Esta noite vamos olhar em nosso estudo para 1 Pedro, e que alegria é voltar a esta carta maravilhosa escrita pelo querido apóstolo a quem amamos tanto: Pedro. Chegamos aos versículos 10-12 quando ele realmente começa a abrir seu coração nesta epístola maravilhosa. Se eu fosse dar um título a esses três breves versículos, eu os chamaria de “A grandeza de nossa salvação”. Esse me parece ser o seu tema: a grandeza da nossa salvação.

Começando no versículo 10, Pedro escreve: “Foi a respeito desta salvação que os profetas indagaram e inquiriram, os quais profetizaram acerca da graça a vós outros destinada, investigando atentamente qual a ocasião ou quais as circunstâncias oportunas indicadas pelo Espírito de Cristo, que neles estava, ao dar de antemão testemunho sobre os sofrimentos referentes a Cristo e sobre as glórias que os seguiriam. A eles foi revelado que - não para si mesmos, mas para vós outros - ministravam as cousas que agora vos foram anunciadas por aqueles que pelo Espírito Santo enviado do céu vos pregaram o evangelho, coisas essas que anjos anelam perscrutar. ”

Quando Pedro começa sua carta, a realidade da salvação está em seu coração. Ele menciona isso no versículo 5. Como acabei de notar, ele o menciona também no versículo 9 e novamente no versículo 10. Lembre-se que ele escreve para cristãos perseguidos, dispersos, rejeitados, odiados e desprezados, que ele chama no versículo 1 de “forasteiros da Dispersão”. Eles vivem em um mundo hostil. Foram culpados pelo incêndio de Roma, e a perseguição contra eles estava aumentando. E o que Pedro diz nesta seção de abertura do capítulo 1 é que não importa o quão difícil seja, não importa quão severa seja a perseguição, não importa quão dolorosa seja a rejeição, você sempre pode olhar adiante para a salvação de sua alma.

No versículo 1, ele deu a entender que você pode ser rejeitado pelo mundo, mas é escolhido por Deus. Você pode ser amaldiçoado pelo mundo (versículo 3), mas foi abençoado por Deus que é bendito. Então não importa o quão difícil seja, ele quer que seus leitores se concentrem na salvação de sua alma, aquele resgate final completo do pecado, de Satanás, da morte e do inferno que Deus graciosamente escolheu dar a eles por meio da fé em seu Filho, o Senhor Jesus Cristo.

Pedro celebra a salvação. Ao longo da história da igreja, às vezes , houve pouco mais do que isso para os cristãos comemorarem. Pedro então lembra a eles que não importa o quão ruim fique a situação, não importa o quão carente você esteja, você sempre tem a esperança de sua salvação eterna, e com nisso você pode ser consolado.

Salvação. Que palavra! Existe alguma palavra na língua portuguesa tão abençoada quanto essa? Existe alguma palavra na língua portuguesa tão esperançosa quanto essa? Existe alguma palavra na língua portuguesa tão reconfortante quanto essa, tão segura, tão firme? Acho que não. Salvação, salvação espiritual, o resgate da alma humana do pecado e da morte e do inferno e de Satanás, o maior tema da Escritura.

Você sabe o que a Bíblia diz. O homem é culpado de pecado. Por ser culpado de pecado, ele se encaminha para o julgamento eterno para passar a eternidade no tormento do inferno. Ele precisa desesperadamente ser resgatado disso. Ele precisa ser salvo para ser libertado. E ele não pode salvar a si mesmo. A Bíblia deixa muito claro que por suas próprias obras seus próprios atos e seu próprio esforço ele não pode salvar-se, ele não pode resgatar a si mesmo, ele não pode se livrar. Mas a mensagem da Bíblia é que, embora o homem não possa salvar a si mesmo do tormento eterno como punição por seu pecado, Deus pode e irá salvá-lo.

A Bíblia nos diz que Deus ama o pecador. Deus demonstrou seu amor por nós de modo que “enquanto éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós” (Romanos 5:8). Deus não apenas ama o pecador, mas é capaz de resgatar pecadores. Salmo 3:8 diz numa declaração maravilhosa: "A salvação pertence ao Senhor." Ele tem o poder de fazer isso. Deus não apenas ama o pecador, e não somente Deus é capaz de resgatar o pecador, mas está disposto a resgatar o pecador. “Deus, nosso Salvador, que deseja que todos os homens sejam salvos.”

Além disso, Deus planejou resgatar o pecador. 2 Timóteo 1:9 diz: “Ele nos salvou segundo o seu próprio propósito.” Deus ama o pecador. Deus está disposto a resgatar o pecador. Ele é capaz de resgatar o pecador. Ele planejou resgatar o pecador. E Deus fez de Cristo o meio de resgatar o pecador. Paulo diz: “Não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para a salvação”. Cristo é o meio de salvação.

E então Deus também ordenou pregadores para anunciar que Cristo é o meio de salvação. Deus tem o plano de resgate em ação. Ele ama o pecador. Ele é capaz de resgatar o pecador. Ele está disposto a resgatar o pecador. Ele planejou resgatar o pecador. Ele fez de Cristo o meio de resgatar o pecador. E Ele ordenou pregadores para anunciar o plano de resgate e chamar os pecadores a si, para chamar os pecadores ao arrependimento.

Portanto devemos louvar o Senhor, não devemos? Pelo que ele fez, pela salvação que ele providenciou por sua escolha soberana, conforme observado nos versículos 1 e 2. Que presente glorioso temos de Deus em nossa eterna salvação. O triste é que, se não tomarmos cuidado, perderemos o senso de gratidão. Alguém que disse: “Familiaridade gera desprezo” estava certo. E nunca devemos perder aquele coração de alegria pela nossa salvação, mas é fácil isso acontecer.

Em 1 Crônicas 16:23 há um bom lembrete. “Cantai ao SENHOR, todas as terras; proclamai a sua salvação, dia após dia.” Isso é sabedoria. Cante ao Senhor e anuncie a boa nova da sua salvação todos os dias, se não por outro motivo, para não esquecer, para não esfriar para a realidade da grandeza da sua salvação.

No Salmo 96:2 você tem essa mesma afirmação: “Cantai ao SENHOR -” e depois se acrescenta “- bendizei o seu nome; proclamai a sua salvação, dia após dia.” Um coração constante em louvar por nossa salvação cultivará nossa memória.

Pedro quer chamar seus leitores e nós a lembrar a grandeza de nossa salvação, a adorar a Deus, a agradecer a Deus pelo privilégio de ser tão favorecido a ponto de termos sido salvos para sempre. Ele já mencionou nos versículos 3-4 - cvonfira! - que temos “uma viva esperança mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros." E essa deve ser a maior fonte de alegria em meio aos nossos sofrimentos. Não importa o quão ruim tudo fique, o versículo 8 diz: “a quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória, obtendo o fim da vossa fé: a salvação da vossa alma.”.

Este é um bom lembrete. Não importa o que aconteça na vida, nós nos concentramos na salvação. Quando tudo na vida não é como gostaríamos, voltamos a este ponto, a bem-aventurança de nossa salvação eterna. Esse é o seu tema.

Agora, nesses três versículos - você vai achar isso fascinante - ele aborda a grandeza da salvação ou a bem-aventurança da salvação de uma forma muito incomum. Se eu me tivesse sentado para escrever esta pequena seção sobre a grandeza da salvação, nunca a teria abordado dessa forma. Eu provavelmente teria falado sobre o fato de que a salvação é grande por causa do grande Deus que a concedeu. A salvação é grande por causa do grande Salvador que a comprou. A salvação é grande por causa da grande diferença, mudança, alteração dramática e assim por diante na vida que ela produz. Eu teria me concentrado no plano de Deus, na obra de Cristo, na transformação da vida de uma pessoa e, assim, demonstrado a grandeza da salvação.

Mas o Espírito Santo não faz isso. Em vez de olhar - e marque isso porque você precisa entender ou perderá a intenção da passagem - ao invés de olhar para a grandeza da salvação através dos olhos de quem a recebe, Ele olha para a grandeza da salvação através dos olhos dos agentes que a trouxeram. Ele não olha para a grandeza da salvação do nosso ponto de vista, mas do ponto de vista de quatro pessoas-chave: primeiro, os profetas do Antigo Testamento que proclamaram a mensagem; segundo, o Espírito Santo que inspirou a mensagem; terceiro, os apóstolos do Novo Testamento que eram os pregadores do evangelho; e quarto, os anjos. E ele demonstra a grandeza da salvação pela forma como os profetas a viam, como o Espírito a via, como os apóstolos a viam e como os anjos a viam. Que abordagem fascinante! Não como a vemos, mas como os agentes que trouxeram essa mensagem a veem.

Portanto, podemos dizer então a seguir quatro coisas. A salvação era o tema do estudo dos profetas, era o tema da inspiração do Espírito, era o tema do testemunho dos apóstolos e era o tema de interesse dos anjos. Isso é muito rico, muito rico. E o próprio fato de que os profetas do Antigo Testamento estavam tão interessados ​​nisso, que o Espírito estava tão interessado nisso, que os apóstolos do Novo Testamento estavam tão interessados ​​nisso, que os anjos estavam tão interessados ​​nisso fala de sua grandeza. Haveria muitas coisas para os profetas se interessarem, muitas coisas para o Espírito se interessar, muitas coisas para os apóstolos do Novo Testamento e os anjos, mas este era o cerne de seus interesses.

Vejamos em primeiro lugar o tema do estudo dos profetas no versículo 10 e na primeira parte do versículo 11. E lembre-se agora que, o que Pedro quer é que entendamos quão grande é a nossa salvação, para que, não importa que outra coisa possa estar desmoronando ao nosso redor, nós nos agarremos à salvação eterna de nossa alma, que é tão extraordinária em sua grandeza. O primeiro testemunho, então, vem dos profetas. E ele começa no versículo 10: “Foi a respeito desta salvação que os profetas indagaram e inquiriram” a salvação de nossas almas que acabamos de mencionar “os quais profetizaram acerca da graça a vós outros destinada, investigando atentamente qual a ocasião ou quais as circunstâncias oportunas”. Pare neste ponto.

Aqui ele fala sobre os profetas - os profetas do Velho Testamento. E ele diz que eles "que profetizaram da graça que viria” - a salvação por vir - fizeram uma cuidadosa pesquisa e indagação sobre essas profecias, tentando determinar que pessoa ou tempo estava envolvido. Eles literalmente estudaram seus próprios escritos proféticos para saber tudo o que podiam sobre a salvação prometida.

Agora pense nisto: em toda a verdade que eles poderiam ter estudado, por que estariam tão preocupados com isso? Porque este é o maior tema do universo, a salvação que Deus providenciou para os pecadores. Neste momento específico e neste pequeno palco chamado terra, este é o maior tema. De toda a verdade que receberam em sua revelação divina para falar e escrever, esta era sua paixão. Eles queriam entender a salvação. Essa foi a busca dos profetas do Antigo Testamento.

Agora alguns dos detalhes a respeito dessa salvação: o texto diz - e não há nenhum artigo aqui no texto original, apenas uma referência geral - “profetas que profetizaram”. De Moisés a Malaquias, todos os profetas do Antigo Testamento que falaram em nome de Deus tinham seu olhar voltado para a salvação. Eles estavam realmente fascinados pelas promessas de salvação. Pode-se alegar: “Bem, eles não eram os destinatários da salvação?” Sim, mas mesmo tendo recebido a salvação - observe isto - eles a receberam sem terem visto completamente o seu cumprimento. Você entende isso?

Eles receberam o presente da salvação sem nunca ver ou conhecer o Salvador, Jesus Cristo. Eles receberam o presente da salvação sem nunca ver ou compreender totalmente tudo o que estava envolvido em sua vida, sua morte e sua ressurreição. Em certo sentido, eles receberam a salvação sem o benefício total de ver a realização dessa salvação.

Mas havia mais do que isso, porque em suas profecias a promessa de Deus era que essa salvação vindoura seria uma salvação que iria além de Israel para todas as nações da terra. Esse era o mistério daquilo. Essa era a sua singularidade. Portanto, eles sabiam que Deus havia revelado um grande plano de redenção futuro, não apenas para Israel, mas para o mundo, e que aquela redenção e libertação seria trazida pelo Messias prometido, o profeta sacerdote/rei que estava por vir, eles sabiam que isso era para o futuro, a graça que viria, e eles queriam entendê-lo melhor. Eles ficaram fascinados com isso.

Observe aquela pequena frase "da graça que viria". O assunto de seu intenso estudo era a graça. Essa palavra “graça” é uma palavra maior do que salvação. A salvação fala sobre o ato de salvar. Graça fala sobre o motivo e abrange todos os motivos de Deus por trás de sua obra salvadora. Portanto, graça abrange a salvação, mas é um termo mais amplo. Eles ficaram fascinados em estudar a graça de Deus, a bênção imerecida de Deus, o favor imerecido, a bondade perdoadora para com os pecadores. Eles ficaram fascinados ao saber que Deus havia prometido uma salvação pela graça que envolveria o mundo.

Agora deixe-me acrescentar, amado, que você não deve pensar que por constar que eles “profetizaram da graça que viria”, não havia graça no Antigo Testamento. Esse é um erro terrível e muitas pessoas o cometem, presumindo que o Antigo Testamento era todo lei e nenhuma graça. Isso não é verdade. Deus - ouça isso - Deus por natureza é gracioso, não é? Deus é gracioso por natureza. O mesmo Deus que é misericordioso em nossa época foi misericordioso naquela época porque ele é quem é.

Deus não está em processo, apesar do que a teologia do processo nos diz. Deus sempre foi imutavelmente o mesmo e sempre imutavelmente gracioso. Ele foi gentil na economia do Antigo Testamento. Ele é gracioso na economia do Novo Testamento. Deus é gracioso e ponto final. E enquanto houver Deus - e isso é eterno - enquanto houver Deus - e isso for eterno - ele é gracioso.

Lá em Gênesis, o primeiro livro da Bíblia, José ergueu os olhos, viu seu irmão Benjamim, o filho de sua mãe, e disse: “Este é o seu irmão mais novo de quem você falou comigo?” E acrescenta: “Que Deus tenha misericórdia de você, meu filho.” Os patriarcas estavam totalmente cientes da graça de Deus. Eles sabiam disso. Em Êxodo 22:27 – vamos começar ainda antes, no versículo 26 - lemos: “Se do teu próximo tomares em penhor a sua veste”, isto é Deus dando-lhes a lei “lha restituirás antes do pôr-do-sol, porque é com ela que se cobre, é a veste do seu corpo; em que se deitaria? Será, pois que, quando clamar a mim, eu o ouvirei”, diz Deus–“porque eu sou misericordioso”. Deus sempre foi gracioso.

Em Êxodo 33 lemos que Moisés teve uma visão de Deus. E em 33:19 lemos que Deus disse: “Farei passar toda a minha bondade diante de ti e te proclamarei o nome do SENHOR; terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia e me compadecerei de quem eu me compadecer.” Essas são algumas amostras tiradas diretamente dos dois primeiros livros do Antigo Testamento. Deus sempre foi gracioso.

Os Salmos estão repletos de declarações sobre a graça de Deus. Os profetas sabiam que Deus era misericordioso. O próprio fato de que ele não os consumiu em seus pecados era uma indicação de sua graça. Jonas, por exemplo, o profeta Jonas, orou ao Senhor no capítulo 4: “Pois é, Senhor, não foi isso que eu disse enquanto ainda estava no meu próprio país? Portanto, a fim de evitar isso, fugi para Társis, pois sabia que Tu és um Deus misericordioso e compassivo.” Você sabe por que Jonas fugiu de Deus? Ele tinha medo de pregar aos ninivitas. Você sabe por quê? Porque ele pensou que Deus os salvaria. E ele não suportava a ideia de gentios sendo salvos. Era repulsivo para ele. Então ele correu porque sabia que Deus era misericordioso.

Nunca houve qualquer dúvida no Antigo Testamento sobre se Deus era gracioso - ele sempre foi quem ele é. Mas havia uma graça insuperável por vir. Havia uma graça maior por vir do que eles tinham visto em Nínive ou em Israel. Havia uma graça que ia muito além de qualquer coisa que eles imaginavam. Por exemplo, o profeta Isaías profetizou sobre isso em 45:20. Ouça o que Isaías diz do Senhor: “Congregai-vos e vinde; chegai-vos todos juntos, vós que escapastes das nações; nada sabem os que carregam o lenho das suas imagens de escultura e fazem súplicas a um deus que não pode salvar. Declarai e apresentai as vossas razões. Que tomem conselho uns com os outros. Quem fez ouvir isto desde a antiguidade? Quem desde aquele tempo o anunciou? Porventura não o fiz eu, o SENHOR? Pois não há outro Deus senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim.”

Aqui está Isaías dizendo que Deus anuncia que ele é um Salvador para todas as nações: “Olhai para mim e sede salvos, vós, todos os limites da terra; porque eu sou Deus, e não há outro. Por mim mesmo tenho jurado; da minha boca saiu o que é justo, e a minha palavra não tornará atrás. Diante de mim se dobrará todo joelho e jurará toda língua. De mim se dirá: Tão-somente no SENHOR há justiça e força; até ele virão.”

Absolutamente incrível. Isaías prediz que todas as nações se ajoelharão diante de Deus, que receberão salvação, uma salvação gratuita. Eles ainda não tinham visto isso acontecer e sabiam que isso estava ligado ao Messias.

Ouça o que Isaías diz em Isaías 55:1-7: “Ah! Todos vós os que tendes sede, vinde às águas!” Este é um convite gratuito para cada um em todas as nações. “E vós, os que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite. Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão?” Por que vocês seguem falsos deuses? diz ele. “E o vosso suor naquilo que não satisfaz? Ouvi-me atentamente, comei o que é bom e vos deleitareis com finos manjares. Inclinai os ouvidos e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá porque convosco farei uma aliança perpétua, que consiste nas fiéis misericórdias prometidas a Davi. Eis que eu o dei por testemunho aos povos, como príncipe e governador dos povos. Eis que chamarás a uma nação que não conheces, e uma nação que nunca te conheceu correrá para junto de ti por amor do SENHOR teu Deus, e do Santo de Israel, porque este te glorificou.”

Deus diz que todos podem vir. E então Ele diz que as nações virão, e as pessoas que não eram seu povo se tornarão seu povo: gentios, gentios.

Então é isso que você precisa entender. Os profetas escreveram sobre uma graça salvadora por vir que era muito maior do que qualquer coisa que eles haviam experimentado. Eles escreveram sobre o Messias, que traria uma salvação que alcançaria o mundo.

Suas profecias continham vários fatos básicos. Só posso tocá-los levemente por causa do tempo, mas quando eles profetizaram sobre o Messias e a graça da salvação, profetizaram primeiro que o Messias sofreria. O salmo 22 detalha Sua crucificação; Isaías 53 detalha seu sofrimento.

Em segundo lugar profetizaram que o Messias triunfaria. Os salmos que dizem que Deus não deixará seu Santo ver a corrupção. O Salmo 2 diz que ele iria “colocar o seu Rei no seu monte sagrado”. Ele governaria “com uma barra e um cetro de ferro”. Isaías 9 diz que “o governo estaria sobre seus ombros” e que ele seria “o Deus poderoso”. Portanto, os profetas profetizaram um Messias que sofreria e um Messias que triunfaria.

Em terceiro lugar, eles profetizaram um Messias que salvaria, um Messias que salvaria. Isso restauraria o coração quebrantado e levaria a salvação até os confins da terra. É por isso que Jesus, quando foi à sinagoga em Nazaré e recebeu o livro da lei do Antigo Testamento, o abriu e leu direto do capítulo 61 de Isaías estas palavras: “O Espírito do Senhor está sobre mim porque Ele me ungiu para pregar o evangelho aos pobres; ele me enviou para proclamar a libertação aos cativos, a recuperação da visão aos cegos, para libertar os pisados, para proclamar o ano favorável do Senhor.” Eaqssa é uma profecia messiânica do Salvador que viria, que salvaria. E então Ele fechou o livro e disse: “Hoje se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir”. Portanto, os profetas do Antigo Testamento disseram que ele sofreria, triunfaria, salvaria.

Talvez uma boa ilustração do conteúdo da mensagem dos profetas do Antigo Testamento seja dada em Romanos por Paulo quando Paulo cita alguns desses profetas. Veja Romanos 9 - vamos apenas tocar rapidamente nisso - Romanos 9:25. Isso é muito bom, muito rico. E aqui está Paulo, é claro, apresentando um argumento para a salvação. É uma parte de toda a sua ampla discussão sobre a salvação. E aqui ele fala sobre o fato de que os profetas do Antigo Testamento viram a salvação dos gentios. O versículo 24 menciona que as pessoas seriam chamadas dentre os gentios.

E então diz: “Assim como também diz em Oseias” - um profeta do Antigo Testamento: “Chamarei povo meu ao que não era meu povo; e amada, à que não era amada. E será no lugar onde lhes foi dito: 'Vós não sois meu povo', ali eles serão chamados de filhos do Deus vivo.” Não é maravilhoso? Aí está Oseias, o profeta, prevendo uma graça que virá, uma salvação que envolverá os gentios.

Vá para 9:33, que diz: “Eis que ponho em Sião uma pedra de tropeço e rocha de escândalo, e aquele que nela crê não será confundido”. E, novamente, o elemento de qualificação não é uma nação, não é Israel, mas qualquer um que creia.

Então, por favor, observe 10:11, e aqui ele cita Isaías 28:16: “Todo aquele que nele crê não será confundido”. A mesma declaração do final do capítulo 9. Uma salvação universal para todo aquele que crê. Olhe para 10:13. O versículo 13 é citado no capítulo 2 de Joel. “Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.” E então, mais abaixo no versículo 20, e no versículo 20 ele cita Isaías 65. “Fui achado pelos que não me procuravam, revelei-me aos que não perguntavam por mim.” Essa é a salvação dos gentios. Por outro lado, “todo o dia estendi as mãos a um povo rebelde e contradizente”.

Vá para o capítulo 15 para uma reflexão final. Aqui novamente Paulo fala sobre a graça de Deus na salvação dos gentios, e ele cita novamente o versículo 9 do Antigo Testamento. Ele diz: “e para que os gentios glorifiquem a Deus por causa da sua misericórdia, como está escrito”, e ele cita Salmo 18:49: “Por isso, eu te glorificarei entre os gentios e cantarei louvores ao teu nome.” E então o versículo 10; novamente ele diz: “Alegrai-vos, ó gentios, com o seu povo”. Isso foi tirado do Pentateuco, de Deuteronômio 32. Moisés o profeta disse isso. Então o versículo 12. O versículo 12 vem de Isaías: “Virá a raiz de Jessé, e aquele que se levanta para governar os gentios; nele os gentios esperam”.

Então você tem o quadro. Salvação dos gentios. No versículo 21 “hão de vê-lo aqueles que não tiveram notícia dele, e compreendê-lo os que nada tinham ouvido a seu respeito”. Extreído novamente de Isaías 52.

Agora observe o que Paulo faz. Todas essas profecias, sejam de Moisés, ou Joel, ou Oséias, ou Isaías, todas elas prediziam uma graça que viria e que superaria qualquer coisa que eles experimentaram. O Messias viria e salvaria não apenas os judeus, mas as nações. E então Paulo, ao escrever em Romanos sobre a salvação que vem em Cristo, volta e escolhe profecias, e diz: "Isso agora está cumprido." Em Cristo está a graça sobre a qual os profetas escreveram.

Mas aqui está o ponto. Quando eles escreveram sobre isso, eles não tinham Romanos. Quando eles escreveram sobre isso, Cristo não havia nascido, nem morrido, nem ressuscitado. Quando eles escreveram sobre isso, a igreja não havia nascido, então não havia um corpo, judeu e gentio, com a parede quebrada no meio, não havia uma graça insuperável que se estendeu ao redor do mundo.

Mas tão profundo e penetrante era seu desejo de compreender aquela profecia maravilhosa, que ele diz, de volta ao versículo 10: “Os profetas fizeram uma cuidadosa pesquisa e indagação a respeito”. Eles estudaram seus próprios escritos. Eles sabiam que estavam profetizando sobre a graça que viria a você - aquelas pequenas palavras “para você” são muito importantes. Eles sabiam que estavam escrevendo sobre uma geração futura, não para eles, mas para alguém no futuro. E foi tão fascinante para eles estudar sobre o Messias, e sobre seu sofrimento, e sobre seu triunfo, e sobre sua salvação, e sobre o mundo vir a Deus, que fizeram uma cuidadosa pesquisa e indagação.

Acho que não podemos separar o significado dessas duas palavras e dizer que cada uma significa algo muito distinto. Elas realmente significam a mesma coisa, apenas se enriquece a ideia ao incluir duas palavras. Eles estudaram diligentemente seus próprios escritos. Eles vasculharam seus próprios escritos e os escritos dos outros profetas para entender melhor a salvação.

Pois bem, o que estou dizendo aqui? O que Pedro diz? Ouça, é isso que ele diz. A salvação era uma realidade tão maravilhosa que até mesmo os profetas do Antigo Testamento gastavam seu tempo tentando entender suas maravilhas. Isso é ótimo. Isso é maravilhoso. De todas as coisas que eles poderiam ter pesquisado, foi isso que eles escolheram pesquisar.

O coração de Pedro é revelado aqui para vermos a grandeza da salvação. Observe como os profetas queriam entender isso. Os homens piedosos da era do Antigo Testamento, os servos escolhidos de Deus que escreveram as Escrituras, estavam apaixonados pelo conceito de salvação. A realidade da história da salvação em Cristo consumiu seus corações. Eles fizeram uma busca cuidadosa. Essa é uma palavra muito enfática, ekzēteō. Uma preposição sempre intensifica o verbo. Eles o procuraram diligentemente. Eles fizeram investigação, outro termo composto, exeraunaō, para pesquisar diligentemente, intensamente porque não entenderam totalmente. Não conseguiam entender.

Como poderiam entender? Cristo não tinha vindo. Ele não tinha vindo. Ele não tinha ensinado. Ele não tinha morrido. Ele não tinha ressuscitado. Os profetas não entenderam. Eles não entendiam muitas coisas. Em Isaías 6:11, Isaías diz: “Então, disse eu: até quando, Senhor?'” De certa forma ele admite:“ Eu gostaria de ter entendido isso”. Habacuque diz no capítulo 1: “Senhor, por quanto tempo vais permitir que esse abuso de teu povo continue?” Havia muitas coisas que eles não entendiam, muitas coisas que poderiam ter estudado, muitas coisas que poderiam ter investigado, muitas coisas que devem ter sido de grande interesse para eles.

Daniel 7:15: “Quanto a mim, Daniel, meu espírito estava angustiado dentro de mim, e as visões em minha mente continuavam me alarmando. E então me aproximei de um dos que estavam perto” - um anjo – “e perguntei-lhe o significado exato de tudo isso.” Ele não entendeu. O anjo revelou um pouco para ele. Então você vê que aqueles profetas tinham um dilema interessante. Eles estavam vivendo tão longe do outro lado da cruz e da obra de Cristo que não havia como entenderem tudo. Não havia como absorver tudo, não havia como ver com clareza.

Ouça Mateus 13:17, as palavras de Jesus: “Pois em verdade vos digo que” - ele disse isso aos seus discípulos - “muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes e não viram; e ouvir o que ouvis e não ouviram“. Eles eram limitados. E então estudaram seus próprios escritos, e o que estudaram? O Messias e a salvação que Ele traria. Não era apenas uma investigação acadêmica, era uma compulsão apaixonada por compreender a grandeza da salvação.

Nota de rodapé: Alguns sugeriram nesta passagem que isso reflete sobre a atitude dos profetas antes de terem recebido quaisquer profecias. Alguns sugeriram que queriam muito entender que Deus lhes deu as profecias sobre o Messias. E o que você tem aqui é que eles estão fazendo uma busca cuidadosa e indagação sobre a verdade que ainda não foi revelada. E então eles procuraram entender antes de receberem a Palavra de Deus e Deus lhes deu a Palavra para que entendessem.

Não creio que isso de forma alguma reflita o texto. É muito mais fiel ao texto entender que eles devem primeiro ter tido alguma revelação ou o que eles teriam pesquisado? O que eles teriam investigado? E a verdade é que se eles não tivessem nenhuma revelação sobre uma futura graça que viria no Messias, eles não teriam nenhuma pergunta a fazer, porque não se fazem perguntas sobre algo que não se sabe existir. Não.

Além disso, Deus não dá revelação às pessoas que imploram por ela. Ele escolhe seus profetas. E ele não deu revelação apenas porque eles estavam curiosos. Estou curioso sobre muitas coisas e ainda não recebi uma revelação. Não é assim que funciona. Além disso, porque o versículo 11 diz exatamente no que eles estavam interessados ​​e não era a doutrina da salvação, não era a doutrina do Messias, não era se o Messias sofreria e triunfaria e salvaria. O que eles queriam saber é quem era o Messias e a quando ele viria. Muito específico. Eles tiveram revelação suficiente para ter seu interesse despertado. Eles não esperavam que a profecia viesse, eles estavam procurando entender a profecia que já havia acontecido.

E o que eles queriam saber? Versículo 11: “Buscando saber” - eraunaō, traduzido literalmente “buscando”, buscando saber - “ buscando entender que pessoa e quando.” Quem e quando. Isso é compreensível, não é? Se você fosse um profeta do Antigo Testamento e tivesse todas essas informações incríveis, não estaria se perguntando quem é esse Messias? Quem será? Quem será? Alguns judeus ainda estão se perguntando isso. Quem será? E quando ele virá? Quando virá? Quem é o Messias e quando ele virá?

Que pessoa vai trazer essa salvação? Quem será o Salvador, juiz, rei, profeta, sacerdote? Quem será o Messias? E em que kairós, que estação, que época, que época? Quem é o último profeta do Antigo Testamento? Quem foi o último profeta do Antigo Testamento? João Batista. Deixe-me dar uma ideia. Veja Mateus 11. João Batista é uma ilustração clássica dessa atitude entre os profetas.

Você sabe o que João queria saber mais do que qualquer outra coisa - o que ele mais queria saber? Quem é o Messias? Ele estava na linhagem dos profetas. Eles queriam saber isso. Ele não era diferente. “Ora, tendo acabado” - versículo 1 de Mateus 11 - “Jesus de dar estas instruções a seus doze discípulos, partiu dali a ensinar e a pregar nas cidades deles. Quando João ouviu no cárcere falar das obras de Cristo, mandou por seus discípulos perguntar-lhe” Os discípulos de João Batista aproximaram-se de Jesus e disseram: "És tu aquele que estava para vir ou havemos de esperar outro?" Essas são sempre as perguntas que os profetas faziam. Quem? "Ou devemos procurar outra pessoa?" Você é a pessoa e esta é a hora ou é outra pessoa em outra hora? Isso é o que ele queria saber.

Veja, de acordo com 9:14 os discípulos de João estavam cientes do ministério de Jesus. E de acordo com Lucas 7:11-18, eles relataram a João Batista o que Jesus estava fazendo. E João agora está curioso. Ele quer saber. Ele quer saber o que todos os profetas queriam saber: quem e quando? É esta a hora e este é o homem? Você é aquele que vem? Você é o esperado? Aliás, um dos títulos mais comuns para o Messias é o esperado, o vindouro. Porque todos estavam olhando e esperando. Ou devemos procurar outro?

Em resposta, Jesus lhe deu suas credenciais. Ele disse: “Vá e diga isso a João: diga-lhe que os cegos recuperam a visão, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, os pobres têm o evangelho pregado a eles”. Diz-lhe isso. Pergunta-se: "Por que você manda dizer isso a ele?" Porque cada detalhe disso cumpria uma profecia do Antigo Testamento sobre o Messias, e se vocês disserem isso a ele, ele saberá. Ele vai saber.

Assim, os profetas do Antigo Testamento - incluindo João - examinaram seus próprios escritos, suas próprias profecias para ter certeza. E não se esqueça disso: João já havia dito sobre Jesus: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, e mesmo que Deus o inspirasse a dizer isso, ele ainda estava se perguntando o que isso significava, ainda examinando sua própria profecia e querendo saber se realmente aquele era o momento e a pessoa.

E o que Pedro quer dizer é quão grande é a salvação se foi o estudo preocupante de todos os profetas. Se eles estavam tão preocupados com isso, tão emocionados com isso, tão desejosos de mergulhar fundo em suas verdades e entendê-las totalmente, então quão precioso deve ser para nós, certo? Você percebe que geração após geração e século após século aqueles homens piedosos buscaram saber o que você e eu consideramos natural? Você entende isso? E às vezes se esquiva? Foi o tema de estudo dos profetas, por isso é precioso.

Segundo ponto - e os próximos dois pontos são mais curtos do que o primeiro, então relaxe. O segundo é que a grande salvação sobre a qual Pedro escreve é o tema da inspiração do Espírito Santo. Não apenas os profetas estavam comprometidos com isso, mas também o Espírito Santo. E Pedro nos dá uma visão crucial do fato de que toda revelação foi divinamente revelada pelo Espírito Santo, e a grandeza de nossa salvação é vista no fato de que foi o tema da revelação do Espírito Santo.

Ouça: tudo o que os profetas receberam, receberam de quem? Do Espírito Santo. Tudo o que os escritores do Novo Testamento receberam, eles receberam do Espírito Santo. Tudo o que lemos é o que o Espírito disse. Voltando ao versículo 11, eles “procuraram saber em que pessoa ou tempo” - aqui está a chave - “o Espírito de Cristo dentro deles indicava como ele previu o sofrimento de Cristo e as glórias que se seguiriam”.

Pedro nos apresenta então a ideia de que esses profetas queriam realmente compreender a pessoa e o tempo que o Espírito de Cristo dentro deles indicava ao predizer por meio deles os sofrimentos de Cristo e as glórias que se seguiriam.

Agora, as profecias que eles escreveram tinham esses dois elementos: Os sofrimentos de Cristo e a glória que se seguiria. Vá agora para o Antigo Testamento e leia o Salmo 22, é tudo sobre o sofrimento de Cristo. Leia Salmo 69:1-21, é sobre o sofrimento de Cristo. Leia Isaías 52:13 a 53:10 ou algo assim, tudo sobre os sofrimentos de Cristo. Leia Daniel 9:24-26, os sofrimentos de Cristo, o Messias será morto. Leia Zacarias 12:10: ele será perfurado, Zacarias 13:7, mais sobre os sofrimentos de Cristo. Eles escreveram sobre os sofrimentos de Cristo sob a inspiração do Espírito Santo.

Eles não teriam sabido disso sem o Espírito, não é? Eles não podiam ler o futuro. Eles não conseguiam nem mesmo entender o que escreveram, muito menos tentar descobrir como escrever algo por conta própria. E então ele diz que escreveram sobre “as glórias que virão”. O que isso significa? A ressurreição de Cristo, a ascensão de Cristo, a entronização de Cristo.

Eles escreveram sobre a criança que se tornaria o rei e o governo que estaria sobre seus ombros (Isaías 9). Eles escreveram em Daniel 2 sobre aquele que seria o rei definitivo, mais Daniel 7, Zacarias 2 e Zacarias 14. Os profetas escreveram sobre a glória e sobre o sofrimento, mas tudo foi inspirado pelo Espírito Santo.

A propósito, os sofrimentos de Cristo e as glórias de Cristo são os principais temas da profecia do Antigo Testamento. Apocalipse 19:10 diz: “O testemunho de Jesus é o espírito de profecia”, então toda profecia é realmente voltada para testificar de Cristo. E ao testificar de Cristo, enfocou principalmente seu sofrimento e sua glória, o que permitiu que ele se tornasse o Salvador. Em Lucas 24, Jesus disse àqueles discípulos no caminho de Emaús: “Ó homens tolos e lentos de coração para crer em tudo o que os profetas falaram!” E o que os profetas falaram? “Não era necessário que o Cristo sofresse essas coisas e entrasse em sua glória?” Sofrimento, glória, sofrimento, glória, sempre o tema, sempre o tema. Esse tema foi o tema do estudo dos profetas porque era o tema de inspiração do Espírito.

E assim diz o espírito de Cristo - aliás, isso mostra que Cristo preexistiu em forma de espírito antes de sua encarnação. Observe a pequena expressão "neles" ou "dentro deles". O Espírito passou a residir nos escritores do Antigo Testamento. É por isso que 2 Pedro 1:21 diz: “Nenhuma profecia jamais foi feita por um ato da vontade humana” - ouçam isto - “mas homens movidos pelo Espírito Santo falaram da parte de Deus”. A palavra “movidos”, conduzidos pelo Espírito Santo está em 2 Pedro 1:21, um dos versículos mais importantes do Novo Testamento. O Espírito residente neles os inspirou a escrever sobre a gloriosa salvação que estava por vir. A palavra “indicando”, você a vê aí? O Espírito de Cristo estava neles indicando. Algumas Bíblias podem dizer "testemunhando", promarturomenon significa "testemunhar de antemão, testemunhar." Então aqui estava o Espírito inspirando-os, testificando sobre uma salvação futura, de forma que o que eles escreveram, como 2 Timóteo 3:16 coloca, foi “soprado por Deus”, Deus soprou.

observe, aliás, o versículo 12, , que também afirma isso. No final do versículo está escrito que os apóstolos do Novo Testamento pregaram o evangelho a você "pelo Espírito Santo enviado do céu." Portanto, o Espírito Santo inspirou não apenas os escritores do Antigo Testamento, mas também os apóstolos do Novo Testamento. Portanto, tanto o Antigo quanto o Novo Testamento são o sopro do Espírito de Deus, de origem divina.

Assim o Espírito Santo revelou esta grande salvação para aquela geração. O versículo 12 diz que "foi revelado a eles” - foi revelado a eles, isto é, aos profetas do Antigo Testamento, siga isto - “que eles não estavam servindo a si mesmos” - que toda esta mensagem não era para sua geração, nem para seu tempo. Isso é muito importante.

Posso apenas parar um momento e lembrá-lo de um versículo que você provavelmente nunca leu ou sobre o qual pensou? Você pode até ter lido sobre isso, mas sem pensar a repeito. É Números 24:17. Ouça, apenas ouça. “Vê-lo-ei, mas não agora; contemplá-lo-ei, mas não de perto; uma estrela procederá de Jacó, de Israel subirá um cetro” mas não agora e nem perto. Lá atrás no Pentateuco, o Espírito de Deus já começava a testificar sobre a vinda do Messias. E eles não estavam falando sobre sua era e seu tempo.

Em Hebreus 11 temos um pouco mais de compreensão, Hebreus 11:13 diz: “Todos estes morreram na fé” - todos os patriarcas - “sem receber as promessas, mas tendo-as visto e acolhido à distância.” Isso mesmo. Eles só podiam ver à distância. E então, no final desse capítulo 11, aqueles dois versículos maravilhosos, 39 e 40, "E todos esses” - todos esses heróis do Antigo Testamento que foram mencionados neste capítulo - “tendo obtido aprovação por meio de sua fé” - ouça – “não receberam o que foi prometido.” Eles não o receberam. Não era para a época deles. “Porque Deus providenciou algo melhor para nós, para que sem nós eles não fossem aperfeiçoados.” Não era para o tempo deles, era para nós.

Todavia, o ponto aqui não é que as profecias não tivessem valor. Elas tinham um valor imenso. Ocorre apenas que o cumprimento das profecias não era para aquela geração, mas para uma geração ainda vindoura, e que finalmente chegaria um tempo e uma geração em que a salvação seria efetivada e os gentios estariam envolvidos na bênção da aliança da obra do Messias.

Portanto, os profetas viram o Messias, viram a graça que viria, viram a salvação, mas não sabiam quem seria ele, e também não sabiam quando, mas foi revelado a eles que não seria em sua geração. E Pedro nos diz que tudo isso foi o testemunho do Espírito Santo. Quão grande é a salvação que não é apenas o tema do estudo dos profetas, mas o tema da inspiração do Espírito!

O terceiro ponto - breve - é o tema da proclamação dos apóstolos. O versículo 12 novamente diz: “Nestas coisas que agora vos foram anunciadas por aqueles que vos pregaram o evangelho pelo Espírito Santo enviado do céu”. Essa declaração refere-se aos apóstolos do Novo Testamento. “Estas coisas” - essa é a graça da salvação que está por vir, o sofrimento e a glória do Messias, tudo o que o Espírito inspirou nos escritores do Antigo Testamento - “agora foi anunciado a vocês por aqueles que pregam o evangelho a vocês.” Esses são os pregadores do Novo Testamento.

“Estas coisas” refere-se diretamente a quem e a quando. “Estas coisas”, quem, que pessoa e quando e a que horas são agora pregadas a você. E não foi isso que os pregadores do Novo Testamento fizeram? Eles não vieram e disseram: “O Messias é Jesus Cristo e o tempo é” - o quê? – “agora?" Paulo não diz: “Eis que agora é o tempo aceitável, hoje é” - o quê? - “o dia da salvação?” Ele veio, está aqui. Está aqui.

“Eestas coisas” - quem e quando os detalhes das profecias de Cristo do Antigo Testamento são cumpridos - “foram anunciadas a vocês por meio daqueles que pregam o evangelho.” Quem são esses? Lucas, Paulo, Barnabé, Filipe, João, os apóstolos. Eles pregaram isso. Na verdade, Paulo disse: “Estou decidido a não saber nada entre vocês, exceto Cristo e Ele” - o quê? - “crucificado.” E por que ele pregou apenas isso? Somente Cristo e Cristo crucificado e salvação em Cristo, por que ele estava pronto para pregar o evangelho sempre? Por que ele não tinha vergonha do evangelho de Cristo? Por quê? “Porque a palavra da cruz era loucura para os que perecem, mas para nós que cremos na vida eterna, é o poder de Deus.”

Essa foi a mensagem deles. A pregação apostólica da cruz foi a mensagem. Paulo diz em 1 Coríntios 2: “Não vim a vocês com sabedoria humana. Eu não vim a vocês com filosofia. Eu vim até vocês com a cruz, determinado a não saber nada, exceto Cristo e ele crucificado.”

Portanto, aquilo que ocupava o estudo constante dos profetas, aquilo que ocupava a inspiração constante do Espírito, também se tornou o tema constante dos pregadores do Novo Testamento. E quanto eles se dedicaram a isso? Ouça, amado: eles morreram por isso, não morreram? Eles morreram por isso. Eles deram suas vidas por isso. Tão grande é a salvação: o tema do estudo dos profetas, o tema da inspiração do Espírito, o tema do testemunho apostólico.

E, por fim, o tema do interesse dos anjos. Amo isto. Ele acrescenta isso só no versículo 12: "coisas essas que anjos anelam perscrutar." Já desejou ser um anjo? Quando eu era criança, costumava pensar: “Rapaz, não seria legal ser um anjo? Basta voar, sabe, e ser bom o tempo todo. Seja um anjo, espreite as pessoas e faça coisas boas, esteja na presença de Deus.”

Oh, você já se perguntou como seria ser um anjo? Você já se perguntou como seria ver o que os anjos veem naquela dimensão que não podemos perceber, aquela dimensão espiritual que não é visível para nós? Você já se perguntou como é para os anjos lutar contra os demônios nessa esfera que é um mistério para nós? Esse mundo invisível que é tão real quanto o nosso, só que não pode ser visto com o olho físico? Você já se perguntou como seria fazer parte desse mundo angelical e experimentar essa santidade eterna que os santos anjos têm?

Eu tenho novidades para você. Os anjos dizem a mesma coisa. “Eu me pergunto como é ser salvo. Eu me pergunto como é receber graça. Eu me pergunto como é ser perdoado” - é fascinante. De volta ao final do versículo 12: “coisas”, o que você quer dizer com coisas? Questões de salvação que os anjos desejam ver.

Essa palavra, “perscrutar”, é carregada de significado. Você sabe qual é a origem dessa palavra? A palavra é epithumeō. Sabe o que essa palavra significa? Desejar em sentido negativo. Ela descreve um desejo forte, um impulso irresistível. Isso não é extravagante. Os anjos não dizem: "Oh, a propósito, não seria interessante ver como é a salvação?" Esta é uma paixão para eles. É um forte impulso. Na forma epithumousin que aparece aqui, o termo basicamente significa um impulso que não é satisfeito, um desejo que não é satisfeito. E os anjos têm esse desejo insatisfeito de examinar as coisas da salvação.

A segunda palavra é maravilhosa. Sabe o que ela significa literalmente? “Esticar a cabeça para a frente ou para se abaixar.” É usada para descrever o que Pedro e João fizeram no túmulo. Lembra-se de quando eles correram e se abaixaram para olhar para dentro dele? É o mesmo verbo. Os anjos querem se abaixar, descer aqui e olhar para esta coisa. Eles têm uma grande paixão por entendê-la. Por quê? Porque eles nunca vão experimentar isso.

Os santos anjos nunca precisam ser salvos, os anjos caídos não podem ser salvos. Os santos anjos se abaixam para perscrutar a realidade da salvação no mundo humano. E devo acrescentar a você que talvez também haja alguns anjos caídos que desejam buscar a salvação na esperança de recebê-la, mas nunca a terão. Eles nunca conseguirão.

Os anjos estiveram envolvidos, os santos anjos estiveram envolvidos na salvação. Os santos anjos anunciaram o nascimento de Cristo. Os santos anjos lhe ministraram em sua tentação. Eles serviram lá na ressurreição. Eles assistiram à sua ascensão. Eles agora cumprem suas ordens em favor dos santos. Os anjos caídos estavam por perto. Eles o atacaram em sua tentação. Sitiaram-no durante sua vida. Tentaram matá-lo e mantê-lo morto na cruz. Tentaram mantê-lo na sepultura. Atacaram sua obra e sua igreja.

Os anjos santos e caídos estiveram em torno da obra da salvação, mas nenhum deles jamais a experimentará. Os santos anjos não precisam disso. Os anjos caídos não podem ter isso. Mas eles têm um desejo poderoso de olhar mais profundamente para a salvação imensa, milagrosa e graciosa que eles nunca experimentarão.

Acho que aqui se trata mais dos santos anjos. Eu apenas ofereço essa outra opção como um pensamento possível, e acho que os santos anjos querem examinar isso para que possam entender melhor, para que possam glorificar mais a Deus, porque é para isso que existem. Não é apenas pura curiosidade. É para capacitá-los a dar maior glória a Deus.

Deus mostrou sua igreja a eles. Você se lembra Lucas 15 diz quando o pecador volta que os anjos do céu fazem o quê? Alegram-se. Os anjos se regozijam e louvam a Deus por se salvar um pecador. Em 1 Coríntios, acho que em 4:9, Paulo diz: “Deus nos exibiu como apóstolos por último, como homens condenados à morte porque nos tornamos um espetáculo para o mundo, tanto para os anjos quanto para os homens.” Os anjos observavam Paulo. Eles observavam o apóstolo Paulo. Eles observam o poder de Deus em sua vida. Em Efésios 3:10 está escrito: “Para que a multiforme sabedoria de Deus agora seja dada a conhecer por meio da igreja aos governantes e autoridades nas regiões celestiais”. Deus expõe sua graça na igreja diante dos anjos. Eles observam seus ministérios. Eles observam sua igreja. Eles absorvem tudo.

Eles nunca participarão, mas há uma coisa interessante, bem interessante, em Apocalipse capítulo 5. Ouça isto. Diz: “O Cordeiro tomou o livro” - é o título de propriedade da terra, o Senhor Cristo, o Cordeiro - “e os quatro seres viventes” - esses são anjos - “e os 24 anciãos” - representando os santos - “caíram diante do Cordeiro. Todos têm uma harpa, taças de ouro com incenso - as orações dos santos - e cantaram uma nova canção.” Agora observe isso, aqui está o cântico: “Digno és Tu de tomar o livro e quebrar seus selos; porque foste morto e compraste para Deus, com teu sangue, homens de todas as tribos, línguas, povos e nações.”

Não é um cântico maravilhoso? Você pode cantar esse cântico? Você pode cantar o cântico da redenção? Claro, você foi resgatado. Mas veja isto no versículo 11: “Eu olhei, ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono e das criaturas viventes e dos anciãos; e miríades e miríades e milhares de milhares, e todos eles disseram: 'Digno é o Cordeiro que foi morto para receber poder.' “Os anjos cantam o cântico da redenção embora não tenham experimentado isso. Somos nós que realmente sabemos o que estamos cantando. Eles a viram como observadores e querem vê-la como observadores, e desejam examinar isso para que possam se juntar ao cântico de redenção e dar glória a Deus.

Não é um pensamento lindo? Que salvação! Então Pedro diz: “Veja, não importa quais sejam as suas provações, não importa quais sejam as suas dificuldades, lembre-se da grandeza da sua salvação, uma salvação que os profetas estudaram, que o Espírito inspirou, da qual os apóstolos dão testemunho, e que é o interesse contínuo dos próprios anjos.”

Posso lhe fazer uma pergunta? A sua salvação é tão preciosa para você? Ou você deixou seu primeiro amor? É uma pergunta justa. Foi preciosa para você no início, não foi? Seu primeiro amor, quando você foi salvo. Oh, foi ótima. Como está agora? Você a perdeu de vista? Que isso seja reacendido em seu coração.

Você diz: “Como?” Bem, a igreja de Éfeso havia deixado seu primeiro amor e foi instruída a fazer isso: Volte e faça as primeiras obras. Volte e comece a viver da maneira que você viveu logo depois de ter sido salvo, com aquele coração quente, aquele testemunho zeloso, aquele amor estimulado por Deus, aquele sentimento de fome pela Palavra, aquele desejo de comunhão cristã, aquele amor pela oração, as primeiras obras. Se você deixou o primeiro amor, volte e pratique as primeiras obras. Isso é o que se diz em Apocalipse 2. E lembre-se novamente da grandeza da sua salvação. Vamos orar juntos.

Pai, levamos muito tempo esta noite para desdobrar isso, mas por compulsão de coração não havia maneira de deixarmos algo não dito nesta poderosa e marcante porção das Escrituras. Obrigado. Obrigado pela salvação graciosa que temos, e que possamos alegrar-nos com ela e desfrutá-la.

Mesmo em meio às provações, que nunca percamos nossa perspectiva e saibamos que recebemos a salvação eterna, tão grande, tão gloriosa que passaremos para sempre louvando a Ti por isso. Sermos gratos não é adequado o suficiente para expressar o clamor de nosso coração por nos ter escolhido para este glorioso presente. Em nome de Jesus, amém.

FIM