
Se você quiser, pegue sua Bíblia e vá para o capítulo 15, de Lucas. E confesso a você que meu coração e mente estão transbordando com as coisas que quero lhe dizer, e estou fazendo o melhor que posso para me impedir de dizer tudo, para tratar você de uma maneira razoável. Mas este é um capítulo tão rico, como já descobrimos.
Agora, ao olharmos para esta história, ela exige atenção cuidadosa. Sinto que estou dando muito a você, mas o enganando ao mesmo tempo, porque não consigo entender tudo. Isso é tão rico e profundo. E, na superfície, muito disso se perde para nós, porque vivemos no mundo ocidental 2.000 anos depois, e isso é lá do tempo de Jesus, em uma vila do Oriente Médio, e não temos a sensibilidade inconsciente, as ideias culturais e as atitudes que faziam parte da vida de todos e que não precisavam de explicação. Portanto, se você se perguntar por que demora apenas um pouco para lê-lo, e tanto tempo para explicá-lo, é a dificuldade de preencher os espaços em branco.
A história se divide em três partes que se sobrepõem. A primeira parte é sobre o filho mais novo. A segunda parte é sobre o pai. A terceira parte é sobre o filho mais velho. É dramático e climático à medida que avançamos. Cada uma dessas partes se sobrepõe. Quando olhamos para o filho mais novo, ele se sobrepõe ao pai. Quando olhamos para o pai, se sobrepõe ao filho mais velho. E assim estamos tentando resolver o problema e, no entanto, deixamos fluir.
Vimos na última vez, na primeira parte, versículos 11-16, sobre o filho mais novo. E dividimos isso em duas partes, um pedido vergonhoso, versículo 11. Ele disse: “Um homem tinha dois filhos” - desde o início, é um conto de dois filhos. O mais novo deles disse ao pai: "Pai, me dê a parte da propriedade que me pertence. E ele dividiu sua riqueza entre eles."
Esse foi um pedido ultrajante e vergonhoso, equivalente a desejar que seu pai estivesse morto, porque era habitual, era aceitável que um filho recebesse sua herança após a morte de seu pai. O filho está, portanto, dizendo: “Queria que você estivesse morto, quero o que é meu. Quero isso agora." Isso é vergonhoso em seu pedido.
E permitiu que ele cometesse não apenas um pedido vergonhoso, mas uma rebelião vergonhosa. "Poucos dias depois” - depois de ter recebido sua parte da propriedade – “o filho mais novo juntou tudo" - isso significa que ele transformou tudo em dinheiro - "partiu para uma terra distante e lá dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente." Mais tarde na história, lemos que ele se envolveu com prostitutas, entre outras coisas. “Dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente. Depois de ter consumido tudo, sobreveio àquele país uma grande fome, e ele começou a passar necessidade. Então, ele foi e se agregou a um dos cidadãos daquela terra, e este o mandou para os seus campos a guardar porcos. Ali, desejava ele fartar-se das alfarrobas que os porcos comiam; mas ninguém lhe dava nada.”
Um pedido vergonhoso leva a uma rebelião vergonhosa. E tudo isso, como eu disse, retrata o pecador irreligioso, rebelde e imoral, o tipo de pessoa com a qual Jesus estava se associando. As pessoas que são maltratadas pela cultura, que eram desprezadas e tornadas párias pela sociedade, eram as piores. Este jovem demonstra alguém que foi tão baixo quanto pôde, até o fundo e num país gentio, vivendo de uma maneira ultrajante e imoral, acabando não apenas cuidando dos porcos, mas comendo com eles, tornando-se um deles. Isso é tão ruim quanto parece. E ele acaba destituído e desamparado.
Agora, neste momento, o pai reentra na história. O pai volta à mente do filho, antes de tudo. E passamos de um pedido vergonhoso e de uma rebelião vergonhosa para um arrependimento envergonhado. Vemos isso no versículo 17, quando começamos a falar sobre o pai.
Versículo 17: “Mas quando ele voltou a si, ele disse: Quantos de meu pai” - Pare por aí apenas o tempo suficiente para dizer que de repente seu pai vem à mente. Tenho certeza de que ele fez tudo o que pôde para manter seu pai fora da mente enquanto se esbaldava. Mas agora, deixado sem nada, destituído, enfrentando uma fome, morrendo de fome, ele volta a si, ele recobra o juízo. Ele tem uma conversa consigo mesmo. E o que ele diz em seu monólogo é: "Quantos dos homens contratados por meu pai têm pão mais que suficiente, mas estou morrendo de fome aqui?"
E é aí que o arrependimento realmente começa. Começa com uma avaliação precisa da sua condição. É realmente importante para o pecador devasso, para o pródigo, para o pária irreligioso esbanjador chegar a uma avaliação honesta de sua própria situação. Ele sabe que está em uma situação para a qual não tem recursos para sair. Sabe que está morrendo de fome, e ninguém lhe dará nada, e está perdendo a batalha com os porcos pelo que eles podem comer. É o fim. E todo arrependimento começa com uma avaliação honesta da condição de miséria, desamparo, falta de recursos e morte iminente.
E assim, ele pensa em seu pai e em quantos dos homens contratados de seu pai têm pão mais do que suficiente enquanto ele está morrendo de fome. Agora, isso diz muito sobre o pai. É aqui que começamos a aprender sobre o pai. Deixe-me contar um pouco sobre o que era ser um homem contratado, um misthios. Um homem contratado trabalhava como diarista. Às vezes você os vê por aí, não é mesmo, parados em um canto, esperando alguém aparecer e dar-lhes um emprego naquele dia, mesmo hoje, em nossa sociedade, em todo o mundo e ao longo da história.
Eles estão no nível mais baixo. Eles são basicamente os pobres, os pobres que estão dispostos a trabalhar, que precisam trabalhar. E todo mundo que era pobre naqueles dias, nos tempos bíblicos, tinha de trabalhar. Trabalhadores diários esperavam que alguém viesse e os contratasse. Eles eram, na maior parte, pouco qualificados, embora alguns deles possam ter desenvolvido algum ofício qualificado para o qual seriam contratados. Mas, na maior parte, eram apenas trabalhadores não qualificados que estavam disponíveis para ajudar na colheita ou para fazer algo temporário e, portanto, ganhar um pouco de dinheiro para sobreviver.
Agora ele lembra que seu pai pagava mais do que o suficiente. Ou seja, ele lembrou que os homens contratados tinham pão mais do que suficiente, ou seja, o pai era o quê? Generoso. Ele lembrou que seu pai lhes dava mais do que eles geralmente precisavam para sobreviver. Seu pai era amoroso. O pai dele era bom. O pai dele era gentil. O pai dele era generoso.
Veja bem, os homens contratados eram protegidos pela lei do Antigo Testamento. O texto de Levítico 19:13 diz que o salário de um contratado não deve permanecer com você a noite toda até pela manhã. Se você contratar alguém para trabalhar e ele come com base nesse trabalho, e esse dinheiro sustenta a ele e sua família, você terá de pagar a ele no dia em que ele fizer o trabalho.
Bem, o pai era um homem que não apenas fazia o que a lei do Antigo Testamento dizia, mas ele fazia mais. Isso vem à mente do filho, e é muito importante lembrar que seu pai não é um homem duro. Seu pai não é um homem indiferente. Seu pai é gentil, generoso e bom, e ele conhece bem o pai para saber que ele é um homem misericordioso, que ele é um homem generoso e que é um homem que perdoa. Ele tem todo esse conhecimento, porque isso foi mostrado e revelado sobre seu pai quando ainda estava em casa.
Ele não conhece mais ninguém assim. Ele não sabe aonde recorrer. E alguém pode dizer: “Bem, espere um minuto. Quer dizer, ele esperaria que seu pai, tendo ficado tão totalmente desgraçado e desonrado na vila por tal pedido de um filho tão ingrato e desprezível, ficaria embaraçado, envergonhado e desonrado a tal ponto, que você não iria querer voltar de jeito nenhum.” Mas ele conhece seu pai melhor do que isso. Ele sabe que seu pai não é vingativo. Ele sabe que seu pai é misericordioso e generoso.
Agora, os homens contratados não eram escravos. Os escravos moravam com a família. Eles não eram necessariamente remunerados, normalmente eram apenas sustentados. Eles faziam parte da família. Então, se você era escravo, trabalhava na família, eles lhe davam sua comida, seu alojamento e cuidavam de todas as suas necessidades, e talvez houvesse um pouco de dinheiro para coisas opcionais.
Os homens contratados eram inferiores a isso. Eles não tinham ninguém cuidando continuamente deles. Eles estavam por conta própria no mais baixo dos baixos. Mas eles recebiam salários, e esses salários, acredite em mim, eram dados a critério do homem que os contratou. Você se lembra de quando Jesus contou a história de entrar no mercado, no evangelho de Mateus, para encontrar algumas pessoas para trabalhar na colheita?
Então eles primeiro encontraram alguns às 6h, e outros às 9h, outros às 12h e outros às 15h. Eles os retiraram, e eles não negociaram qual seria o salário deles, lembra disso? Os que vieram às 6h, 9h, 12h e 15h receberam o quê? Um denário, o mesmo salário, e isso foi devido à generosidade do homem. Eles não estavam em posição de negociar. Os trabalhadores diurnos não estavam. Eles pegaram o que podiam para sobreviver.
Mas este era um pai generoso. Todas as pessoas que o ouviram contar a história teriam processado tudo o que eu tenho que preencher para você. Mas ele está pronto para voltar a esse homem que ele sabe ser misericordioso, generoso, compassivo e gentil. Ele está pronto agora, porque ele não tem mais alternativa. Não há mais para onde ir. Tudo o que ele pode fazer é se humilhar, enfrentar sua vergonha, admitir seu terrível pecado e desgraça, voltar e tentar ser tratado com o mesmo tipo de misericórdia, compaixão e bondade que ele sabe que seu pai trata as pessoas pobres. E talvez, se ele puder trabalhar por tempo suficiente, ele possa recuperar o que perdeu e restituir à família e, em seguida, ter uma reconciliação com o pai.
Ele está pensando da maneira que as pessoas em Israel pensavam, porque é dessa maneira que Jesus quer que ele pense. Todos eles teriam entendido isso. Todos teriam dito: “Sim, rapaz, se ele estiver realmente arrependido, ele voltará, ele voltará para seu pai, ele confessará, ele se arrependerá, ele se humilhará, ele será humilhado, ele será desprezado, ele será envergonhado, e isso é justo e correto e está certo por causa do que ele fez com o pai.”
Muito severo em uma cultura de honra/vergonha, muito importante proteger a honra de um senhor de idade. É o que ele precisa fazer. Ele precisa voltar e depois receber do pai a misericórdia e o perdão com base no trabalho que ele faz. Ele precisa fazer restituição.
Então eles estariam com ele nesta história até agora. Eles teriam ficado horrorizados com o que o jovem fez. Eles o teriam visto como um banido absoluto. E se havia alguma esperança de voltar, ele teria de voltar, receber misericórdia e perdão e fazer o trabalho para recuperar sua reconciliação.
Bem, ele está pronto. Quebrado. Está sozinho. Triste. Está arrependido. Não tem lugar para ir. E ele acredita em seu pai. Esta é uma figura de alguém cujo arrependimento leva à salvação porque, você vê não apenas arrependimento aqui, mas fé em seu pai. Ele confia na bondade, compaixão, generosidade e misericórdia de seu pai. O arrependimento está ligado à fé. Ele sabe o tipo de homem que seu pai é e, apesar da maneira horrível que ele blasfemou contra seu pai, desonrou seu pai, envergonhou seu pai, a maneira horrível como ele tratou seu pai, a maneira terrível como ele viveu sua vida. No fundo, ele sabe que seu pai é um homem que perdoa e, penitentemente, confia em voltar e receber perdão, e fazer o que for necessário para fazer a restituição e se reconciliar.
Então, versículo 18, eu não vou apenas ficar aqui e morrer. “Levantar-me-ei e irei a meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu, e aos teus olhos; não sou mais digno de ser chamado seu filho." Aqui está o meu plano. "Faça de mim um dos seus contratados." Isso é tudo. Todos os fariseus e escribas diriam que é isso. É o que ele precisa fazer. Esse pensamento é sensato, garoto.
Ele voltou a si. Teve um diálogo pequeno consigo mesmo. Teve um monólogo. Ele compreendeu que não tinha mais aonde ir, a não para sua casa. Ele compreendeu algo sobre a bondade do pai. Ele está pronto para se colocar à mercê do pai, tendo se arrependido de seus pecados. Ele está voltando e está indo fazer o que necessita fazer, tornando-se ele mesmo um homem um contratado no ponto mais baixo da escala em termos sociais, sem nenhuma intimidade com o pai, nem mesmo um escravo; na casa, muito menos um filho. Ele não tem direito ao lar, nem o direito de esgotar ainda mais os recursos da família. Ele só vai trabalhar quando eles quiserem investir algum dinheiro em algo que trará dividendos, como todo como todos os outros vão trabalhar. Ele está pronto.
Seu pensamento sensato então move sua vontade. É assim que o arrependimento funciona. Antes de tudo, o pecador cai em si, recupera os sentidos, começa a realmente olhar e avaliar onde está e para onde está indo, para a inevitável morte, destruição e condenação eterna. O pecador diz: “Não posso continuar nesta direção. Só existe alguém a quem eu posso recorrer, este é o Pai, a quem ostentei e desonrei. Eu tenho de voltar para ele. Eu tenho de voltar, com minha vergonha e total responsabilidade pelo meu pecado. Eu tenho de me lançar em sua misericórdia, perdão e amor. E tenho de dizer a ele que estou disposto a trabalhar para fazer o que for preciso para poder voltar.” Todo mundo teria entendido isso.
É muito humilhante. É muito, muito embaraçoso, muito vergonhoso, mas ele diz: "Eu vou fazer isso.” E ouça o quão severo ele é sobre sua própria autoacusação. "Pequei contra o céu, e aos teus olhos." “Contra o céu” é na verdade eis ton ouranon. "Pequei no céu." E pode ser que o que ele queira dizer com isso seja "meus pecados se acumulem tão alto quanto o céu.”
Isso pode ser um reflexo de Esdras 9:6: "Meu Deus! Estou confuso e envergonhado, para levantar a ti a face, meu Deus, porque as nossas iniquidades se multiplicaram sobre a nossa cabeça, e a nossa culpa cresceu até aos céus." Ele não está escondendo nada. Ele é genuinamente penitente. Ele está se negando completamente. Essa é a essência do verdadeiro arrependimento. Ele está dizendo: “Minha vida foi um desastre total. Estou enfrentando a morte e não há ninguém para culpar além de mim mesmo. Eu me rebelei. Eu desobedeci. Eu desperdicei minha vida. Desonrei meu pai. Meus pecados se elevam à presença de Deus, eles se acumulam tão alto.”
Isso é verdadeiro arrependimento, não retendo nada, sem desculpas, sem culpar a ninguém mais a não ser a si mesmo. E, assim, a verdadeira penitência, combinada com a verdadeira confiança no amor e no perdão de um pai, faz o pecador voltar. Ele tem de voltar para se salvar de seu pecado. Vazio, alienado, rumo à destruição eterna, todo pecador que se arrepende começa com uma convicção poderosa de sua própria condição: Desamparado, vazio, rumo à morte eterna.
Todo pecador que volta assume total responsabilidade pelo pecado e o vê como uma ofensa que se eleva tão alto quanto o céu. Todo pecador que volta define seu curso em direção de volta à Deus. E os judeus teriam entendido que quando você volta, Deus o aceitará se você fizer o trabalho. Ele não tinha direitos, perdeu todos eles quando tomou sua parte da propriedade e a liquidou e a desperdiçou, sem direitos, sem dignidade.
Nunca mais haverá um filho, pelo menos essa é a opinião dele. Não sou mais digno de ser chamado seu filho. Apenas me faça um homem contratado. Apenas me dê um emprego e, ao longo de todos os anos necessários, vou trabalhar para recuperar tudo o que perdi. "Não tenho direitos,” diz ele. Não tenho privilégios. Eu não reivindico nada. Nem ao menos espero que me receba nos meus termos.”
Lembre-se agora, ele está morto. Eles tiveram uma cerimônia quando ele saiu, um funeral. É por isso que há referência duas vezes pelo pai como "meu filho que estava morto.” Não espero morar em casa. Não espero ser escravo. Eu nem espero um relacionamento com o senhor, pai. Eu só quero trabalhar e voltarei a ganhar. Faça de mim um dos seus contratados.
Você sabe, há verdadeira fé em Deus aqui, e há verdadeiro arrependimento. Essa é a essência. E os fariseus e saduceus, neste momento, estariam aplaudindo. Diriam: “Sim, isso está certo. É isso que ele tem de fazer. Até agora, eles geralmente estão afirmando a história. Eles não gostaram da história no começo, porque desonrar o pai era desagradável para eles. Eles ficaram horrorizados quando o jovem saiu e conduziu sua vida dessa maneira. E ainda mais horrorizados quando ele acabou com porcos que, é claro, eram considerados totalmente impuros.
Mas, desde então, eles gostaram da ideia de que ele recuperou a razão. Eles gostaram da ideia de que ele voltaria. E eles sabem que não há reconciliação instantânea. Não é assim que se faz. Ele é penitente e confia no pai, mas terá de ganhar o caminho de volta. Isso é pura teologia farisaica, junto com todas as outras religiões do mundo. Ele volta e diz: “Eu aceito meu castigo. Aceito a exclusão da comunhão na família. Eu vou me afastar do meu pai. Suportarei a humilhação do trabalho humilde. Vou levar a dor do trabalho duro por anos para restaurar o que perdi. Vou trabalhar de volta até me reconciliar.”
Puxa, ele está cheio de remorso pelo passado. Ele está cheio de dor no presente. E ele está ansioso por ainda mais dores no futuro, enquanto trabalhará por anos para ganhar o caminho de volta. Todo mundo entendia porque era assim que eles pensavam que tinha de ser feito. Todo o brilho do ouro ficou no país distante agora, certo? Todo o estilo de vida livre se transformou em uma terrível escravidão esmagadora. Todos os sonhos são pesadelos. Todo o prazer é dor. Toda a diversão é tristeza. Toda autorrealização é autoprivação. A festa acabou, com certeza. As risadas são silenciadas. Os amigos se foram. É tão ruim que ele está prestes a morrer. Não há mais para onde ir.
Bem, isso não é dizer que todo pecador que se arrepende fica tão mal. Não é essa a questão. Nem todo pecador fica tão ruim assim. Nem todo pecador é tão miserável. Nem todo pecador gasta seu dinheiro com prostitutas. Não é essa a questão. A questão é que queremos saber o que esse pai fará com um pecador tão mau, porque se ele agir em graça para com aquele que é o pior possível, haverá esperança para aqueles que não são tão pecadores assim. Mas o caso tem de ser extremo para apresentar o argumento. Ele está pronto para humildemente vir ao pai. Ele está pronto para confessar seu pecado sem desculpa. Ele está pronto para fazer qualquer coisa para voltar.
Ele me lembra aquela pessoa na história que Jesus contou em Mateus 18, lembra que, desviou dinheiro e disse ao governante: “Deixe-me trabalhar e vou ganhar tudo de volta?” Essa era a maneira típica. Essa é a maneira religiosa típica. Você entra na família de Deus por suas obras. Seus pensamentos eram de um pai desonrado e ele se sentiu de volta. Seus pensamentos estavam no horror de seu próprio pecado e ele se sentiu mal. E ele estava disposto a fazer o que lhe dissessem para a restituição. Rapaz, há algum arrependimento genuíno nisso, sem cláusulas.
E assim, arrependimento vergonhoso, que chega ao quarto ponto do fluxo, uma recepção vergonhosa, uma recepção vergonhosa. E isso por si só pode parecer um pouco surpreendente para você, mas você verá em um momento. Um pedido vergonhoso, uma rebelião vergonhosa, e depois um arrependimento vergonhoso e uma recepção vergonhosa. Isso é incrível, paradoxal e chocante.
Versículo 20: “E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou.” Nesse ponto, se os fariseus e os escribas estavam em pé sobre alguma coisa, eles caíram. Isso está muito além de sua sensibilidade. De fato, essa é uma recepção vergonhosa na avaliação deles.
Começa simplesmente dizendo que ele se levantou e foi até o pai. O filho, o pecador, pronto para enfrentar a vergonha que merece. Ele quer restauração. Ele quer um novo começo. Ele precisa do pai. Ele precisa dos recursos de seu pai. Seu pai pode dar-lhe vida em vez de morte. Ele tem esperança na bondade, gentileza e perdão de seu pai. Ele é verdadeiramente penitente. Ele nem quer ser escravo. Ele trabalhará como contratado para ser pago para ganhar o caminho de volta. Ele não quer nada que não mereça. E ele trabalhará para conquistá-lo.
É assim que as pessoas se sentem. Foi assim que os judeus se sentiram. E os fariseus e escribas que ouviam Jesus, junto com qualquer outra pessoa na época que ouvia essa história, diziam: "Sim, está certo." E sabe que mais? Quando ele vem ao pai, eles sabem o que o pai faria.
Primeiro, o pai não estaria disponível. Ele fora desonrado. Seu respeito havia sido manchado na comunidade. Ele havia sido envergonhado por um filho tão ultrajante e rebelde, e ele havia trazido vergonha a si mesmo de alguma maneira por permitir que ele fizesse aquilo. E aí vem o filho com outro pedido ultrajante, depois de já ter custado uma grande parte da fortuna de sua família e a honra do pai.
Então os judeus esperariam isso. Eles esperariam - é assim que se fazia no Oriente Médio naquela época, e talvez até hoje em alguns lugares - o pai se recusaria a encontrá-lo. O pai o faria sentar do lado de fora do portão da casa em algum lugar daquela vila por dias em vista pública. Ninguém o acolheria para que a cidade inteira pudesse desprezá-lo, para que toda a cidade pudesse trazer a retribuição que ele merecia pela maneira como desonrou seu pai.
Desdém, abuso e calúnia contra ele, e pessoas zombando dele, e talvez até cuspindo nele. E o filho esperaria isso. Era a sua expectativa. Ele sabia que poderia vir, e quando estivesse chegando lá, os fariseus e escribas esperariam que ele tivesse de estar justificavelmente envergonhado diante de todos, como parte da retribuição pela vergonha que ele trouxera ao pai.
E quando o pai o deixasse entrar após um certo período, seria uma recepção muito fria, e ele seria obrigado a se curvar e beijar os pés do pai. Então o pai lhe diria com certa indiferença o que ele teria de fazer e por quanto tempo ele teria de trabalhar para demonstrar que seu arrependimento era real. E se ele trabalhasse o tempo que precisasse, fizesse todas as reparações e toda a restituição, e pagasse integralmente o que devia, então ele poderia ser reconciliado, e só depois disso então.
Todos os rabinos ensinavam isso. Todos os rabinos ensinavam que arrependimento era um trabalho que um homem faz para ganhar o favor de Deus quando se sente pesaroso por seu pecado. Isso era o arrependimento. Você se sente pesaroso por seu pecado. Você quer ser restaurado por Deus, então trabalha. E por esse trabalho você ganha favores com Deus, fazendo restituição. Todo mundo sabia que era assim que as coisas eram feitas. E a vila, mesmo depois de terem desprezado ele por muito tempo, o deixaria trabalhar ali com certa dignidade.
No entanto, não foi assim. De fato, o que aconteceu só poderia ser descrito como vergonhoso, vergonhoso. “Mas, enquanto ele ainda estava longe, seu pai o viu e sentiu compaixão, e correu, abraçou-o e o beijou.” Agora eu preciso desmontar isso um pouco. "Enquanto ele ainda estava muito longe" - não tinha alcançado a entrada da vila. Por alguma estrada poeirenta fora da cidade, muito longe. "O pai o vê" - que é uma indicação de que o pai estava procurando, não é mesmo? Todo mundo saberia disso. O pai olhando.
Eles presumiriam que ele andava olhando com muita frequência, que ele sabia que o tipo de vida que seu filho levava acabaria do jeito que acabou, e que esperava que ele sobrevivesse para poder voltar, e o pai com uma dor particular e um amor sofredor sozinho em seu próprio coração, olhava, olhava e olhava.
É dia claro. Tem de ser dia claro na história porque o pai o vê muito longe, o que significa que a cidade está cheia de pessoas. A cidade está lotada. A cidade está ocupada. É um tumulto. Está movimentada com mulheres, crianças, idosos e todos que não estão no campo. Isso significa que é um lugar ocupado. E o pai está olhando e olhando.
Por quê? Muito simples. Ele quer alcançar seu filho antes que ele chegue à vila. Ele não apenas quer iniciar a reconciliação, como o pastor fez quando encontrou a ovelha e a mulher quando encontrou a moeda, mas ele não quer apenas a reconciliação - ouça - ele quer chegar ao filho antes que o filho chegue à vila.
Por quê? Ele quer protegê-lo da vergonha. Ele quer protegê-lo do desprezo, do abuso e da calúnia. Ele quer carregar a vergonha e a injúria. Ele quer que as pessoas digam: "O que ele está fazendo? Este homem que foi desonrado agora se desonra a si mesmo, abraçando este rapaz miserável.” Mas ele quer proteger o filho do desprezo, da calúnia, da provocação que era esperada, que era justa, que era parte da cultura, que era esperada.
E como ele faz isso? Como ele protege o garoto? Ele o vê, o texto diz: "quando ainda está muito longe" - da vila - "ele sentiu compaixão.” Não apenas compaixão por seu pecado passado, não apenas compaixão por sua imundície atual - e ele estava em trapos e cheirava como um porco - mas compaixão pelo que estava prestes a experimentar.
E a palavra “compaixão” é "splagchnizomai,” vem de uma raiz que significa “suas entranhas, ou intestino ou abdômen.” Ele sentiu uma sensação doentia no estômago quando viu o garoto, e sabia que estava indo em direção a esse desdém. E ali diz que o pai foi correndo.
Agora preciso lhe dizer uma coisa, pessoal, os nobres do Oriente Médio não correm. Isso é básico. A palavra “correndo,” aqui, literalmente diz "correndo," e é "dramōn,” é a palavra grega que é uma palavra técnica para competir em um estádio. Ele disparou, foi o que ele fez. É quase como se ele estivesse impaciente. Ele não pode chegar lá rápido o suficiente. Essa palavra não indica um trote, algumas passadas ou uma corridinha de meia-idade. Ele disparou.
E isso está abaixo da sua dignidade, pessoal. Ah, se você soubesse. Eu vou lhe dizer." Kenneth Bailey estudou a vida no Oriente Médio, morando lá por muitos e muitos anos, coletando material rico em sua compreensão no Oriente Médio. Ele escreve: “Uma das principais razões pelas quais os povos do Oriente Médio de classe social elevada não correm é que, tradicionalmente, todos eles usam roupas longas. Isso é verdade para homens e mulheres. Ninguém pode correr com uma túnica longa sem pegá-la nas mãos. Quando isso ocorre, as pernas ficam expostas, o que é considerado humilhante. Claramente” - ele escreve – “a exposição das pernas era considerada vergonhosa. As próprias roupas chegavam ao chão para garantir que isso não acontecesse. Uma regra estranha para o sábado afirma que se um pássaro subir em suas vestes no sábado, você não pode pegá-lo.” Mas há um problema. "Porque você pode ter de expor sua perna para fazer isso."
Então diz: “A alternativa sugerida é sentar-se muito silenciosamente e esperar o pôr do sol para que ninguém possa ver e depois agarrar o pássaro. Além disso, no sábado, você pode alisar a túnica para torná-la bonita, mas não pode levantá-la. Se sua túnica não chegava ao chão e você não tivesse uma mais longa para o sábado, era preciso tirar a bainha para que tocasse o chão.
“Além disso, ninguém deve pular ou dar passos largos. Um pé deve estar no chão o tempo todo. A razão para essa última decisão é garantir que nenhuma parte da perna seja exposta. O rabino Hisda, enquanto caminhava entre espinhos e cardos, levantava suas vestes para impedir que fossem rasgadas, e ele teve que oferecer a seus seguidores uma defesa dessa exposição inaceitável de suas pernas.”
Em outro tratado, tratado antigo, Abba Hilkiah levanta suas vestes para evitar espinhos enquanto caminha pelo país. Ele é convidado a explicar esses atos misteriosos que são desconcertantes para nós. As próprias vestes externas são chamadas de "mekebeduth,” significando "aquilo que me traz honra.” A honra estava ligada ao manto. Os sacerdotes que faziam os sacrifícios não tinham permissão para levantar suas vestes longas para mantê-los fora do sangue na calçada, por medo de que suas pernas fossem expostas.
Escute, isso é tão forte na cultura do Oriente Médio que, nas versões em árabe da Bíblia, o Novo Testamento, o pai não corre. Em algumas versões, traduções siríacas, o pai corre. Porém, no árabe, as traduções mais antigas do árabe dizem "ele foi, se apresentou, se apressou e acelerou.” Eles simplesmente não podem colocar o que a palavra diz, que é "correr.”
Por mil anos de traduções para o árabe desse relato, uma grande variedade de frases foi empregada, quase como se houvesse uma conspiração para evitar a verdade humilhante do texto de que o pai correu. Esse é um aspecto da questão. A própria tradição identificou o pai como Deus, e correr em público é muito humilhante para atribuir a uma pessoa que simboliza Deus.
Finalmente, em 1860, na chamada Bíblia Árabe Van Dyck, o pai corre. As planilhas dos tradutores, no entanto, ainda estão disponíveis, e as primeiras indicam que eles colocaram "ele se apressou;" apenas na última planilha eles pegaram "ele correu.”
Para que Deus está correndo? Por que ele traz vergonha e desprezo a si mesmo por se expor? É chocante. O motivo: O Pai corre, assumindo a vergonha, para proteger o filho de sentir vergonha. Ele aceita o desprezo, a zombaria e a calúnia, para que seu filho não precise suportar. E então, quando ele finalmente chegou ali, ainda mais chocante, ele o abraçou, literalmente "caiu em seu pescoço,” simplesmente desabou em um abraço enorme, enterrou a cabeça no pescoço do filho, fedido, sujo e esfarrapado, como estava.
E agora sabemos que o pai sofre silenciosamente durante todo o tempo em que se foi. Ele tem sofrido silenciosamente, amando aquele garoto enquanto ele estava fora, e agora esse amor quieto, silencioso e sofrido se torna público quando ele corre pela rua, trazendo vergonha a si mesmo por abraçar seu filho e poupá-lo da vergonha.
Todo mundo agora sabe o quanto esse pai ama aquele filho. Tanto que ele se envergonha, se esvazia de qualquer orgulho, de quaisquer direitos, de qualquer honra e, numa demonstração de amor de autoesvaziamento, ele traz a envergonha sobre si mesmo, a fim de abraçar aquele pecador que está voltando, e protegê-lo de ser envergonhado por mais alguém. Quando o rapaz entrou na vila, ele era um filho totalmente reconciliado.
Não sei dizer quão chocados ficaram os ouvintes. E se isso não for suficiente, o texto diz: "E ele o beijou,” kataphileō repetidamente, repetidamente no canto dos lábios, na bochecha, em qualquer lugar. Isto é surpreendente. Você quer saber o quão ansioso Deus está em receber um pecador? Ele vai correr pela terra e suportar a vergonha. Ele abraçará o pecador com toda a sua força e vai dar beijos por toda a cabeça do pecador.
Algumas pessoas pensam que Deus é um Salvador relutante. Não, ele não é. Esse é o beijo de afeto repetido e repetido. Ele está pronto para beijar os pés de seu pai, mas seu pai está beijando sua cabeça. Esse é um gesto na cultura de aceitação, amizade, amor, perdão, restauração, reconciliação, tudo isso. E tudo isso antes que o filho diga uma palavra. O que ele tem a dizer? Ele está ali. É o suficiente para indicar sua fé no pai e seu arrependimento. Ele veio sabendo que tinha de se lançar à mercê do pai, e veio sabendo que tinha de estar pronto para suportar a vergonha. E ele veio.
Isso é radical, pessoal, radical, totalmente não ortodoxo. Portanto, absolutamente inesperado, e é aqui que a história tem uma enorme surpresa. O pai condescende, se humilha por causa do profundo amor por esse filho, desce de sua casa até a poeira da vila, passa carregando o desprezo e a vergonha, joga os braços em volta do pecador crente penitente que está chegando em seus trapos imundos, imundos. Esse pai está fazendo exatamente o que Jesus fez, exatamente o que ele fez. Ele desceu para a nossa aldeia para executar o desafio, e suportar a vergonha, e as calúnias, e a zombaria, para jogar seus braços em torno de nós, e nos beijar, e reconciliar-se conosco.
O choque é tudo o que aconteceu sem qualquer o quê? Sem o trabalho do rapaz. Esse é o choque. Foi tudo graça, como o próximo versículo deixa claro, o filho entendeu. “E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu” ou até o céu – “e diante de ti; não sou mais digno de ser chamado seu filho.” Fim do discurso.
Mas ele deixou algo de fora. O que ele deixou de fora? Volte ao versículo 19, ele deixou de fora o último: "Faça de mim um dos seus contratados.” Por quê? Porque não há necessidade de obras. Ele acabou de receber graça. Esse foi o choque. O pai está tão ansioso que recebe, abraça e se reconcilia com o filho antes que o filho possa dizer qualquer coisa.
Mas quando ele fala, ele deixa de fora a parte do trabalho. Arrependimento total, fé plena e nenhuma obra. Por quê? Porque ele já foi recebido como filho. Ele já foi perdoado. Ele já recebeu misericórdia. Ele já foi reconciliado. Seu arrependimento é real. Sua fé é verdadeira. E seu pai responde com completo perdão e reconciliação. Agora ele sabe: não precisarei trabalhar para receber o meu caminho de volta, meu pai me abraçou, me beijou, ele tomou a minha vergonha.
Um pedido vergonhoso, rebelião vergonhosa, um arrependimento vergonhoso e uma recepção vergonhosa por esse pai, na mente deles, levava a uma reconciliação vergonhosa. Vamos ao versículo 22. Esta é a última pequena seção sobre o pai. “O pai disse aos escravos: Traga rapidamente a melhor túnica, coloque-a nele, coloque um anel na mão, sandálias nos pés.” Vamos parar por um momento.
E aqui novamente há reprovação. O pai não tem vergonha. Ele fez uma corrida vergonhosa e agora descaradamente despeja bênçãos nesse filho reconciliado. Eles não entenderiam isso, absolutamente incompreensível que um pai não protegesse mais sua própria honra. Ele dá ao filho três coisas: Uma túnica, um anel e sandálias.
Todos eles entenderam as implicações disso. Todos eles. Eles esperavam que ele lhe dissesse, na melhor das hipóteses: “Olha, tudo bem. Eu quero lhe perdoar. Talvez não vá levar uma vida inteira de trabalho, mas quero observá-lo por um ano ou dois anos e ver o que está acontecendo em sua vida, e ver se você realmente se arrependeu e se realmente quer dizer que deseja um relacionamento restaurado .”
Mas não houve nada disso. Existe esse imediatismo. O pai diz aos escravos - e a imagem seria esta. O pai sai de casa, sai correndo pela rua poeirenta da cidade e, atrás dele, estão os criados que correm para descobrir para onde ele está indo e por que está correndo daquele jeito. E eles sabem que ele não deveria estar fazendo isso, mas eles estão vindo porque são os servos da casa dele.
E finalmente ele alcança o filho. Ele abraça suas roupas fedorentas e o beija por toda parte. E ele se volta para os servos, que até então estão esbaforidos junto com ele. E ele diz: "Rapidamente," - tachu, imediatamente, apressadamente, rapidamente, sem demora - "arrumem a melhor túnica."
Nenhum pai agiria assim porque, você sabe, todo homem nobre tinha a melhor túnica. Quer dizer, você tem uma, sabe, quando você está indo para um lugar chique, talvez você puxe o smoking velho, ou qualquer que seja o super terno que você veste para ocasiões especiais, grandes ocasiões. Vocês, senhoras, têm uma roupa especial que vestem para ocasiões especiais. Caso contrário, comprarão uma porque a ocasião exige.
Bem, as famílias naqueles dias tinham uma túnica especial, e era a túnica mais bonita, a mais finamente trabalhada. De fato, diz isso no grego. Ou seja, na verdade diz stolēn ten prōtēn, que significa a "roupa de primeira classe,” a "stolēn de primeira classe.” E ele a coloca nele.
E então ele coloca um anel na mão. Todos eles entenderiam isso. Isso seria novamente incompreensível porque um anel era um anel de sinete, e tinha no anel o brasão ou selo da família, de modo que quando você carimbava seu anel na cera derretida em um documento, era uma autenticação desse documento, e ele tinha autoridade. Onde quer que você usasse o anel, você ficava vinculado àquilo.
E os homens contratados e os criados andavam descalços, e apenas os senhores e filhos usavam sapatos, sandálias. Eles entendem o que ele está dizendo. Essa é a completa honra da filiação. Ele está lhe dando honra, colocando essa túnica nele.
A propósito, a túnica pertencia ao pai; era a túnica que pertencia ao membro mais proeminente da família para vestir no cenário mais proeminente no evento mais proeminente. O pai está prestes a pedir a maior comemoração que já ocorreu naquela família e naquela vila, e ele está dando a roupa que normalmente usaria.
Essa é uma maneira de dizer ao filho: "Tudo o que tenho é seu." É um sinal que significa: “O melhor que tenho é seu. O melhor de tudo o que tenho é seu,” como simbolizado na túnica. É ainda mais que isso. Agora você se tornou totalmente restaurado como filho. É como se o rei passasse o manto para o príncipe. Outro ato de autoesvaziamento do pai, vestindo o filho com sua própria roupa gloriosa.
Nenhum pai faria isso. Novamente, esse pai parece não estar nem um pouco preocupado com sua própria honra. Mas veja, eles não entendem que a honra de Deus vem em sua graça e perdão amorosos. Tudo o que eles sabem é sobre suas obras e lei. O filho chegou fedendo. Chegou em trapos. Chegou imundo. E ninguém nunca mais o veria daquele jeito. Essa é a imagem.
Ele chegou sem nada. Ele não chegou com uma mala. Ele chegou com suas próprias roupas fedorentas. Ele mal conseguiu chegar. Ele não tinha nada. É assim que o pecador vem. Foi assim que todos viemos, porque Deus justifica os ímpios, Romanos 4:5 diz, aqueles que nada têm, aqueles que são miseráveis e nada mais.
E é exatamente isso que Jesus está fazendo com esses pecadores. É exatamente esse tipo de coisa que os fariseus e escribas se recusam a ver como a atividade de Deus. Eles se recusam a ver isso como obra de Deus. Mas é obra de Deus. É obra de Deus dar tudo o que ele tem ao pecador penitente imediatamente - não depois de um intervalo de tempo - mas imediatamente.
E então o pai, ao fazer isso, pratica o que é historicamente chamado, é uma palavra antiga, usufruto. Você pode ter ouvido isso se você já trabalhou no mundo financeiro. Usufruto é um termo usado para falar do direito de exercer controle sobre a propriedade que foi irrevogavelmente concedido ao filho mais velho. Mesmo que o pai já tenha dado irrevogavelmente essa parte da propriedade ao filho mais velho, que ainda está em casa, o pai pode aplicar o direito de usufruto de usá-lo a seu critério, pois ele ainda é o patriarca da família. Ele tem autoridade para fazer isso.
E então, essencialmente, o que ele faz é reivindicar tudo o que pertence potencialmente ao filho mais velho e dizer: "É tudo seu.” E eles poderiam estar dizendo: "Como você pode recompensar esse garoto pela maneira como ele se comportou e tocou nas coisas que pertencem ao cara que ficou em casa?" Isso novamente está além da compreensão deles. Mas é exatamente isso o que o pai diz.
Aquele filho mais velho usaria aquela túnica. Aquele filho mais velho provavelmente usaria aquela túnica pela primeira vez no casamento, porque é quando a túnica sai. Esse era o maior evento que poderia acontecer em uma família, o casamento do filho mais velho. Ele o teria usado, mas agora o irmão mais novo está com ele. Esse filho mais velho deveria ter sido capaz de agir em nome de seu pai, tendo o anel de seu pai e, portanto, sendo capaz de assinar todos os documentos autenticamente relacionados à posse da família. Isso não faz nenhum sentido. Você não recompensa alguém que faz isso. Você recompensa esse cara que ficou em casa, certo? Errado.
Rapidamente, sem hesitar, nem mesmo um piscar de olhos, coloca a túnica nele, ninguém nunca mais o verá em trapos. E, a propósito, ele não diz ao filho mais novo: “Por que você não vai para casa e toma um banho? Depois de abraçar você, cheguei à conclusão de que é uma grande necessidade.” Ele não diz isso.
Ele o trata como um príncipe. Ele diz, olha o que ele diz para seus escravos: “Peguem a túnica e o vistam. Peguem-no. Limpem-no. Tratem-no como um rei. Tratem-no como um príncipe. Você, coloque coloca o anel na mão dele. Você, coloque as sandálias nos pés dele.” É como a realeza. E é claro, novamente, isso está além da imaginação. A mensagem é clara. Plena reconciliação, plenos direitos, privilégios, autoridade, honra, respeito, responsabilidade como filho.
A multidão inteira ficaria surpresa e incrédula. Isso é completamente oposto ao que eles pensavam. E então você não apenas está dando a ele a túnica, que essencialmente lhe dá a honra na família, mas você está dando a ele o anel, que lhe dá a autoridade para agir com relação a tudo o que a família possui, todos os ativos de sua família, todos os tesouros da família, todos os bens da família podem ser movimentados por quem quer que tenha o selo. Uau. Ele tem autoridade para agir em nome de seu pai. Ele tem autoridade para agir no lugar de seu pai. Ele tem autoridade para dispensar todos os recursos da família.
Não há período de espera aqui. Não há período de teste. Não há tempo de adaptação. Não há limite para os privilégios. É uma filiação completa no mais alto nível. E isso vem rapidamente. Tudo isso deveria ter sido para o filho mais velho. Sandálias nos pés, um sinal de que ele é o mestre agora. Ele não é um homem contratado. Ele nem é escravo. Ele é o mestre. Ele tem autoridade. Ele tem honra. Ele tem responsabilidade. Ele tem respeito. Ele é um filho investidor que pode atuar no lugar de seu pai e que tem o direito de acessar todos os tesouros da família. Uau.
Qual é a mensagem aqui? A graça triunfa sobre o pecado no seu pior estado. A história não está dizendo que todo pecador alcança o nível que esse filho alcançou, mas quando pecadores alcançam, a graça ainda triunfa. Essa é uma ideia completamente nova. Você tem de entender, certo? Uma ideia completamente nova Perdão imerecido, filiação imerecida, salvação imerecida, honra imerecida, respeito, responsabilidade, filho totalmente reinvestido sem nenhuma restituição, sem trabalho. Esse tipo de amor generoso, esse tipo de graça concedida a um pecador penitente e confiante é uma ideia bizarra em uma mente legalista.
E então a atenção se concentra do filho para o pai. E há uma alegria escancarada, versículo 23. O pai não esconde nada. Ele não conhece a vergonha. Ele pede uma festa para acabar com todas as festas. “Traga o bezerro gordo, mate-o, vamos comer e comemorar; porque este meu filho que estava morto, voltou à vida; ele estava perdido e foi encontrado. E eles começaram a comemorar.”
Toda família que tinha animais, se fosse uma família nobre como essa, obviamente, e tivesse alguns meios, teria um bezerro especial engordado. A palavra "engordar,” a propósito, em português - o equivalente grego no texto original é a palavra para "milho" ou "grão.” Isso é vitela alimentada com grãos. Isso é carne de vitela. E eles mantinham aquele bezerro por perto, para algo como o casamento do irmão mais velho, ou algum dignitário muito significativo que viesse, algum evento monumental que exigiria um mega banquete.
Este seria o momento. Este seria o momento. Este é o maior evento que já aconteceu na história da família ou da vila, da perspectiva do pai. Este seria o momento. E aqui temos a imagem do céu, não é mesmo, se regozijando. Apenas um pecador perdido chega em casa e Deus faz um mega banquete. Traga aquele bezerro engordado, aquela vitela alimentada com milho, mate-a. E todas aquelas carnes continuariam sendo preparadas para jantar mais tarde naquela noite.
O animal havia sido muito antes selecionado, alimentado, tratado e mantido para esta ocasião especial. A propósito, carne raramente era consumida no Oriente Médio nos dias de Jesus, muito raramente consumida. Somente em ocasiões especiais você comia carne, e somente em ocasiões muito, muito especiais, você comia o bezerro engordado. Mas essa era uma celebração para acabar com tudo. “Vamos comer e comemorar. Vamos comer e ser felizes." Lembre-se de que havia um louco, no evangelho de Lucas antes, que disse que ele só queria comer, beber e se divertir, e que sua alma seria requerida naquela noite. Ele era um tolo. Ele celebrava seus próprios bens. Se você vai celebrar, celebre a obra redentora de Deus. Essa é uma celebração legítima.
A propósito, um bezerro como esse poderia alimentar até 200 pessoas. E deveria, porque todo mundo na vila estaria lá. Seria um insulto aos aldeões ter um bezerro inteiro e não convidar a todos. E tinha de ser comido de uma só vez. Eles não preservavam essas coisas. Todos vinham e participavam da festa. Lá no versículo 6, quando a ovelha foi trazida para casa nos ombros do pastor, ele chamou seus amigos e vizinhos e disse: "Alegrem-se comigo, encontrei minha ovelha.” E no versículo 9, quando a senhora encontrou a moeda, chamou seus amigos e vizinhos: "Alegrem-se comigo, encontrei a moeda.” E o pai, quando encontrou o filho, "alegrem-se comigo, encontrei meu filho.”
No versículo 24, ele diz: “O meu filho estava morto.” Você se lembra, eu lhe disse, quando o filho foi embora, eles tiveram o quê? Algo como um funeral. Era como se ele estivesse morto. Ele desejara a morte do pai e, portanto, eles o tratavam como se ele estivesse morto. O que “estava morto voltou à vida.” Quem o trouxe à vida? Quem lhe devolveu a vida? Ele fez algo para merecê-la de volta? Não. O pai dele devolveu todos os direitos e privilégios. Ele estava perdido, mas quem o fez ser encontrado? Quem o abraçou, o beijou e o tornou totalmente filho? Seu pai, e eles começaram a comemorar.
Essa não é tanto a celebração do filho. Essa é a celebração do pai. O banquete homenageia o pai. Honra o pai pelo que ele fez. É o pai que lhe devolveu a vida. É o pai que fez dele um filho. Foi o pai que o restaurou à bênção pelo perdão misericordioso e amor gracioso. E toda a vila se alegra com esse pai que não teve vergonha, e celebra sua própria graça e sua própria misericórdia.
Esse pai exibiu uma bondade inédita, uma bondade inédita, amor sacrificial, graça sacrificial. O filho que estava morto, literalmente o grego diz, "está em pé e vivo.” Aquele que estava perdido é encontrado. O filho tem nova vida, novo status e nova atitude. Ele tem pela primeira vez um relacionamento real com um pai amoroso e perdoador, que o tornou herdeiro de tudo o que possui, com quem ele se reconciliou e a quem ele ansiosamente dará seu amor, seu serviço, em resposta.
O filho confia sua vida ao pai e o pai confia seus recursos ao filho. O filho finalmente está em casa. Ele está na casa do pai. Ele está na família. Ele tem acesso total a todas as riquezas do pai. E ele se junta a todos para celebrar a grandeza desse evento.
Eu amo isto, diz no final do versículo 24: "Eles começaram a se divertir.” Porque essa festa nunca acaba. É disso que se trata o céu. É a celebração interminável da graça de um Pai amoroso para os penitentes e crentes pecadores. Isso é a eternidade. A alegria do céu nunca terminará quando um pecador voltar para casa.
Em conclusão, quais são as lições? Não vou citá-las para você porque acho que você pode descobri-las enquanto seguimos. Mas apenas alguns lembretes. Deus recebe o pecador penitente que se arrepende e crê. "Aquele que vem a mim jamais lançarei fora." Há misericórdia nele. Há um trono de graça aonde podemos ir e obter misericórdia. Deus concede graça perdoadora que é generosa. Deus substitui os trapos fedorentos e sujos do pecador por seu próprio manto de justiça. Como o profeta Isaías disse: "Ele nos cobre com uma túnica de justiça.”
Deus concede perdão, honra, autoridade, respeito, responsabilidade ao filho de seu amor, pleno acesso a todos os seus tesouros e o pleno direito de representá-lo. Chegamos trazendo para as pessoas ao nosso redor os tesouros de Deus como seus embaixadores. Deus é quase impaciente em seu desejo de dar. Ele corre para abraçar. Ele corre para beijar. Rapidamente põe a túnica, rapidamente lhe dá o anel, rapidamente arruma os sapatos. Ele quer tudo o que deve ser dado ao pecador arrependido, e deseja iniciar a festa imediatamente, e chama todos os que vivem no céu a virem e celebrá-lo como o Pai reconciliador que recebe um filho penitente.
Deus trata o pecador como se ele fosse da realeza, fazendo dele um herdeiro e um herdeiro conjunto com Jesus Cristo. E Deus realiza uma celebração celestial para todo pecador miserável que vem a ele, e isso nunca acaba.
Veja, em conclusão, Deus se alegra, não porque o problema mundial do pecado foi resolvido. O céu não está lá em cima, dizendo: “Bem, gostaríamos de fazer uma festa aqui em cima, mas muita coisa está acontecendo que não é boa. Não podemos realmente começar a festa até que as coisas melhorem muito em relação ao que estão agora.” Eles não estão lá em cima dizendo: “Há muito sofrimento no mundo. Há tanto trauma. Há muita dor. Há muita decepção. É um mundo tão conturbado. Uau, gostaríamos de fazer uma festa, mas simplesmente não conseguimos entender o problema todo.”
Não, e Deus não adia a festa para um grande evento quando 10.000 pessoas são salvas em algum estádio em algum lugar. Não. A festa começa quando quantos pecadores se arrependem? Um. E cada vez, e a festa para cada pecador nunca termina porque é uma festa em honra a Deus, não ao pecador. E cada vez mais, dia após dia, quando o Senhor salva as pessoas, a festa é prolongada, prolongada, enriquecida e enriquecida, e os anjos, e os santos redimidos estão louvando a Deus por ser um Pai tão gracioso e reconciliador.
E acho que a pergunta a fazermos é: que contribuição fazemos para a festa? Primeiro, se você não é cristão, é hora de receber o amor do Pai que espera que você volte. Mas para aqueles de nós que somos cristãos, estamos buscando a alegria de Deus, fazendo todo o possível para levar esse glorioso evangelho de perdão às pessoas que encontramos?
Algumas pessoas não conseguem entender isso. E são pessoas religiosas que não entendem. Os fariseus odiavam a ideia de que o Pai tratava um pecador dessa maneira. E vamos ver a reação deles na próxima vez. Vamos orar juntos aqui.
Pai, se esta é uma verdade tão poderosa embutida nesta grande história, agradecemos por isso. Agradecemos por quão enriquecedor é para nós, e o que isso nos diz é sobre ti. Nós amamos a ti. Te amamos mais quando sabemos essas coisas. Nós te vemos de uma maneira nova. É uma manifestação tremenda. Isso é tão real. Isso é vida.
Obrigado por nos contar essa história não em uma fantasia, em algum outro mundo místico, não com coisas que não podemos identificar, o que duplamente nos remove da compreensão, mas de maneiras simples que podemos entender. Obrigado por ser o Deus que és. Bendito sejas, Senhor! Te louvaremos para todo o sempre na tua presença no céu. Estaremos lá na festa, celebrando um Deus tão reconciliador que, no final, é homenageado por estar disposto a ser humilhado. E não é sempre assim? Nenhum de nós jamais será honrado por ti até enfrentarmos a vergonha do nosso pecado.
Pai, obrigado por uma grande manhã e um maravilhoso tempo de adoração. Ficamos muito felizes ao pensar no fato de que foi no nascimento de Cristo quando tu deixaste tua casa pela primeira vez e desceste à estrada poeirenta da vila em que vivemos, neste mundo, e passaste por humilhações, tu correste, te sujaste, por assim dizer, com o pó do sofrimento deste mundo, a fim de nos abraçar, e através da tua cruz, tomar nossa vergonha e nos tornar teus filhos. Tudo começou para nós aqui em Belém. Não é de admirar que celebremos. Não é de admirar que nos regozijemos. Que a nossa alegria seja verdadeira e real ao expressarmos nosso amor a ti. Muito obrigado. Amém.
FIM

This article is also available and sold as a booklet.