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Nesta noite queremos voltar ao nosso estudo sobre movimento carismático contemporâneo. Este movimento tem muitos atrativos, muitos aspectos únicos. Agora há pouco Phil Johnson, que é diretor executivo de Grace to You, contou-me que um dia desses uma senhora ligou para a linha 0800 afirmando que tinha boas notícias para nós. Ela disse que Robert Tilton, uma das principais personalidades da televisão, lhe dera permissão de contar a todos que ele recebera a revelação de que Jesus voltaria no dia 15 de novembro. Por isso aquela senhora pretendia deixar todos os seus bens para a Grace to You. Você entende as implicações disso? Para aqueles que estão tendo dificuldades para entender, isso parece dizer que continuaremos aqui depois que Jesus voltar. Acho que ela não parou para pensar direito, digamos assim.

Agora, voltando à nossa discussão sobre o evangelho da saúde e da riqueza, na última vez começamos a falar sobre as seitas ou cultos à carga no Pacífico Sul, onde ainda existem nativos que adoram os deuses da carga. Eles desenvolveram uma religião própria porque durante a Segunda Guerra Mundial muitos aviões grandes pousaram em suas ilhas, constituindo o primeiro contato dessas pessoas com a tecnologia moderna. Elas imaginavam que eram deuses que estavam voando e entregando toda essa carga. E a partir disso os habitantes de lá desenvolveram religiões, e hoje têm pequenos templos feitos de bambu e tecido; templos que parecem torres de controle, aviões de carga e hangares de aviões, onde eles adoram os deuses da carga. É uma religião materialista; eles querem que os deuses da carga voltem e lhes tragam mais isqueiros, rádios, porcas, parafusos e ferramentas, e todas as coisas que chegavam ali durante a Segunda Guerra Mundial.

Eu dei a entender que o evangelho moderno da riqueza e saúde não passa de outro tipo de seita da carga, em que as pessoas buscam um deus que traga tudo o que desejam. Eu disse que a essência do culto à carga é que Deus existe para dar o que queremos, e a essência do evangelho da riqueza e saúde é a mesma: Deus existe para fornecer o que queremos e, francamente, o que exigimos. Na última vez comentei que todos os elementos comuns às seitas estão presentes no movimento da prosperidade ou no movimento da riqueza e saúde: uma cristologia distorcida, uma visão exaltada do homem, uma visão equivocada de Deus, uma teologia baseada em obras humanas, a crença de que novas revelações estão chegando e desvendando segredos ocultos há anos, escritos humanos extra-bíblicos que eles consideram inspirados. Todos esses são aspectos tipicamente cultuais.

Eu disse também que analisaríamos alguns aspectos do evangelho da riqueza e saúde e algumas chaves teológicas para entendê-los. Na última vez abordamos o fato de que eles têm o deus errado. Eles não entendem que Deus é soberano. Não entendem que Deus é capaz de agir de maneira independente do homem. Acreditam que o homem é soberano, que Deus concedeu a soberania ao homem e agora está à mercê dele. E para que Deus possa fazer alguma coisa, nós temos que liberá-lo. O homem é soberano, Deus foi deposto e o homem foi colocado em seu lugar. Deus depende da fé humana. Ele depende, acima de tudo, de palavras humanas. Na verdade essas pessoas chegam ao ponto de dizer que somos pequenos deuses. E já que somos pequenos deuses, Deus nos delegou autoridade divina. E assim como Deus falou e as coisas foram criadas, agora nós falamos e elas também são criadas. Portanto nossas palavras têm poder criativo, pois na verdade somos pequenos deuses soberanos e Deus nos delegou a soberania.

Dissemos que diante dessa visão de Deus, não há realmente necessidade de orar a ele. Eles dizem que seria melhor falar com nossa doença ou com nossa carteira do que conversar com Deus, porque podemos trazer à existência o que quisermos com o poder criativo, reproduzindo o próprio Deus. Desse modo eles derrubaram Deus e elevaram o homem. Não iremos tratar disso em detalhes, apenas fazer uma breve revisão.

Em segundo lugar, esses pregadores da riqueza e saúde e esse movimento não apenas têm o deus errado, mas também o Jesus errado, e quero que você prese muita atenção nisso, pois é muito importante. O Jesus da palavra da fé, da confissão positiva, do movimento da riqueza e da saúde não é o Jesus da Bíblia, do Novo Testamento. Os mestres do movimento palavra da fé dizem: “Jesus abriu mão de Sua divindade e assumiu a natureza de Satanás a fim de morrer pelos nossos pecados”. Vou repetir. Eles dizem que Jesus abriu mão da Sua divindade e assumiu a natureza de Satanás a fim de morrer pelos nossos pecados. Kenneth Copeland, um defensor mundial dessa ideia, apresenta sua profecia infame que suscitou dúvidas sobre a divindade de Cristo dizendo: “Por que Jesus não se apresentou abertamente como Deus ao longo de seus 33 anos na Terra?” Por uma única razão: “Ele não veio à terra como Deus, veio como homem”. Fechar aspas

Ele parece estar dizendo que Jesus veio apenas como homem e não como Deus. O Jesus da palavra da fé muitas vezes parece nada mais do que um tipo de homem divinamente empoderado. Ainda citando Kenneth Copeland, “a maioria dos cristãos acredita erroneamente que Jesus foi capaz de fazer maravilhas, realizar milagres e viver acima do pecado, porque ele tinha um poder divino que não temos. Por isso eles nunca realmente desejaram viver como Ele viveu. Eles não percebem que quando Jesus veio à Terra ele abriu mão dessa vantagem voluntariamente para viver sua vida aqui, não como Deus, mas como homem. Ele não tinha poderes sobrenaturais inatos. Ele não tinha capacidade de realizar milagres até ser ungido pelo Espírito Santo, conforme Lucas 3.22”. (Isso ocorreu por ocasião de seu batismo.) "Ele ministrou como um homem ungido pelo Espírito Santo". De acordo com essas declarações, Jesus está destituído de Sua divindade. Evidentemente pouco importa para esse sistema se Jesus era Deus ou homem. Kenneth Copeland escreve também: “O Espírito de Deus falou comigo e disse: 'Um homem renascido derrotou Satanás, o primogênito de muitos irmãos o derrotou. E o Espírito de Deus disse que você é a própria imagem e a própria cópia desse homem’”. Pensei comigo: Meu Deus!

Comecei a entender o que estava acontecendo e disse: Será que entendi direito? Você está sugerindo que eu poderia ter feito a mesma coisa? Será que Deus disse: "Ah, sim, se você soubesse disso, se tivesse o conhecimento da Palavra de Deus que ele tinha, você poderia ter feito a mesma coisa porque também é um homem renascido"? Então, Deus disse: "O mesmo poder que eu usei para ressuscitá-Lo dentre os mortos também usei para ressuscitar você da sua morte, suas transgressões e pecados". Eu precisava ter aquela cópia e esse padrão para julgar Satanás, de modo que eu pudesse recriar uma criança, uma família e uma nova humanidade. Então Deus disse: "Você é semelhante a Ele”.

Em resumo: de acordo com eles Jesus não veio ao mundo como Deus, mas como homem. Como homem, ele morreu; e depois, como homem renascido, ele reviveu. Na verdade, ele não foi diferente de Kenneth Copeland ou de muitas outras pessoas. Essa afirmação é obviamente blasfema. Não consigo entender como uma pessoa com o mínimo conhecimento da verdade bíblica pode aceitar isso como verdadeira revelação, mas, a julgar pela reação ao ministério de Copeland e de muitos outros que ensinam a mesma coisa, centenas de milhares de pessoas acreditam nisso. Eles estão despojando Jesus de Sua identidade. Ele é o Deus homem e dizer que Ele é qualquer coisa menos do que o Deus homem é heresia. Mais uma vez insisto para que você observe com atenção como essas seitas apresentam uma visão disforme de Cristo.

O movimento da palavra de fé trata da obra de expiação de Jesus em termos totalmente desconhecidos da ortodoxia. A obra essencial que nosso Senhor veio realizar aqui na Terra foi sua morte sacrificial na cruz. A expiação é o foco principal de todo o Novo Testamento e é o centro de tudo em que acreditamos e de tudo que ensinamos como cristãos; contudo, o movimento da palavra da fé ensina coisas sobre a obra de Cristo tão disformes que chegam a ser blasfêmia. Copeland diz, abre aspas: “Jesus foi o primeiro homem a nascer do pecado para a justiça. Ele foi o padrão para uma nova raça de homens, glória a Deus. Sabe o que ele fez? A primeira coisa que esse homem renascido fez - veja, você precisa entender que ele morreu, que ele desceu ao abismo do inferno como um homem mortal que pecou, mas ele não ficou ali. Graças a Deus ele renasceu no abismo do inferno”. Copeland diz também: “A justiça de Deus foi transformada em pecado. Ele aceitou a natureza pecaminosa de Satanás em Seu próprio espírito e, no momento em que o fez, clamou: 'Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?' Você não sabe o que aconteceu na cruz. Por que você acha que Moisés, por ordem de Deus, levantou uma serpente naquele mastro, e não um cordeiro? Isso me incomodava. Eu dizia: 'Por que o Senhor colocou essa cobra lá em cima, o sinal de Satanás? Por que o Senhor não pôs um cordeiro naquele mastro?’ O Senhor disse: ’Porque era o sinal de Satanás que estava pendurado na cruz’. Ele disse: 'Aceitei em meu próprio espírito a morte espiritual', e a luz se apagou”.

Mais tarde, na mesma mensagem, Copeland acrescenta: “Ao aceitar esse pecado e tornando-o pecado, o espírito de Jesus separou-se de seu Deus e naquele momento ele é um homem mortal, capaz de fracassar, capaz de morrer. Não somente isso, ele está se preparando para ser levado às garras do inferno. E se Satanás for capaz de dominá-lo ali, vencerá o universo e a humanidade estará condenada. Não pense que Jesus era incapaz de fracassar, porque, se fosse, isso teria sido ilegal”. Fechar aspas.

Afinal, que tipo de conversa dúbia é essa? A idéia de que Jesus é homem que assume a natureza de Satanás, vai ao inferno porque foi jogado no abismo do inferno como pecador, espera renascer e travar algum tipo de combate mortal com Satanás no qual o vencedor ganha o universo - tudo isso é absolutamente estranho ao que o Novo Testamento ensina sobre a obra expiatória do Deus homem. Na verdade Copeland também adotou uma heresia relativa à expiação conhecida como teoria do resgate. Essa é uma antiga heresia e basicamente diz que Deus estava à mercê de Satanás, pois até que alguém pagasse um resgate a Satanás, ele não libertaria Jesus, de modo que Deus estava encurralado e precisou pagar a Satanás o preço do resgate pela salvação. A morte de Cristo foi esse resgate pago a Satanás para atender à reivindicação legal do diabo sobre a raça humana por causa do pecado de Adão. Essa visão contradiz o ensino claro de que a morte de Cristo foi um sacrifício oferecido a Deus, e não a Satanás, leia Efésios 5:2.

Além disso, Copeland e os mestres da palavra da fé saem da ortodoxia e ensinam que Cristo morreu espiritualmente. É verdade que às vezes dizemos que Cristo foi separado do Pai na cruz, numa espécie de morte espiritual. Mas a realidade é que Cristo não morreu espiritualmente no sentido de que seu espírito divino deixou de existir. É um erro ensinar que o espírito de Cristo deixou de existir; que sua luz se apagou. Ou que de algum modo Cristo foi separado de Deus e num instante tornou-se um homem mortal, e pior, assumiu a natureza de Satanás, foi arrastado para o inferno e atormentado por três dias e três noites.

Fred Price, que segue o mesmo tipo de ensino num boletim informativo, escreveu o seguinte: “Você acha que o castigo pelo nosso pecado foi morrer na cruz? Se fosse esse o caso, os dois ladrões poderiam ter pagado o preço. Não, o castigo foi entrar no próprio inferno e passar um tempo ali, separado de Deus. Satanás e todos os demônios do inferno pensaram que o haviam prendido e jogaram uma rede sobre Jesus, arrastando-o até o próprio abismo do inferno para cumprir nossa sentença.” Fechar aspas. Dois ladrões poderiam ter pagado esse preço? Será que um zilhão de ladrões num zilhão de cruzes poderia ter pagado o preço do nosso pecado? Obviamente que não. A natureza divina e sem pecados de Jesus como o único Cordeiro de Deus qualificado fizeram dele a única pessoa que poderia sofrer por nossos pecados. Dizer que poderia ter sido qualquer um é absolutamente ridículo. Você foi resgatado de sua vida fútil herdada dos antepassados com coisas não perecíveis, não prata ou ouro, mas com o precioso sangue como de um cordeiro sem defeito nem mancha, o Cordeiro Cristo, com sangue, o sangue dele.

Eles estão confusos sobre quem é Cristo. Eles não sabem se ele é Deus ou se ele é homem, estão confusos sobre o que aconteceu na cruz e o significado da expiação. Ao analisar uma citação que Fred Price faz de Copeland, observei que este último também prega uma visão disforme semelhante à primeira: “Jesus teve que passar pela mesma morte espiritual para pagar o preço. Mas não foi a morte física na cruz que pagou o preço pelos pecados, porque se algum profeta de Deus tivesse morrido nos dois mil anos anteriores, isso poderia ter pagado o preço”. Não foi a morte física; qualquer um poderia fazer isso. O que eles estão ensinando é que a morte de Jesus na cruz não nos salvou. Segundo eles, o que aconteceu foi o seguinte: Ele foi ao inferno e foi ali que conquistou nossa salvação; mas não é isso que as Escrituras dizem e não foi isso que Jesus quis dizer quando exclamou: “Está” - o quê? - “consumado”.

Por trás dos ensinamentos muito populares desses dois homens está o ensino de Kenneth Hagin. Kenneth Hagin afirma: “Jesus provou a morte, morte espiritual, por todo homem. Veja, o pecado é mais do que um ato físico; é um ato espiritual, e assim Ele se tornou o que éramos para que pudéssemos nos tornar o que Ele é, glória a Deus, e por isso o espírito dele foi separado de Deus. Por que ele precisou ser gerado ou nascer? Porque Ele se tornou como nós, separado de Deus, pois provou a morte espiritual por todo homem, e Seu espírito em todo homem foi para ao inferno em meu lugar. Você não entende? A morte física não seria capaz de remover nossos pecados. Ele provou a morte por todo homem; ele está falando sobre provar a morte espiritual. Jesus é a primeira pessoa que nasceu de novo. Por que Seu espírito precisava nascer de novo? Porque foi separado de Deus”. Segundo ele, Jesus passou por um estado prolongado em que deixou de ser Deus e passou a ser um homem alienado de Deus no inferno, tentando se preparar a fim de poder renascer. O movimento palavra da fé inventou essa estranha teologia que transforma pecadores em deuses e transforma o Filho de Deus sem pecado em pecador. Essa doutrina é totalmente antibíblica. Isso desmerece nosso Senhor; avilta a Sua obra, como qualquer pessoa pode perceber.

Além disso, a expiação não ocorreu no inferno. Foi completada na cruz quando Jesus disse: “Está consumado” (João 19.30). O versículo de 1 Pedro 2.24 diz: “Que Cristo levou nossos pecados em Seu corpo na cruz”, e não no inferno. Colossenses 2: 13-14 afirma: "[...] tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós [...] removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz”. Efésios 1.7 diz: "Temos redenção pelo Seu sangue". “Sangue” aqui refere-se à Sua morte física, o derramamento real de Seu sangue na cruz, e é aí que está o nosso perdão.

Jesus prometeu ao ladrão arrependido: “Hoje você estará comigo” - onde? – “no paraíso”. Ele não esteve no inferno por três dias. Ele avisou o inferno que os poderes do mal haviam sido derrotados. A Bíblia não diz nada sobre o tipo de expiação ensinado pela Palavra da Fé. A Bíblia também não diz nada sobre esse tipo de Jesus. Eles têm o deus errado e o Jesus errado. Terceiro, eles têm a fé errada, a fé errada. Esta é uma parte fascinante e essencial do sistema deles. Quero ajudar você a entender isso. Eles ensinam que a fé é um tipo de lei e lei inviolável, imutável e impessoal como a gravidade, que qualquer pessoa que se envolver com ela obterá os mesmos resultados. Isto é, você pode levar dez pessoas até o topo de um prédio muito alto, sendo que três delas entendem a lei da gravidade, três não sabem nada da lei da gravidade, três não acreditam que a lei da gravidade existe, e uma pessoa é surda, burra e cega e não sabe de nada. Se todas essas pessoas pularem, todas cairão. Por quê? Porque a lei da gravidade funciona, não importa se você acredita nela ou não. A lei da gravidade é fixa. Não é uma questão de fé. Não é uma questão de nada. Se você pular, você cai.

Eles adotam o mesmo conceito, como a lei da gravidade, e o levam para a dimensão espiritual dizendo que a fé é assim. Não importa quem você é, basta aplicar a lei da fé e ela funcionará. Pat Robertson, por exemplo, foi questionado se as leis do reino funcionam mesmo para não-cristãos. Veja o que ele escreveu em seu livro “Answers to 200 of Life’s Most Probing Questions” ("Respostas às 200 Perguntas Mais Importantes da Vida"). Ele escreveu: "Sim, esses não são princípios apenas cristãos ou judaicos, assim como a lei da gravidade não é cristã ou judaica". As leis de Deus funcionam para quem as seguir. Os princípios do Reino se aplicam a toda a criação. Em resumo, a lei da fé afirma que se você acreditar que pode ter alguma coisa, irá conseguir. Se você acreditar que vai melhorar, irá melhorar. Se acreditar que vai conseguir dinheiro, receberá dinheiro. Se acreditar que vai se casar, irá se casar porque está promulgando uma lei que é imutável e inviolável e funciona para qualquer pessoa, a qualquer momento. É impessoal. É fixa.

Em resumo, o problema disso é que transfere a confiança para a natureza da fé, e não no objeto da fé. A ideia pressupõe que há algo inerente no fato de crer que traz à realidade algo que não existe. Não é a natureza da fé que é eficaz; é o objeto da fé. É a minha fé em Deus que obtém resultados, não a minha fé na fé.

Quando eu era criança havia uma música muito popular, "I believe” (Eu acredito). Você se lembra dessa música? "Eu acredito que para cada gota de chuva que cai, cresce uma flor”. E continuava: "Eu acredito, eu acredito ”. E essa era a frase inteiram, mas não dizia no quê a pessoa acredita. Em quem você acredita? Como você acredita? Não, eu acredito. E às vezes você ouve entrevistas com pessoas leigas, e elas dizem: “Bem, eu sou uma pessoa de fé. Eu sou realmente uma pessoa que acredita”. Ok, em que você acredita? "Ah, eu apenas acredito na fé”. Muito bom. Veja, esse é o mesmo conceito secular adotado por este movimento que diz: se você aplicar a lei da fé, se você apenas exercer sua fé e disser: “Eu acredito”, você fará com que ela se materialize. Se você puder simplesmente eliminar a dúvida e qualquer pensamento negativo, e tiver um pensamento super positivo e acreditar com força - não sei com quanta força você precisa acreditar, mas mais do que a maioria das pessoas, obviamente. Há pessoas que ficam ricas nesse movimento e você sabe quem elas são. A maioria das pessoas continua exatamente onde está, tão pobre e doente quanto antes de aprender essas coisas.

De acordo com a doutrina da palavra da fé, a fé não é uma confiança submissa em Deus. Não é a crença na revelação das Escrituras. A fé é uma fórmula pela qual você manipula o universo, pela qual você manipula as coisas. Capps, Charles Capps diz: “Palavras governadas pela lei espiritual passam a ser forças espirituais que trabalham por você. Palavras à toa trabalham contra você, o mundo espiritual é controlado pela Palavra de Deus. O mundo natural deve ser controlado pelo homem que fala as palavras de Deus”. Portanto, se você apenas acreditar e proferir com a boca, fará com que as coisas aconteçam. Mais uma vez, esse é o seu poder criativo. Assim como sugere o nome "Palavra da Fé", esse movimento ensina que a fé é mais uma questão do que dizemos do que em quem confiamos ou quais verdades adotamos e aplicamos em nosso coração.

Uma das expressões favoritas do movimento palavra da fé é a confissão positiva, já ouviu falar? Confissão positiva. Refere-se à palavra “fé” e ensina que suas palavras criam; elas têm poder criativo. A doutrina afirma que você cria o que diz; por isso, se você crer o suficiente para falar, então aquilo virá à existência. Você criará sua riqueza, sua saúde, sairá da sua cadeira de rodas. Sua palavra determina tudo o que acontece com você, dizem eles. Suas confissões baseadas na sua fé na fé trarão coisas à existência. E Deus é obrigado a agir, porque esta é uma lei. Não importa se você é cristão, judeu ou não-cristão, vai funcionar. Kenneth Hagin escreve, abre aspas: "Você pode ter o que diz, pode estabelecer suas próprias regras com Deus, e o primeiro passo para estabelecer as próprias regras com Deus é dizer isso, dizer". E o que eles tentam fazer é que você diga, diga, diga, e diga novamente até que finalmente se convença de que acredita. E depois, já que o que você diz passa a ser o que crê, você poderá criar o que crê.

Mais adiante Kenneth Hagin diz: “Se você falar sobre suas provações, suas dificuldades, sua falta de fé ou sua falta de dinheiro, sua fé irá murchar e secar. Mas, graças a Deus, se você falar sobre a Palavra de Deus, sobre seu Pai Celestial amoroso e sobre o que Ele pode fazer, sua fé crescerá rapidamente”. Portanto a única coisa que você precisa fazer é falar e falar sobre isso.

Em seu livreto chamado How to write your own ticket with God (Como estabelecer suas próprias regras com Deus”), o resumo do sermão de Hagin dividido em quatro pontos e supostamente inspirado é dizer, fazer, receber e contar. Segundo Hagin, Jesus lhe disse que se qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo seguir esses quatro passos ou colocar esses quatro princípios em prática, essa pessoa sempre terá o que quiser de Jesus ou de Deus Pai. Estabeleça suas próprias regras. É claro que a ideia gerou superstições, decepções terríveis e tragédias. Encantamentos mágicos, é tudo o que são. É uma forma de vodu; não tem valor algum além disso. Charles Capps alerta contra os perigos de proferir confissões negativas. Ele diz: “Programamos nosso vocabulário com a linguagem do diabo. Trouxemos doenças e enfermidades para o nosso vocabulário e até mesmo a morte. A principal palavra que muitas pessoas usam para se expressar é ‘morte’. A palavra ‘morte’: 'Estou morrendo de vontade de fazer isso. Eles dizem que eu vou morrer se não conseguir fazer isso ou aquilo. Aquilo foi de matar’. Meu amigo, esse é um discurso perverso, contrário à Palavra de Deus. A morte é do diabo. Não precisamos fazer amizade com a morte. Todos os homens vão morrer mais cedo ou mais tarde, então não precisa ser amigo da morte agora". Em outras palavras, não diga essas palavras porque podem se transformar em realidade. Veja como você é poderoso! Você é capaz de se matar!

Veja só, a confissão positiva eliminaria a confissão de pecado, não é mesmo? Os livros do movimento palavra da fé sobre oração ou sobre crescimento espiritual não contêm absolutamente nenhum ensino referente à confissão de pecados. É claro que eles sabotam o ensino fundamental de 1 João 1.9: "Se confessarmos nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar o pecado e nos purificar de toda injustiça". Na verdade a confissão positiva encoraja as pessoas a ignorar totalmente os seus pecados e negar sua realidade, não é mesmo? Você não quer mencionar nada negativo. Isso produziu multidões de pessoas que, por medo, exibem perpetuamente seus sorrisos sem emoção. Medo de que uma confissão negativa lhes traga má sorte e assim acumulam pecados que nunca, jamais, são tratados.

É como a visão hindu do karma ou algum conceito pagão de má sorte. Não quero dizer isso porque pode me dar azar. Hagin admite que ele mesmo se sente assim - e esta é uma citação: "Eu não contaria a ninguém se eu tivesse alguma dúvida ou algum temor”. Ele não colocaria em palavras um pensamento pecaminoso ou um pecado, mas diz: “Eu não aceitaria esse pensamento e não contaria a ninguém se o pensamento me ocorresse, e você sabe que o diabo pode colocar qualquer tipo de pensamento em sua mente. Nós somos o produto das palavras. Você já parou para pensar que a Bíblia ensina que há saúde e cura na sua língua?” Portanto, diz ele: “Você nunca deve dizer coisas negativas. Eu nunca falo de doenças, não acredito em doença, eu falo em saúde, acredito em cura, nunca falo em doença, nunca”. E na verdade ele está falando de doenças e enfermidades. “Eu falo de cura, nunca falo de fracasso, não acredito em fracasso, acredito em sucesso, nunca falo em derrota, não acredito em derrota. Eu acredito em vencer, aleluia a Jesus”.

Eles não dizem a palavra pecado, não admitem que que nunca falam de pecado, mas eles nunca falam em pecado. Essa perspectiva está repleta de problemas óbvios. Bruce Barron conta sobre uma igreja da palavra da fé onde o pastor escreveu timidamente para instruir sua congregação sobre um assunto delicado. Ele havia ouvido dizer que alguns membros da igreja estavam espalhando doenças contagiosas entre os pequeninos da igreja ao levarem seus bebês doentes para o berçário. Contra os protestos dos voluntários do berçário, esses pais estavam confessando positivamente que seus filhos estavam bem. Isso é verdade! Como os pais haviam reivindicado a cura, não havia com que se preocupar. Eles talvez tivessem ignorado aqueles choros e tosses persistentes como sintomas mentirosos, mas esses sintomas provaram ser contagiosos, e somente um anúncio do púlpito seria capaz de acabar com o problema. Que ignorância.

Palavra da fé, negação de doenças e problemas como sintomas mentirosos roubam aos crentes a oportunidade de ministrar com compaixão e compreensão às pessoas que sofrem. Você gostaria de estar em uma igreja da palavra da fé, ter o dom da misericórdia e tentar encontrar alguém que admitisse que precisa dela? Talvez você tenha de procurar por muito tempo, porque todos dizem: ”Estou bem, estou bem, estou bem, estou inteiro, estou curado, sou rico”.

Como ajudar alguém se ninguém tem permissão para falar sobre nada? Como ajudar alguém, se você acredita que seus sintomas são mentiras de Satanás? Ou, pior - o resultado da falta de fé pecaminosa, visto que todo doente é um pecador incrédulo? Por isso muitos devotos da palavra de fé tendem a ser insensíveis, indiferentes, a ponto de serem grosseiros e ásperos para com as pessoas que em sua opinião não têm fé suficiente para reivindicar uma cura. Bruce Barron conta a respeito de um pastor e sua esposa que não conseguiam ter filhos. Um membro de sua igreja lhes disse que precisavam confessar uma gravidez e demonstrar sua fé ao comprar um carrinho de bebê e andar pela rua com ele. Isso é um bocado cruel, você não acha?

Alguns anos atrás, recebi uma carta em que uma mulher querida abria seu coração, relatando que fora enganada pela teologia da confissão positiva e acreditara que Deus queria que ela anunciasse que estava grávida. Ela era incapaz de ter filhos, mas enviou esse anúncio de gravidez a muitas pessoas. Meses depois, teve que escrever para todos novamente explicando que o bebê esperado pela fé não viera. No entanto, acrescentou que continuava reivindicando uma gravidez pela fé. Ela temia que interpretasse sua segunda carta como uma confissão negativa.

A pessoa não pode lidar nem ao mesmo com as mágoas e angústias normais da vida. Kenneth Hagin parece insensível mesmo com a morte de sua própria irmã, vitimada por um câncer. Ele escreve: “Minha irmã chegou a pesar 35 quilos. O Senhor continuava me dizendo que ela iria morrer. Fiquei perguntando ao Senhor por que não consegui mudar o resultado. Ele me disse que ela teve cinco anos em que poderia ter estudado a palavra e edificado sua fé para se salvar, mas não o fez. Ele me disse que ela ia morrer e ela morreu. Este é um exemplo triste, mas é verdade”. Fechar aspas. Isso é muito cruel, não é? A teologia da palavra da fé faz daquele que cura um herói quando relata uma cura milagrosa, mas quando a cura não acontece, a culpa é sempre culpa daquele que busca, pois não tem fé suficiente. Hagin descreve um incidente quando estava tentando curar uma mulher com artrite. Sua doença a afetara tanto que ela não conseguia andar. Ele ficou frustrado com a falta de vontade dela de largar a cadeira de rodas. “Apontei meu dedo para ela e disse: 'Irmã, você não tem um pingo de fé, não é?' Sem pensar, ela deixou escapar: 'Não, irmão Hagin, eu não tenho. Eu não acredito que serei curada. Vou para o túmulo nesta cadeira’. Foi o que ela disse e foi o que aconteceu, mas a culpa não foi nossa”. Fechar aspas.

Lembre-se de que a confissão positiva ensina às pessoas que suas palavras são determinantes. Deus não é o objeto da sua fé e Deus não é a força da sua vida. Os adeptos do movimento palavra da fé aprendem a confiar em suas próprias palavras. Hagin diz sem rodeios: "Fé na própria fé". Um de seus livros chama-se "Tenha fé na sua fé". Isso é idolatria; isso é ter fé em você mesmo e faz de você o quê? Um deus.

Tente acompanhar a lógica dele quando procura fundamentar sua ideia. Veja o que ele escreve: “Você já parou para pensar em ter fé em sua própria fé? Evidentemente Deus tinha fé em Sua fé porque proclamou as palavras de fé e elas se transformaram em realidade. Evidentemente Jesus tinha fé em Sua fé porque falou com a figueira e o que Ele disse aconteceu. Em outras palavras, ter fé em suas palavras é ter fé em sua fé. É isso que você precisa aprender a fazer para obter coisas de Deus. Tenha fé em sua fé. Isso o ajudará a ter fé em seu espírito e a dizer em voz alta: 'Fé em minha fé'. Continue dizendo isso até ficar gravado em seu coração. Eu sei que soa estranho quando dizemos isso pela primeira vez; nossa mente quase se rebela contra isso, mas não estamos falando da cabeça, estamos falando da fé no coração. Como Jesus disse: '[...] não duvidar no seu coração'” Fechar aspas.

O que isso quer dizer? Mais uma vez, observe que ele consegue depreciar o Pai e o Filho ao dizer que Deus tem fé e Cristo tem fé. Será que podemos falar com precisão sobre a fé de um Deus onisciente e soberano? Além disso, Hagin transforma a fé num tipo de fórmula mágica, e nossas palavras num abracadabra para obter coisas de Deus, como se esfregássemos uma lâmpada mágica. Não há base bíblica para nenhuma dessas idéias sobre fé. Os únicos objetos apropriados de nossa fé são nosso Deus e sua Palavra infalível, seu Filho e seu Espírito. No entanto os adeptos da Palavra de Fé veem suas confissões positivas como um encantamento para conjurar o que querem. Kenneth Hagin diz: “Acredite no seu coração, diga com a boca. Esse é o princípio da fé, e você pode ter o que diz”.

Esses ensinamentos levaram muitas pessoas a um materialismo grosseiro. Vou ser honesto com vocês. Pessoalmente, acredito que no caso de muitos desses líderes isso é simplesmente uma teologia que desenvolveram para apoiar o materialismo deles, só isso. John Avanzini, um dos mestres menos conhecidos da palavra da fé, passou uma noite na Trinity Broadcasting Network argumentando que Jesus era realmente rico. Ele chamou a atenção para o papel de Judas como tesoureiro e disse, abre aspas: "Para ter um tesoureiro, é preciso que você tenha muito dinheiro". Mais recentemente, quando foi convidado para o programa de Kenneth Copeland, Avanzini disse acreditar que, de acordo com as Escrituras, Jesus tinha uma casa grande e usava roupas de grife. Tudo isso é apresentado como justificativa para o estilo de vida luxuoso e materialista do mestre do movimento da palavra da fé.

Robert Tilton vai um passo além. Ele disse o seguinte: "Ser pobre é pecado". Eu odiaria ter de levar essa mensagem para a igreja da União Soviética. Ele disse: “Meu Deus é rico e Ele está tentando mostrar a você como sacar da sua conta celestial que Jesus comprou e pagou para você no Calvário”. Tilton diz: “Casa nova, carro novo? Isso é mixaria. Isso não é nada em comparação ao que Deus quer fazer por você”.

E como conseguir essa carga? Bem, Tilton sugeriu que seus seguidores fizessem um voto de fé na forma de um presente para seu ministério. Vejam o que ele diz, abre aspas: “Gosto de um voto de US$1.000,00 porque não gosto de pessoas indecisas e mornas que só querem dar um pouco; gosto de um voto de fé de US$1.000,00. Eu não estou falando com você que já conseguiu. Você que entendeu não precisa prestar atenção em mim. Estou falando com você que não conseguiu e mostro como conseguir. Sim, a obra do Senhor recebe uma parte disso, mas você recebe a maior parte, a maior bênção. Estou tentando convencê-lo a sair desse lixo. Estou tentando convencê-lo a comprar um carro decente. Só estou tentando te ajudar. Pare de falar mal de mim. Deus, o que pode afastar essa bênção de você? Eu sou uma benção. Fui abençoado de modo sobrenatural por Deus. Trago uma bênção para você hoje e sei disso, e minha responsabilidade é levá-la a você.”

Em seguida Tilton incentiva seus ouvintes a fazer a oração da fé, não uma daquelas “se for da Tua vontade”; eu sei qual é a vontade de Deus quando se trata de cura, prosperidade e direção divina. Não preciso fazer uma oração de dúvida e descrença. Em outras palavras, Robert Tilton quer que você faça um voto de fé de US$1.000,00 para o ministério, especialmente se você não puder pagar. Ele não quer que você ore pedindo a vontade de Deus sobre o assunto. Afinal, você pode exigir o que quiser e Deus precisa atender. Que diferença faz o que é a vontade de Deus? Defina seu voto em US$1.000,00, exija que Deus providencie o dinheiro, envie para Ele e espere para ficar rico. Como eu disse, algumas pessoas estão ficando MAIS ricas e muitas estão US$1.000,00 mais pobres.

Richard Roberts, ecoando o conceito de fé semeado pelo pai, pediu aos espectadores que plantassem uma semente em seu cartão de crédito. Quando o fizessem, poderiam ter certeza de que Deus abriria as janelas do céu e derramaria bênçãos sobre eles. Certa vez Oral Roberts enviou pelo correio sacos plásticos cheios de água benta da Fonte do Rio da Vida na Universidade Oral Roberts. Para mostrar como usar aquilo em seu programa de TV, ele despejou um saco cheio de água sobre sua própria carteira estando em pé dentro da fonte com água até os joelhos. Esse seria o segredo para receber a sua carga de bênçãos.

Por que tantos crentes, supostos crentes, tentam essas coisas e não ficam ricos? Fred Price explica: "Se você tem um dólar de fé e pede um item de US$10.000,00, isso não vai funcionar, não vai funcionar”. Jesus disse: “De acordo com a sua fé, não segundo a vontade de Deus para você”. Em seu próprio tempo, se for da vontade dele, se ele puder encaixar seu pedido na agenda lotada dele. Você vê como ele zomba de Deus e do conceito da vontade de Deus? Ele disse: "Seja feito segundo a sua fé". Agora, eu posso querer um Rolls Royce e não ter mais do que uma fé de bicicleta, e adivinhe o que vou conseguir? Uma bicicleta. E adivinhe só o que ele tem?

Assim, supostamente a capacidade de Deus para nos abençoar depende de nossa fé. Observe que tanto Price quanto Tilton recuam da idéia de orar “Se for da tua vontade”, mas é exatamente isso que a Bíblia ensina. 1 João 5.14: “Essa é a confiança que temos para com ele; que, se pedirmos alguma coisa” - como? "segundo a sua vontade, ele nos ouve". Hagin chega ao ponto de afirmar que o Novo Testamento não ensina nenhuma verdade desse tipo - abre aspas: “Porque não entendemos o que Jesus disse, e porque sofremos uma lavagem cerebral religiosa em vez de aprender o que o Novo Testamento ensina. Nós diluímos as promessas de Deus e nos agarramos a algo que Jesus não disse e ainda acrescentamos mais coisas. Bem, pode ser da vontade dele, mas também pode não ser a vontade dele", é o que as pessoas têm dito, e no entanto você não encontra esse tipo de conversa no Novo Testamento. (Mas está no meu.)

Hagin também escreveu - abro aspas: "Não é bíblico orar ‘se for da vontade de Deus’. Quando você coloca um ‘se’ na sua oração, estará orando com dúvidas. Romanos 8.27 diz: "Que até o Espírito Santo intercede pelos santos de acordo com a vontade de Deus". Longe de enfatizar a importância da riqueza, a Bíblia adverte contra correr atrás dela, não é? “Os crentes, especialmente os líderes da igreja, devem estar livres do amor ao dinheiro. O amor ao dinheiro leva a todos os tipos de mal. Jesus advertiu: “Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza, porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui”. Lucas 12.15.

Em nítido contraste com a ênfase do evangelho da palavra da fé, que é ganhar dinheiro e posses nesta vida, Jesus disse: “Não ajunteis para vos outros” - o quê? - "tesouros na terra". Ele também diz em Mateus 6.24: "Não podeis servir a Deus e às riquezas”.

O que eles pregam realmente não é cristianismo; não é teologia do Novo Testamento. O conceito de que o universo ou Deus é governado por alguma lei espiritual impessoal não é bíblico. É uma negação da soberania de Deus e da providência de Deus. Na verdade é uma forma de deísmo, e bastante ignorante. Além disso, a noção de que podemos usar palavras de forma mística e mágica para controlar a realidade está muito longe do padrão bíblico de fé e, acredite, tem mais em comum com a Ciência Cristã do que com o cristianismo.

A maioria dos mestres da palavra da fé nega veementemente que seus ensinamentos tenham algo a ver com a Ciência Cristã ou outras seitas metafísicas, mas têm. Eu não sei qual é a diferença entre eles. Agora quero dizer uma coisa e quero que você escute. É possível rastrear o histórico de todo movimento palavra da fé, de Kenneth Hagin, Kenneth Copeland, Fred Price, Charles Capps, Robert Tilton e os demais. Todos os principais personagens do movimento foram orientados por Kenneth Hagin ou por um de seus discípulos mais próximos. Todos os aspectos dessa doutrina vieram de Kenneth Hagin, que está em Tulsa, Oklahoma.

Há um livro de D. R. McConnell chamado Um Evangelho Diferente. Ali McConnell ressalta que Kenneth Hagin coletou esses ensinamentos dos escritos de um evangelista da fé chamado E.W. Kenyon. Antes eu mencionei que Kenneth Hagin afirma ter recebido tudo isso do Senhor. A verdade é que ele plagiou grande parte. Na verdade McConnell afirma que Hagin plagiou os escritos de um ministro da Aliança Missionária Cristã chamado John A. MacMillan. Um homem chamado W.R. Scott fornece evidências sólidas de que essas acusações também são verdadeiras. Mais especificamente, não há dúvidas de que Hagin copiou pelo menos três quartos de seu livro "A Autoridade do Crente" de um artigo de MacMillan com o mesmo título. Scott também documenta o plágio que Hagin fez de Finis Jennings Dake, que escreveu uma Bíblia de estudo muito interessante chamada "A Bíblia de Estudo de Dake". Em outras palavras, grandes seções dos escritos de Hagin foram plagiadas de outras fontes. Ele não apenas pegou emprestadas idéias de Kenyon, mas McConnell inclui várias páginas de texto, coluna por coluna, provando definitivamente que várias vezes Hagin plagiou longas seções dos escritos de E.W. Kenyon palavra por palavra por palavra.

Portanto existe uma trilha, uma espécie de trilha histórica. As raízes de Kenyon estão nas seitas metafísicas. Ele era um curandeiro, não da tradição pentecostal, mas no sentido de Mary Baker Eddy e da Ciência Cristã. Frequentou uma faculdade especializada em palestras de treinamento para seitas metafísicas, e importou e adaptou ao seu sistema a maioria dos conceitos propagados por essas seitas. Hagin as absorveu de E.W. Kenyon, em muitos casos palavra por palavra. Na verdade, o livro de McConnell intitulado Um Evangelho Diferente e publicado pela Peabody em 1988 é uma exposição devastadora. É uma exposição devastadora do movimento palavra de fé. Demonstra de forma irrefutável que os mestres da palavra de fé devem sua origem a grupos como Ciência Cristã, swedenborgianismo ou Nova Igreja, Teosofia, Ciência da Mente e Novo Pensamento, e não ao pentecostalismo clássico. Não é pentecostalismo clássico. Na verdade, não é o cristianismo em sua essência. É algo corrompido; é uma seita, e não cristianismo. É um sistema vira-lata; uma mistura de misticismo, dualismo e neognosticismo que se apóia nas seitas metafísicas. Seus ensinamentos perversos estão causando danos incalculáveis à igreja cristã, como você sabe.

De acordo com as palavras de Pedro, acredito que é uma heresia destrutiva ou condenável. Apesar do que dizem os mestres da palavra da fé, Deus não é apenas uma fonte de carga, é? Nós somos seus servos, e não o contrário. Ele nos chamou para viver vidas de serviço amoroso e adoração, e não a uma supremacia divina. Ele nos abençoa, mas nem sempre materialmente. De maneira alguma podemos estabelecer nossas próprias regras e esperar que ele siga o roteiro. A vida de um cristão é uma vida dedicada à busca da vontade de Deus, não uma vida em que Deus corre por aí tentando cumprir nossa vontade. Ninguém que rejeite esse conceito fundamental do relacionamento com o crente, entre o crente e o verdadeiro Deus, o verdadeiro Cristo e a verdadeira fé, pode ser chamado honestamente de cristão. Você entende o quanto isso é sério, não é? Se você tem o Deus errado, o Jesus errado e a fé errada, será difícil ter a salvação certa, se não impossível.

Concluindo, preciso dizer algumas coisas para não ser mal interpretado. Falamos sobre muitas coisas nessas semanas e quero encerrar; ouça com muita atenção, porque não quero ser mal interpretado. Conheço muitos carismáticos que são crentes comprometidos, coerentes e honrados, devotados à Palavra de Deus. Muitos pentecostais são pessoas piedosas. Muitas igrejas carismáticas e crentes carismáticos pentecostais rejeitam grande parte dos erros que destaquei nesta série. Há muitos pentecostais, muitas igrejas carismáticas pentecostais e crentes que concordariam com nossa avaliação de muitos desses movimentos, e não estou tentando colocar todas essas pessoas no mesmo nível. Dentro do movimento carismático pentecostal há de tudo, desde ortodoxia evangélica até heresia. Sou grato por alguns na tradição pentecostal terem coragem de enfrentar os erros em seus movimentos e conclamar todos os carismáticos para uma perspectiva bíblica. Eu gostaria que mais pessoas fizessem isso.

Sou grato por aqueles que se manifestarão contra essas coisas más. Um dos primeiros panfletos que me alertou sobre o ensino terrível, terrível, do movimento de riqueza e saúde foi escrito por Chuck Smith, pastor da Calvary Chapel, uma crítica direta ao extremismo carismático. Há muitas pessoas que se posicionaram como ele, e agradeço a Deus por sua coragem e seu desejo de serem bíblicos. Não quero, nem por um instante, que pensem que não acredito que existam pessoas assim nessa tradição pentecostal, porque de fato existem. Mas ouça com muita atenção. Eu também acredito que às vezes as sementes desses erros que eles desejam combater fazem parte das suas próprias doutrinas. Se você acredita que o batismo do Espírito acontece em algum momento depois e separado da salvação, você criou duas classes de crentes. Se você acredita na experiência mística, em coisas sobrenaturais esotéricas e transcendentes, você está fazendo pouco caso do estudo, da disciplina espiritual e dos meios da graça que promovem o crescimento. Se você der importância demais às emoções, estará desprezando a razão e abrindo a mente e o espírito a poderes que não entendemos e com os quais não sabemos lidar. Enquanto esse tipo de coisa estiver no centro da tradição pentecostal, sempre haverá um potencial para o desastre, e se você acredita que Deus continua oferecendo revelações de qualquer tipo, a máscara caiu. Este livro não é apenas uma declaração de verdade para as pessoas que já acreditam nisso, mas um apelo aos meus amigos carismáticos para que examinem o que creem, bem como um apelo aos não-carismáticos para observar as diferenças e entender que elas não são irrelevantes.

Agora, o pensamento final. Muitas pessoas que lêem meu livro e que ouvem esses áudios ficarão preocupadas com seu efeito na unidade do corpo de Cristo. Quero que você saiba de uma coisa: eu não pretendo abrir um abismo entre crentes carismáticos e não-carismáticos. Não desejo causar uma brecha entre esses segmentos da igreja. Mas posso dizer uma coisa? Essa brecha já existe e a única maneira de evitar sua realidade é simplesmente negá-la ou recusar-se a reconhecê-la. Minha preocupação é chamar a igreja para a unidade em torno da verdade. Acredite em mim. O dano mais grave à igreja causado pelo movimento carismático é exatamente a questão da unidade. Quem sabe quantos milhares de igrejas se dividiram por causa dessas questões? Acho que iríamos nos surpreender com esse número. A própria doutrina carismática em si promove divisões, pois ergue uma barreira entre o crente comum e aqueles que atingiram níveis mais elevados; portanto na verdade a divisão entre carismáticos e não-carismáticos foi estabelecida pelo próprio sistema carismático.

Há uma segunda tendência que agrava o problema, e essa é a atitude de muitos carismáticos que, em nome da unidade, estão dispostos a abraçar a tudo e a todos, mesmo que isso comprometa a doutrina. Então, por um lado, se você diz que não acredita no que eles acreditam, eles criarão uma divisão. Mas, por outro lado, se você tolerar o que eles acreditam, eles o aceitarão, não importa quais sejam as suas convicções. Você entende isso? Sem querer, eles acabaram se transformando no tipo de força ecumênica mundial com que muitos liberais sonham para as igrejas do mundo todo. Eles passaram a ser o movimento ecumênico do mundo. Os liberais não conseguiram, mas os carismáticos estão fazendo isso - católicos, ortodoxos orientais, cristãos, protestantes e todo tipo de seita. Todos os “ismos” estão se unindo sob a bandeira carismática. Longe de ser um resultado positivo do crescimento desse movimento, essa influência ecumênica talvez seja o efeito de longo prazo mais desastroso do fenômeno carismático. É desastroso porque eles incluirão você, contanto que você tolere o que fazem.

Um escritor destacou a incoerência da união do movimento carismático com o ecumenismo. De acordo com Thomas Edgar: “Não é incoerente que um movimento que alega estar em contato direto com o Espírito Santo para ter todos os dons, como profecia, apostolado e palavra do conhecimento, que se comunica diretamente com Deus através do dom de línguas e outros meios, possa ao mesmo tempo incluir católicos romanos, protestantes conservadores e liberais, amilenistas, pré-milenistas, calvinistas, arminianos, aqueles que negam a inspiração verbal da Bíblia e aqueles que rejeitam a expiação vicária de Cristo na cruz?”

É uma pergunta justa. Já que eles têm toda essa revelação, certamente devem ser capazes de separar esse grupo. Além disso, Thomas Edgar escreve: “Aparentemente, o Espírito Santo não está preocupado em dar qualquer informação para corrigir todas essas diferenças, muitas das quais são fundamentais e algumas incorretas. Pelo visto, toda essa comunicação direta com o Espírito nada fez para corrigir os erros básicos. Não produziu unidade entre os carismáticos em relação à natureza e ao propósito de muitos dos dons. Este movimento não resolveu nenhum problema teológico, não produziu nenhum avanço no conhecimento bíblico, não produziu cristãos mais espirituais e mesmo com tamanha efusão do Espírito genuíno de Deus produziu tão pouco”.

Não seria de se esperar que, se esse movimento estivesse realmente sentindo todo o poder do Espírito Santo, o Espírito lhes daria uma doutrina saudável? Gordon Clark também escreveu sobre os perigos do ecumenismo carismático. Ele citou um artigo de uma revista carismática comemorando as incursões que o pentecostalismo tem feito ao catolicismo e em seguida disse o seguinte: “Várias coisas atingem imediatamente qualquer leitor que não esteja dormindo. Primeiro, a experiência em línguas é tremendamente importante. Não é verdade que nada mais importa, no entanto parece que nada mais importa muito. Falar em línguas é a principal marca de um cristão dedicado. A conclusão óbvia é que o culto à Virgem Maria não pode ser questionado se a pessoa fala em línguas. Tampouco há sentido na justificação somente pela fé, porque é possível obter mérito a partir do tesouro dos santos, e a transubstanciação pode ser reconhecida se alguém falar em línguas. Ainda mais fundamental, pode-se colocar a tradição no mesmo nível das Escrituras, até mesmo fazer valer novas revelações de Deus, desde que alguém fale em línguas”. O ministro pentecostal mencionado no artigo em questão afirma que não houve nenhuma tentativa de converter católicos romanos. Em outras palavras, "o catolicismo é aceitável, desde que a pessoa fale em línguas". Fechar aspas.

Veja, o ponto é que o ecumenismo carismático está corroendo cada vez mais a identidade do cristianismo bíblico. Na Ásia brotam novas seitas carismáticas espantosas, que misturam budismo, taoísmo, confucionismo e outros ensinamentos com o movimento carismático ocidental. O movimento carismático como um todo não está suficientemente equipado para se defender dessas influências. Como eles podem enfrentar grupos equivocados, ou mesmo aqueles que são abertamente pagãos?

Preste atenção, pois no movimento carismático a unidade é uma questão de experiência religiosa compartilhada, não de doutrina. Já que a doutrina não importa, por que não abraçar os carismáticos budistas, e é exatamente isso que está acontecendo. Portanto, enquanto a doutrina carismática tende a causar divisões entre os grupos ortodoxos, ela não o faz entre os grupos heterodoxos. Eles estão construindo pontes para as falsas religiões e amputando a verdade.

Bem, esse é um assunto sério que precisamos conhecer, pois estamos aprendendo o que a Palavra de Deus tem a dizer. A única resposta apropriada para tudo isso, muito simples, é voltar a este livro, certo? Ele é o padrão para tudo. A triste verdade é que o legado do movimento carismático tem sido caos e confusão doutrinária. A abordagem que fazem da espiritualidade é doentia e repleta de desilusões em potencial, e algumas pessoas do movimento estão aflitas, desapontadas, derrotadas, e muitas desesperadas. A boa vida espiritual de que ouvem falar o tempo todo nunca parece acontecer, e elas estão procurando a chave para a vida cristã real. Eu gostaria de encorajá-los em amor a assumir graciosamente a responsabilidade de evangelizar essas pessoas e, se de fato elas conhecem Jesus, mostrem-lhes o verdadeiro caminho para a bênção espiritual.

Pai, nesta noite agradecemos por este tempo maravilhoso que compartilhamos e agradecemos pela clareza com que Tua Palavra trata assuntos como este. Oramos por aqueles que amam a Cristo, que são nossos irmãos e irmãs neste movimento. Deus, mostra-lhes a verdade, para que possam encontrar o caminho da verdadeira espiritualidade e obter vitória sobre a carne e alegria e bênçãos verdadeiras. No caso daqueles participantes do movimento que pensam que estão salvos, quando na verdade não estão, pedimos que vejam o verdadeiro Deus, o verdadeiro Cristo e exerçam a verdadeira fé. E Deus, oramos para que de alguma forma Tu silencies os que falam inverdades e dês voz aos que falam a verdade. Oramos para que Tu sejas glorificado. Em nome do Salvador, amém.

FIM

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