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Bem, estamos continuando em nossa série sobre como estudar a Bíblia ou como obter o máximo de sua Bíblia. Estabelecemos uma série de preliminares para elevar sua confiança e aguçar seu apetite em relação ao estudo das Escrituras. Já falamos sobre quem pode estudar a Bíblia com eficácia, quem pode interpretar as Escrituras de maneira verdadeira e correta. E dissemos a você que a Palavra de Deus diz que apenas aqueles que nasceram de novo, apenas aqueles com um forte desejo, que são diligentes, que são puros e santos, que são obedientes e fervorosos são capazes de compartilhar corretamente a Palavra da verdade.

Portanto, dependemos da obra do Espírito Santo em todas essas áreas: o Espírito que nos dá vida nova, o Espírito que planta em nós a fome da verdade, o Espírito que nos concede a diligência e que nos purifica do pecado e nos conduz à santidade, o Espírito que opera a obediência em nós, o Espírito que nos incita a orar está por trás de todos esses requisitos e qualificações para o estudo da Palavra de Deus.

Agora, dado que entendemos a importância da Palavra de Deus, que é de fato a Palavra de Deus, e nos esforçamos nas últimas semanas para dizer isso de várias maneiras, e dado que nossas vidas estão diante do Senhor, que pertencemos a ele, temos esse desejo, essa diligência, essa santidade, esse compromisso com a obediência e nos aproximamos em oração da Palavra de Deus, como devemos então estudar as Escrituras? Como vamos dominar este livro?

Parece tão formidável! É um livro tão grosso, um livro tão longo. Na verdade, 66 livros compõem este livro. São tantos os detalhes e, uma vez que cada palavra, portanto cada frase e cada frase e cada parágrafo, cada capítulo, cada livro em si é de uma importância vital, como podemos algum dia ser capazes de compreender a plenitude da Palavra de Deus? Que formato usamos? Que abordagem adotamos para estudar a Bíblia com eficácia?

Quero compartilhar com você apenas algumas das coisas básicas que são essenciais para enfrentar a compreensão da Palavra de Deus. Algumas delas serão familiares para você, e algumas talvez sejam novas. Basta dizer, à guisa de pequena introdução, que um dos graves problemas da igreja hoje é um mal-entendido do significado das Escrituras.

Como eu disse a você esta manhã, - e também no último domingo à noite - esperamos que os incrédulos interpretem mal as Escrituras, não é? Por serem naturais e não poderem entender as coisas de Deus, a Bíblia e sua verdade está fechada para eles, pois a Bíblia só é entendida por aqueles que são ensinados pelo Espírito de Deus. E uma vez que eles estão sem o Espírito e sem a vida de Deus, não esperamos que os incrédulos venham com a resposta certa.

Mas também é verdade que em muitos casos há crentes que, por várias razões, interpretam mal as Escrituras. Eles vêm às Escrituras com suas pressuposições e forçam a Bíblia a se conformar com essas pressuposições. Eles vão à Escritura com sua teologia pré-digerida e seu entendimento da doutrina talvez do passado e querem forçar a Palavra de Deus a isso. Ou talvez estejam apaixonados por algum professor ou escritor proeminente se alinhem com aquele indivíduo e queiram afirmar o que ele diz ou o que aquele grupo diz sem levar em consideração um entendimento cuidadoso das Escrituras.

Obviamente, houve graves danos à obra de Deus e à igreja de Jesus Cristo pela má interpretação das Escrituras. E existem tantas interpretações errôneas das Escrituras sob o nome de cristianismo que a maioria dos não-cristãos presume que não exista uma interpretação correta da Bíblia. Não é justo dizer isso? A maioria das pessoas não-cristãs diria: "Bem, é a interpretação de cada um. Isso é óbvio porque há muitos pontos de vista.” E isso é bastante estranho porque quem é, por exemplo, muçulmano, está preso a uma visão geral bem definida dos escritos oficiais muçulmanos. E eles são universalmente aceitos e entendidos da mesma maneira.

Se você for mórmon, não há muitas opções em como as Escrituras são interpretadas e quais doutrinas são cridas. Se você for Testemunha de Jeová, vale o mesmo. Se você está na Ciência Cristã ou em qualquer outra das seitas quase cristãs, há uma uniformidade muito maior. Mesmo dentro da Igreja Católica Romana há muito menos confusão sobre o que a Igreja ensina do que no cristianismo evangélico e verdadeiro.

E uma das razões pelas quais durante a Idade das Trevas a Igreja Católica Romana não queria que as pessoas tivessem a Bíblia, uma das razões pelas quais nunca colocaram as Escrituras nas mãos do povo durante o período de tempo de digamos 500 a 1500, o período conhecido como Idade das Trevas, era porque temiam que, se as pessoas se apoderassem da Escritura sem a habilidade e o preparo para interpretá-la corretamente, a interpretariam mal. Esse medo é compreensível porque de fato é esse o caso. Embora eles ainda tivessem a responsabilidade de colocar a Escritura nas mãos do povo, era uma suposição correta que, se a Palavra de Deus fosse liberada, as pessoas viriam com todos os tipos de interpretações errôneas.

No entanto, por outro lado, era uma suposição incorreta de que apenas a igreja poderia ser o intérprete autorizado das Escrituras, apenas o sistema católico romano tinha o direito de ser o intérprete. Essa também era uma suposição errada. A postura certa é dar a Palavra de Deus ao povo e então lhe ensinar como distinguir corretamente a verdade. Não se deve esconde isso deles. Mas é verdade que a Bíblia nas mãos das pessoas pode ser fonte da verdade ou fonte de confusão, mesmo dentro da estrutura da igreja.

Na igreja surgiram todos os tipos de doutrinas muito estranhas por causa de interpretações errôneas. Na verdade, coisas bizarras ocorreram na vida da igreja por causa de interpretações errôneas da Palavra de Deus. Como sabemos, as seitas aumentaram ao longo da história por causa de interpretações errôneas. Muitas vezes, interpretações erradas categoricamente codificadas e definidas por pessoas singulares como Mary Baker Eddy no caso da Ciência Cristã, ou da visão especial que, supostamente, veio a Joseph Smith no caso dos mórmons, que seriam então interpretação apropriada das Escrituras.

Mas isso não se dá apenas por esses meios místicos. Ainda há hoje muitos cristãos que oferecem alguma interpretação ou compreensão das Escrituras totalmente imprecisa. Sua influência varia - algumas dessas pessoas nunca obtêm qualquer influência fora de sua própria casa, pelo que podemos ser gratos até certo ponto. Outros têm ampla influência. seus ensinos são impressos, são colocados em livros. Seus livros são amplamente distribuídos e o caos reina de uma coluna a outra.

isso É compreensível. Sabemos que há muita confusão. Na verdade, eu já disse isso muitas vezes. Não preciso apontar novamente, exceto para comentar muito brevemente, que vivemos em uma época na estrutura do evangelicalismo em que dizer que esta é a interpretação certa e que tudo o mais está errado é visto como algo não espiritual, sem amor, ímpio, porque até mesmo os cristãos chegaram à conclusão de que na interpretação da Bíblia quase tudo é aplicável. Segundo esse ponto de vista devemos tolerar as pessoas que acreditam, por exemplo, que na cruz Jesus se tornou um pecador e teve de ir para o inferno para sofrer por seus pecados. Devemos ser capazes de abraçar essas pessoas como nossos irmãos cristãos e tolerar isso. Devemos ser capazes de abraçar como cristãos aquelas pessoas que acreditam que alguém é salvo pelo batismo e que, se não for mergulhado na água, não pode ir para o céu. Devemos abraçar as pessoas que acreditam em fazer uma contribuição para a sua salvação, que é pela graça, mas é a graça cooperando com as obras humanas que efetuam a redenção.

Devemos abraçar essas pessoas e chamá-las de nossos irmãos e irmãs, e fazer qualquer coisa menos do que isso seria ímpio, sem amor, antibíblico e não semelhante a Cristo. Devemos abraçar pessoas que representam e entendem mal o significado da inspiração, que não entendem que a Bíblia é o fim de toda revelação e que interpretam mal o ministério do Espírito Santo. E devemos abraçá-los inequivocamente e sem questionar sua má interpretação dessas coisas, o que seria de alguma forma minar a unidade da igreja.

Esse é o clima de hoje, e não é um clima no qual a interpretação cuidadosa da Bíblia provavelmente florescerá, não é? Porque a interpretação cuidadosa da Bíblia tende por natureza a dividir, porque quando se chegar a uma conclusão certa sobre a Escritura, então tudo o mais estará errado. E não é hora para isso do ponto de vista do estado de espírito do cristianismo hoje. Mas certamente é um momento para isso do ponto de vista de Deus, que nos ordena a conhecer a sua palavra e a transmiti-la corretamente. Somos chamados a um entendimento adequado das Escrituras para que possamos realmente entender a mensagem de Deus, para que possamos colocá-la em prática, acreditar nela e vivê-la.

Também devemos entender a Palavra de Deus porque, ao crer nela, vivê-la e colocá-la em prática trazemos sobre nós a plenitude da bênção de Deus e temos a oportunidade de dar a ele a glória devida a seu nome. Qualquer má interpretação das Escrituras causa um curto-circuito no propósito pretendido por Deus para isso. E não há motivo para se justificar isso. Portanto, somos novamente dirigidos ao estudo da Bíblia.

Agora vamos apenas falar sobre algumas coisas básicas necessárias. Vou revisar uma que lhes transmiti há uma semana e depois passaremos para outras. Para entender a Escritura, a primeira coisa que se precisa fazer é ler a Bíblia. Isso pode ser um choque para você, mas é por onde você deve começar. A maioria das pessoas não sabe o que a Bíblia significa porque não sabem o que ela diz. E talvez existam pessoas que se distanciam das Escrituras e dizem: "Rapaz, certamente nunca conseguirei resolver esse negócio, então nem vou tentar." Nada poderia estar mais longe da verdade.

Talvez, se perguntássemos às pessoas que têm alguma familiaridade com a Bíblia: “Qual seria o livro mais difícil da Bíblia? Qual seria o livro da Bíblia mais difícil de entender?” eles provavelmente diriam Apocalipse. Provavelmente, a maioria das pessoas diria que o livro do Apocalipse é difícil de entender. Eu conheço muitos pregadores que ao longo de seu ministério nunca pregariam sobre o livro de Apocalipse porque acham que não podem entendê-lo, e isso porque abandonaram a hermenêutica adequada para interpretá-lo. Porque se eles interpretarem com a hermenêutica certa, eles precisam interpretar literalmente, e se interpretarem literalmente, isso vai contra sua teologia histórica. E na verdade eles não querem fazer isso, então simplesmente não sabem o que fazer com o livro do Apocalipse e o deixam de fora.

Mas a maioria das pessoas diria que este é provavelmente o livro mais difícil de entender. No entanto, no início deste livro está escrito no capítulo 1, versículo 3: “Bem-aventurados aqueles que leem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo.” Você quer uma bênção? Leia o Apocalipse. Ouça o que ele diz, entenda o que ele diz e coloque-o em prática.

Acredito que o livro do Apocalipse possa ser entendido. Pode ser entendido se você apenas lê-lo; é muito claro o que diz. É apenas quando as pessoas criam místicas sobre isso que ele fica confuso. Obviamente existem alguns elementos das profecias que nunca entenderemos até que realmente se cumpram, mas isso é verdade para todas as profecias. A mensagem do livro do Apocalipse, porém, exaltando Jesus Cristo, falando sobre a glorificação dos santos e o julgamento dos ímpios, é muito clara.

Comece lendo a Bíblia. Sugeri a você que a maneira de fazer isso é ler a Bíblia de forma repetitiva. Abra sua Bíblia, por exemplo, no capítulo 28 de Isaías. Quero apenas estabelecer um princípio aqui que considero muito básico e muito importante. Isaías capítulo 28. Suponho que se você perguntasse aos judeus dos dias de Isaías onde eles estavam na escala de maturidade espiritual, eles se colocariam bastante alto, pois receberam os oráculos de Deus, tinham a lei de Deus e vários escritos sagrados concedidos a eles, bem como as palavras dos profetas que lhes foram transmitidas.

E certamente isso inclui o ministério de pregação de Isaías. O povo de Israel teria se imaginado como estudante da revelação de Deus, estudante das Escrituras reveladas do Antigo Testamento. Eles teriam se imaginado como aqueles que tinham o conhecimento e a sabedoria de Deus e que compreendiam Deus e sua verdade.

Mas não era assim que Deus via as coisas. Deus os via não como maduros, mas como totalmente imaturos. Em termos de compreensão, ele os via não como adultos mas como crianças. E então Isaías fala a eles nesse sentido no capítulo 28, versículos 9 e 10, falando de Deus: “A quem, pois, se ensinaria o conhecimento? E a quem se daria a entender o que se ouviu? Acaso aos desmamados e aos que foram afastados dos seios maternos?" Pois ele diz no versículo 10: "Porque é preceito sobre preceito, preceito e mais preceito; regra sobre regra, regra e mais regra; um pouco aqui, um pouco ali." Na verdade, ele falará àquele povo.

Quando, porém, Deus foi falar ao seu povo de Israel por meio do profeta Isaías, ele teve de falar com eles como se fossem apenas crianças, como se tivessem acabado de ser desmamados do peito, como se tivessem acabado de ser desmamados do leite. Eles eram bebês e tinham de ser tratados como crianças. E como se ensina uma criança? Como se instrui uma criança no conhecimento? Como se ensina uma criança pequena, quando ela está apenas começando a adquirir capacidade de aprender? Ensina-se assim: “preceito sobre preceito, preceito e mais preceito; regra sobre regra, regra e mais regra; um pouco aqui, um pouco ali.”

O resultado final é repetição, simples repetição. A repetição indefinida é a forma como os pequenos começam a aprender. É assim que o povo de Deus deve aprender. Entra-se no Reino de Deus por assim dizer de acordo com Mateus 18, se pudermos aplicar essa metáfora do Novo Testamento. Você chega como uma criança, você é um filho de Deus e tem certas características infantis. Uma delas é que você precisa aprender a verdade de Deus por repetição. É a verdade em tudo que você aprende. Você aprende por repetição.

Mesmo como um estudante no seminário - volto aqui aos dias em que eu tentava passar nos exames do seminário e mostrar minha proficiência nos vários trabalhos que eu tinha de fazer no curso e desempenho em um nível que me permitisse obter a nota que eu queria e prosseguir em direção à minha formatura. Descobri que a única maneira de realmente reter o que era necessário era pela memorização constante, pela repetição constante no meu estudo. É assim que todos nós aprendemos. Aprende-se por repetição, indefinidamente.

E quando você lê a Bíblia, é isso que vai acontecer. Sugeri a você que, em relação ao Novo Testamento em particular, você o leia repetidamente. Leia a mesma seção todos os dias durante trinta dias. Pegue cerca de sete capítulos, às vezes um pouco mais, talvez um pouco menos. Se você estiver lendo um livro como Filipenses, que tem apenas quatro capítulos, leia quatro capítulos todos os dias durante 30 dias. Se você estiver lendo um livro como João, divida-o em três seções de sete; leia sete por 30 dias, os próximos sete por 30, e os sete seguintes por 30. Em dois anos e meio você pode percorrer todo o Novo Testamento dessa maneira. Essa leitura repetitiva fará com que você se lembre do que leu.

Agora você dirá: "Bem, ao ler o Antigo Testamento, faço o mesmo?" Não, apenas leia como uma narrativa. E quando terminar, volte e leia novamente. E então volte e leia outra vez. Você não conseguirá lembrar-se do vasto volume de detalhes e da amplitude do Antigo Testamento. Mas quero lembrar você de que os temas do Antigo Testamento e os do Novo Testamento são muito claros e que não são muitos. Lembra-se do que eu disse sobre os temas básicos das Escrituras? Em primeiro lugar, a Escritura é a autorrevelação de Deus. Ela nos fala de Deus.

Assim, à medida que você ler a Escritura, poderá começar em Gênesis e ler todo o Antigo Testamento, observando em sua mente tudo o que é verdade sobre Deus. E você encontrará coisas que se repetem continuamente: que Deus é sábio e poderoso, que Deus é o Criador e Deus é juiz, que Deus é justo e misericordioso e que demonstra bondade amorosa. Você vê aqui, vê ali, aqui e ali. Há, portanto. repetição desses temas em todo o Antigo Testamento. Cada livro não desvela algum tipo de revelação até então nunca conhecida, mas se desdobra de uma nova maneira, em um novo ambiente, em um novo contexto, em uma nova experiência do caráter de Deus para que você ouça sobre Deus uma e outra e outra e outra vez.

Em segundo lugar, dissemos que a Bíblia mostra que Deus tem uma lei que o homem viola e que, como resultado, ele sofre a maldição de Deus. Violação da lei de Deus, desobediência a Deus, traz maldição. Isso está claro nas Escrituras. Você começará no Gênesis e verá isso logo de início. Depois verá isso de novo e de novo e de novo e de novo enquanto lê o registro do Antigo Testamento. Aonde quer que você vá, encontrará o mesmo tema básico, ilustração após ilustração após ilustração.

Em terceiro lugar, dissemos que para aqueles que guardam a lei de Deus e obedecem a ela há uma promessa de bênção. Você verá isso repetido várias vezes. Onde há a honra de Deus for honrado e adorado, onde o pecador reconhece seu pecado e vem a Deus buscando glorificá-lo e honrá-lo, crer nele, confiar nele e obedecer-lhe haverá bênção. Repetidamente esse registro é revelado no Antigo Testamento.

O quarto grande tema do Antigo Testamento é que há um Salvador a caminho. O homem está em uma necessidade desesperada. Por causa de seu pecado, ele é culpado diante de um Deus santo. Ele não pode fazer nada sobre isso sozinho. Alguém deve vir para pagar a pena pelo pecado do homem. Alguém virá e esse é o Salvador. Quando você estiver lendo Gênesis, vai ler sobre alguém que virá e esmagará a cabeça da serpente. Você vai ler sobre um governante que virá, que será Shiló, ou seja, que trará paz. Conforme avança, você lerá sobre o cordeiro sacrifical e sobre um dia de expiação. Você vai ler sobre um bode expiatório que levava embora o pecado. Tudo isso retratando a vinda do Salvador.

E então o salmista começará a identificar o Salvador e até mesmo citará o que o Salvador dirá quando estiver pendurado na cruz. Então você vai ler os profetas, e eles vão predizer coisas sobre o Salvador, sobre seu nascimento, sua vida, sua morte, sua ressurreição e assim por diante. E o Salvador será esse tema recorrente vez após vez e novamente e novamente: aquele que está por vir.

E, finalmente, a quinta grande realidade arrebatadora e final do Antigo Testamento é que a história terminará com Deus estabelecendo um reino terreno no qual seu glorioso Salvador governará e reinará. Você vai encontrar isso de novo e de novo e de novo e de novo. Deus vai retomar a terra. O paraíso será reconquistado.

Esses são os cinco grandes temas que permeiam o Antigo Testamento e, é claro, também o Novo Testamento. Portanto, quando você lê o Antigo Testamento, continue lendo, lendo e lendo, e você pode pendurar tudo o que ler nesses cinco ganchos. Portanto, há repetição. Existem apenas alguns poucos temas na Bíblia. E esses temas obviamente têm vários tons e significados e nuances, e eles se abrem em uma miríade de verdades. Mas todos eles são construídos em torno desses temas. Ler a Bíblia o colocará em contato e o familiarizará com esses temas e as declarações explícitas do homem sobre eles e as muitas ilustrações desses temas na história que Deus registrou para nós no Antigo Testamento.

Outra coisa sobre o Antigo Testamento em sua leitura é que o Antigo Testamento é simples. E eu digo isso bem neste sentido. A língua hebraica é simples. É uma linguagem concreta. Não é uma língua abstrata como o grego. O grego tem muitas abstrações. O grego é uma língua de cognição, enquanto o hebraico é uma língua de ação. A língua hebraica é muito específica, muito concreta, muito clara. E a maior parte da terminologia tem um significado muito concreto e óbvio. Você deve ser capaz de ler o Antigo Testamento e entender o que está acontecendo.

Você pode se deparar com uma palavra que não entende, pode se deparar com uma cerimônia que não entende, pode se deparar com um evento histórico que talvez seja um pouco confuso para você. Mas, em geral, a língua hebraica é simples e direta. E enquanto você lê o Antigo Testamento, continuamente - e eu sugiro que você o leia principalmente numa mesma versão, ocasionalmente lendo uma versão diferente para apenas um pouco de nuance de compreensão, mas principalmente na mesma versão para que você aumente sua familiaridade com o texto. Leia a Escritura.

Agora, enquanto você lê, veja o que eu sempre fiz. Enquanto você lê, mantenha um pequeno registro ao lado de sua leitura e anote as coisas que você não entende. Não fique atolado em sua leitura com tudo que você não entende enquanto está apenas lendo. Continue lendo e comece a fazer uma lista. Faça uma pequena lista para cada livro que está lendo. Coloque o título do capítulo e comece a escrever as coisas que você não entende, e você começará a alimentar um pouco a sua curiosidade. Esse é um processo muito importante. Leia e observe as coisas que você não entende para estudos futuros, para que você possa voltar e cavar um pouco mais profundamente.

Agora, no Novo Testamento, enquanto está lendo o que eu disse para você fazer foi pegar um pequeno cartão de três por cinco, ou algum tipo de cartão, um pequeno Post-It ou o que você quiser usar, e anote o tema de cada capítulo. Escreva o tema de cada capítulo. Ao ler 1 João, os capítulos de 1 João (são cinco capítulos), dê a cada um desses cinco capítulos um pequeno título que plante em sua mente o que está naquele capítulo. Memorize isso nos 30 dias em que você ler 1 João. Guarde-o na memória, volte e repita, e você sempre saberá onde estão as coisas na Bíblia, podendo encontrá-las facilmente. Não há alternativa para isso.

É quase impossível calcular, por exemplo, o número de sermões que alguém como John Wesley pregou. Já ouvi mais de trinta ou quarenta mil sermões que ele pregou. Está registrado na história que John Wesley, é claro, pregava o tempo todo. Às vezes ele pregava do amanhecer ao pôr do sol, dia após dia após dia. Ele pregou milhares e milhares de sermões. Na verdade, eu costumava me perguntar como o homem poderia pregar tantos sermões. Como ele tinha tanto material em sua mente?

A resposta vem quando você entende que em todos os dias de sua vida John Wesley se levantava às quatro horas da manhã e seguia em uma rotina absolutamente rigorosa de leitura das Escrituras, o que fazia por horas até estar pronto para pregar pela manhã. E, curiosamente, ele leu a Escritura em cinco línguas. É claro não esperamos ser capazes de fazer isso, mas ele foi capaz. Isso deu a ele largura, comprimento, profundidade, altura e todas as nuances possíveis na compreensão das Escrituras. Ele era um homem literalmente explodindo com o conhecimento das Escrituras que alimentava sua imensa capacidade de pregar. Tudo começa com a leitura repetida das Escrituras.

Um dos meus grandes professores e homem que maravilhosamente me influenciou, o Dr. Charles Feinberg, que foi em muitos aspectos meu mentor, agora está com o Senhor. Mas ele era uma espécie de meu herói espiritual quando se tratava de conhecer a Bíblia. Ele conhecia a Bíblia tão bem que se havia um homem que não precisava ler, esse era ele, não precisava ler. Ele conhecia praticamente todo o Antigo Testamento em hebraico. Ele havia memorizado grandes seções em hebraico e tinha uma mente incrível.

Eu não sei qual era o seu QI, mas ele tinha aquela memória fotográfica familiar da qual às vezes as pessoas falam - parecem nunca esquecer nada. Ele tinha uma mente imensa, mas era seu hábito de rotina ler o Antigo e o Novo Testamento quatro vezes por ano. E ele fez isso por décadas, por isso ele tinha tanta familiaridade com o texto das Escrituras.

E como eu disse antes, a familiaridade com o texto das Escrituras é sua própria interpretação. À medida que você começa a ler as Escrituras, ela começa a se interpretar. Ela começa a se desdobrar porque essas verdades consistentes são repetidas continuamente. E a Bíblia se torna sua melhor fonte de explicação, uma escritura explicando a outra. E você ficará surpreso ao começar a absorver a Palavra de Deus, lendo, como eu disse a você, todo o Antigo Testamento e, em seguida, em um ritmo de 30 dias, repetidamente, o Novo. Se fizer isso por alguns anos, você começará a se maravilhar com a compreensão que adquirir sobre o significado das Escrituras, porque ele se torna claro apenas em virtude da repetição.

E como eu já disse antes e vou apenas repetir brevemente, gosto de interpretar a Bíblia com a própria Bíblia. Essa é a melhor fonte de interpretação. Você pode fazer isso na maioria dos casos.

Em outras palavras: nada na Bíblia é tão absolutamente isolado que você precise interpretá-lo em seu próprio contexto e não além. Quase tudo nas Escrituras está ligado a outros assuntos nas próprias Escrituras que auxiliam na interpretação desse assunto em si. Uma ilustração disso, por exemplo - e pode haver muitas - algo que vem à mente ao ler João capítulo 3. Jesus fala com Nicodemos e lhe diz: “É preciso nascer da água e do Espírito”.

Agora alguém pode perguntar: “Do que ele está falando? O que ele quer dizer com precisar nascer da água e do Espírito?” Já ouvi pessoas dizerem: "Bem, a água aí significa batismo. Você tem de ser batizado com o Espírito e tem ser batizado nas águas ”. E há grupos inteiros de pessoas que ensinam isso. Isso não faz nenhum sentido, uma vez que o batismo cristão não havia sido instituído no momento dessa conversa. E, além disso, o batismo nas águas não é o meio de salvação.

Outros sugeriram - e eu ouvi isso ser pregado - que nascer da água e do Espírito nascer fisicamente. Isso seria a água: a bolsa estourou e então o bebê veio. Essa é a água que faz parte do nascimento humano; seria preciso nascer humanamente e depois nascer do Espírito.

O problema com isso é que os judeus não se referiam a isso como água. A resposta certa está simplesmente disponível para você se você ler Ezequiel, porque na profecia de Ezequiel ele diz no capítulo 36: “Há uma nova aliança e nessa nova aliança Deus vai tirar o coração de pedra da tua carne e vai dar-te um coração de carne, um coração terno; ele vai colocar seu Espírito dentro de você e vai borrifar água sobre você e lavá-lo.”

E se você continuar lendo o Novo Testamento, você vai descobrir que é a lavagem da água da Palavra. É disso que ele está falando. A Escritura dá sua própria explicação. Você não precisa de uma explicação médica ou clínica nem de algum tipo de explicação eclesiástica. A própria Bíblia é seu melhor intérprete. Lembro-me de quando estava lendo as epístolas de Pedro e havia ali uma frase muito interessante em 1 Pedro 1:2: que se pode obedecer a Jesus Cristo e ser aspergido com seu sangue. Li essa frase e pensei: "O que diabos isso significa?"

Comecei a ler comentários e não consegui encontrar nada que me satisfizesse. Recebi todos os tipos de explicações. Quando comecei a estudar, porém, encontrei o mesmo conceito no capítulo 24 de Êxodo. Porque eu estava familiarizado com o que Êxodo disse, voltei para Êxodo capítulo 24, versículos 3 a 8, e encontrei ali toda uma cerimônia quando o povo de Israel declarou sua obediência a Deus e que seria fiel à Palavra de Deus. E naquele momento específico, Moisés aspergiu sangue sobre eles como símbolo de sua declaração de obediência.

É exatamente isso que Pedro, que era judeu, teria em mente ao escrever aos judeus. Ele estaria dizendo a eles que, quando reconhecemos Jesus Cristo como Salvador, somos como os antigos, afirmando nossa obediência e, em sentido simbólico, sendo aspergidos com seu sangue em vez do sangue do sacrifício no caso de Êxodo 24. Não preciso entrar em mais detalhes além de dizer que Êxodo 24 dá uma compreensão clara do que 1 Pedro 1:2 diz. Portanto, ser um estudante da Bíblia é em primeiro lugar compreender o alcance da Escritura por meio de leituras repetitivas.

Agora vamos a um segundo recurso, que é interpretar a Bíblia. Teremos de gastar um pouco de tempo nisso. Agora você leu e enquanto leu manteve um pequeno registro das coisas que lhe interessam. Você vai então gastar algum tempo extra a cada semana voltando a alguns desses problemas que anotou porque não os entendeu. É isso que tenho feito ao longo dos anos. Essas coisas que não entendo tornam-se a lista de prioridades para meu estudo pessoal em profundidade. Novamente, isso precisa ir além das devoções.

E como mencionei esta manhã, apenas ler a Bíblia como um pequeno exercício diário de quinze minutos e, em seguida, ler outra passagem no dia seguinte e outra e nunca realmente entender a profundidade do que você lê não é uma mudança de vida. É como tomar uma aspirina por dia. Você sabe que pode ter um pouco de efeito no longo prazo, mas não vai mudar sua vida. O eunuco etíope ouviu a pergunta: "Você entende o que está lendo?" Ao que ele respondeu a Filipe: "Como posso, a não ser que alguém" - o quê? - “me explique?” Preciso de alguma ajuda. Estou lendo, mas não tenho certeza se realmente entendi.

Isso ocorrerá quando você estudar a Bíblia. É por isso que, quando você for para Neemias - vá por um minuto para Neemias capítulo 8. Neemias capítulo 8 relata que a palavra de Deus foi encontrada e Esdras, o escriba, leu a palavra de Deus para o povo. Versículo 1: “Eles todos se reuniram como um só homem na praça que estava em frente ao Portão das Águas. Eles pediram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da lei de Moisés que o Senhor havia dado a Israel.

“Esdras, o sacerdote, trouxe a lei perante a assembleia de homens, mulheres e todos os que podiam ouvir com entendimento no primeiro dia do sétimo mês. E a leu diante da praça que ficava em frente ao Portão das Águas desde a madrugada até o meio-dia, na presença de homens e mulheres, aqueles que podiam entender e todas as pessoas estavam atentas ao livro da lei.”

Agora eles estavam lá por pelo menos seis horas, parados na praça, ouvindo seis horas de leitura da Bíblia. Isso me diz que eles tinham uma capacidade de atenção sobre a qual nossa cultura nada sabe. E ficaram atentos o tempo todo. “E Esdras, o escriba, estava em um pódio de madeira” - é de onde vieram, acho, esses púlpitos - “que eles fizeram para esse propósito. E ao lado dele estavam Matitias, Sema, Anaias,” e o resto. No versículo 5, “Esdras abriu o livro à vista de todo o povo porque estava acima dele; abrindo-o ele, todo o povo se pôs em pé.” Então eles ficaram seis horas em pé na praça aberta e o ouviram ler.

"Então Esdras bendisse ao Senhor, o grande Deus, e todo o povo respondeu: 'Amém, Amém!', Levantando as mãos." Esse foi o começo, acho, do que ainda acontece quando a Palavra de Deus é proclamada. As pessoas dizem amém. “Eles se curvaram, adoraram ao Senhor com o rosto em terra. E aqueles que estavam ajudando Esdras” - estão listados lá no versículo 7. Veja o final do versículo - “explicaram a lei ao povo enquanto o povo permanecia em seu lugar. E eles liam do livro, da lei de Deus, traduzindo” - ou interpretando, ou explicando - “para dar o sentido para que eles entendessem a leitura”.

Esse é o segundo aspecto do estudo da Bíblia. Você ouve, ouve, absorve o que pode e segue adiante. O que a Bíblia diz? Primeira pergunta, o que a Bíblia diz? Segunda pergunta, o que significa o que diz? Isso é dividir a verdade corretamente. É cortá-la direito. E isso é absolutamente necessário para se encaixar. Se você não cortar os pedaços direito, não conseguirá juntar tudo.

Estávamos tendo uma discussão sobre teologia outra noite na reunião de presbíteros, que achei muito útil. Há muitas pessoas que diriam: “Eu rejeito a teologia sistemática e aceito a teologia bíblica”. Bem, eu quero ser conhecido como um teólogo bíblico. Nesse sentido a teologia se desenrola a partir do texto. A teologia surge do texto das Escrituras. Não se pretenderá desenvolver um sistema de teologia para depois impô-lo como uma grade na Bíblia. Você quer ser um teólogo bíblico. Isso quer dizer que a teologia surge do texto, dos próprios versículos.

Escute, porém com muita atenção: não há conflito disso com a teologia sistemática. Pode haver conflito com o conceito clássico de teologia dogmática, um sistema teológico eclesiástico imposto à Bíblia e ao povo. Pode estar em conflito com a teologia dogmática quando esta é um temo técnico para aquilo. Todavia, não está em conflito com a teologia sistemática. Vou explicar o que quero dizer: depois de passarmos pela Bíblia e ela tiver exposto toda a sua verdade, tendo dito tudo o que Deus deseja dizer, quando completarmos isso, teremos um sistema completo da verdade, sem erros nem contradições. Terá de ser sistemático porque Deus é um Deus de ordem absoluta.

Tal como dissemos na outra noite, seria simplista dizer que rejeitamos a teologia sistemática. Não se pode dizer isso. Pode-se dizer que se rejeita uma grade teológica não-bíblica ou uma teologia dogmática desenvolvida por determinados religiosos ou pessoas ou por alguém e imposta à Escritura. Quando, porém, tivermos feito todo o nosso trabalho sobre teologia bíblica, o resultado será uma teologia em perfeita harmonia e ordem, sem contradições, constituindo um sistema perfeito, atingindo e cumprindo tudo que reflita perfeitamente a natureza de Deus. Estamos, portanto, tentando chegar a um entendimento claro e abrangente daquilo que a Bíblia ensina do Gênesis ao Apocalipse, de modo a podermos dizer que “eis aqui tudo em sua perfeita ordem e harmonia, com perfeita inter-relação, sem contradições.

É nesse sentido que reconhecemos a teologia sistemática. Não se trata do intérprete da Escritura, mas do resultado de uma interpretação apropriada da Escritura. Ao abordar a palavra de Deus com as ferramentas exegéticas, com abordagem expositiva, e ela então expõe sua verdade, ela acabará por ser perfeitamente harmoniosa. Isto faz parte de crer no que chamamos de analogia scriptura. Trata-se de dizer que a Escritura é coerente em si mesma, análoga a si mesmo e em nenhum sentido contraditória. Existem, sim, mistérios que não entendemos. Existem coisas aparentemente contraditórias para nós, mas na verdade não são contraditórias porque Deus é um Deus de ordem e não de confusão.

Torna-se então necessário para nós interpretar a Escritura cuidadosamente a fim de relatir aquilo que ela de fato diz e, am última análise, que acabe por ser perfeitamente coerente em ordem e harmonia, sem contradições. Se então contaminarmos a interpretação ao longo do processo, não teremos no final esse sistema de boa ordem. É absolutamente crucial classificarmos corretamente a palavra de Deus. É por isso que temos dito ao longo dos anos que a única pessoa que realmente tem o direito de ser teólogo é o exegeta. Quem interpreta e Escritura tem o direito de dizer que é teólogo; quem não interpreta as páginas da Escritura até pode se declarar teólogo, mas será teólogo por empréstimo de alguém outro. A teologia mais pura emerge do próprio texto.

A interpretação falha da Bíblia tem gerado muitos, muitos, muitos problemas. Permitam-me algumas ilustrações. Há quem diga que pelo fato de os patriarcas dos tempos de Abraão, Isaque e Jacó terem praticado a poligamia, nós também podemos fazer isso. Quem disse isso? A igreja mórmon. Outros disseram que, como o Antigo Testamento sanciona o direito divino dos reis de Israel, todos os reis teriam direito divino. A Europa teve inúmeros reis que exerceram o que consideravam um direito divino emprestado do Israel do Antigo Testamento.

Até na América havia esse interessante ponto de vista em Massachusetts. Já que o Antigo Testamento sancionou a morte de bruxas, devemos matar todas elas também. Como algumas pragas do Antigo Testamento vieram de Deus, devemos evitar o saneamento. Há ainda outra visão interessante. Se você começar ser muito higiênico, vai aleijar Deus. Porque Deus usa pragas para destruir pessoas ímpias, devemos evitar o saneamento.

Aqui está outro ponto de vista interessante que surgiu: como o Antigo Testamento ensina que as mulheres sofrem no parto como punição divina, nenhum anestésico deve ser usado. É um pensamento interessante, não é? Visto que parte da maldição de Deus sobre a humanidade é que as mulheres tenham dor durante a gravidez, qualquer coisa que mitigue essa dor seria contra a vontade de Deus. Contei a vocês sobre aquela que encontrei na Romênia alguns anos atrás, e também é verdade na Rússia. Uma vez que as mulheres são salvas por meio da gravidez, elas nunca devem fazer nada de natureza contraceptiva e, se o fizerem, estão sujeitas a perder a salvação.

Pois bem, algumas pessoas olham para a Bíblia, veem tudo isso e simplesmente coçam a cabeça e dizem: "Não sei o que fazer com tudo isso." Lembro-me de conversar com um homem muito importante, um pastor ex-colega meu que acabou indo para o seminário, formou-se no seminário e era pastor de uma igreja. Certa vez eu estava conversando com ele em uma conferência no Lago Hume, onde nós dois falando éramos palestrantes, e ele falava sobre a interpretação do Antigo Testamento. Aí ele disse abertamente para as pessoas: "Sabe, eu ... acabei de decidir levar tudo para todos." Tudo no Antigo Testamento para todos? É uma declaração incrível.

E então, quando o vi depois de algumas sessões, disse a ele: “Eu queria perguntar a você sobre aquilo que você disse ontem à noite. Você disse que decidiu que tentar resolver tudo no Velho Testamento era muito complicado. Você decidiu levar tudo para todos.” Acontece que eu o peguei no momento em que ele comia um cachorro-quente, e não era de carne totalmente bovina. "O que você quer dizer com leva tudo para todos?" Quando você matou seu último cordeiro? E como é que você cortou as costeletas e não as enrolou nas orelhas? Aliás, por que você está comendo esse cachorro-quente?

Não se pode dizer isso. é preciso interpretar as Escrituras. Não se pode chegar a um conceito-cobertor. As pessoas costumam me perguntar: "Qual é a chave para interpretar o Antigo Testamento a fim de entender o que era para os judeus em sua época e o que é para nós?" Resposta: o contexto de cada passagem. Não existe uma fórmula única que você possa simplesmente despejar em todo o Antigo Testamento. Agora, para lidar com a Palavra de Deus com precisão, três erros devem ser evitados. Vou indicar a você esses três erros a evitar e, então, no próximo domingo, vamos falar sobre como fazer isso da maneira certa.

Três erros devem ser evitados. Nunca chegue a uma conclusão à custa de uma interpretação adequada. Nunca chegue a uma conclusão ou afirme algo à custa de uma interpretação adequada. Não use as Escrituras para apoiar o seu ponto de vista. Você teve uma ideia bacana, acha que funciona, então você apenas coloca a Escritura nela. Fica bem bizarro.

Certo escritor bastante frenético pregava contra as mulheres que arrumam seu cabelo no topo da cabeça porque ele pensava que, uma vez que o cabelo de uma mulher era o que cobria sua glória, deveria estar em todo lugar o tempo todo. Portanto, arrumá-lo sobre a cabeça era uma violação das Escrituras. E o versículo usado para isso foi encontrado em Mateus 24: “O topo não desce”. Você conhece o versículo, não é? Ele fala sobre o tempo da Tribulação e diz que "os que estão no telhado não desçam."

É como o pregador que um dia foi visitar um paroquiano e bateu na porta da casa dele, querendo dar-lhe algum conselho espiritual. E ele bateu e bateu. Podia ver a televisão ligada, as luzes estavam acesas, bang, bang, bang, bang, ninguém apareceu. Então ele escreveu um recado e o prendeu na maçaneta: “Eis que eu estava à porta e bati; se alguém tivesse ouvido a minha voz e abrisse, eu teria entrado e ceado com ele”.. No domingo, uma senhora veio e entregou-lhe um bilhete com Gênesis 3:10: "Eu estava nu e me escondi."

Bem, suponho que existam usos bizarros das Escrituras e essa é uma forma bizarra de ilustrar o ponto. A Escritura é usada desajeitadamente. Isso é uma coisa. A Escritura é também usada inadequadamente, é manipulada. Lembro-me de ter lido sobre a interpretação de um judeu - isso não se aplica apenas a nós, mas os intérpretes judeus das Escrituras de muito tempo atrás, ao escrever sobre a Torre de Babel, escreveram algumas coisas bem bizarras. Eram rabinos que queriam enfatizar a preocupação com as pessoas.

Havia alguns rabinos muito preocupados de que as pessoas em Israel não se importassem em mostrar amor pelas pessoas. E então pegaram a história da Torre de Babel e disseram que a razão pela qual Deus mudou todas as línguas e espalhou as nações por toda a terra foi... lembra-se de que eles construíram aquela torre e eles estavam indo cada vez mais alto? Os rabinos inventaram uma história incrível sobre os carregadores de hod os que tinham de carregar a argamassa e os tijolos até o topo. E conforme a coisa ficava mais alta, eles tinham de subir mais alto e subir, e subir naquele andaime cada vez mais alto.

E de acordo com a visão rabínica, muitos deles caíram do andaime e morreram. Um homem demorava muitas e muitas horas para carregar uma carga de tijolos até os pedreiros no topo. E, claro, se um homem caísse da torre, durante a queda ninguém prestaria atenção. Mas se ele caísse na subida, eles perderiam seus tijolos. Então eles lamentavam porque os tijolos foram derrubados, e foi por isso que Deus confundiu a linguagem deles, porque eles estavam mais preocupados com os tijolos do que com a morte de pessoas.

Foi assim que os rabinos interpretaram essa passagem para transmitir seu ponto de vista. Bom ponto: devemos preocupar-nos mais com as pessoas do que com os tijolos. Mas isso não consta ali. Não trate com as Escrituras fora do contexto. Não se importe com o preço de uma interpretação precisa e verdadeira. Isso requer diligência, estudo cuidadoso para que possamos manejar corretamente a Palavra da verdade e não passar vergonha (2 Timóteo 2:15).

Em segundo lugar, evite interpretações superficiais. Um dos problemas comuns na interpretação da Bíblia é esta pequena frase: “Este versículo significa para mim” assim por diante e assim por diante. Deixe-me contar algo. Não importa o que isso significa para você. A questão é o que significaria se você não vivesse. O que significaria se você não existisse?

O problema é o que aquilo significa e ponto final, não o que significa para você. Às vezes você ouvirá pessoas se reunindo supostamente num estudo bíblico que é um pouco mais do que um poço de ignorância. As pessoas dizem: "Bem, eu olho para este versículo e sinto que ele está dizendo...” Não importa o que você sente. Isso não tem nada a ver com o texto.

Não é uma questão de como você se sente diante do versículo; não é uma questão de o que você acha que isso significa para você. Evite improvisações na interpretação da Bíblia; evite a livre interpretação da Bíblia, o manuseio desordenado da Palavra de Deus. Todos nós queremos reconhecer o sacerdócio do crente. Sim, todos queremos reconhecer que temos a unção de Deus, o Espírito de Deus que habita em nós, e o Espírito de Deus que habita em nós é o professor que nos ensina. Todos queremos reconhecer isso. Mas isso não é justificativa para irreverência ao lidar com as Escrituras. É por isso que 1 Timóteo 5:17 diz: Os presbíteros que trabalham arduamente nas Escrituras são dignos de dupla honra. É um trabalho árduo.

Evite interpretações superficiais. Evite "isso significa para mim". Essa não é uma declaração que deva anteceder qualquer interpretação das Escrituras. A questão é: o que isso significa se você não existir? O que isso significava antes de você nascer? E o que isso significará depois que você estiver morto? O que significa para pessoas que nunca irão conhecê-lo? O problema é o que aquilo significa, e ponto final.

E, em terceiro lugar, outra coisa a mencionar para evitar. Evite espiritualizar ou alegorizar a Bíblia. É isso que dá à Bíblia algum tipo de significado místico. Em outras palavras, o que está na superfície não seria o significado, mas o que está oculto. Isso é muito popular. Poderíamos falar sobre alegorização. Não é tão popular hoje como costumava ser, embora esteja havendo um ressurgimento.

Alegorizar significa dizer que o significado histórico não é o significado real e, de fato, pode ser apenas uma invenção. O significado histórico não é o significado real. O verdadeiro significado é o significado espiritual escondido sob a superfície. E uma vez que você diz que algo na Bíblia é uma alegoria, ou seja, é apenas um símbolo da realidade, você acaba de tornar impossível saber o que é essa realidade. Porque se essa realidade não pode ser discernida por meio da compreensão normal da linguagem, como pode ser discernida?

Por exemplo, há alguns anos foi escrito um livro chamado If I Perish, I Perish. (Se eu perecer, perecerei). Era para ser um comentário sobre o livro de Ester. Alegorizava o livro de Ester para que Ester se tornasse o Espírito Santo, e toda a história do livro tornou-se a operação do Espírito Santo na vida de um crente na batalha entre a carne e o Espírito e a guerra espiritual, e assim por diante. Muito do que estava no livro era de fato a verdade do Novo Testamento, mas não tinha absolutamente nada a ver com o livro de Ester, e portanto confundia o significado de Ester, e nenhuma pessoa que lesse o livro de Ester jamais teria entendido esse significado. Nenhuma compreensão normal de Ester teria produzido aquilo.

Patricia e eu estávamos em uma conferência bíblica no Lago Genebra. Eu estava lá com outro orador, outro pregador. Nunca vou esquecer a ocasião porque ele pregava, depois eu pregava e alternávamos, divertindo-nos fazendo aquilo. Durante o almoço ou um lanche no pequeno café do centro de conferências George Williams College, no Lago Genebra, eu perguntei: "Sobre o que você vai pregar esta noite?" E ele disse: "Vou pregar sobre o arrebatamento da igreja."

Eu disse: "Oh, isso é ótimo, isso será maravilhoso, tenho certeza que as pessoas ficarão encorajadas." Perguntei mais: "Qual será a sua mensagem?" Ele disse: “João 11”. Eu disse a mim mesmo: “João 11? O arrebatamento está em João 14, 1 Tessalonicenses 4 e 1 Coríntios 15. O que é João 11?” Eu disse então: “João 11 é a ressurreição de Lázaro. É tudo sobre Lázaro sendo ressuscitado dos mortos, Maria e Marta. Como é que você vai pregar sobre o arrebatamento em João 11?” Ele disse: "Oh, você terá de vir hoje à noite." “Acho que vou”, respondi. Pois então ele pregou sobre o Arrebatamento segundo João 11.

Agora não consigo me lembrar - foi muito inteligente e as pessoas diziam: "Profundo, profundo, uau", sabe como é. Eles não sabiam. Pois bem: Lázaro era a igreja, e ele saindo do túmulo eram os santos mortos sendo ressuscitados, e eu acho que Marta representava os santos do Antigo Testamento e Maria os santos vivos do Novo Testamento. E a coisa continuou por uma hora e foi muito bem feita.

Quando acabou, nos encontramos novamente e ele me perguntou: “Você já viu isso em João 11?” E eu disse: "Ninguém nunca viu isso em João 11". No dia seguinte, quando ele se levantou para falar, ele disse: “Sabe, recebi um elogio maravilhoso ontem. John MacArthur disse que ninguém antes de mim tinha visto isso em João 11.” Bem, eu creio no arrebatamento da igreja, mas João 11 não trata disso. Há coisas em João 11 que deveriam ser pregadas.

Mas, uma vez que se diga que aquilo que consta não é o que significa, pode-se dizer que significa qualquer coisa. Porque se eu não consigo entender o significado do uso normal da linguagem, como posso entender o significado? Eu ouvi uma série de oito fitas, um estudo do livro de Neemias. E me lembro disso vividamente porque estávamos em um diálogo em algum aconselhamento quando Jerry Mitchell fazia parte de nossa equipe pastoral, anos atrás. E Jerry veio até mim e disse: “Tive uma sessão de aconselhamento muito estranha esta manhã, John. Talvez você possa me ajudar com isso.

Aconselhei um jovem casal, eles vão se casar. Eles decidiram se casar. Comecei a perguntar a eles por que vocês vão se casar, e a única boa resposta que tiveram foi que era um sermão que o pastor deles pregou - e foi o mesmo pastor que lançou aquela série que eu estava ouvindo. Aí eu disse: "Bem, sobre o que ele pregou?" Ele disse: “Ele pregou sobre as muralhas de Jericó”. Perguntei: “O que você quer dizer com ‘ele pregou sobre as muralhas de Jericó’? O que isso tem a ver com o casamento deles?”

Ele disse: “Bem, foi assim: Você reivindica algo e, em seguida, marcha ao redor dele sete vezes e isso cairá sobre você. A aplicação então foi que se você vir uma garota que você realmente acredita ser a escolha de Deus, encontre uma maneira de marchar ao redor dela sete vezes, e as paredes de seu coração cairão." E foi com base naquele sermão que eles decidiram se casar. E Jerry disse: “O que você acha que nosso conselho deveria ser porque - bem, tivemos uma discussão interessante.”

Passei disso para a série sobre Neemias, na qual Neemias era o Espírito Santo. A piscina do rei que fica na cidade - quando eles estavam construindo o muro ele menciona a piscina do rei - foi o batismo do Espírito Santo. E a construção da parede, a argamassa entre os tijolos eram línguas. E o ponto principal de Neemias era que Deus queria enviar o Espírito Santo para batizar você com o ele e construir as paredes caídas de sua personalidade humana por meio do falar em línguas.

Agora veja: se você vai fazer isso com a Bíblia, não pode tirar isso do texto. É pura fantasia. Mas isso acontece o tempo todo e eu sempre digo aos nossos pastores: "Vocês não precisam da Bíblia para isso. Se você vai fazer isso, pode usar qualquer coisa.” Você pode pregar A pastorinha. Poderia começar dizendo: “Pastorinha, ah, ela era pequena, mas Deus pode usar os pequeninos. E o nome dela era Pastorinha. Que nome de insignificância, que nome de ridículo, mas Deus usa aqueles que foram ridicularizados. A Pastorinha perdeu suas ovelhas. Por todo o mundo há ovelhas perdidas e não sabemos onde encontrá-las.” A única parte que não consegui entender era o que você faz ao abanar o rabo atrás delas.

É muito perigoso alegorizar ou espiritualizar as Escrituras. O que elas significam é o que dizem quando corretamente entendidas em seu contexto histórico. Bem, isso é o suficiente por esta noite; no próximo domingo vou lhe dizer como fazer. OK? Vejam só como passou o tempo, desculpem. Vamos orar.

Pai, ajuda-nos a ter amor pela tua palavra desenvolvendo-a em nossos corações de modo a estudá-la fiel e diligentemente. Obrigado por nos dares tua palavra. Obrigado pelo dom da linguagem, que transmite a tua verdade de forma simples e direta. Senhor, mostra-nos a verdade enquanto estudamos diligentemente a tua palavra. Que possamos dividi-la corretamente para que suas verdades possam transformar-nos e trazer glória ao Senhor. Em nome de Cristo, amém.

FIM

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