das revelações.”
Em outras palavras, “O que me impede de fazer isso é” - observe isto - “que me foi dado” - e acredito que a implicação ali é de que Deus trouxe isso, Deus permitiu isso. Esse é um homem piedoso, esse é um homem santo, esse é um homem reto, como Jó era um homem reto. Esse é um homem que conhece a experiência cristã como talvez nenhum homem que já tenha vivido, além do próprio Deus-homem, então ele não é um homem pecador; ele lida com as áreas de sua vida diante de Deus. "Foi-me posto um espinho na carne." Quero que você observe que o Senhor lhe deu isso e, no entanto, é chamado no versículo 7 "um espinho na carne, mensageiro de Satanás para me espancar, para que eu não seja exaltado acima da medida.”
Ouça isto: Acredito que esse texto nos diz que o Senhor entregou Paulo a Satanás, pelo menos nesse aspecto. Ele deu a Satanás o direito de infligi-lo - não acredito que seja obra de Deus, acredito que é obra de Satanás - mas acredito que Deus pretendia que Satanás pudesse fazer isso para manter Paulo fraco, para que ele fosse dependente. Homens com grandes dons precisam disso porque tendem a não ser dependentes. Deus enviou Paulo à arena de Satanás para ser golpeado. A palavra "esbofetear" é usada em Mateus 26:67 na descrição de Jesus em julgamento quando o socavam. Tem uma raiz da palavra que significa “os nós dos dedos,” e tem a ver com socos do punho que esmagam o tecido e o osso, e ele diz: “Eu tenho esse espinho na carne que enfia os nós dos dedos no meu corpo. É um mensageiro de Satanás.”
Você acha que Deus poderia ter evitado isso? Claro. Mas Deus o deu a Paulo para que ele não ficasse orgulhoso, mas humilde. Versículo 8: "Três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim." Eu pedi a ele." Alguém dirá: “Bem, alguns carismáticos nos dirão que ele não tinha fé suficiente.” Não me venha com essa. Isso é estranho ao texto. "Bom, ele não reivindicou sua libertação." Também não caio nessa. Porque o texto diz exatamente o que o Senhor disse. Ele disse: “Tira isso,” o Senhor disse: “Não, minha graça te basta, minha força se aperfeiçoa nessa fraqueza.” "Não vou tirá-lo, porque é uma fraqueza suficiente para permitir que minha força se manifeste." Assim, Paulo diz: "De bom grado, alegremente me gabarei de minhas fraquezas.” Por quê? "Porque o poder de Cristo repousa sobre mim." “Tenho prazer em minhas fraquezas, reprovações, necessidades, perseguições, angústias por amor a Cristo, porque quando sou fraco, então sou” - o quê? - "forte."
Agora, amado, Deus enviou um desastre a Jó, entregou-o a Satanás. Por quê? para que Jó pudesse ser a prova viva do caráter de um homem piedoso, para que Jó pudesse aprender que Deus era soberano, para que Jó conhecesse a Deus mais intimamente e melhor do que jamais imaginara conhecer a Deus, porque em suas lutas ele foi atraído a Deus de maneira que sua prosperidade nunca poderia fazê-lo. Então Deus entregou Jó a Satanás por razões maravilhosas e impediu que Satanás acabasse por destruir Jó.
Deus entregou Cristo a Satanás para provar sua pureza. Deus entregou Paulo a Satanás, pelo menos nessa área, para que Satanás pudesse ser o instrumento de Deus para manter Paulo humilde, para que ele soubesse onde estava sua força e, portanto, fosse um servo mais eficaz. Assim, o Senhor entrega Jó a Satanás para provar que é um homem piedoso. O Senhor entrega Paulo a Satanás para que Paulo seja um servo maior e mais eficaz. Para que ele possa aprender humildade e que ele possa aprender dependência.
Quero que você abra em Lucas 22. Lucas 22, versículo 31. Em Lucas 22, versículo 31 - ouça. O Senhor disse: "Simão, Simão" - ele está falando com Pedro - "Simão, Simão.” Ele o está chamando por seu antigo nome porque vê características de seu antigo eu - pecado. Então, ele escolhe o nome antigo para enfatizar a velha natureza que vê em seu comportamento, e diz duas vezes por causa de sua compaixão. "Simão, Simão" - é pathos. "Eis que Satanás vos reclamou." E eu acredito que isso é verdade - isso é verdade para todo crente. Satanás adoraria andar por aí como um leão que ruge, devorar todo crente e mostrar a Deus e mostrar aos anjos. Eu acho que Satanás gostaria que os outros anjos se rebelassem. Eu acho que Satanás quer expressar sua opinião, e se ele pudesse apenas capturar os salvos, se ele pudesse fazê-los abandonar a salvação, se ele pudesse engoli-los em seu próprio reino maligno, então ele poderia ter uma vitória sobre Deus, então ele poderia dar um xeque-mate de Deus, pelo menos em um ponto.
Então, Satanás deseja ter você, particularmente Satanás desejou Pedro, porque Pedro foi muito crucial para o desenvolvimento da igreja, o grande pregador que Deus usou nos anos da fundação. Satanás quer você, e ele quer peneirar você como trigo. Em outras palavras, ele quer expô-lo ao vento. Ele quer que a sua personalidade se desintegre como o trigo quando é jogado no ar e simplesmente sopre o joio. Ele quer soprar sua confiança, sua utilidade, sua confiança em Deus, sua segurança e sua eficácia. Ele quer você.
Você acha que o Senhor poderia ter evitado isso? "É claro." O mesmo Senhor que amarrará Satanás por mil anos em um abismo no livro do Apocalipse certamente poderia tê-lo impedido aqui de tocar Pedro, mas ele não o fez. Veja o versículo 32: "Orei por você para que sua fé não falhasse.” “Eu orei por você para que você não acabasse perdendo sua salvação.” Assim como ele disse, e você pode ir tão longe com Jó e não mais longe, você pode ir tão longe com Paulo e não mais longe, você pode ir tão longe com Pedro e não mais longe, você não terá o fracasso final de sua fé. Então ele diz: "Mas quando você voltar,” ou seja, "eu vou" - o quê? “Eu vou deixar você - eu vou deixar você ir, eu vou deixar você ir para Satanás, e quando você voltar” - faça o quê? - "fortaleça os irmãos.”
Agora, o que Pedro iria aprender sendo liberado para Satanás? Aprender o quê? Fortalecer os outros, certo? Ele, sendo colocado nessa situação, poderia voltar e fortalecer os outros. No caso de Jó, Deus estava mostrando algo para Satanás, e Deus estava mostrando para todas as pessoas que leem a Bíblia que um verdadeiro amante de Deus não abandonará esse amor e devoção, ainda que perca tudo. Uma grande e profunda lição. No caso de Paulo, ele estava ensinando humildade e dependência. No caso de Pedro, ele queria alguém que pudesse contar aos outros como era estar nas garras de Satanás. Quando você passa por isso e volta, então Deus o usa para fortalecer os outros.
Pode ser que o Senhor, em sua soberania, leve um crente que seja de alguma forma desobediente, pecador e orgulhoso, como Pedro era, e diga: “Tudo bem, eu vou deixar você ir. Você acha que pode lidar com isso sozinho?” Pedro diz: “Embora irei abandoná-lo, nunca o abandonarei, rapaz, ficarei com você, morrerei com você, irei com você até o fim.” "Tudo bem, se você se acha tão bom, eu simplesmente testarei você,” e Jesus o deixa ir. Um cristão orgulhoso pode se descobrir sob a proteção de Deus, entregue a Satanás, e o que ele aprenderá é que você não pode fazer isso sozinho, e por isso acredito que o Senhor literalmente entregou Pedro a Satanás para que quando ele voltasse, fosse uma fonte de força para todo mundo. E Pedro volta no versículo 33: "Senhor, eu estou pronto para ir com você para a prisão e para a morte." E, é claro, quando ele teve a chance, ele negou a Cristo três vezes, certo? E então, no versículo 62, ele saiu e chorou amargamente, e eu creio que ele se arrependeu e creio que ele acertou seu coração com Deus.
A questão é a seguinte: A Escritura indica que pessoas que estão dentro da estrutura da comunidade de crentes, esteja você falando de 1Timóteo 1, Himeneu e Alexandre, que eram pastores na igreja, esteja você falando de personagens do Antigo Testamento, como Jó, esteja você falando sobre o próprio Jesus Cristo, esteja você falando sobre Paulo ou sobre Pedro, essas pessoas que pertencem ao reino do Senhor de uma forma ou de outra estão sob a proteção do reino podem, para os propósitos de Deus de instrução, correção e treinamento e ilustração de grande verdade, ser levadas ao domínio de Satanás, desprotegidas para o santo propósito e glória de Deus.
Alguns são entregues a Satanás para refino, alguns são - como Pedro. Alguns são entregues a Satanás para maior efetividade, como Paulo. Alguns, para provar a validade de sua fé, como Jó, mas, em todos eles, a maior glória é para Deus em louvá-lo pelo tipo de salvação que mantém um Jó, o tipo de poder que humilha um Paulo e restaura um Pedro, e então Deus recebe a glória em todas essas coisas.
Marque isto, amado. As pessoas dentro da comunhão da igreja, sejam elas crentes ou não - e nos casos que vimos hoje, são todos crentes - podem ser testadas - testadas - para provar o que quer que Deus deseja que seja provado.
Agora, no próximo dia do Senhor, veremos o que acontece aos incrédulos e a alguns crentes da igreja que são expulsos - marque isto - não para testar, fortalecer e provar, mas para castigar e julgar - para castigo e julgamento - e essa é uma questão totalmente diferente, e isso nos levará de volta a 1Timóteo, capítulo 1, versículo 20. Vamos nos curvar em oração.
Pai nosso, pensamos em Jó, e somos lembrados de que ele esteve entregue a Satanás por anos e anos, longos anos, antes que pudesse ver a recuperação de tudo o que perdeu. Quando pensamos no Senhor Jesus Cristo, pensamos em alguém que foi entregue a Satanás por algumas semanas. Para o apóstolo Paulo, talvez alguns anos. Para Pedro, apenas um dia. E, Senhor, compreendemos que tu tens teus propósitos, e para esses os propósitos eram para provar, refinar e fortalecer para a tua glória, para que Jó, Paulo, Cristo e Pedro fossem servos mais nobres do que eram, e, portanto, Senhor, nós reconhecemos que, caso isso nos torne servos melhores, estamos dispostos a sofrer tudo o que o inimigo possa trazer, sabendo que ele não pode trazer nada que acabe com a nossa fé, porque somos mantidos em tua graça e poder. E se isso pode melhorar e enriquecer esse ministério ao qual somos chamados, então vamos sofrer o que quer que seja, e comprometer-nos a manter nossa alma fiel a quem nos ama e se entregou por nós, aquele que diz: "nenhum homem, nem Satanás, nem ninguém, jamais arrancará minhas ovelhas da minha mão." E assim, Senhor, se for para fortalecer, refinar, humilhar, para maior utilidade, para provar a genuinidade de nossa fé ao mundo que assiste, faça em nossa vida o que é necessário para que tu possas receber a glória, e consideraremos isso um privilégio.
Enquanto a cabeça de vocês está inclinada neste momento em que vamos partir, eu sei que o Espírito de Deus sondou sua mente, e você talvez esteja vendo coisas em sua própria vida da maneira que nunca as viu antes, assim como eu. Minha oração é que você entenda a Palavra de Deus e sua aplicação em seu coração. Oro também para que, se você não estiver em comunhão com o Senhor, possa se acertar com ele, porque há também esse castigo. Há aqueles que estão sob o poder de Satanás porque o Senhor os está castigando, para purificá-los do pecado. Vamos ver isso no próximo dia do Senhor, mas mesmo no que vimos hoje, você pode ver isso permeando o contexto. Se você for colocado sob as mãos de Satanás por um tempo ou uma área da vida, certifique-se de que seja para um propósito santo de maior utilidade para Deus e glória ao seu nome, em vez de castigo ou julgamento.
FIM

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