
Como você sabe, estamos fazendo uma pequena série sobre o estudo da Bíblia, como obter o máximo da Palavra de Deus. E estou feliz em dizer a você que em agosto será lançado um livro intitulado “Como obter o máximo da Palavra de Deus, que terá um pouco do que estou dizendo a você e muito mais. Será uma espécie de livro de bolso em tamanho comercial. Estou muito animado com isso porque, obviamente, tenho grande paixão pela Palavra de Deus. Ao longo dos anos escrevi vários livros, artigos e coisas sobre a Bíblia, e este livro reúne o melhor de tudo e de certo modo atualiza tudo e reúne tudo. Mais uma vez, o título é: Como obter o máximo da Palavra de Deus. E como eu estive lendo e editando, e provavelmente Patricia estava se perguntando como eu poderia ter essa experiência de alegria por algo que eu mesmo escrevi. Mas eu disse a ela: ”Sabe, este material é muito potente, isso é muito bom."
O problema é que o escrevi há muito tempo e já havia esquecido que havia dito todas essas coisas. Então, esse livro vai resumir muito disso que estamos compartilhando com você. Somos muito abençoados por ter tantas pessoas novas em nossa igreja, tantos novos na fé. No último domingo à noite tivemos 80 pessoas recebidas na família da igreja, e muitos novos em Cristo. E estamos muito ansiosos para estabelecer um alicerce de confiança na Palavra de Deus. Eu disse aos pregadores em todo o meu ministério que quando seu povo se submete conscientemente à autoridade da Palavra de Deus, pode-se abri-la em qualquer lugar e eles se submeterão à sua verdade. Isso é fundamental para entender o que se tem ao possuir a Palavra de Deus.
Então, nesta pequena série sobre como estudar a Bíblia tentamos estabelecer o fundamento do que é a Escritura para que você seja compelido a esse estudo, e então entraremos nos detalhes de como fazer isso, começando hoje à noite. A título de introdução e continuamente estabelecendo algum tipo de pensamento fundamental para a expressão real de como estudamos a Bíblia, o que, como eu disse, começaremos esta noite, deixe-me lembrá-lo de que a Bíblia é o livro mais poderoso que existe , a obra literária mais poderosa já escrita. De acordo com Hebreus 4:12, ela é viva e poderosa, mais afiada do que qualquer espada de dois gumes. E tem a capacidade de penetrar na própria alma do homem e dissecar o homem e revelar sua própria natureza, seu caráter, sua pecaminosidade, seus anseios, sejam eles pelo pecado ou por Deus. Pode literalmente despedaçá-lo. Corta profundamente. É uma ferramenta poderosa e viva que Deus usa para expor o coração e a verdade sobre nós a nós mesmos.
Mas a Bíblia não apenas o rasga em pedaços, mas também os reúne novamente. De acordo com 1 Pedro capítulo 1, o apóstolo Pedro nos lembra que temos uma Palavra de Deus viva e permanente que é uma verdade imperecível sobre a qual Deus edifica um fundamento de vida e glória eternos. Portanto, embora a Palavra tenha o poder de cortar, dilacerar e rasgar nossas confidências e revelar a verdade sobre o recôndito de nosso coração, ela também tem o poder de nos recompor. De acordo com 1 João 1:4, João disse: “Estas coisas vos escrevo para que a vossa alegria seja completa”. A Bíblia também é a fonte de alegria consumada, construída em perfeita paz e esperança para o tempo e a eternidade. Este é o livro mais poderoso que existe. E isso porque, para realizar essas coisas vivas, não deve ser a palavra dos homens, mas a palavra do Deus vivo. E isso é exatamente o que ela é.
É por isso que o Salmo 138:2 diz que Deus exaltou a Palavra ao nível do Seu próprio nome. É impossível separar a glória da Palavra do próprio Deus porque esta é de fato a Sua própria Palavra. A Bíblia não é palavra de homens; é a palavra de Deus. E eu quero falar um pouco sobre isso esta manhã, porque se você vai ser um estudante das Escrituras, isso terá de se basear amplamente em sua confiança na Escritura e em sua compreensão daquilo com que você estará lidando. A Bíblia é a verdade revelada. Nela Deus fala.
Quero que você consulte várias escrituras para entender isso. Em primeiro lugar, Hebreus capítulo 1. Isso vai parecer mais uma palestra em sala de aula do que uma mensagem normal que normalmente ou regularmente apresentaríamos a você em um domingo, mas acho que é muito, muito importante. Esta manhã vou assumir o papel de professor, se puder. Mas em Hebreus capítulo 1, versículos 1 e 2, temos um bom resumo da ideia de revelação que é a verdade revelada. “Havendo Deus” diz ele - “outrora, falado” - literalmente - “muitas vezes e de muitas maneiras aos pais pelos profetas, nestes últimos dias nos falou pelo Filho”. E vamos parar nesse ponto. Aqui nos deparamos com a realidade de que Deus falou. Isso resume a questão da revelação. Deus falou. Isto é, ele se revelou. Deus revelou a verdade para o homem.
Como ele fez isso? Ele fez isso aos pais, ou seja, aos homens que eram os líderes de Israel e, mesmo antes deles, é claro, aos pais conhecidos como patriarcas no Pentateuco, principalmente no livro do Gênesis. Deus falou há muito tempo àqueles pais da nação de Israel. Ele falou por meio profetas. Como termo genérico, ele significa os escritores das Escrituras ou aqueles que falavam por Deus, os que eram os portavozes de Deus. É um termo que inclui profetas propriamente ditos, o termo técnico para aqueles que são explicitamente chamados de profetas no Antigo Testamento. Também inclui reis como Davi e Salomão. Incluiria sacerdotes como Samuel e outros que foram usados por Deus para falar.
O termo profeta é usado aqui então em uma espécie de sentido genérico e não técnico para alguém que fala por Deus. Deus falou por meio de palestrantes e escritores humanos, ou seja, é claro, os autores das Escrituras. Ele falou, diz-se, em muitas partes, polymerōs. É uma palavra que significa segmentos. Tem a ver com o fato de que Deus falou - e ele está se referindo aqui ao Antigo Testamento - ele falou claramente usando instrumentos humanos como escritores, e o fez por muitas partes. Existem 39 porções específicas no Antigo Testamento. Se chamarmos essas porções de livros, são 39 livros. A Bíblia tem 66, o Novo Testamento tem 27 e o Antigo tem 39. Portanto, ele falou por muitas partes.
Dentro desses livros, aqueles 39 que poderíamos chamar de porções, também existem porções. Esses livros se dividem e contêm várias e diversas porções, seções, parágrafos, etc. Deus fez isso por um longo período por meio de vários profetas ou escritores humanos. Mas tudo isso era Deus falando. Ele também falou, diz o versículo 1, de muitas maneiras. O que ele usou para transmitir essas palavras àqueles que as escreveriam? Bem, visões. Você sabe, é claro, que houve várias visões. Mesmo Moisés teve uma visão de Deus em uma sarça ardente no deserto. A visão de Isaías é bem conhecida para nós. As visões de Ezequiel são bem conhecidas para nós. Existem inúmeras outras visões que vieram aos profetas. Na verdade, muitas vezes os profetas escrevem falando de seus escritos como visões, a visão do Senhor veio ao profeta Fulano de Tal e ele escreveu.
Houve, portanto, palavras diretas de Deus por meio de indução na mente humana e de inspiração da verdade ao escritor que primeiro a pregou, para que ele pudesse dizer que a falava profeticamente e depois a escrevesse. Deus falou aos autores das Escrituras por meio de parábolas, de tipos e de símbolos, por meio de cerimônias, por meio do que chamamos de teofanias ou aparições de Deus como o anjo do Senhor, ou mesmo aparições visíveis de Deus, como na sarça ardente. Ele falava ocasionalmente por uma voz audível, trovejando do céu de uma forma audível para ser ouvida clara, distinta e especificamente. Assim, Deus falou de muitas maneiras, em muitos segmentos, por meio de muitos escritores humanos diferentes. Isso é o que esse versículo diz.
E isso , esta revelação de Deus, está registrada no Antigo Testamento. Os homens foram usados para redigir essa revelação que o próprio Deus proporcionou, homens que foram iluminados e energizados pelo Espírito Santo. Entretanto, com o Espírito Santo energizando-os, não temos no Antigo Testamento uma coleção do melhor da sabedoria humana. Não se trata da melhor reflexão dos religiosos antigos, mas é a própria voz e palavra de Deus. Então Deus falou também, segundo o versículo 2, nestes últimos dias. Isso significa o tempo do Messias. Os últimos dias são aqueles quando o Messias vem. O Messias veio: nasceu em Belém, iniciando os últimos dias. E nos últimos dias ele falou conosco por meio de seu Filho. Deus se revelou em Jesus Cristo, e o registro sobre Jesus Cristo foi então escrito.
Quatro autores - Mateus, Marcos, Lucas e João - foram escolhidos para escrever o registro inspirado da revelação de Deus em Jesus Cristo que conhecemos como os quatro evangelhos. E então o escritor Lucas foi inspirado pelo Espírito de Deus a prosseguir no livro de Atos com o registro posterior à vida de Jesus Cristo e a descrever os primeiros anos da igreja. Depois vieram os escritores das epístolas: Pedro, Tiago, João, Judas, Paulo. Eles escreveram aquelas epístolas que basicamente são explicativas e definem o significado e o sentido da vinda de Deus em Cristo e sua obra redentora, e então a Escritura termina com o Apocalipse, que é a promessa do retorno de Cristo na glória vindoura.
O Novo Testamento, com 27 segmentos, de vários autores, descreve a revelação de Deus - particularmente aquela que veio em torno da pessoa de Jesus Cristo. Assim você tem a revelação de Deus pelos escritores inspirados nos segmentos chamados de Antigo Testamento e a revelação de Deus por meio de escritores inspirados nos segmentos chamados de Novo Testamento; 27 livros e 39 equivalem aos 66 livros das Escrituras. Esta é a revelação de Deus. É singularmente o resultado da autorrevelação de Deus. Deus falou. Quando você recorre a uma Bíblia, está lendo a palavra de Deus.
O processo que Deus usou para anotar essa revelação é chamado de inspiração. Inspiração é uma palavra que define um processo. Define um meio, e podemos entender algo desse meio que, a propósito, é um meio sobrenatural. Não é natural. Podemos dizer: “Bem, alguém escreveu uma bela música, foi realmente inspirada”. Ou você escreveu uma carta linda para alguém e foi realmente muito inspirado, ou fez um discurso e foi muito inspirado. Estamos falando sobre um nível de excelência humano que é muito diferente desse a que nos referimos aqui. Quando falamos de inspiração o sentido bíblico, referimo-nos a uma maneira técnica pela qual Deus aplica um processo miraculoso sobrenatural para revelar sua própria palavra.
Vá para 2 Pedro para ter uma boa visão do que é esse processo. 2 Pedro, capítulo 1: Pela bondade de Deus, ele nos revelou isso - esse processo de inspiração - no texto do Novo Testamento, para que possamos entendê-lo. Versículos 20 e 21 - 2 Pedro 1:20 e 21. “Sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.” Esses dois versículos estão carregados de significado no que diz respeito a esta questão de inspiração. A palavra-chave aqui é “movidos” no versículo 21. “Movidos”, carregados. É uma palavra usada em fontes gregas seculares para se referir a algo flutuando rio abaixo como uma folha. Eles foram literalmente carregados pelo Espírito Santo.
Os autores das Escrituras, os homens que redigiram as Escrituras - a propósito, não há mulheres autoras nas Escrituras. Todos os 66 livros foram escritos por homens. O Espírito de Deus moveu esses homens de forma que eles realmente falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo. Vamos examinar um pouco mais este texto. Versículo 21: “Nenhuma profecia jamais foi feita por um ato da vontade humana.” Volte ao versículo 20: "Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação." Existem duas negações imediatas e ambas dizem que as Escrituras não vêm de nenhuma fonte humana. É um livro milagroso, de autoria de Deus por meio do Espírito Santo, movendo escritores humanos a escrever exatamente o que Deus queria que fosse dito.
Nenhuma profecia das Escrituras que se refere a tudo isso fala de profecia em sentido preditivo. Profecia significa fala. Nenhuma mensagem de Deus, nenhuma fala de Deus contida nas Escrituras, nada de Deus contido nas Escrituras é uma questão de - note esta frase - particular elucidação. Bem, isso precisa de um pouco de explicação. Eu realmente nunca gostei da tradução “interpretação” aqui porque o termo grego é epilysis. Se você conhece alguma coisa sobre a língua grega, lyō é a palavra para soltar, e este é um composto de solto. É a ideia de desencadear algo. É a ideia de abrir algo. Nenhuma Escritura é de qualquer liberação humana e fala de origem. Fala de fonte.
No caso genitivo, o uso indica a origem. Pedro realmente diz: “As Escrituras não vêm de nenhuma fonte humana”. Não se trata de alguns homens tendo intimidade com Deus e algumas pessoas conhecendo Deus e vendo Deus trabalhar e tendo um conhecimento histórico da operação de Deus, tendo um alto nível de gênio humano e um alto nível de sensibilidade religiosa, escrevendo sua melhor compreensão de Deus. Não é isso. Não é o pior dos homens e não é o melhor dos homens escrevendo suas reflexões sobre Deus. Nenhuma profecia das Escrituras, nenhuma mensagem nas Escrituras em qualquer lugar é humana quanto à sua fonte, nenhuma.
E então, no versículo 21 ele reforça ainda mais o ponto, repetindo-o. “Nenhuma profecia foi feita por um ato de vontade humana.” Essa é uma declaração muito notável. Ninguém nunca disse, não importa o quão nobres possa ter sido ou quão piedoso possam ter sido: "Acho que vou redigir as Escrituras." Ninguém nunca disse nem fez isso. Alguns poderiam ter dito isso, mas não o fizeram porque é impossível. Nenhuma profecia jamais foi feita por um ato da vontade humana. Não se podem produzir as Escrituras por vontade humana. Não se podem produzir as Escrituras a partir de qualquer origem privada. Em vez disso, os homens movidos pelo Espírito Santo falaram da parte de Deus. Não vem do homem. Nenhuma profecia foi sustentada pela vontade humana - mesmo verbo. Mas foi movida, levada junto - mesmo verbo - pelo Espírito Santo. O Espírito Santo selecionou o autor e o Espírito Santo deu a mensagem ao autor para que o que ele escrevesse fosse exatamente a Palavra de Deus, inerrante e infalível. Eles falaram da parte de Deus, escrevendo exatamente o que Deus queria que fosse dito. Isso é inspiração.
Agora abra outra referência, 2 Timóteo. Poderíamos gastar muito tempo neste texto, e o fizemos no passado. Mas, por enquanto, apenas para colocá-lo em contato com essas afirmações formidáveis para que você entenda o caráter da inspiração, vejamos 2 Timóteo 3:16 e 17. “Toda a Escritura é inspirada por Deus.” É daí que tiramos a palavra "inspiração". Pois bem: isso é pasa graphē theopneustos. A palavra theopneustos é o sopro de Deus. É traduzido aqui inspiração. Significa que Deus respirou.
Se você não tivesse ar, não poderia falar. Se você não pudesse mover o ar, não poderia vibrar suas cordas vocais, não poderia produzir nenhum som, não poderia formar suas palavras. O que isso diz é que Deus soprou as Escrituras. Deus disse isso. É o próprio sopro de Deus. E não apenas no sentido da respiração, mas no sentido de exalar o ar de uma forma que vai além das cordas vocais, vibra as cordas vocais e passa pela boca, que forma a enunciação. E Deus produziu exatamente o que Ele queria dizer. Deus disse aquilo.
No salmo 33 temos um bom texto comparativo para isso, Salmo 33:6: "Os céus por sua palavra se fizeram” - e aqui está seu sinônimo - “e, pelo sopro de sua boca, o exército deles". Aqui temos uma declaração, a palavra do Senhor, e uma declaração paralela, o sopro de sua boca. O sopro de sua boca é a palavra do Senhor. Foi pelo sopro de sua boca, que é a palavra do Senhor, que tudo foi criado. Deus falou para trazer à existência. Então “Deus soprou” significa que Deus falou, Deus disse, Deus declarou. A Escritura, então, é Deus falando. É por isso que Romanos 3:2 chama as Escrituras de oráculos de Deus. Deus é o autor do que a Bíblia diz.
Tudo na Bíblia vem de Deus; não é um livro humano. Todas as Escrituras e cada Escritura são inspiradas por Deus. Por assim dizer, passa por suas cordas vocais no sentido sobrenatural e nos transmite exatamente o que ele queria dizer. Cada palavra de Deus é pura, dizem as Escrituras. "A Escritura não pode falhar" (João 10:35). A Escritura se cumprirá embora o céu e a terra caiam porque é a palavra viva, duradoura e eterna que sai da boca do próprio Deus.
A igreja reconheceu isso muito cedo. Eles sabiam quais livros eram soprados por Deus, como os santos do Antigo Testamento sabiam quais livros eram soprados por Deus. Havia muitos livros religiosos escritos na antiguidade. À medida que o tempo da escrita do Antigo Testamento passava, havia outros livros sendo escritos. Houve livros escritos que aparecem nos apócrifose na seção de livros intertestamentários de uma Bíblia católica, por exemplo. Esses livros não estão incluídos no cânon bíblico.
Como eles sabiam a diferença? Havia maneiras muito, muito particulares de saberem o que era bíblico. Primeiro, eles sabiam que precisavam ter sido escritos por um dos verdadeiros porta-vozes de Deus, um profeta de Deus no caso do Antigo Testamento, um apóstolo de Deus ou um associado dos apóstolos no Novo Testamento. Eles sabiam que deveria ter, portanto, autoria apostólica ou endosso apostólico. No Antigo Testamento, os escritores desses livros eram profetas de Deus, porta-vozes de Deus. Todos sabiam quem eles eram. Eles também foram confirmados por seu conteúdo interno. Ficou claro que eles eram coerentes com tudo o mais nas Escrituras. Eles tinham um elemento sobrenatural neles. Tinham o elemento milagroso. Eles exaltaram a grandeza de Deus e condenaram a pecaminosidade do homem, que é o que Deus tende a fazer - não falsos escritores e falsos mestres.
Ficou muito claro para eles quais eram os livros canônicos. Eles são chamados de canônicos com base na palavra cânon, que designava um padrão. São os livros padrão de revelação. Os concílios da Igreja reconheceram no século IV oficialmente o cânon do Novo Testamento. Mas mesmo não oficialmente, a igreja sempre soube o que pertencia ao texto e o que não. Foi fácil reconhecer. No caso do Novo Testamento, foi escrito por um apóstolo ou um associado de um apóstolo? Ele tinha aquele ar de caráter sobrenatural? Tinha aquela exaltação de Deus e Cristo? E tinha aquela ... aquela condenação da iniquidade? Era coerente com todos os outros escritos do Novo Testamento? E foi confirmado pelos próprios apóstolos?
A igreja - para ilustrar - a igreja não nos deu o cânon do Novo Testamento, assim como Isaac Newton não nos deu a lei da gravidade. A lei da gravidade existia antes de Isaac Newton identificá-la. O cânon existia antes que a igreja o identificasse. Foi Deus quem nos deu a gravidade. Foi Deus quem nos deu as Escrituras. Nós o reconhecemos. A igreja o reconheceu. Portanto, Deus é o autor de tudo o que as Escrituras dizem. Não há nada nas Escrituras que o próprio Deus não tenha escrito, e a igreja confirmou isso universalmente. Assim como o Antigo Testamento de 39 livros foi universalmente confirmado através dos tempos, o mesmo aconteceu com o Novo Testamento. Não há realmente nenhum equívoco nesse ponto. Temos a palavra viva e permanente de Deus.
Agora algumas outras coisas que você precisa entender sobre a inspiração das Escrituras. Paulo não diz em 2 Timóteo - e é muito importante notar isso - que os escritores foram inspirados. Ele diz que toda a Escritura é inspirada. Vamos tratar de entender isso. Os escritores não foram inspirados. As Escrituras eram. Hoje dizemos que uma pessoa é inspirada, inspirada por alguma grande conquista - alguma grande conquista literária - seja o que for, ou alguma grande conquista científica. Não é disso que estamos falando. A Bíblia não diz nada sobre homens inspirados. Ela só conhece palavras inspiradas. Dá para entender? Isso é muito importante.
Pode-se perguntar: "O que você quer dizer com isso?" Quero dizer com isso que Paulo escreveu algumas coisas que não foram inspiradas. Não foi Paulo que foi inspirado; foi a Escritura que foi inspirada. E quando Paulo escreveu a Escritura, a Escritura foi inspirada. Quando Paulo escreveu outra coisa, não foi inspirado. Lembre-se de que estudamos 2 Coríntios antes de fazermos nossa pequena pausa; vamos voltar a ela em agosto. E em 2 Coríntios eu disse a você repetidamente que Paulo escreveu aos Coríntios os dois livros inspirados no Novo Testamento: 1 Coríntios e 2 Coríntios. Mas há uma carta que ele escreveu para eles antes de 1 Coríntios e uma carta entre 1 e 2 Coríntios que não aparecem nas Escrituras porque elas não foram inspiradas.
Paulo não é genericamente inspirado. Nenhum escritor da Bíblia é. Isaías não foi um escritor inspirado como tal, nem Davi, Paulo, João ou qualquer outra pessoa. Foram inspirados somente quando escreveram as Escrituras ou, literalmente, eles foram o veículo por meio do qual Deus soprou sua palavra. A Escritura é a palavra de Deus. Não é a palavra de homens inspirados. Os escritores escreveram a palavra inspirada. Deus soprou neles exatamente as palavras que ele queria que escrevessem, e por algum meio sobrenatural milagroso, indescritível, eles escreveram exatamente o que Deus queria dizer, o que não é difícil para Deus. É claro que ele pode fazer isso. O processo real não pode ser descrito, é milagroso. Não pode ser definido, é sobrenatural.
Alguns sugeriram que aquilo foi um alto nível de realização humana. Não mesmo. Alguns disseram: “Bem, eles eram - eles eram escritores como Shakespeare e tinham um tremendo gênio religioso. E assim, no alto nível de gênio religioso humano, eles produziram grandes escritos literários porque eram muito marcados pelo gênio especial da escrita.” Isso não é verdade, absolutamente não é verdade. Por uma série de razões, a Escritura nunca poderia ser o resultado de um alto nível de realização humana.
Em primeiro lugar, entre os autores das Escrituras havia apenas uns dois que eram notáveis como escritores à parte das Escrituras. As únicas pessoas que conhecemos, que faziam contribuições regularmente como escritores, seriam Davi e Salomão. O resto deles era uma variedade de pastores e pescadores e sabe-se lá o quê; líderes daqui e dali, uma espécie de apóstolos teimosos e obstinados que, passando por todo o tempo da vida de Jesus Cristo, entenderam muito pouco dela e então tiveram de escrever tudo sobre ela. Eles não eram conhecidos como literatos. Eles não eram grandes escritores. Eles não foram educados. De jeito nenhum.
Além disso, o gênio humano não poderia produzir Jesus Cristo. Não se pode criar uma personalidade como Jesus Cristo. A personalidade, o caráter, a pessoa de Jesus supera a impureza, o amor, a justiça, o poder, a perfeição, a sabedoria, a verdade, qualquer coisa já encontrada no pensamento humano. Onde no mundo os literatos encontrariam um modelo para tal pessoa? E por que escreveriam um livro que condenava os homens? Eles não podiam inventar um Jesus. Quando o homem escreve no nível mais alto de suas realizações, ele escreve sobre si mesmo e tende a se exaltar, não a se condenar. Eles não podiam produzir as Escrituras. E é por isso que afirmam que Deus as escreveu. Eles afirmam que Deus falou com eles. Afirmam que estavam escrevendo a palavra de Deus.
E é incrível que eles não apenas reivindiquem isso diretamente - e vou mencionar isso logo mais - mas quatro mil vezes a Bíblia afirma que esta é a palavra de Deus - quatro mil vezes! Isso significa quatro mil vezes que os autores afirmam que estavam escrevendo a palavra de Deus. Mas, além desses detalhes, sempre me fascinou que haja na Bíblia um certo ar de infalibilidade com o qual os homens comuns podem achar muito difícil conviver.
Por exemplo, se você decidiu que queria passar como revelação divina algo que escreveu e você era apenas o ninguém comum, você pode ser pressionado a tentar convencer as pessoas de que devem aceitar o que você está dizendo como sendo diretamente de Deus. Então você pode querer dizer em algum lugar em sua escrita: "Bem, sabe, eu sei que isso é difícil de acreditar, já que não tenho nenhuma formação e não sou uma pessoa muito importante, mas estou escrevendo a revelação de Deus e você só precisa saber disso.” Não há nada disso. Não há: “Bem, eu sei que parece impossível para você aceitar isso porque você sabe quem eu sou - apenas um cara humilde, e você não consegue imaginar como algo assim poderia vir de mim. Mas estou apenas dizendo a vocês, pessoal, que isso realmente vem de mim e é a palavra de Deus." Não há nada disso, absolutamente nada disso.
Não há como justificar esse processo de inspiração. Não há como fazer as pessoas acreditarem que isso está realmente acontecendo. Não há autoconsciência. Os escritores estão totalmente inconscientes da sua condição. Nunca há qualquer tipo de defesa de si mesmos como fontes de revelação. A única situação em que um escritor se defende, como Paulo faz, é para defender a viabilidade de seu ministério. Quase quatro mil vezes eles dizem que estão escrevendo a palavra de Deus, mas ninguém nunca dá risada e diz: "Eu sei que você está achando isso, mas é difícil de aceitar". Não há autoconsciência.
Mesmo que a maioria deles não tivesse educação formal e nenhum treinamento extensivo, nem estivesse em posição terrena para oferecer qualquer tipo de escrituraa, não fossem particularmente profundos e nem conhecidos por escreverem qualquer outra coisa, com exceção de Salomão que escreveu tantos provérbios (eles nnem estão todos na Bíblia) e Davi, que era compositor e deve ter escrito muitas, muitas, muitas canções. No entanto, temos no Pentateuco seiscentas e oitenta vezes alguém como Moisés, que não é conhecido como escritor de nada,, mas ele afirma que está escrevendo a palavra de Deus e nunca está constrangido sobre isso.
Os livros proféticos têm mil trezentas e sete dessas afirmações; os livros de história, quatrocentas e dezoito; os livros poéticos, quase duzentas dessas afirmações, e
ainda assim não há autoconsciência sobre isso. Eles estavam apenas escrevendo a palavra de Deus da maneira que Deus a deu a eles. Os escritores do Novo Testamento confirmam o Antigo Testamento como a palavra de Deus. Na verdade, trezentas e vinte vezes os escritores do Novo Testamento citam o Antigo Testamento como a palavra de Deus. Mil vezes eles aludem a isso como a palavra de Deus em uma referência clara e definitiva a alguma passagem do Antigo Testamento. Assim, 1.300 vezes os escritores do Novo Testamento confirmam o Antigo Testamento, e o fazem com a lei, o Pentateuco, fazem isso com os livros históricos, fazem isso com os profetas menores, com os profetas maiores e com os escritos sagrados - Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cântico de Salomão - e assim por diante.
Em outras palavras, eles afirmam de maneira inconsciente que cada seção das Escrituras do Antigo Testamento é a palavra de Deus. E então, no Novo Testamento continuam a escrever com a mesma total ausência de autoconsciência. Paulo, lendo a lei de Deus, o Antigo Testamento, disse que a lei é santa, justa e boa. Ele confirma a santidade e a perfeição da lei de Deus, o Antigo Testamento. Judas cita Pedro como Escritura. Pedro cita Paulo como Escritura. E João cita a si mesmo como Escritura. João acabou de escrever as cartas para as igrejas e diz às igrejas que ouçam o que o Espírito diz. João sabia que estava escrevendo o que o Espírito dizia, não o que ele mesmo dizia. A Bíblia não é um produto de gênio humano de alto nível.
Outros sugeriram a inspiração consiste em que Deus revela conceitos. Eu não sei por que as pessoas precisam inventar coisas assim, mas elas fazem. E Deus revelaria conceitos e os escritores podem escolher as palavras que quiserem. A Bíblia não apoia isso. Além disso, como transmitir conceitos sem palavras? Não tenho certeza se sei fazer isso. Mas a ideia é que Deus transmitiu algumas ideias espirituais, mas não inspiração verbal, não inerrância e não infalibilidade. Não é assim.
Quando Deus chamou Moisés na sarça ardente, Moisés estava tateando e não acreditava que tivesse a eloquência necessária para representar Deus. E Deus disse: Quero que você seja meu porta-voz, quero que fale por mim (Êxodo capítulo 4), e Moisés disse: “Mas eu, eu, eu, eu, tenho um problema de fala”. E isso é o que Deus disse a ele. "Vá e eu estarei com sua mente e te ensinarei o que pensar." Foi isso que ele disse? Não, não foi isso que ele disse. Ele disse: "Vá e eu estarei com sua boca e vou lhe ensinar o que dizer exatamente."
Samuel: a palavra de Jeová era rara naquela época. Não havia visão frequente. Em outras palavras, era raro ouvir Deus falar. Havia raridade das Escrituras naquela época. Samuel ainda não conhecia Jeová, nem a palavra do Senhor lhe havia sido revelada. Então houve um momento de silêncio. Isso está registrado em 1 Samuel 3. Então, de repente, Deus quebrou o silêncio e chamou Samuel. Você se lembrará de três vezes que ele o chamou e Samuel disse: "Fala, para que o teu servo ouça."
Isaías diz: “Ouvi a voz do Senhor dizendo: 'Quem enviarei, e quem irá por nós?' Então eu disse: 'Eis-me aqui, envia-me a mim'.” Imediatamente Isaías 6 prossegue dizendo: “E Deus disse: vá e diga a este povo assim e assim, e Deus delineou exatamente o que ele queria dizer literalmente. Jeremias escreveu: “Veio a mim a palavra de Jeová dizendo: ‘Antes que te formasse no ventre, te conheci.’” Em outras palavras, uma declaração explícita.
A palavra do Senhor veio a ele e ele apenas a citou com exatidão. “Eu te santifico, eu te designei por profeta para as nações. Tudo o que eu te mandar falarás; eis que ponho as minhas palavras na tua boca ” (Jeremias 1:4 a 9). Capítulo 5, versículo 14: “Eis que converterei em fogo as minhas palavras na tua boca”. Você abre a boca, sai fogo, as pessoas vão ser como lenha, diz ele, e a palavra de julgamento vai queimá-las. Capítulo 15: “Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração”. Na verdade, no capítulo 15, versículo 19, Jeremias disse: “Serás a minha boca”.
Em Ezequiel, ele disse a Ezequiel no capítulo 2: “Eu te envio aos filhos de Israel. Todas as minhas palavras que te hei de falar recebe em teu coração, ouve-as com os teus ouvidos e vai falar com eles”. Foi assim que aconteceu. Deus falou e eles falaram, e eles falaram o que Deus lhes mandou dizer. Houve Amós. Ele nem era um profeta. Ele diz no capítulo 7 de sua profecia: "Eu não era um profeta, nem mesmo era filho de um profeta. Eu era pastor e criador de sicômoros.” Ele era um fazendeiro. “Jeová me tirou de junto do rebanho e me disse:‘Vai, profetiza ao meu povo Israel.’” Sem treinamento, sem preparação, não sabia o que ia dizer. Simplesmente vá e diga a eles exatamente o que eu mandar.
O apóstolo Paulo foi informado por Ananias: depois que ficou cego na estrada para Damasco e foi chamado para o ministério, foi-lhe dito que ele seria uma testemunha do Senhor. Em resposta a isso, ele diz aos Gálatas no capítulo 1: "O que eu prego não recebi de carne e sangue." Veio diretamente do Senhor. "O Senhor me chamou, me separou no ventre de minha mãe, me chamou por sua graça, revelou seu Filho em mim e eu estou pregando - nunca consultei carne e sangue." Foi ensinado por Deus.
João diz em Apocalipse 1: “Eu estava em Espírito no dia do Senhor e ouvi atrás de mim uma grande voz dizendo: ‘Escreva em um livro.’” Deus disse a ele exatamente o que escrever. Até mesmo Jesus Cristo, o Verbo feito carne - é maravilhoso - recebeu sua mensagem de Deus. Isaías disse a respeito dele: “Jeová fez a minha boca como uma espada afiada. O Senhor Jeová me deu a língua dos que são ensinados, para que eu saiba sustentar com palavras os que estão cansados. Ele me acorda manhã após manhã, ele desperta meu ouvido para ouvir como os que são ensinados.”
Aqui está o Messias falando em profecia, dizendo que “falarei apenas o que Deus fala através de mim”. E Jesus disse isto: “Eu lhes tenho transmitido as palavras que me deste“ (João 17:8) - “Eu as dei.” Isso é exatamente o que Jesus fez. Ele somente repetiu o que Deus falou. Então, quando você estiver falando sobre a Bíblia, não estará falando sobre algumas ideias gerais de Deus. Você estará dizendo que cada palavra de Deus é pura. Não são apenas ideias flutuantes. Não se podem transmitir ideias sem palavras. Pode-se tanto falar de uma melodia sem notas ou de um sol sem luz ou de uma soma sem números ou de geologia sem pedras ou de antropologia sem homens ou de melodia sem música quanto falar de pensamentos sem palavras.
Agora, para mostrar como esse milagre foi profundo, abra por um momento 1 Pedro capítulo 1. Temos de nos apressar. Uau! 1 Pedro, capítulo 1, versículos 10 e 11: “Foi a respeito desta salvação” - a salvação é o tema da Bíblia do começo ao fim e certamente o tema do Antigo Testamento. Como Deus promete a vinda do Salvador, aquele que esmagará a cabeça da serpente, o governante que virá dentre os pés de Jacó, aquele que será Siló, o príncipe que há de vir, o Messias, o Cordeiro definitivo retratado por todos os sacrifícios. A redenção no Messias por vir é o tema do Antigo Testamento, portanto a salvação é o assunto principal. Assim, quanto a esta salvação, 1 Pedro 1:10 diz: “que os profetas indagaram e inquiriram, os quais profetizaram acerca da graça a vós outros destinada.”
Essa é uma declaração fascinante. Você sabe o que ela diz? Diz que os escritores do Antigo Testamento estudaram o que escreveram para descobrir o que significava. Pois bem: se você é um autor e não sabe o que quer dizer com o que escreve, você está em apuros. Sempre que você escreve, você escreve até entender claramente o que está tentando transmitir e acreditar que é claro o suficiente para que todos possam entender. Você trabalha muito. Não há virtude em ser difícil de entender. Não há virtude em escrever coisas que não são claras. Não há virtude em pregar coisas que não são claras. Na verdade, sempre digo aos jovens pregadores que é muito fácil ser difícil de entender. Isso mesmo, é muito fácil ser difícil de entender.
Às vezes você ouve as pessoas dizerem: “Sabe, era muito profundo para mim”. Bem, isso é remotamente possível. O mais provável é que a razão pela qual você não entendeu foi porque o palestrante também não. É muito fácil ser difícil de entender; tudo o que requer é que você não saiba do que está falando. E eu vou lhe prometer isso com certeza: se você não sabe do que está falando, ninguém mais saberá. É muito difícil ser claro como cristal, porque para ser claro você precisa ser muito claro sobre o que está dizendo. E esse é o desafio.
Bem, aqui estavam homens sob a inspiração da palavra de Deus que escreveram coisas que nem mesmo eles entendiam. Isso mostra o caráter sobrenatural e milagroso da inspiração. Eles escreviam e estudavam para tentar descobrir o que significava. Havia um distanciamento entre eles e seus escritos, pois Deus os estava usando como veículos. Todavia, outros críticos dizem: “Bem, a Bíblia ... a Bíblia é a palavra de Deus na área espiritual, mas não em outras áreas como geologia e história e ciência e coisas assim. Aí é realmente uma confusão.”
Os críticos adoram essas coisas. Eles simplesmente adoram. Eles gostam de marcar lugares na Bíblia. Na nova Bíblia de estudo, em cada lugar onde fizeram isso, em cada lugar onde há uma aparente contradição, escrevemos uma seção para responder a isso. E existem respostas lúcidas para todas essas questões. Mas aqui está uma típica. Eles dizem: "Bem, a Bíblia é certa apenas espiritualmente, não é certa historicamente e em outras coisas." E eles usam ... um deles usa uma ilustração em Números 11:31 e 32, mas não tenho tempo para voltar a ela. Vou lhe contar a história.
Em Números 11:31 e 32, os filhos de Israel no deserto do Sinai não têm comida, então Deus fornece comida, lembra? E certo dia sopra um vento e arrasta codornizes para lá, e eles começam a colher codornizes. E as codornizes são onipresentes. Quer dizer, estão por toda parte. Na verdade, a pessoa que menos coleta fica com onze alqueires deles. E codorna é uma ave pequena. Nós as temos em nosso quintal todas as manhãs. São pequeninas. Elas estavam em todo lugar e são muito dóceis - aparecem voando e pronto. Todas são coletadas ali. Deus forneceu esse alimento maravilhoso para eles.
Bem, está escrito em Números 11:31 e 32 que tinham dois côvados de altura. E então o crítico riu disso e disse: “Sabe, isso é ridículo. Bem, vamos imaginar dois côvados, pode ser aproximadamente um metro. 122 centímetros de profundidade em codornizes? E fala-se de um dia de jornada para um lado do acampamento e um dia de jornada para o outro lado. Têm-se então quilômetros e quilômetros de codornizes de mais de um metro de profundidade. E este crítico disse que, segundo ele calculou, seriam dezenove trilhões, quinhentos e trinta e oito bilhões, quatrocentos e sessenta e oito milhões, trezentos e seis mil, seiscentos e setenta e duas codornas [risos]. Ele diz: “Vejam a loucura da Bíblia. Ou seja, isso é um absurdo absoluto!”
Mas o que ele não entendeu foi a palavra hebraica. Quando se diz quetinham mais de um metro de altura, não significa que tivessem mais de um metro de profundidade. Significava que elas estavam voando naquela altura que seria perfeita para, sabe” - [risos] - “pegá-las do ar. Deus as soprou do vale do Nilo e as fez voar na altura certa. Nem mesmo tiveram de se curvar ou pular. A Bíblia é - ouça - escrita por um Deus onisciente, e ele sabe tanto sobre codornizes quanto sobre coisas espirituais, certo? Nenhuma diferença. Então a Palavra do Senhor, a Palavra de Deus, é exatamente isso. É preciso ter esse entendimento para ter compaixão e paixão pela verdade, a fim de querer conhecê-la para querer torná-la parte de sua vida.
Agora vamos deixar isso de lado por um momento porque quero encerrar nos próximos minutos apenas com uma breve revisão do que fiz na noite de domingo passado para aqueles de vocês que não estavam lá no domingo à noite, caso contrário vocês estão perderão as mensagens alternativas. No último domingo à noite - quero apenas encerrar dizendo a vocês - conversamos sobre os requisitos para estudar a Bíblia. Tentei transmitir uma base para entendermos com o que estamos lidando no último domingo de manhã e nesta manhã: este livro da verdade vivo e imensamente poderoso. Agora que você entende o que é a Bíblia, o que é necessário para ser um estudante eficaz? Deixe-me passar brevemente a você a pequena lista que começamos na noite de domingo passado
Primeiro, você deve ser um cristão. Você precisa nascer de novo porque 1 Coríntios 2:14 diz que o homem natural não entende as coisas de Deus. Elas são uma tolice para ele porque são discernidas espiritualmente, e ele está espiritualmente morto. Versículo 16: ele não tem a mente de Cristo. Você pode pegar todos os melhores estudiosos de teologia e as maiores mentes no campo da religião, pode colocá-los juntos com uma Bíblia na frente deles e eles a interpretarão erroneamente. Eu não me importo com o quão inteligentes eles sejam, não me importo com quantos diplomas tenham, não me importo com quanta teologia estudaram, basta ver o que fazem com a Bíblia.
Simplesmente vá a qualquer departamento de teologia de qualquer universidade secular ou seminário que esteja cheio de incrédulos e você verá coisas antideus, anticristo, antibíblia. Às vezes apresentam aquilo na televisão. Eles tinham um programa canal PBS em que queriam discutir o livro de Gênesis. Então trouxeram um bando de liberais descrentes para discutir Gênesis, e todos eles entenderam aquilo errado. Por quê? Porque são homens naturais, eles não podem entender as coisas de Deus porque elas são discernidas espiritualmente e eles estão espiritualmente mortos.
Incomoda-os profundamente que não muitos nobres e nem muitas pessoas comuns poderosas entendam a Bíblia porque temos a unção de Deus, ou seja, o Espírito Santo que nos ensina todas as coisas, certo? E o Espírito é o portador do discernimento. “Quem conhece as coisas do homem, senão o espírito que está no homem?”, diz Paulo no mesmo capítulo. “E quem conhece as coisas de Deus senão o Espírito de Deus?” A Bíblia é confusa para qualquer mente humana, não importa o quão grande ela seja. E é tão claro quanto pode ser para qualquer crente que vá estudá-la. Tudo começa naquele ponto de que falamos no último domingo à noite.
O segundo ponto que mencionamos é que não se pode ser um estudante das Escrituras a menos que se tenha um forte desejo. Deve haver paixão por isso em algum lugar. Você nunca vai penetrar nas profundas riquezas da verdade de Deus a menos que haja alguma motivação para isso. E eu me arrisco a dizer que a razão pela qual a maioria dos cristãos nunca estuda as coisas de Deus profundamente é porque eles simplesmente não estão motivados para isso; eles estão motivados para fazer outra coisa. Você precisa orar para que Deus lhe dê aquele desejo registrado em 1 Pedro 2:2: "Como bebês recém-nascidos, anseiem pelo leite puro da palavra." Você deve desejar a Palavra como um bebê deseja o leite.
Você entende que um bebê deseja leite não porque goste do sabor? Acho que gostam do sabor. Mas eles têm um mecanismo embutido que aciona a realidade de terem a necessidade. Dependem dela para o melhor que a vida tem a oferecer, para a saúde e o bem-estar. A mesma coisa é verdade para os crentes. Se você deseja verdadeiro bem-estar espiritual e verdadeira realização, verdadeira alegria e realização em todas as áreas de sua vida como cristão, isso vem da Palavra de Deus. Você precisa estar motivado para ansiar por essa palavra como um bebê anseia por leite. Agradeço a Deus por me ter dado em algum lugar ao longo da linha que aconteceu em minha vida aquele tremendo impulso, aquele tremendo desejo de conhecer as Escrituras, de buscar a verdade da Escritura, de amar a Palavra, de proclamá-la, personalizá-la, honrá-la, de lutar por ela. Isso é uma bênção tremenda.
Ninguém jamais alcançará o conhecimento da Palavra sem o desejo de fazê-lo. Tudo começa com aquela paixão do coração. Se você não a tem, precisa orar para que Deus a dê a você. Leia Provérbios 2. Se você quer sabedoria, clame por ela. Você quer discernimento? Grite por ele na rua, persiga-o como ouro. Vá atrás dele como as pessoas vão atrás de minérios, como ouro, diamantes e joias preciosas.
Jó 28 diz a mesma coisa. Ele diz que eu olho e vejo esses homens que abrem minas, buscam ouro, joias e diamantes e cavam poços na terra onde ninguém nunca esteve e reviram a terra. Fazem tudo isso pelas riquezas humanas. E então ele pergunta no versículo 20: "Mas quem encontra sabedoria?" E vem a resposta: "Só Deus conhece a sabedoria e Deus a revela àqueles que o conhecem." Os homens em nosso mundo são muito capazes de desenterrar todos os tipos de materiais preciosos do lado. Mas quando se trata da verdadeira sabedoria, são desprovidos dela, não são? Ela só pertence àqueles que a buscam, somente aqueles que conhecem Deus e em sua força buscam conhecer a verdade.
Isso me leva a um terceiro ponto. Se você quiser ser um bom estudante da Bíblia, precisa ser diligente. O estudo requer diligência. Quando eu era criança, costumavam nos instruir a ler a Bíblia quinze minutos por dia e ter suas devoções diárias. As devoções diárias me deixavam louco, basicamente porque eu não gostava de ler a Bíblia para não entendê-la e depois largá-la. E então, no dia seguinte, ler outra coisa que também não entendia e depois colocando isso de lado. Sempre quis saber o que significava. Em algum lugar ao longo da linha precisa haver diligência, tem de haver fome de pesquisar as Escrituras. Apontavam o texto de Atos 17. Atos 17 fala sobre os bereanos, que eram mais nobres do que qualquer outra pessoa porque pesquisavam as Escrituras diariamente para ver se as coisas eram assim. Isso é o que se requer.
Seja diligente para ser um obreiro aprovado por Deus, não precisando se envergonhar, que maneja bem a Palavra. Seja como os presbíteros em 1 Timóteo 5:17, que trabalharam arduamente na Palavra e na doutrina, a ponto de suar e se exaurir. Os rapazes que vão ao seminário costumam fazer perguntas engraçadas. Lembro-me de que um jovem seminarista me perguntou uma vez, na primeira vez em que me encontrou: “Sabe, eu ia perguntar a você de qual livro você tira todo o seu bom material?” Bem, essa é uma pergunta típica de alguém que não - não existe tal livro. Mas mesmo assim.
Outro de que sempre me lembro foi um jovem que me disse: "O que é" - e ele estava meio surpreso, e tenho certeza de que esperava alguma resposta espiritual esotérica. Ele disse: "Qual é a verdadeira chave para uma boa pregação?" Eu disse: "Bem, é a capacidade de manter seu traseiro na cadeira até que você entenda o texto." Rapaz, ele ficou chocado. Sim, essa é a verdadeira chave. O que distingue a boa pregação da má é se você sabe do que está falando ou não. Dons de oratória à parte, é quando você entende. Como dissemos antes, é quando você realmente entende a Palavra de Deus, é claro o suficiente para deixa-la clara para outra pessoa, essa, essa é - essa é uma ótima pregação. E o que separa o excelente estudante da Palavra de Deus do medíocre é o esforço, o esforço, simplesmente o esforço. Sem mágica, apenas esforço.
Deixe-me indicar um quarto pré-requisito para quem quiser ser um estudante da Bíblia: santidade. Veja novamente 1 Pedro 2:1 : "Pondo de lado toda a malícia" - esta é a palavra para “mal”, kakia - "todo engano" - ou astúcia - "hipocrisia, inveja e toda calúnia." Livre-se do pecado. Livre-se do pecado! Uma das grandes realidades no estudo da Bíblia é que você será ensinado pelo Espírito Santo, mas o Espírito Santo não será capaz de enchê-lo e ensiná-lo se houver pecado em sua vida. É preciso ter em mente que o pecado conecta tudo.
Por isso é absolutamente crucial entender Tiago 1:21. Tiago 1:21, essencialmente parceiro de 1 Pedro 2:1, diz o seguinte: “Ponha de lado toda a imundície e tudo o que resta da maldade”. Livre-se de toda aquela maldade remanescente que está em você desde a sua salvação - "e com humildade receba a palavra implantada." Essa Palavra não pode funcionar em sua vida até que você tenha lidado com o pecado. Portanto, a primeira coisa que você deve fazer ao se aproximar da Palavra de Deus é confessar seu pecado.
O pecado é uma barreira. Por quê? Porque turva sua mente. Corta a livre operação do Espírito de Deus. Vou lhe dizer outra coisa: isso cria pressuposições para o seu estudo das Escrituras. Porque se você abriga o pecado em sua vida, será mais provável que distorça as Escrituras para que não o confrontem com isso.
Você confunde a verdade e a interpretação das Escrituras para se esconder. Ou, se não estiver disposto a ser honesto sobre sua própria vida e sobre seu próprio coração, e se não estiver disposto a se expor ao Senhor em uma confissão aberta e honesta de pecado, então definitivamente você encontrará passagens da Escritura que, ao começarem a ferir seu coração, tentará interpretar de outra maneira. Quando então você sobe ao púlpito para pregar ou quando entra em uma classe para ensinar, ou quando vai discipular alguém ou liderar seu cônjuge ou seus filhos, você vai se resguardar contra a Palavra de Deus para proteger seu próprio pecado.
Você não pode ser um estudante eficaz da Palavra de Deus, um estudante honesto e eficaz da Palavra de Deus se tiver pecado em sua vida. É por isso que, quando as pessoas se afastam da Palavra de Deus, perdemo interesse na Palavra de Deus, não querem vir à igreja, não se importam em ouvir a pregação regular e o ensino da Palavra de Deus e não têm apetite pela verdade, dizemos que aquilo indica a presença de pecado.
Não é apenas esse pecado, mas o pecado que causa o outro pecado de indiferença para com a verdade. Geralmente se trata de uma revelação absoluta de que a verdade penetra e expõe algo que não se quer expor. Então, uma das coisas que precisa acontecer se você vai realmente lidar com a Palavra de Deus e receber a Palavra enxertada em sua plenitude e pureza no poder do Espírito e com clareza, é estar disposto a desistir de tudo ou de qualquer coisa em sua vida que ela toque.
Um quinto ponto é a obediência. O versículo 22 de Tiago 1 diz: “Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.” Você realmente não acredita no que a Bíblia diz a menos que a viva. Não é verdade? Isso é justo o suficiente? Portanto, um bom estudante da Bíblia aprende e aplica aquilo imediatamente, coloca em prática. Não é uma coisa etérea, não é uma coisa teórica, é uma questão de vida.
Bem, o tempo se foi, então vou apenas indicar o último ponto, o sexto: oração, oração. Efésios 1 é uma passagem muito poderosa. Em Efésios 1:17, Paulo ora “para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê um espírito de sabedoria e revelação no conhecimento dele”. E no versículo 18 ele diz: “Oro para que os olhos do seu coração sejam iluminados para que saibas qual é a esperança da sua vocação, quais são as riquezas da glória da sua herança nos santos”. Paulo diz que ora por você para que Deus lhe dê sabedoria, revelação, conhecimento, iluminação, compreensão. Ore.
As pessoas me perguntam sobre a oração. Sempre digo que os momentos de oração mais intensos para mim são aqueles em que estudo as Escrituras e peço clareza ao Senhor. Peço ao Senhor sabedoria, discernimento, compreensão e iluminação para entender sua verdade e como ela se aplica à minha própria vida, bem como à igreja. Você quer ser um estudante deste livro sobrenatural milagroso? É preciso que você nasça de novo, tenha um forte desejo, seja diligente, santo, obediente e devoto. E todas essas coisas são obra do Espírito. Portanto devemos chegar ao ponto de andarmos no Espírito, nos submeter a ele e implorar a ele para operar essas obras em nossa vida. Esta noite vamos estudar como realmente estudar a Escritura, como abri-la e entendê-la. Vamos orar.
Novamente, nosso Pai, esta manhã nossos corações estão tão cheios de adoração, da maravilha da tua verdade, e estamos muito gratos. Oramos agora para que confirmes todas essas coisas em nossos corações. Dá-nos um grande amor por tua verdade, que é tão transformadora de vida, produz alegria e traz glória a Ti, e que saibamos e vivamos para a tua glória e teu nome. Amém.
FIM

This article is also available and sold as a booklet.